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Leitura e identidade: um processo de construção do ser humano
Eduardo Beltrão de L. Córdula
Especialista em Supervisão Escolar, biólogo, pesquisador do GEPEA/GEPEC (UFPB), professor de Educação Básica da Prefeitura de Cabedelo
Origem da leitura
Precedendo a leitura, temos que retomar ao início da formação da comunicação oral entre os seres humanos, que evoluiu para sinais gráficos até originar a escrita e, com ela, a leitura interpretativa propriamente dita.
Estima-se que a comunicação oral seja anterior ao 4º milênio antes de Cristo, através dos códigos linguísticos que são imprescindíveis à formação do homem e o instrumento primordial que o distingue dos demais animais principalmente na formação dos grupos sociais. Desde a Pré-História a comunicação do homem não era eficaz, pois fazia uso de diversos meios para tentar comunicar-se com os demais, porém, nenhum deles destinava-se a representar a linguagem verbal elaborada. Cada ideia de ação ou desejo era representada por um grupo de gestos ou gruída, compondo a comunicação de mitografia. A pictografia, que deriva da mitografia, tinha como função a comunicação a partir de desenhos, que davam uma vaga abstração dos acontecimentos cotidianos, como as pinturas rupestres realizadas nas paredes de cavernas.
Posteriormente, a escrita passou a ter manifestações cada vez mais elaboradas em diversos pontos do planeta, surgindo a escrita sintética e a ideográfica, em que de um grupo de signos gráficos surge toda uma frase. Depois, a escrita silábica e fonética, que usava ideogramas que expressavam os sons das palavras representadas, sendo a linguagem primordial do antigo Egito, e, finalmente, a escrita alfabética, que data de 1500 a. C., formada na cultura semita, em que cada sinal possuía seu próprio som, evoluindo para a nossa escrita atual (Alliende; Condemaring, 1987).
Com o desenvolvimento da escrita, a necessidade de gravar os fatos e acontecimentos crescia, principalmente com o intuito de facilitar o comércio e perpetuar a história e os ensinamentos. Com o surgimento e a evolução da escrita, a pequenos passos também evoluía a leitura da palavra ou dos símbolos que compunham a linguagem de uma civilização. Com a completa estruturação da escrita, saber ler tornou-se cada vez mais importante para o homem. Mas havia ainda um problema quanto aos suportes para a realização da escrita criados pelo homem. No terceiro milênio antes de Cristo, na Mesopotâmia, a escrita era realizada em placas de argila ou madeira, que quebravam ou apodreciam com facilidade, perdendo-se muito da história nesse período. No segundo milênio antes de Cristo, os egípcios usavam o papiro como base para escrever; era uma superfície laminar feita a partir das folhas trançadas, prensadas e secas da planta papiro (Cyperus papirus) que margeava abundantemente o rio Nilo. Porém ainda não era um suporte apropriado para a escrita. O suporte que deu impulso à escrita foi o papel, desenvolvido pelos chineses no ano 105 da era cristã. Sua difusão para a Europa se deu no século XIV, e a partir daí para o mundo, sendo usado até os dias atuais (Sandroni; Machado, 1991).
Na Europa feudal, os manuscritos cresciam juntamente com o desenvolvimento da Filosofia, que buscava estudar a essência do homem e sua natureza. A escrita por muito tempo fora domínio do clero, que controlava e detinha o poder da censura sobre as diversas obras desse período, além de possuir vastas bibliotecas, mas de acesso restrito ao seu valioso acervo pelos que não fossem do clero. Mesmo com o caminhar dos séculos, o acesso a esse meio de perpetuação temporal do cotidiano sociocultural e científico sempre foi privilégio de poucos. Com o advento da imprensa, oriunda da China, as camadas populares foram se familiarizando com os materiais impressos e, posteriormente, com a leitura propriamente dita. Com a queda das castas, ascensão da burguesia e a criação dos direitos humanos, a população passou a ter acesso à alfabetização e aos materiais escritos, embora certos temas ainda fossem restritos. A primeira publicação impressa de que se tem notícia foi o Pao, na China, que teve sua circulação por mais de 1.000 anos (de 618 d.C. a 1911). Na Europa, o primeiro livro impresso, e que deu impulso à publicação dos manuscritos, foi a Bíblia mazarim ou de Gutenberg (Alliende; Condemaring, 1987).
