Parâmetros para a elaboração e desenvolvimento de jogos didáticos para o ensino de Química

Mariana Schneider

Licenciada em Química (IFSC - Câmpus São José)

Vinicius Jacques

Mestre em Educação Científica e Tecnológica (UFSC), professor de Física (IFSC - Câmpus São José)

Talles Viana Demos

Mestre em Educação Científica e Tecnológica (UFSC), professor de Química (IFSC - Câmpus São José)

Atualmente, de modo geral, ainda se encontram de forma bastante recorrente nos currículos das escolas de Educação Básica características de um ensino voltado para a preparação dos/as alunos/as para exames, como vestibular e Enem, apresentando traços eficienticistas e características propedêuticas. A forma de ensinar que tem essa postura de ensino é caracterizada pela repetição e pela memorização de conteúdos, método que foi denominado como “educação bancária” por Paulo Freire (2017, p. 81):

Em lugar de comunicar-se, o educador faz “comunicados” e depósitos que os educandos [e as educandas], meras incidências, recebem pacientemente, memorizam e repetem. Eis aí a concepção ‘bancária’ da educação, em que a única margem de ação que se oferece aos educandos [e às educandas] é a de receber os depósitos, guardá-los e arquivá-los.

De acordo com Freire (2017), quanto mais “depósitos” realizados, menos os/as alunos/as desenvolverão consciência crítica, e é essa consciência crítica que possibilita inserir os/as alunos/as como cidadãos/ãs no mundo, como sujeitos transformadores sociais. Chassot (2004, p. 44), ao caracterizar o Ensino Médio, destaca cinco características: “asséptico, abstrato, dogmático, a-histórico e avaliado de maneira ferreteadora”.

Então, com o intuito de propor princípios diferentes à formação na Educação Básica, construiu-se a ideia de um ensino que desperte o interesse dos/as alunos/as, o que passou a ser visto como um desafio para professores/as (Santos; Schnetzler, 2010; Cunha, 2012).

Santos e Schnetzler (2010, p. 49) apontam que a Química, para a Educação Básica,

Não pode ser ensinada como um fim em si mesma, se não estaremos fugindo do fim maior da Educação Básica, que é assegurar ao indivíduo a formação que o habilitará a participar como cidadão [e cidadã] na vida em sociedade. Isso implica um ensino contextualizado, no qual o foco seja o processo para o exercício consciente da cidadania.

Para isso, é necessário que

os cidadãos [e as cidadãs] conheçam como utilizar as substâncias no seu dia a dia, bem como se posicionem criticamente com relação aos efeitos ambientais do emprego da Química e quanto às decisões referentes aos investimentos nessa área, a fim de buscar soluções para os problemas sociais que podem ser resolvidos com a ajuda do seu desenvolvimento (Santos; Schnetzler, 2010, p. 46).

Além disso, para formar alunos/as que atuem como cidadãos/ãs na sociedade, é necessário incentivar a interação, o convívio com outras pessoas, o cooperativismo, a discussão, o respeito, para que sejam capazes de tomar decisões; ou seja, a formação para a cidadania envolve muito mais do que ensinar conteúdos. Seguindo a mesma perspectiva, Paro (2002) defende que o papel da educação é ensinar a cultura (conhecimentos, valores, filosofia, artes) produzida pelas gerações anteriores. Afirma ainda que é necessário que os/as professores/as encontrem maneiras adequadas para que seja despertado nos/nas alunos/as a vontade de aprender.

O educando [e a educanda], a rigor, nunca é educado [e educada] por alguém, mas sim educa-se pela mediação do educador [e da educadora]. Aqui se identifica uma relação em que há sempre o consentimento livre do outro. Sem o consentimento livre do educando [e da educanda], não há educação (Paro, 2002, p. 17).

Na mesma perspectiva de Paro (2002), Soares (2004, p. 15) também defende a importância de as atividades escolares serem significativas para os/as alunos/as, quando fala que “se a atividade não tiver sentido para o [a] aprendiz, se não despertar o interesse e, por consequência, a motivação, ele [e ela] simplesmente estará fingindo que aprende”.

Então, com o objetivo de alcançar um ensino que desperte o interesse dos/das alunos/as, conforme apontado pelos autores citados, nos últimos anos a busca por estratégias de ensino e formas diferentes de ensinar que, além de auxiliar no processo de ensino e aprendizagem, atraiam o interesse dos/das alunos/as, tem sido um trabalho incessante entre professores e pesquisadores que seguem as perspectivas apontadas (Gonçalves, 2016).

