EAD em Foco: a revista científica online da Fundação Cecierj

Da ideia de divulgar os trabalhos científicos dos profissionais de educação a distância do Brasil e do exterior surgiu a EAD em Foco, a revista digital da Fundação CECIERJ. Lançada em abril de 2010, essa publicação científica em formato eletrônico tem edição semestral e já conta com 1.832 leitores cadastrados. Na próxima edição, prevista para dezembro, haverá artigos de profissionais de educação a distância de diversos estados brasileiros. Para conhecer a revista, basta acessar http://eademfoco.cecierj.edu.br e se cadastrar.

Segundo o editor da EAD em Foco, Fabio Rapello, o diferencial da revista é a possibilidade de acrescentar aos textos publicados vários recursos multimídia, como animações, filmes e vídeos. “A educação a distância faz muito uso de ferramentas tecnológicas como recursos pedagógicos, agregando mais valor ao conteúdo”, afirma Fabio. Na entrevista a seguir, ele fala mais sobre a revista, sobre educação a distância e um pouco sobre sua vida profissional.

Revista Educação Pública – Qual é sua formação acadêmica?

Fabio Rapello - Me formei em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo. Depois fiz especialização em Administração e Marketing e minhas experiências profissionais acabaram me direcionando para a área de produção gráfica. Mas, antes disso, passei pela faculdade de Enfermagem e cheguei a começar o curso de Geografia. Sempre tive interesse em diferentes áreas.

Revista Educação Pública – Conte sua história na Fundação Cecierj.

Fabio Rapello - Trabalho na Fundação desde maio de 2006. Entrei como técnico de nível superior na área de Produção Gráfica; depois de um tempo, comecei a trabalhar na Diretoria de Extensão e hoje coordeno a Divisão de Material Impresso da Fundação e trabalho como editor da revista.

Revista Educação Pública – Como surgiu a EAD em Foco?

Fabio Rapello - Após um tempo trabalhando na Fundação, apresentei o projeto de uma revista científica para a presidência, pois pensei que um lugar que produzia muito material de educação deveria ter um espaço para a divulgação do mesmo. A presidência, que já tinha a intenção de realizar um projeto parecido, me deu a autorização para fazê-lo. A ideia de uma revista científica digital no Brasil é muito recente. Quando começamos a desenvolver a EAD em Foco, em 2009, só existia mais uma revista no Brasil com formato similar, em Santa Catarina. Nós utilizamos o sistema do IBICT, chamado Serviço Eletrônico de Editoração de Revista (SEER). Trata-se de um sistema aberto que funciona dentro de um formato internacional.

Revista Educação Pública – Como funciona a revista?

Fabio Rapello - Ao acessar a EAD em Foco, o usuário preenche um cadastro e pode optar por ser leitor, avaliador e/ou autor. Nesse caso, qualquer texto que esteja dentro das normas da revista é encaminhado para uma avaliação realizada por profissionais especializados e de destaque na área. Sendo aprovado, o artigo passa por formatação para que se enquadre nos padrões gráficos. Temos uma média de 16 artigos por edição, o que consideramos bastante razoável, por se tratar de uma revista nova e ainda pouco conhecida. Na primeira edição, tivemos o artigo de uma pesquisadora dos EUA. Na segunda edição, teremos a publicação de profissionais de quatro diferentes estados brasileiros e de instituições de pesquisa importantes, como a Fiocruz. E isso sem divulgação tão intensa até hoje. Como se trata de uma publicação eletrônica, nós podemos utilizar vários recursos, como áudio, vídeo e animação. Tudo isso ajuda a ilustrar o conteúdo do artigo, facilitando a compreensão do leitor.

Revista Educação Pública – Fale sobre os objetivos e os diferenciais da publicação.

Fabio Rapello - O objetivo da revista é a divulgação de trabalhos científicos e de pesquisa dos profissionais da área de educação a distância inseridos em instituições do Brasil e do exterior. Os materiais divulgados são de variados temas, sempre ligados à modalidade de educação a distância.