No Brasil, só a partir de 1840 é que se passou a exigir a necessidade da formação de uma sociedade leitora, sendo a imprensa instalada na corte de D. João VI, no Rio de Janeiro (Lajolo; Zilberman, 1998).
Leitura: definição e processo
Leitura é um processo de compreensão de algo que está ao alcance de nossos sentidos e de nossas emoções. Sendo assim, a leitura do mundo que fazemos desde a tenra idade antecede a nossa leitura da palavra (Freire, 1990).
"Lemos" as imagens, os odores, as texturas, as formas, as cores e os sons que, juntos, compõem o nosso mundo, a nossa vivência e as nossas experiências (Figura 1) (Freire, 1998).
Figura 1: Leitura do mundo a partir das sensações físicas e sentimentais.
A leitura do mundo em que estamos inseridos e que nossa percepção experimenta faz aumentar nossa capacidade de entender os fatos que ocorrem ao nosso redor. Essa capacidade de entendimento e interpretação tenderá a crescer à medida que aumentamos também o nosso espaço de mundo (Freire, 1998), o que levará a um preparo e aprimoramento intelectual acompanhado de nossa maturação cognitiva, que nos habilitará a uma consequente leitura da palavra (Bock, 1988).
Para termos a leitura de um texto qualquer, necessitamos de uma gama de processos fisiológicos, psicocognitivos e de nossa socialização primária (Kleiman, 1998). Nos processos fisiológicos temos, por exemplo, o abrir dos olhos, a memória e outros aspectos fundamentais (Figura 2). No tocante aos processos psicocognitivos, temos principalmente a decodificação e a compreensão do material escrito (Quadro 1).
Segundo Kleiman (1998), o material captado pelos olhos passa para a memória de trabalho, que organiza os signos gráficos em unidades significativas, sendo ajudada por uma memória intermediária que deixa em alerta os conhecimentos necessários para a compreensão do texto, além de todo o conhecimento que está armazenado e organizado na memória de longo prazo (Figura 2).
Figura 2: Mecanismos e capacidades envolvidas no processamento do texto (segundo Kleiman, 1998).
Esses processos se atenuam e são desenvolvidos na alfabetização, que traz a compreensão do significado potencial das mensagens registradas através da escrita; o livro é concebido como instrumento básico para as funções exercidas pelo professor. Esse tipo de leitura é uma prática corrente nos estabelecimentos de ensino, colocando-se no centro da vivência professor-aluno (Silva, 1996). O livro é um elo entre os conhecimentos sistematizados e a vida prática do aluno (Libâneo, 1994).
Operação | Consiste em | Sua aprendizagem se segue através de |
---|---|---|
Decodificação | 1. Reconhecimento de signos gráficos | Conhecimento do alfabeto |
2. Tradução dos signos gráficos para a linguagem oral ou para outro sistema de signos | Leitura oral ou transcrição de um texto | |
Compreensão | Captação do sentido ou conteúdos das mensagens escritas | Domínio progressivo de textos escritos cada vez mais complexos |
Fonte: Alliende; Condemaring, 1987.
Dependendo da idade do indivíduo, a leitura pode não existir ou simplesmente evoluir para uma leitura crítica e construtiva (Quadro 2). A criança não começa a aprender a ler e escrever somente quando entra na escola; a construção da leitura e da escrita começa muito antes, pelo menos aos três anos de idade (Franco, 1995).
À medida que nosso mundo se expande e nossa leitura das palavras se aprimora, os medos, as fantasias, os mitos e os sonhos irreais vão deixando de existir para dar lugar ao real, que se faz presente a cada dia nos leitores. Quanto mais críticos formos no nosso ato de ler e reler, mais construímos e estruturamos nossa cognição, com reflexos imediatos no agir e pensar, criando um universo real e paralelo ao nosso universo letrado.