Porém, mesmo diante de tantas novidades e inovações das ferramentas didáticas, como o uso de computadores, da internet e de mídias audiovisuais, alguns/mas professores/as ainda enfrentam dificuldades para despertar o interesse e a motivação de seus/suas alunos/as para que estes/as queiram aprender Química (Schneider et al.,2017).

Dessa forma, hoje são muito comuns na Educação atividades alternativas que busquem formar o/a cidadão/ã e despertar o interesse de alunos/as, como as atividades lúdicas, que, de acordo com Kraemer (2007 apud Fialho, 2013, p. 171), “ajudam a conquistar os [as] estudantes. Ao substituir aulas monótonas por atividades lúdicas educativas, o professor [e a professora] desperta nos [nas] estudantes o interesse pela aprendizagem num clima descontraído e criativo”.

Assim, as atividades alternativas no Ensino de Química apresentam importância quando o/a aluno/a constrói e busca seu conhecimento por meio de uma atividade lúdica, por ser uma maneira de levar a diversão, o prazer e a motivação até a sala de aula (Schneider et al., 2017).

Existem diferentes ferramentas e atividades didáticas que levam a ludicidade até a sala de aula, como simulações, experimentos, teatro, música e jogos, que, quando associados à construção dos conhecimentos, além de despertar o interesse e motivar a turma, podem melhorar as relações e interações entre os/as alunos/as e entre alunos/as e professor/a.
De acordo com Pereira (2013, p. 20),

a utilização do jogo e a sua importância para a educação já foram estudadas por importantes teóricos, tais como Brougére, Brunhs, Duflo, Freire, Huizinga, Kishimoto, Pascal, Piaget, Schiller, Vygotsky, Knijnita, entre outros, que mostram a importância dele para o desenvolvimento afetivo, cognitivo, social e motor ao proporcionar a descentralização individual, a aquisição de regras, a expressão do imaginário e a apropriação do conhecimento.

Buscando compreender a importância da utilização de jogos didáticos para auxiliar no processo de ensino-aprendizagem dos/as alunos/as, diversos/as autores/as (Cunha, 2012; Fialho, 2013; Soares, 2004; 2016, Schneider et al., 2017; 2018; Castro; Tredezini, 2014), entre outros, realizaram e publicaram trabalhos e pesquisas a respeito da utilização e da aplicação de jogos no ensino de Química.

A respeito da definição de jogos, Soares (2016, p.9) aponta que

o jogo pode ser descrito como uma atividade livre, consciente, não séria, exterior à vida habitual, com desinteresse material e natureza improdutiva, que possui finalidade em si mesma, prazer (ou desprazer), caráter fictício ou representativo, limitação no tempo e no espaço, com regras implícitas e explícitas.

Os jogos podem ser educativos e/ou didáticos. São educativos quando “desenvolverem habilidades cognitivas importantes para o processo de aprendizagem” (Pereira, 2013, p. 23); ou seja, o jogo educativo possui equilíbrio entre a função lúdica – a diversão, o prazer e até o desprazer – e a função educativa, que ensina qualquer coisa que complete o saber de quem joga, suas habilidades e compreensão do mundo (Soares, 2004).

Os jogos são didáticos quando estão diretamente relacionados ao ensino de conceitos e/ou conteúdos, aplicados com atividades programadas e organizados com regras (Cunha, 2012). Ainda de acordo esse autor,

um jogo didático, no que tange aos aspectos gerais, é educativo, pois envolve ações lúdicas, cognitivas, sociais etc., mas nem sempre um jogo que é educativo pode ser considerado um jogo didático. Isso, no entanto, não minimiza nem reduz a importância de ambos (Cunha, 2012, p. 95).

Os jogos – tanto didáticos quanto educativos – utilizados como apoio para práticas pedagógicas, auxiliando professores/as e alunos/as no processo de ensino-aprendizagem e construção de conhecimentos, começaram a ganhar espaço em eventos relacionados ao ensino de Química e nas escolas à medida que estimulam e motivam os/as alunos/as e, consequentemente, os/as professores/as. Desta forma, os jogos didáticos ou educativos podem ser capazes de levar até a sala de aula, além de conteúdos e motivação, com seus elementos comuns – cooperação, ludicidade, prazer, interação, discussão –, os elementos necessários para um ensino de Química voltado para a cidadania.

