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Educação Inclusiva: aprendendo com as diferenças
Mariana Cruz
A educação inclusiva é algo relativamente novo no Brasil e, infelizmente, resultado de uma longa história de exclusão. Basta olhar o passado recente para constatar que o preconceito era algo legitimado, afinal há menos de 130 anos (o que historicamente é um período ínfimo) os negros ainda eram escravizados e há 80 anos a mulher não tinha direito a voto. Diante disso, não é surpreendente que a educação inclusiva seja algo recente.
Hoje em dia nos sentimos indignados ao saber de qualquer tipo de discriminação, seja ela racial, de gênero, de credo ou com pessoas portadoras de necessidades especiais. Mas nem sempre foi assim. Em 1866, quando Langdon Down faz pela primeira vez a descrição de pessoas com síndrome de Down, ele mostrou que elas ficavam em casa e tinham contato apenas com seus familiares. Aqui no Brasil, muitos dos bebês nascidos com alguma deficiência física ou mental eram rejeitados pelos próprios pais e por vezes eram colocados na Roda dos Expostos (no primeiro relatório sobre a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Francisco Martins de Almeida - Typ. de Jorge Sucler, São Paulo, 2ª ed., 1909, p. 23. In: MESGRAVIS, 1976, p. 184 -, escreveram: “Pode-se supor que muitas dessas crianças traziam defeitos físicos ou mentais, porquanto as crônicas da época revelavam que eram abandonadas em lugares assediados por bichos que muitas vezes as mutilavam ou matavam”).
No século XX, o quadro da exclusão começou a mudar. Com a Segunda Guerra, o desemprego e a recessão tornaram as desigualdades sociais ainda mais gritantes. Os grupos minoritários, cada vez mais injustiçados, começam a lutar por melhores condições, até que em 1948 foi publicada a Declaração Universal dos Direitos Humanos – considerada um grande passo para a criação de uma escola para todos.
Princípios da Educação Inclusiva
A Educação Inclusiva tem por princípio fazer com que crianças com necessidades especiais tenham as mesmas oportunidades que aquelas consideradas “normais”. O conceito “Inclusão” soa problemático na medida em que se pode entender que, se uma criança é “incluída”, isso significa que todas as outras são excluídas. Assim, não é apropriado interpretar tal termo de forma tão restrita, e sim de forma mais ampla.
Tal amplitude também deve ser utilizada na lida com essas crianças, que devem ser tratadas de forma igual às ditas “normais”, sem paternalismo nem omissão. Elas podem, a seu modo, aprender, pois não há limite para a aprendizagem; pode-se aprender a vida toda. Da mesma forma que as pessoas aprendem de formas diferentes, isso também acontece com o aluno com necessidades especiais. Os colegas de classe desse aluno também poderão vir a aprender com ele.
A escola que se propõe a ser inclusiva deve se preocupar não em como fazer o aluno se adaptar a ela, e sim em como ela irá fazer para se adaptar ao aluno.
Sites consultados:
- http://www.drauziovarella.com.br/ExibirConteudo/1080/sindrome-de-down
- http://www.lapeade.com.br/publicacoes/artigos/Escola%20para%20Todos.pdf
- http://www.apaebrasil.org.br/arquivo.phtml?a=12605
Publicado em 10 de maio de 2011
Publicado em 10 de maio de 2011
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