O universo do mundo em que vivemos (universo A), aliado ao universo do mundo dos conhecimentos (universo B), irá fundir-se no universo das possibilidades do conhecimento e da criação (universo C), como está mostrado na Figura 3 (Franco, 1995).
Figura 3: Formação do leitor a partir da leitura do mundo e das palavras onde, respectivamente, correspondem aos universos A e B, confluindo para o universo C.
Faixa etária | Escolaridade | Estágios de desenvolvimento da leitura |
---|---|---|
0 a 3 anos | - | Não-leitura: grande apoio da imagem |
3 a 6 anos | Pré-escola (1° ano do Fundamental) | Pré-leitura: desenvolvimento da linguagem oral, percepção e estabelecimento de relações entre imagens e palavras |
3 a 8 anos | 1ª e 2ª séries (2° e 3° anos) do Fundamental | Alfabetização: leitura silábica e de palavras, ainda com dificuldade de associação do que é lido com o pensamento completo a que o texto remete; a ilustração facilita a compreensão |
8 a 10 anos | 3ª e 4ª séries (4° e 5° anos) do Fundamental | Iniciação: leitura sintática, com a capacitação de ler e compreender porções completas de textos curtos e de leitura fácil, com eventual apoio da ilustração |
10 a 12 anos | 5ª e 6ª séries (6° e 7° anos) do Fundamental | Desenvolvimento: passagem gradual da leitura sintática para a leitura crítica, com maior extensão e complexidade dos textos no que se refere a ideia, estrutura e linguagem (inclusive visual) |
12 a 14 anos | 7ª e 8ª séries (8° e 9° anos) do Fundamental | Leitura crítica: capacidade de assimilar ideias e reelaborá-las a partir da própria experiência, em confronto com o material da leitura |
Acima de 14 anos | Ensino Médio | Leitura crítica e independente: aproximação, cada vez maior, com a leitura adulta |
Fonte: Sandroni; Machado, 1991.
Importância da Leitura: do conhecimento à prática social
O discurso do que fazemos deve estar coerente com a nossa prática. Nosso discurso incoerente com a nossa prática vira puro palavreado (Freire, 1998). Esse discurso, oriundo de nossos conhecimentos e atos provenientes da leitura que fazemos tanto do mundo como das palavras, formará o conhecimento e poderá ser usado ou não para a construção de nossa vida e de nossa sociedade.
A leitura, portanto, quebra mitos, desvela suposições e retira a opacidade de nossas mentes quanto a uma realidade educacional abalada (Fleuri, 1997). Para professores e profissionais que ensinam a ler, a leitura do seu ato de ensinar e a leitura de conhecimentos para sua própria atualização fazem com que abarquem uma forma mais ampla e direcionada desse ato frente a seus alunos para não torná-lo um ato meramente mecânico, mas sim um ato prazeroso e de descobertas.
A leitura torna-se um instrumento social de libertação de um povo, em específico do povo brasileiro, de fundamental importância para a reconstrução de nossa sociedade, de conscientização e politização para combater a ignorância e a alienação impostas pelo regime dominante (Silva, 1995) que construiu o Brasil de cima para baixo, de forma autoritária. A leitura faz com que o reinventemos em outros termos, libertando dessas amarras autoritárias (Freire, 1998). A Unesco reconhece, desde 1972, que a capacidade de ler é essencial à realização pessoal e ao progresso social e econômico de um país (Bamberger, 1977). Ela provoca o crescimento interior (Yunes, 1984) e o desenvolvimento individual, ou seja, "a vivência da leitura propicia o desenvolvimento do pensamento organizado, capaz de levar o jovem a uma postura consciente, reflexiva e crítica frente à realidade social em que vive e atua" (Cattani; Aguiar, 1991). Ela passa a ser o elo entre as sociedades, conectando os homens com diferentes tipos de registros.