Então, com a intenção de fazer um levantamento sobre como os jogos didáticos e educativos para o ensino de Química são desenvolvidos, realizamos uma busca em periódicos acadêmicos (Química Nova, Química Nova na Escola, anais do XV, XVI e XVII Encontros Nacionais do Ensino de Química, entre outros), mas não encontramos artigos que enfatizem os aspectos metodológicos e conceituais a respeito do processo de construção de jogos didáticos, mas sim artigos e dissertações que falam sobre o desenvolvimento, aplicação e avaliação de jogos didáticos ou educativos, porém não explicam – ou não focam no – processo de construção dos jogos.

Constatamos que é interessante a construção de um guia contendo parâmetros para a elaboração de jogos didáticos que possam ser utilizados pelo/a professor/a na elaboração de jogos ou para que os/as alunos/as construam os jogos durante as aulas, com o auxílio do/a professor/a.

Por esse motivo, apresentamos parâmetros que possam ser utilizados para a elaboração e o desenvolvimento de jogos didáticos para o ensino de Química, tendo como base:

  • a literatura especializada no tema;
  • experiências relacionadas à elaboração (construção) de um jogo educativo; e
  • experiências relacionadas à elaboração (construção) e desenvolvimento (aplicação) de jogos didáticos com os/as alunos/as.

Cabe ressaltar que em nenhum momento este guia tem o anseio de oferecer algo pronto e livre da capacidade de aperfeiçoamento/transposição para determinada realidade, por parte do/a professor/a; tem, sim, o intuito de apresentar parâmetros que poderão servir de suporte para o/a professor/a que deseja utilizar jogos como ferramenta de ensino, conforme as demandas específicas, contendo parâmetros para a elaboração e o desenvolvimento de jogos didáticos, os quais podem ser utilizados pelo/a professor/a de Química como uma ferramenta de ensino em aulas na Educação Básica.

Parâmetros para a elaboração e desenvolvimento de jogos didáticos

Este material tem o intuito de colaborar com professores/as que queiram trabalhar com jogos didáticos em sala de aula. Surgiu de um trabalho de um grupo de estudos intitulado Ação Pedagógica, o qual se dedicou por três semestres (entre 2017 e 2018) para pesquisar jogos didáticos, em que foram realizadas pesquisas para identificar na literatura as demandas já estabelecidas e as novas sobre jogos didáticos no Ensino de Química. Além disso, o grupo de estudos construiu um projeto de pesquisa intitulado Pesquisa e Ludicidade no Ensino de Química: Confecção de Jogo e Metodologia para a Construção Coletiva de Jogos Didáticos (IFSC, Edital nº 17/2018/PROPPI/DAE), que teve como objetivo final a construção de um jogo educativo e da metodologia para a sua construção com os/as alunos/as.

Levando em consideração o que foi encontrado na literatura, foram desenvolvidas duas experiências em diferentes componentes curriculares do curso de licenciatura do Instituto Federal de Santa Catarina, no Câmpus São José:

  • no componente curricular de Estágio Supervisionado, que envolveu a elaboração de jogos junto com alunos/as durante as aulas de Regência em Turma de 3º ano do Ensino Médio de uma escola pública estadual de Santa Catarina; e
  • no componente curricular de Metodologias para o Ensino de Química, envolvendo a elaboração e o desenvolvimento de uma sequência didática por licenciandas que faziam parte do grupo de estudos, com alunos/as de uma turma da 4ª fase de um curso técnico integrado da rede federal de ensino.

Mais à frente, estão expostos os planos de aula utilizados nas duas experiências para construir jogos didáticos com os/as alunos/as. Dessa forma, os Parâmetros para a Elaboração e Desenvolvimento de Jogos Didáticos foram elaborados com base em experiências do grupo de estudos em construir um jogo educativo e de acordo com experiências relacionadas à construção de jogos didáticos com os/as alunos/as em sala de aula.

Assim sendo, com base nas experiências apresentadas e pela análise dos resultados, foi possível elaborar este documento guia, que pretende colaborar com professores/as que queiram trabalhar com jogos didáticos.

