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Mais energia e menos aquecimento global – O desafio do século XXI

Roosevelt S. Fernandes

Coordenador do Núcleo de Estudos em Percepção Ambiental - Univix

Tendo como base inicial o artigo de Luis Cesar Stano, Gerente de Segurança, Meio Ambiente e Saúde da Petrobras, é inevitável, face às demandas por energia, que as projeções apontem para demandas crescentes.

Segundo a Agência Internacional de Energia, esse crescimento será de 1,5% ao ano de 2007 a 2030 (40% no período), sendo 2,3% nos países em desenvolvimento e 0,2% nos países desenvolvidos. Por exemplo: em 2007, o consumo de combustíveis de origem fóssil (não renováveis) – carvão, petróleo e gás natural – representou 81% da energia consumida no mundo.

Porém, tendo como premissa o dito “a natureza não reage às ações do homem; ela se vinga no momento oportuno”, nas duas últimas décadas despontaram evidências de que a temperatura média da superfície do planeta vem aumentando, evidenciando, com certo grau de certeza, que esse aquecimento anormal se relaciona à intensificação do efeito estufa, decorrente do aumento de concentração na atmosfera de alguns gases, entre eles o dióxido de carbono (CO2).

Tal aquecimento se mostrou capaz de provocar uma mudança global do clima, em condições de impactar as atividades humanas, o que obrigou os países a discutir e adotar medidas que impedissem que as mudanças climáticas ultrapassassem níveis predeterminados, além dos quais poderiam advir efeitos catastróficos.

O tema, hoje muito associado a polêmicas – o que nada contribui para sua real compreensão pela sociedade – evidencia que são várias as informações sobre se há ou não o processo de aquecimento global, porém parece óbvio que a atmosfera da Terra está recebendo a contribuição de milhões de toneladas de gases de efeito estufa (produto da queima de combustíveis fósseis) que estavam armazenados dentro da Terra (na forma de combustíveis) e agora estão fazendo parte da nossa atmosfera; daí é de se esperar que a natureza esteja reagindo às novas condições.

Mas há quem argumente que o problema existe, mas não é do tamanho que alguns tentam apresentar, dando como exemplo que recentemente a Organização Mundial da Saúde classificou como pandemia a incidência do vírus H1N1 (da gripe suína), em todo o mundo, porém para alguns os resultados da doença registrados até hoje não mostram a plenitude dos efeitos esperados, o que pode levar à suspeita de que alguns cientistas exageraram sobre a real gravidade do surto de gripe – o que pode estar ocorrendo hoje com os efeitos das mudanças climáticas.

No caso do Brasil, tendo em conta pesquisas já realizadas, observa-se que 79% dos entrevistados concordam em reduzir o crescimento e o emprego para proteger o meio ambiente, porém muito menos (48%) concordam em pagar preços mais altos pelos produtos ambientalmente mais favoráveis.

Em síntese: alguns cientistas são cautelosos em afirmar que as alterações de temperatura registradas no planeta são decorrentes das mudanças climáticas; entretanto, são praticamente unânimes em assegurar que o crescimento da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera modifica o clima da Terra.

Desse cenário não otimista pode-se inferir que um dos maiores desafios do século XXI será conciliar o crescimento da oferta de energia sem que isso leve a tornar irreversível e danosa a ação do efeito estufa.

Publicado em 16 de março de 2010

Publicado em 16 de março de 2010

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