O diferencial da revista é justamente a possibilidade de utilização de recursos (multimídia) menos utilizados em outras áreas. Para o aluno, visualizar o que o professor quer dizer pode ser muito mais interessante do que só ler sobre aquilo. Quando construímos as edições, tentamos variar os temas e apresentar ao usuário uma publicação diversificada para atender aos diferentes perfis de público.

Revista Educação Pública – O público tem retornado de que forma?

Fabio Rapello - As pessoas têm gostado bastante. Temos recebido muitos e-mails, muito retorno positivo com relação à qualidade, à diversidade dos temas abordados, com relação à parte estética e de conteúdo. Na realização da revista, nós pensamos muito na questão do visual, para que o conteúdo fosse apresentado de maneira moderna, clara e leve, independente da quantidade de texto e dos recursos utilizados. A ideia é divulgar ao máximo as conquistas da educação a distância, sendo mais um canal para os profissionais dessa área.

Revista Educação Pública – Como você vê a educação a distância hoje e o que espera para o futuro próximo dessa área?

Fabio Rapello - É uma ferramenta que auxilia muito, até pela facilidade que nós temos hoje com os recursos tecnológicos, que oferecem maior mobilidade, interatividade e acesso rápido a uma série de informações. Tudo isso atrai muitos perfis de público, como as pessoas que não podem ir a um local físico de ensino, além de auxiliar muito os professores no preparo das aulas, agregando recursos que até um tempo atrás demandariam muito dinheiro.

Revista Educação Pública – Mas ainda há muita resistência, tanto dos estudantes quanto dos docentes...

Fabio Rapello - Sim, ainda há muita resistência. O que se percebe é que, com os recursos tecnológicos que temos hoje, a tendência é que o ensino a distância se expanda e que as pessoas percam o preconceito, pois a qualidade está aumentando. Hoje, há pesquisas, estudos, avaliações muito profundas com relação à EAD. Se forem avaliados os alunos que estudaram na modalidade a distância e os da modalidade presencial, os de EAD precisam ser mais disciplinados, ter mais iniciativa, porque o tipo de exigência faz com que os alunos desenvolvam certas habilidades que não são exigidas pela modalidade presencial, como o uso de ferramentas tecnológicas. O aluno de EAD precisa pesquisar, se colocar mais nas aulas, buscar caminhos por conta própria.

Revista Educação Pública - Falando um pouco dos docentes como público-alvo, o que você diria aos profissionais de educação que ainda têm muita resistência com relação à EAD e aos recursos tecnológicos como ferramenta de aprendizagem?

Fabio Rapello - O que eu vejo como mais benéfico para os professores, com relação aos recursos tecnológicos, é a possibilidade de ter acesso a informações mais recentes e atualizadas nos mais diferentes assuntos. E, se você tem um espaço que lhe garanta a credibilidade da informação que está sendo passada, como a Fundação Cecierj, que tem preocupação com a qualidade do conteúdo e como ele chegará ao público, você tem toda facilidade, como na preparação de uma aula, por exemplo. No caso dos alunos de Extensão da Fundação Cecierj, que é voltada para a educação continuada de professores, eles têm toda orientação sobre EAD e os seus recursos, junto com o conteúdo da área em que atuam. Esses profissionais têm uma responsabilidade fundamental na educação e devem aproveitar essas oportunidades de atualização. Hoje, o professor tem uma série de possibilidades de se atualizar em relação aos recursos tecnológicos, podendo obter até mesmo crédito público para comprar seu computador. A EAD não é antagônica à presencial, ela é complementar a esta, e complementar de forma bastante rica. Quanto mais você se aprofunda no conhecimento, mais possibilidades vão sendo apresentadas a você, sendo os recursos e o conteúdo apresentados os facilitadores desse processo, especialmente para os profissionais que precisam de uma atualização mais freqüente e rápida.

07/10/2010