Cabe ressaltar que em nenhum momento este guia quer apresentar algo pronto e livre da capacidade de aperfeiçoamento/transposição para determinada realidade por parte do/a professor/a; tem o intuito de oferecer parâmetros que poderão servir de suporte para o/a professor/a que deseja utilizar jogos didáticos em suas aulas como ferramenta de ensino, ainda que não se trate necessariamente de parâmetros consensuais entre pesquisadores da área de jogos didáticos.

Parâmetros básicos

Apresentamos alguns parâmetros básicos que consideramos relevantes para a elaboração de jogos didáticos. A construção dos parâmetros expostos aqui foi baseada em experiências do grupo de estudos; mais à frente mostramos alguns parâmetros que foram elaborados em experiências de construção de jogos didáticos com os/as alunos/as em sala de aula.

Importante: é preciso “reservar” um tempo considerável no planejamento para elaboração, desenvolvimento e aplicação de jogos didáticos, pois é uma ferramenta didática que normalmente precisa mais tempo que atividades e ferramentas comumente utilizadas.

Construindo jogos didáticos: tipo de jogo

Inicialmente é necessário definir se vai ser desenvolvido um novo jogo ou se será adaptado um já existente. Então, é preciso escolher o tipo do jogo, podendo ser de tabuleiro, cartas, “caneta e papel”, perguntas e respostas, dados, roleta, música, online, RPG ou puzzle, entre outros.

Temática e conteúdos

Escolher a temática é uma parte delicada, pois o jogo será desenvolvido de acordo com ela; é importante pensar na temática juntamente com o conteúdo que se deseja abordar, para que ele não fique descontextualizado. Exemplos de temáticas: alimentos, aromas, contaminação, drogas, fitoterápicos, hormônios, mineração, vírus, poluição e radiação, entre outros.

Materiais

Os jogos podem ser feitos com diversos tipos de materiais, como cartolinas, EVA, papel cartão etc., inclusive materiais de baixo custo ou reciclados, como caixas de papelão, tampas de garrafa e garrafas PET, entre outros (é importante estar atento/a aos materiais que possam causar acidentes ou eventualmente estejam contaminados).

Intenção pedagógica

Ao construir um jogo didático, é preciso pensar na intenção pedagógica ao utilizá-lo, como: para estimular a criatividade, a sociabilidade ou a motivação; para avaliar ou construir o conhecimento dos/das alunos/as sobre determinado tema; para reforçar conteúdos, como forma de abordar um tema.

Natureza do jogo

A natureza do jogo pode ser:

  • cooperativa (trabalhar em grupo para atingir o objetivo do jogo);
  • competitiva (os/as alunos/as precisam competir entre si para atingir o objetivo do jogo).

Nada impede que o jogo em alguns momentos possa ter natureza mista, sendo cooperativo e competitivo.

Manual e regras do jogo

É importante ficar atento ao manual e às regras, mesmo se for um jogo adaptado de outro existente; ao “transformar” o jogo em didático, é provável que seja necessário adaptar também algumas regras. Se o jogo construído for novo, é interessante começar por regras básicas, como número de jogadores, em qual sentido o jogo irá caminhar, quantidade de cartas para cada jogador/a (no caso de jogos que contêm cartas); é muito importante atentar também para a duração do jogo (tempo) em relação ao tempo de cada aula. O manual, escrito de forma simples, deve explicar o funcionamento do jogo e as cartas, para que não o torne “difícil” de compreender e jogar.

Caso seja uma adaptação de um jogo existente, reduzir pela metade (ou proporcionalmente) o número de cartas, personagens e/ou itens pode ser uma boa ideia para facilitar o trabalho realizado (quando o jogo possui muitas cartas, por exemplo).

Papel do/a professor/a

É recomendável que, após a construção do jogo, sejam realizados testes antes de utilizá-lo em sala de aula, para garantir que as regras e o conteúdo estejam coerentes, para revisar as questões (se houver) e para conhecer e estar atento às limitações do jogo, além de verificar se o tempo de jogo está de acordo com o disponível.

Ter um planejamento para a aplicação do jogo é importante para ter controle do tempo de explicação do funcionamento do jogo e suas regras e do tempo que os/as alunos/as terão para jogá-lo.

Durante a aplicação do jogo, é importante que o/a professor/a esteja disponível para orientar, sanar possíveis dúvidas, explicar e mediar os jogos e avaliar se está atingindo o objetivo (intenção pedagógica) esperado.

