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Filmes animados - modo fácil de fazer

Alexandre Amorim

“Uma ideia na cabeça e uma câmera na mão.” O mote de Glauber Rocha se tornou palavra de ordem para gerações de diretores brasileiros, que até hoje sofrem com capacitação de recursos e ideias que só podem se realizar por meios alternativos. A máquina digital, hoje, é apontada como um meio barato de fazer cinema, mas, como a tecnologia anda mais rápido do que costumava andar, talvez já exista algo mais funcional e mais barato quando este texto for publicado. De qualquer forma, ter uma câmera no tripé, um computador com os softwares certos, uma cartolina na mesa e um monte de massa de modelar nas mãos já nos deixa habilitados a contar uma história animada. História com movimento, que é o cinema.

A receita é fácil. A ideia na cabeça tem que se dividir em dois tipos: a criatividade para contar uma história e a maneira de conseguir o material. Afinal, que pode ser caro, mas também pode ser emprestado ou conseguido através de projetos. Vamos aos ingredientes:

  • Um computador;
  • Um software de animação;
  • Um manual do software acima;
  • Uma câmera digital (que pode ser até fotográfica);
  • Uma mesa;
  • Uma (ou mais) cartolina(s);
  • Fita adesiva;
  • Massa de modelar de cores sortidas;
  • Ingredientes extras: tintas, papéis coloridos, isopor, panos etc.

Modo de fazer:

  1. Criar uma história a ser animada.
  2. Definir os personagens a serem modelados.
  3. Modelar os personagens com a massa (e ingredientes extras, se desejar).
  4. Colocar a mesa com um lado junto à parede. Arrumar a cartolina na mesa de modo a formar um fundo infinito. Isso se faz da seguinte forma: colar uma parte da cartolina na mesa e outra parte na parede, como se a cartolina fosse o “chão” (na mesa) e o “céu” (na parede). A cartolina pode ser pintada e ornada com os ingredientes extras, de modo a formar o cenário da história a ser filmada.
  5. Posicionar a câmera no tripé, de modo que o cenário seja enquadrado.
  6. Tirar fotos de cada quadro a ser animado. Por exemplo: um personagem que mergulha em um lago. Esse personagem deve ser fotografado ao lado do lago, levantando os braços, se dobrando para o mergulho e entrando na “água”; o processo de “mergulho” vai obrigar você a ir retirando partes do boneco, para que passe a impressão de que ele está entrando na água. Se ele for mergulhar de cabeça, as mãos devem ser tiradas, com o braço colado na água e o boneco de ponta-cabeça; depois, retira-se a cabeça, parte do tronco e assim por diante, até que só sobrem os pés para “fora” do lago.
  7. Ligar o computador. Instalar o software no computador – o software pode ser o Windows Movie Maker, que já vem com o Windows. Pode ser também o Flash, que é mais completo, mas por isso mesmo é mais caro e mais difícil de usar. Enquanto o software está sendo instalado, ler o manual (esses softwares nem sempre são simples, mas, para o uso básico, basta uma lida no manual).
  8. Passar as fotos para o computador. Importar as fotos para o software. As fotos devem estar na ordem, para que o software passe a sequência de fotos de modo a mostrar o movimento desejado. O filme está (praticamente) pronto!

É claro que a receita está bem resumida e que você, leitor, vai ter que suar um pouquinho para realizar essa animação. Mas, uma vez que a técnica for aprendida, essa é uma ótima maneira de criar novas opções para o uso da informática para os alunos. Quanto mais complicada a história a ser narrada, mais complicado vai ser filmar essa história. Um bom conselho é começar com histórias bem pequenas, de meio minuto, contando apenas uma cena, com dois ou três personagens. Se a preguiça for grande, proponho uma visita ao pessoal da Moleque de Ideias (www.moleque.com.br), onde aprendi a fazer esses filminhos animados e onde, mais tarde, ensinei a muitas crianças como era simples e divertido fazer histórias animadas no computador.

A informática é uma realidade no nosso cotidiano, mas, infelizmente, ainda não está disponível para todos os alunos, nem mesmo para os professores. Muitos educadores ainda se sentem inseguros em manipular softwares relativamente simples e acabam por desistir de usar uma ferramenta tão útil e que desperta tanto interesse em crianças e adolescentes. Este texto é apenas um exemplo das inúmeras maneiras de inserir o computador em sala de aula, seja para ensinar português, artes, matemática ou mesmo... informática!

Publicado em 01 de junho de 2010

Publicado em 01 de junho de 2010

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