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Autonomia e motivação profissional
Armando Correa de Siqueira Neto
Psicólogo e professor
O prazer no trabalho é uma fonte cristalina de motivação. Vê-se com clareza o que se pretende e, mesmo que se altere parte do projeto ou o desvio seja total, há sempre a chance de ajustar ou iniciar novamente, contando com as causas já bem definidas, além da satisfação de ter experimentado os efeitos do que se causou com maior domínio. O prazer também se relaciona à autonomia que temos acerca das decisões (certas ou erradas) que tomamos, através de atitudes nascidas em nosso âmago. Como registra o escritor Lourenço Prado: “Sois senhor de vós mesmos.” Ou, pelo menos, podereis conquistar tal status.
A autonomia do pensamento e das ações, encontrada em algumas pessoas de perfil independente, é capaz de provocar constantes enxurradas de motivação. Afinal, elas contam consigo mesmas para boa parte dos projetos que criam, além de terem de responder por seus atos, independentemente do que resultar deles, positivo ou negativo. Logo, as chances de se motivarem é maior. Ken Blanchard, autor de vários best-sellers, aproxima-se de tal ideia ao expressar: “As únicas pessoas que não precisam ser motivadas por terceiros são os empresários – pessoas donas do próprio negócio ou colaboradores independentes trabalhando por conta própria. São automotivados, e suas metas estão alinhadas às metas organizacionais. Na verdade, suas metas pessoais e organizacionais geralmente são as mesmas”.
Por outro lado, colaboradores com perfil de dependência para muitas decisões e com baixo nível de atitude estão fadados (temporariamente, se assim o desejarem) a uma reduzida carga de motivação, haja vista se cobrarem de forma limitada, permanecendo na zona de conforto. A motivação tem estreita relação com a pressão exercida pela cobrança. Quanto mais houver acomodação e dependência por parte do trabalhador, mais ele estará sensível aos efeitos – normalmente ruins – causados pela desmotivação que se instala. Por outro lado, a ação e o crescimento maduro são o remédio, embora amargo em muitas ocasiões, que permite a mudança do estado apático e triste para a condição mais adequada, na qual a independência é parte indissociável.
O prazer no trabalho, portanto, depende de como decidimos encarar as atividades profissionais: passiva ou ativamente. Quantas pessoas se prostram diante da sua própria passividade? Se refletissem com a devida seriedade, é bem provável que se deparassem consigo mesmas, e identificariam que grande parte da culpa pelo estado entristecido diz respeito ao modo como encaram a vida e quanto deixam de estimular a sua motivação através de atitudes que as levassem à evolução da maturidade e da responsabilidade pessoal.
A questão ideal é: quantas vezes refletimos sobre o que causamos a nós mesmos? Será que desejamos o crescimento e o amadurecimento pessoal e profissional? Vale a pena o sacrifício?
Publicado em 23 de fevereiro de 2010
Publicado em 23 de fevereiro de 2010
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