Um bom jeito de iniciar a construção de um jogo didático é fazer um “resumo” de como o jogo irá funcionar, como serão os personagens, os objetivos do jogo, materiais que serão utilizados, a temática e os conceitos e conteúdos que serão abordados. Montar um protótipo do jogo com materiais simples pode ser interessante para realizar os “testes” de verificação de regras, pontos, conceitos etc. Os parâmetros apresentados aqui podem ser utilizados também para complementar a elaboração de jogos com os/as alunos/as, que estudaremos a seguir.

Construindo jogos didáticos com os/as alunos/as

Conteúdo

Antes de iniciar a atividade dos/as alunos/as na construção dos jogos didáticos, é necessário que eles possuam conhecimento básico sobre os conteúdos que serão utilizados. Sendo assim, é interessante que os conteúdos sejam apresentados antes de iniciar a atividade; se possível, devem ser resolvidos exercícios para que possam sanar eventuais dúvidas.

Pesquisa

Realizar pesquisas pode ser bastante atrativo para os/as alunos/as, pois dá certa autonomia no processo de compreensão dos conteúdos. Sendo assim, é necessário disponibilizar para eles/as um tempo para que realizem pesquisas para a construção dos jogos didáticos. É importante também orientar as pesquisas dos/as alunos/as, utilizar exemplos, solicitar um planejamento, fornecer questões a serem respondidas pelos/as alunos/as ao final da tarefa de pesquisa.

Tipo de jogo

Ao explicar a atividade para os/as alunos/as, é importante apresentar diferentes modelos de jogos para que conheçam as diversas possibilidades para a atividade. Alguns desses modelos de jogos são: tabuleiro, cartas, “caneta e papel”, perguntas e respostas, dados, roleta, música, jogos online, RPG e puzzle, entre outros; os modelos não precisam ser necessariamente de jogos didáticos.

Materiais

Assim como na construção dos jogos didáticos pelo/pela professor/a, os jogos podem ser feitos com diversos tipos de materiais, como cartolinas, EVA, papel cartão etc., inclusive materiais reciclados, como caixas de papelão, tampas de garrafa e garrafas PET, entre outros.

Manual e regras do jogo

As regras e o manual são uma parte necessária para o desenvolvimento do jogo; sendo assim, é importante deixar claro para os/as alunos/as a necessidade de dedicar um tempo, com atenção, para construí-los.

Papel do/a professor/a

Durante a construção dos jogos, o auxílio do/da professor/a é muito importante para que os/as alunos/as possam tirar suas dúvidas, para que os conteúdos sejam apresentados e utilizados de forma correta e coerente.

Caso seja disponibilizado um tempo para que os/as alunos/as pesquisem, é necessário que tenham à mão livros, artigos e sites seguros, que não contenham conteúdos e/ou conceitos “errados” ou inadequados.

Durante a aplicação do jogo, é importante que o/a professor/a esteja disponível para orientar, explicar e sanar possíveis dúvidas que apareçam no decorrer dos jogos.

Para sugestão de como desenvolver os jogos didáticos com os/as alunos/as, apresentamos a seguir duas propostas com diferentes tempos de desenvolvimento; os próprios/as alunos/as criaram os jogos.

Exemplo de sequência didática 1

A atividade foi realizada em uma turma da 4ª fase de um curso técnico integrado da rede federal de ensino. Para realizar a atividade, foram utilizadas dez aulas de 55 minutos cada, em cinco encontros com duas aulas. Foram utilizadas quatro aulas para explicação de conceitos, quatro para a atividade; em duas aulas, os/as alunos/as jogaram. Recomenda-se esta sequência didática para professores/as que dispõem de maior tempo em sala de aula para trabalhar com jogos didáticos; o Exemplo de Sequência Didática 2 necessita de menos aulas.

Primeiro encontro para a elaboração do jogo (110 minutos)

Objetivos

  • Discutir a importância do estudo de reações químicas e soluções aquosas;
  • Aprimorar os conteúdos abordados nas aulas anteriores com a pesquisa;
  • Definir a importância do conceito de solução e unidades de concentração (massa/volume e quantidade de matéria/volume);
  • Confirmar a relevância do estudo de algumas reações químicas em soluções aquosas.

