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Pode tirar o “cavalo da chuva” quem tem o “burro na sombra”

Armando Correa de Siqueira Neto

Professor e psicólogo

Aquele que ainda acredita na maré mansa profissional parou no tempo. Mais: desconectou-se da pujante realidade que toma conta do mercado mundial. Quem aguarda os bons ventos de outrora não vê com a devida clareza o próprio presente nem o futuro. Se a esperança está depositada na brisa suave da acomodação, é melhor preparar-se para a inevitável tempestade das ações permanentes. A evolução não descansa. Logo, qualquer esboço de teimosia frente a tal movimento será penalizado com a frustração, o desânimo e o baixo ganho financeiro. Por outro lado, a recompensa será justa e altamente motivadora se houver empenho na escalada do progresso pessoal no trabalho. De que lado você quer ficar?

Há algum tempo, estudar, por exemplo, restringia-se à formação de nível médio. Com a crescente competitividade, no entanto, elevou-se a demanda ao patamar do nível universitário. A pós-graduação veio em seguida, qual um item de primeira necessidade. Ou seja, num curto espaço de tempo, impuseram-se graus de formação àquele que pretendeu crescer e conquistar cada objetivo traçado para a sua carreira. Hoje, porém, vê-se a corda muito mais esticada, levando à compreensão de que não há mais o teto médio de aprendizagem que permita ao homem apear do burro e colocá-lo na sombra. Encerrou-se essa era. Agora, o fluxo ininterrupto é a marca registrada da mentalidade daquele que pretende manter-se no páreo profissional – inclusive os professores.

O famoso e empobrecido “não sou pago para isso!” também perdeu a sua validade, haja vista a flexibilidade ter-se instalado de vez no reino das necessidades cotidianas – e mais ainda nas escolas. Fazer mais do que se espera já era bem-vindo em épocas anteriores; agora, então, nem se fale. Ultrapassar barreiras e fugir à mediocridade tornou-se condição vital para a sobrevivência e o aperfeiçoamento docente.

Já ficaram para trás os pálidos modelos de liderança que não alcançam o adequado acolhimento dos liderados, considerando a competência de identificar as motivações de cada um, as dificuldades de aprendizagem e de mudança, os obstáculos dos processos de comunicação, as amarras que impedem o desenvolvimento da autonomia de estudo e aprendizagem e os medos e incompetências de cobrar e obter resultados mais significativos.

Pode tirar o “cavalo da chuva” quem tem o “burro na sombra”, pois daqui por diante o cerco se apertará; resistirá habilmente quem se acostumar à continuidade da aprendizagem, ao uso da reflexão, à atitude empreendedora, à maturidade de assumir a responsabilidade pessoal, à autoavaliação e a correção dos erros cometidos, quem se acostumar à incansável tarefa de se pôr à prova de romper limites e enxergar que é possível ir mais longe do que se imagina.

Mas tais aspectos só se concretizam com sua consciência. Você se permite?

Publicado em 26 de outubro de 2010

Publicado em 26 de outubro de 2010

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