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A pressa é amiga da perfeição

Armando Correa de Siqueira Neto

Professor e psicólogo

É possível que provérbios até então intocados por razões variadas – dentre elas o receio de topar de frente com anos de enraizada tradição popular – possam ser reavaliados e, de tal feita, encontrar novas perspectivas a seu respeito, haja vista que as muitas transformações sofridas até então, sobretudo no campo profissional, demandam novos e fundamentais ajustes. “A pressa é inimiga da perfeição”, por exemplo, já não traduz verdadeiramente a estatura acerca dos resultados que se pode obter na vida organizacional contemporânea. Entende-se, pois, que tal máxima encontra-se ultrapassada na prática laboral. Ao contrário, verificando o polo oposto de tal dito é que se alcança o seu inusitado entendimento. Rapidez e qualidade precisam andar de mãos dadas. É uma exigência do mercado e um compromisso pessoal do desenvolvimento do trabalhador para consigo mesmo.

Portanto, há o preço a pagar pela mudança que faz elevar o nível de produtividade a patamares de causar inveja. Nada ocorre por acaso. Competência e vontade são o motor do grande piloto. Não se consegue uma vitória de impacto apenas por débeis participações no circuito profissional. É preciso mais. Bem mais. O cuidado, entretanto, reside no fato de a pessoa estar alerta ao autoengano acerca de sua própria limitação, tomando-se por alguém que não é. Crer-se o Ayrton Senna organizacional do século XXI sem possuir a devida habilidade é tão somente se iludir e sofrer penosamente sob o jugo da frustração. A autoavaliação profunda e honesta a respeito dos pontos favoráveis e desfavoráveis deve ser prezada vigorosamente. Uma espécie de revisão de si mesmo.

A genialidade profissional se dá através da autossuperação obtida com sangue, suor e lágrimas, além de outros requisitos largamente procurados. Então, corra!

Observando o dinamismo produtivo que se instalou em certas organizações a crescentes e ininterruptos passos, é devido ponderar que, tanto o investimento educacional oferecido aos seus colaboradores quanto a respectiva cobrança de resultados, levaram muitos a modificar o status da sua capacidade existente até então. Ou seja, a gestão de pessoas, nesses casos, prezou o aperfeiçoamento e o gerenciamento, fazendo extrair mais da mesma pessoa. Produz-se maior aptidão e agilidade. Vale lembrar que tal aperfeiçoamento não é fruto de um modismo, mas uma adequação ao apelo da competitividade e da sobrevivência.

Faça o teste: coloque-se no lugar do consumidor e indague-se: “desejo para mim a incompetência e a lentidão como resposta às necessidades de consumo?”

A falta de tempo, a coordenação da agenda apertada, a focalização em prioridades, o aproveitamento ótimo de cada minuto nos eventos diários clamam por atuação profissional precisa, de conhecimento e ligeireza impecáveis. A pressa é amiga da perfeição. Aquele que tomar consciência acerca da superação que deverá empreender sobre si mesmo e ultrapassar as barreiras da cegueira, da autoilusão e da má vontade será capaz de pisar fundo no acelerador e ganhar terreno ao contradizer obsoletos dizeres, imprimindo-lhes novos e adequados significados. Mas a transformação é uma responsabilidade pessoal, intransferível. Só você pode determinar a velocidade que lhe garanta vaga no pódio do crescimento e do sucesso.

Publicado em 27 de abril de 2010.

Publicado em 27 de abril de 2010

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