Conteúdo

  • Conceitos de solução e unidades de concentração (massa volume e quantidade de matéria/volume);
  • Propriedades coligativas e propriedades eletrolíticas de soluções aquosas.

Metodologia

No primeiro momento será realizada discussão com os/as alunos/as sobre a importância do estudo de reações químicas em soluções aquosas. A discussão será baseada nas informações que os/as alunos/as pesquisaram para a atividade solicitada na aula anterior (importância de saber a concentração em produtos utilizados no dia a dia, como quantidade/porcentagem de produtos prejudiciais e minerais na água potável, concentração de medicamentos em xaropes e remédios de aplicação externa, de cloro em piscinas).

Após a discussão, questionamos se os/as alunos/as jogam algum tipo de jogo; se positivo, qual jogo. Então a turma será dividida em quatro grupos. Será realizado sorteio dos participantes de cada grupo (eles não precisam se juntar ainda).

Nesse momento será apresentada a proposta de trabalho que os/as alunos/as terão que desenvolver, criar e montar um jogo utilizando como base os conteúdos – conceitos de solução e unidades de concentração (massa, volume e quantidade de matéria/volume); propriedades coligativas; e propriedades eletrolíticas das soluções aquosas – abordados nas aulas anteriores. Cada grupo ficará responsável por uma parte do conteúdo – grupo 1: conceitos de concentração; grupo 2: tipos de soluções; grupo 3: propriedades coligativas; e grupo 4: propriedades eletrolíticas das soluções aquosas.

Após apresentar a proposta e definir o conteúdo que cada grupo irá trabalhar, serão mostradas imagens de vários modelos de jogos prontos, como: jogos de memória, de tabuleiro, de cartas, quiz, bingo, roleta e dominó, relacionados com Química, para que os/as alunos/as tenham ideias sobre como desenvolver os jogos. Serão disponibilizados também alguns artigos e pôsteres relacionados à criação e desenvolvimento de jogos no ambiente virtual, para que utilizem como auxílio na montagem dos seus jogos.

Quando os grupos e os temas forem definidos, os/as alunos/as serão encaminhados/as até o laboratório interativo ou à biblioteca, para que pesquisem e discutam a construção do jogo. Nesse momento, os/as alunos/as poderão também tirar possíveis dúvidas sobre os conteúdos.

Por fim, será informado que eles/elas terão somente a sequência de aulas para montar os jogos, então a forma como será desenvolvido deve estar pronta para a próxima aula.

Cronograma

Quadro 1: Atividades e horários

Momento

Descrição

Horário

1

Discussão sobre a importância do estudo de reações químicas em soluções aquosas

20 min

2

Separação dos/as alunos/as em grupos

10 min

3

Apresentação da proposta de trabalho e apresentação dos temas e separação por grupo

20 min

4

Apresentação de modelos de jogos

10 min

5

Laboratório interativo/biblioteca

35 min

6

Comunicação aos/às alunos/as sobre os materiais para montar os jogos e que eles terão uma sequência de aulas para montar os jogos

15 min

Total de minutos

110 min

Recursos didáticos

  • Laboratório interativo; projetor; SIGAA (ambiente virtual); artigos sobre jogos; livros; quadro e giz.

Formas de avaliação

  • Realização da pesquisa sobre a importância do estudo de reações químicas em soluções aquosas;
  • Interação e colaboração durante as aulas;
  • Trabalho em equipe.

Segundo encontro para a elaboração do jogo (110 minutos)

Objetivo

  • Aprimorar o conhecimento a respeito dos conteúdos abordados nas aulas anteriores por meio do desenvolvimento e da criação de jogos didáticos.

Metodologia

Nesta sequência didática, os/as alunos/as serão orientados/as na construção dos jogos didáticos.

Se os grupos estiverem com a base/ideia do jogo (como vai ser, regras...) pronta, eles iniciarão a montagem dos jogos. Caso algum grupo não esteja preparado, será disponibilizado o laboratório interativo para que conclua a pesquisa. Os/as alunos/as serão avisados/as de que o jogo deve estar pronto para a próxima sequência de aulas.

Recursos didáticos

  • Materiais para a elaboração dos jogos;
  • Laboratório interativo.

Formas de avaliação

  • Interação e colaboração durante as aulas; “pontualidade”; estar com a base/ideia do jogo pronta; criatividade na elaboração dos jogos; trabalho em equipe.

