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Esporte e educação: o que têm em comum?

Tatiana Serra

Para a educação que idealizamos, as questões culturais e esportivas são fundamentais na formação de um cidadão

Patrícia Amorim, presidente do Flamengo

Saudações rubro-negras! O texto poderia começar assim, afinal, o Flamengo acaba de ser campeão carioca invicto e, se não fosse a morte de Osama Bin Laden, o vermelho e preto estamparia os principais veículos de informação do último dia 2 de maio.

Contudo, o objetivo aqui é falar sobre esporte em comparação à educação. O que esses dois segmentos teriam em comum? No país do futebol, tenhamos esse esporte como exemplo. Que menino não sonha em ser jogador de futebol? Seja pela habilidade com a bola e/ou pela perspectiva de ter uma das profissões mais bem remuneradas do mundo, a verdade é que esse é mesmo o sonho da maioria dos meninos, especialmente das classes menos favorecidas. E aí está o ponto: o que muito se vê são exemplos de jogadores milionários, mas com apenas o mínimo de escolaridade.

Então como convencer crianças e adolescentes de que, para ser “alguém” na vida, é preciso estudar muito? Quantas vezes, ao ouvir um jogador cometer faltas gramaticais graves, como “a gente vamo fazer o porsível” ou “esse jogo nós vai vencer”, não nos perguntamos o porquê de ele não voltar a estudar? Nesses casos, a fama e o sucesso se encarregam de inverter os valores, e os estudos não se encontram nos planos da maioria desses garotos. Garotos que, sem estímulo para o estudo em casa, entre os amigos e, quem sabe, até no trabalho, vão driblando as dificuldades com a língua portuguesa e aprendendo a se virar nas línguas dos clubes para onde têm seus passes vendidos.

Apesar disso, há pontos em que o esporte e a educação se encontram. Valores como disciplina, trabalho em equipe, saber lidar com dificuldades e frustrações e o próprio ganhar e perder são exercitados o tempo inteiro pelos atletas e fundamentais para educar um cidadão. Não é à toa que muitas empresas, em seus processos seletivos, têm perguntado aos candidatos se eles fazem ou já fizeram algum esporte coletivo. Isso já diria um pouco sobre sua personalidade e, juntamente com o nível de escolaridade e as experiências profissionais, daria ao candidato pontos para a conquista do emprego.

Voltando ao Flamengo... No último dia 26 de abril, a TV Record promoveu o Prêmio Atitude Carioca, em homenagem a personalidades que se destacaram na sociedade, e a presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, foi a premiada na categoria Esportes. Única mulher entre os finalistas, ela ainda nem sabia que sairia dali com o prêmio quando nos concedeu algumas palavras sobre a relação do esporte com a educação, durante o coquetel do evento.

Presidente de um dos maiores clubes do País, ex-atleta, vencedora de muitas competições e professora de Educação Física, Patrícia afirma: “o esporte é, sem dúvida nenhuma, uma ferramenta poderosíssima na inclusão social, na formação de gerações de cidadãos melhores, conscientes, disciplinados e com objetivos. O esporte ensina o atleta, desde muito cedo, a lidar com frustrações e derrotas, que são momentos muito difíceis; ensina principalmente a importância da convivência, do trabalho em equipe, das regras muito bem definidas. O esporte faz com que você possa se comunicar com o mundo inteiro pelas regras, sem que você fale a mesma língua que o outro. Para a educação que nós idealizamos, as questões culturais e esportivas são fundamentais na formação de um cidadão”. Saudações rubro-negras, enfim!

Publicado em 10 de maio de 2011

Publicado em 10 de maio de 2011

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