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Que profissão escolher?
Tatiana Serra
Quantas vezes não ouvimos, por exemplo, que fulano já nasceu médico, beltrano é professor desde criancinha e que cicrano sempre demonstrou que seria um grande arquiteto? Realmente existem pessoas que parecem ter suas vidas traçadas desde muito novas, fazendo com que a gente acredite em destino traçado, como os mais místicos costumam falar. Mas isso não acontece com todos, e definir que profissão seguir por toda a vida pode ser difícil para muitos de nós. É na hora de decidir a profissão ideal que a indecisão, o medo e a preocupação de não decepcionar as expectativas da família dificultam a escolha do caminho a seguir. E a ajuda imparcial do professor pode ser fundamental para que os jovens tirem suas dúvidas e conheçam melhor as tantas possibilidades de atuação no mercado de trabalho.
Os professores convivem quase diariamente com seus alunos e assim vão percebendo seus gostos, suas facilidades e seus talentos. Especialmente para aqueles alunos que, por algum motivo, se sentem pressionados em casa a seguir uma determinada profissão, essa ajuda profissional e imparcial tem muita importância. Seja em conversas individuais, seja em palestras com diferentes profissionais falando sobre suas carreiras, seja inserindo informações sobre as muitas profissões no processo pedagógico, enfim, possibilidades não faltam para que esses alunos se sintam apoiados e vejam com mais naturalidade um momento decisivo de suas vidas.
A dúvida sobre que profissional ser passa pela preocupação em ser um profissional de sucesso – e é claro que esse é o sonho de qualquer pessoa que deseja se realizar na carreira. Com um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, é necessário considerar as expectativas desse mercado na hora de escolher uma profissão para ganhar dinheiro.
Tudo se torna importante nesse momento. É preciso levar em consideração sua vocação, seu prazer em realizar o trabalho, a remuneração que recebe por ele, porém, em conjunto com tudo isso, é importante observar as profissões que estão em alta. Dessa forma, as possibilidades de sucesso tendem a aumentar. Para ter chance nas profissões mais procuradas e se manter nas melhores vagas, vale um alerta: o profissional precisa permanecer atualizado e investir em especializações.
Quando as opções de carreira não eram tantas, era bem mais fácil escolher entre as mais importantes, as que davam mais status e as que melhor remuneravam. Hoje, porém, temos um mercado de trabalho muito diverso e em mutação, e a escolha da profissão passa a se basear em um conjunto de fatores que uma boa orientação pode ajudar a identificar.
No site Empregos.com, o psicólogo Rogério Martins, consultor e palestrante sobre comportamento e motivação humana, destacou alguns pontos que o profissional deve considerar na hora de definir ou incrementar sua carreira: tendências de mercado, conhecimento e percepção de si mesmo, definição de objetivos pessoais e profissionais e fatores técnicos relevantes.
Profissões em alta
Entre as profissões em alta, ou seja, que apresentam alta demanda de empregos e a busca por mão de obra especializada estão aquelas ligadas ao setor de tecnologia, especialmente ligadas à internet, como e-commerce e Tecnologia da Informação (TI). Vale destacar que o mercado de trabalho está de olho nos profissionais flexíveis e com boa formação. E, quando se fala em formação, um bom curso técnico pode capacitar um profissional e até mesmo superar um curso de nível superior, dependendo da área de atuação.
Em dezembro de 2010, o site da revista Exame divulgou as 10 profissões que estão em alta e falou um pouco sobre cada uma delas. A maioria está na área de exatas, mas também há ascensão em outras áreas. Confira!
Formação e experiência lado a lado
Além das áreas de atuação ligadas à internet, as áreas de indústria, transportes e gastronomia também estão em expansão, de acordo com dados cadastrados no portal Infojobs, um site de classificados de empregos e currículos.
Segundo matéria publicada no site Investimentos e Notícias, são muitas as razões para explicar essa demanda – o crescimento da economia no setor é uma delas. Com a expansão no mercado, a criação de novas vagas torna-se consequência. Porém, o fato de ter vagas disponíveis pode significar também falta de pessoas qualificadas. Esse seria o segundo fator para afirmar que determinada profissão está em alta.