Terceiro encontro: “Jogatina” (110 minutos)

Objetivo

  • Aprimorar a compreensão dos conteúdos abordados nas aulas anteriores mediante a ludicidade e jogos didáticos.

Metodologia

Inicialmente pediremos para que os grupos se juntem e então um/uma aluno/a de cada grupo vai “migrar” para outro grupo com o jogo desenvolvido, para que ele/ela explique para os colegas suas regras e o funcionamento e então o outro grupo comece a jogar. O ideal é que os quatro grupos joguem os quatro jogos criados, mas isso depende do tempo necessário para terminar cada jogo, para que os/as alunos/as que desenvolveram o jogo com outro tema também compreendam os outros conteúdos.

Após isso, os jogos serão distribuídos de forma que os grupos fiquem com os jogos desenvolvidos pelos/as colegas, para que compreendam também os outros conteúdos, já que cada grupo ficou com um conteúdo. E então será iniciada a “jogatina”.

Enquanto os/as alunos/as estiverem jogando, o/a professor/a estará auxiliando os grupos e tirando dúvidas sobre os conteúdos abordados nos jogos.

Recursos didáticos

  • Jogos didáticos produzidos pelos/as alunos/as.

Forma de avaliação

  • Interação e colaboração durante as aulas; criatividade na elaboração dos jogos; apresentação de coerência nos jogos em relação ao conteúdo estudado; trabalho em equipe.

Exemplo de sequência didática 2

A atividade foi realizada com uma turma de 3º ano do Ensino Médio de uma escola pública estadual de Santa Catarina. Para realizar a atividade, foram utilizadas no total nove aulas de 45 minutos cada; cinco aulas foram utilizadas para explicar os conceitos, três para realizar a atividade e uma aula para os/as alunos/as jogarem.

Primeira aula para a elaboração do jogo (45 minutos)

Objetivo

  • Compreender os conteúdos sobre isomeria óptica e regras de nomenclaturas de álcoois, ésteres e cetonas abordados nas aulas anteriores, por meio da pesquisa para criação e desenvolvimento dos jogos didáticos.

Conteúdos

  • Nomenclatura das funções orgânicas álcool, éster e cetona;
  • Isomeria óptica.

Desenvolvimento metodológico

A aula será destinada à apresentação da proposta de elaborar jogos didáticos, utilizando os conteúdos abordados durante as aulas anteriores – nomenclatura das funções orgânicas álcool, éster e cetona; e isomeria óptica.

Após esse momento, a turma será dividida em cinco grupos de seis alunos/as; cada grupo ficará responsável por um dos assuntos abordados em aula – grupo 1: Função orgânica álcool; grupo 2: Função orgânica éster; grupo 3: Função orgânica cetona; grupo 4: Isomeria; e grupo 5: A química dos aromas.

Após apresentar a proposta e definir o conteúdo que cada grupo irá trabalhar, serão mostradas imagens de vários modelos de jogos prontos, como: jogos de memória, de tabuleiro, de cartas, quiz, bingo, roleta e dominó relacionados com a Química, para que os/as alunos/as tenham ideias sobre como desenvolver seus jogos.

Será comentado que os jogos podem ser montados a partir de materiais reciclados (caixa de papelão, garrafa pet, tampinhas etc.).

Por fim, será informado que eles/as terão somente uma aula para montar os jogos, ou seja, a forma como será desenvolvido deve estar pronta para a aula seguinte.

Cronograma

Quadro 2: Atividades e horários

Momento

Descrição

Tempo

1

Chamada (se necessário)

5 min

2

Explicação sobre o trabalho e a apresentação

15 min

3

Separação dos/das alunos/as em quatro grupos

5 min

4

Divisão dos assuntos + Discussão entre os/as alunos/as sobre a proposta

15 min

5

Apresentação dos slides com alguns modelos de jogos

5 min

Recursos didáticos

  • Quadro branco; datashow; artigos sobre a construção de jogos didáticos.

Forma de avaliação

  • Interação e cooperação durante a aula.

Segunda aula para a elaboração do jogo (45 minutos)

Objetivo

  • Aprimorar o conhecimento dos conteúdos abordados nas aulas anteriores por meio do desenvolvimento e da criação de jogos didáticos.

Desenvolvimento metodológico

No início da aula, os/as alunos/as irão realizar uma atividade não avaliativa sobre isomerias; a atividade tem como objetivo montar, em duplas, pares enantiômeros, com balas de goma e palitos de dente.