Para Cecília Rojas, diretora do Infojobs, um bom profissional é aquele cujo nível de formação e experiência estão alinhados. “A especialização e o conhecimento prático são fatores importantes que devem ser coerentes com a carreira que deseja seguir. Se não há profissionais com o perfil esperado, logo, as vagas ficarão em aberto”. Além disso, o valor oferecido ao profissional também faz com que a atividade se destaque.
Quero ser...
Na adolescência, alguns se acham novos demais para decidir o rumo que suas vidas terão; outros se dedicam aos sonhos de infância e há aqueles que já se encontraram profissionalmente e não veem a hora de dar início às suas carreiras. As matérias de jornal, as entrevistas e os documentários quase sempre se voltam mais para os jovens que estão perto de prestar o vestibular, ao falar sobre que profissão escolher e tudo o que esse momento traz.
Entretanto, as dúvidas ou as decisões muitas vezes vêm desde quando o indivíduo começa a se imaginar como um profissional. Foi o que aconteceu com as adolescentes Martha Christine Barros e Adriane Leone, ambas com 15 anos e prestes a começar o 1º ano do Ensino Médio. Ansiosas e curiosas para dar início a uma nova etapa nos estudos, as duas já decidiram que profissões vão seguir e, quando se imaginam num futuro próximo, o que mais querem é ser bem-sucedidas e felizes. Dá para ver em seus olhares a vontade de ter sucesso profissional!
Martha sonha ser escritora; é um daqueles exemplos de quem “pratica” a profissão desde nova, pois sempre adorou ler e escrever. Todavia, a decisão por fazer faculdade de Letras surgiu há pouco tempo. “Eu me decidi mais ou menos desde o início de 2010. Antes, eu ficava com muita dúvida. Quando era pequena, era mais fácil: eu queria ser cantora. Mas depois que cresci, vi que precisava escolher uma coisa mais realista. Aos poucos fui percebendo aquilo em que eu acho que sou melhor, do que eu gosto mais, com o que me identifico mais. E o que eu mais gosto é de ler e escrever”.
Sobre quando decidiu sua vida profissional, Adriane afirma com muita propriedade: “eu quero ser advogada e escolhi essa profissão desde sempre, desde que comecei a imaginar minha vida profissional”. E estímulo foi o que não faltou. Pelo que Adriane disse, sempre teve o olhar voltado para filmes que falassem de Justiça e de casos policiais; na TV, costuma ficar atenta a casos que envolvem a Justiça, como aqueles que tocam mais a sociedade e cujo processo acompanhamos durante muito tempo pela mídia.
Quanto a uma possível pressão dos familiares mais próximos sobre a escolha profissional, Adriane conta que sua mãe sempre quis que ela fosse professora, como sua irmã, mas que isso não chegou a ser uma imposição. Já Martha afirma: “meu pai já falou que queria que eu fosse médica. Mas eu não ia conseguir, porque não aguento ver sangue (risos). Mas minha mãe sempre me disse para eu fazer o que quisesse”.
Somente uma escolha para cada um?
Seguir o que quiser... Mas e se o querer for voltado para mais de uma opção? Indecisos ou já profissionais bem-sucedidos, muitos se perguntam por que precisamos escolher apenas uma profissão durante a vida. Seria essa apenas uma imposição da sociedade? Não seria o ser humano capaz de gostar, se dedicar e ter talento para não só uma profissão, mas para duas, três ou mais?
No livro Cartas a um jovem indeciso: transforme seus problemas em oportunidades (da Editora Campus), José Roberto Whitaker Penteado fala sobre sua própria experiência profissional e oferece sugestões que podem ser úteis sobre como encarar a questão de “ganhar dinheiro”; o que fazer em relação aos talentos e vocações artísticas; as diferenças entre profissões e hobbies; depoimentos de pessoas sobre suas experiências de mudanças ou determinações profissionais.
Penteado também fala sobre a dúvida entre seguir ou não as profissões dos pais; sugere uma lista de cursos; e dá indicações para encontrar na internet alguns questionários e testes para a orientação vocacional.
Essas e outras fontes de informação são sugestões que podem ajudar o indivíduo, seja ele adolescente ou adulto, a se encontrar profissionalmente de maneira prazerosa e construtiva. Afinal, o gostar do que faz e o ganhar dinheiro podem e devem andar juntos!
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Publicado em 11 de janeiro de 2011
Publicado em 11 de janeiro de 2011
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