Após a atividade, os/as alunos/as serão orientados para a construção dos jogos didáticos.
Os grupos que estiverem com a base/ideia do jogo (como vai ser, regras...) pronta, irão iniciar a montagem dos jogos. Caso algum grupo não esteja preparado, será liberado o uso do celular para que conclua a pesquisa.

Durante a elaboração dos jogos, os/as alunos/as serão lembrados/as da necessidade de fazer uma “cartilha” contendo as regras dos jogos que não poderá ser copiada dos jogos.

Os/as alunos/as serão informados/as de que, se precisarem de auxílio para a elaboração dos jogos, a licencianda estará disponível para auxiliá-los/as por e-mail; caso considerem necessário, poderá ser marcado um horário para auxiliá-los pessoalmente.

Recursos didáticos

  • Materiais para a elaboração dos jogos; resumo sobre isomeria óptica; resumo sobre a nomenclatura das funções orgânicas álcool, éster e cetona.

Formas de avaliação

  • Interação e colaboração durante a produção do jogo; criatividade na elaboração dos jogos; trabalho em equipe.

Terceira aula para a elaboração do jogo (45 minutos)

Objetivo

  • Aprimorar o conhecimento dos conteúdos abordados nas aulas anteriores por meio do desenvolvimento e da criação de jogos didáticos.

Desenvolvimento metodológico

Nesta aula, os/as alunos/as serão orientados na construção dos jogos didáticos.

Serão entregues os materiais solicitados pelos/as alunos/as; então, se os grupos estiverem com a base/ideia do jogo (como vai ser, regras...) pronta, irão iniciar a montagem dos jogos. Caso algum grupo não esteja preparado, será liberado o uso do celular para que conclua a pesquisa.

Durante a elaboração dos jogos, os/as alunos/as serão lembrados/as da necessidade de fazer uma “cartilha” contendo as regras dos jogos, que não poderá ser copiada dos jogos.

Os/as alunos/as serão informados/as de que o jogo deverá estar pronto para a próxima aula e que, se precisarem de auxílio para a elaboração dos jogos, a licencianda estará disponível para auxiliá-los/as por e-mail; caso considerem necessário, poderá ser marcado um horário para auxiliá-los/as pessoalmente.

Recursos didáticos

  • Materiais para a elaboração dos jogos; resumo sobre isomeria óptica; resumo sobre a nomenclatura das funções orgânicas álcool, éster e cetona.

Formas de avaliação

  • Interação e colaboração durante a produção do jogo; criatividade na elaboração dos jogos; trabalho em equipe.

Referências

CASTRO, Dayane Flávia; TREDEZINI, Adriana Lanna de Malta. A importância do jogo/lúdico no processo de ensino-aprendizagem. Perquirere, Patos de Minas, p. 166-181, julho 2014. Disponível em: http://perquirere.unipam.edu.br/documents/23456/422843/A+++import%C3%A2ncia+do+jogo-l%C3%BAdico+no+processo+de+ensino-aprendizagem.pdf. Acesso em: jan. 2019.

CHASSOT, Attico. Para que(m) é útil o ensino? 2ª ed. Canoas: Ulbra, 2004.

CUNHA, Marcia Borin. Jogos no ensino de Química: considerações teóricas para sua utilização em sala de aula. QNEsc, São Paulo, v. 34, nº 2, p. 92-98, maio 2012. Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc34_2/07-PE-53-11.pdf. Acesso em: jan. 2019.

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A experiência de realização de jogos didáticos para o ensino de Química de acordo com o proposto neste planejamento está apresentada na edição de 16 de junho da revista Educação Pública, no endereço https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/20/22/jogos-didaticos-e-o-ensino-de-quimica-elementos-comuns-para-a-formacao-da-cidadania.

Publicado em 02 de junho de 2020

Como citar este artigo (ABNT)

SCHNEIDER, Mariana; JACQUES, Vinicius; DEMOS, Talles Viana. Parâmetros para a elaboração e desenvolvimento de jogos didáticos para o ensino de Química. Revista Educação Pública, v. 20, nº 20, 2 de junho de 2020. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/20/20/parametros-para-a-elaboracao-e-desenvolvimento-de-jogos-didaticos-para-o-ensino-de-quimica

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