Pelo seu valor histórico-cultural marcante e transformador, segundo o professor Ezequiel Theodoro da Silva (1996), ao experimentar a leitura o leitor executa um ato de compreender o mundo. Dessa forma, conhecendo o mundo e transformando-se, o leitor passa também a executar espontaneamente uma práxis voltada à sua realidade e ao seu cotidiano de forma consciente, a partir do que fora lido. E, tantas vezes quantas for lida a obra, novas formas de interpretá-la e de contextualizá-la surgirão (Silva, 1996).
Sendo diretamente proporcional ao ato de ler, a escrita também adquire forma contextual, concreta e amplamente rica com a quantidade e diversidade de textos e livros que o leitor lê. É sabido que quem pouco lê escreve pouco e possui vocabulário pobre em termos, palavras e abstrações de ideias, o que, consequentemente, acentua a incidência de erros gramaticais. Esse fenômeno de "escrever mal" é encontrado frequentemente nos níveis do Ensino Médio e marcantemente no Ensino Superior. Os alunos, por não terem o hábito de ler, frequentemente acabam chegando às universidades com tal carência que custa a ser sanada. No entanto, a língua falada, mesmo que nela estejam contidos elementos gramaticalmente incorretos, não implica dizer que o falante está realizando uma oralidade errônea, pois na linguagem verbal são permitidos erros e variações nas palavras. Porém, o mesmo não é permitido na linguagem padrão, formal ou na escrita (Mandyr; Faraco, 1987).
As dificuldades e soluções para incentivar o hábito de ler
A consciência é um atributo estritamente humano que possibilita ao homem descobrir e alargar as suas representações do mundo (Silva, 1995). Por isso, o acesso aos livros nunca fora democratizado em nossa sociedade, por ser um meio gerador de consciência. Aliada a isto, a proliferação dos meios de comunicação, principalmente com o surgimento da televisão, em 1950, ocasionou a decadência do hábito da leitura e hoje é quase desestimulada por esse pacote pronto de imagem, som e "informação" – muitas vezes desinformação –, aliado ao domínio da propaganda para o aumento do consumo de produtos pela sociedade. Atualmente surgiu um novo opositor à leitura, a internet. Porém esse novo veículo de informação é domínio de uma camada mais favorecida e está contribuindo acentuadamente para o afastamento da leitura (Silva, 1995; Yunes, 1984). Coligado a tudo isso, temos o agravamento do crescente analfabetismo, devido a uma gama de condições desfavoráveis à população carente que a impedem de entrar e de estar na escola, tornando-se uma barreira inadmissível ao hábito de ler (Freire, 1997).
Por sua vez, os livros, que deveriam ser de acesso a todas as camadas sociais, estão longe de ser um objeto do cotidiano dos cidadãos, devido a uma indústria que visa o econômico, tornando-o de acesso difícil e caro, principalmente às camadas menos favorecidas da sociedade. Com mais esse agravante para frear a leitura, a nossa cultura, calcada numa visão mecanicista, consumista e autoritária, está mais voltada para a involução de nosso hábito de ler do que para sua estimulação e evolução (Silva, 1996), pois, há uma infinidade de obras disponíveis no mercado que abrangem os mais diversos temas e campos do conhecimento humano, podendo, como afirma o dito popular, "agradar a gregos e troianos".
Necessitamos é incentivar o hábito da leitura em todos os níveis de ensino, em todas as camadas sociais, democratizando o acesso aos livros e aos textos, para podermos então ter uma sociedade leitora, consciente, atuante, informada e que tenha prazer ao realizar esse ato tão imprescindível ao desenvolvimento humano (Silva, 1995). E quando existir leitura, haverá carências, apetite e desejo por resolver problemas pessoais, sociais, culturais e políticos (Bellenger, 1987). Haverá mudanças e crescimentos nas diversas direções, alargando os horizontes de nossas vidas.
O ser humano é movido por perguntas e navega no vasto mar do conhecimento para buscar as respostas necessárias que acalmem e desvelem as suas indagações. Sendo assim, "a inquietação gera a dúvida; a dúvida pede respostas; as respostas geram a reflexão" (Silva, 1996). Como as ações geram também respostas, novos "porquês" retomam à mente dos afortunados que leem. Daí a importância ao estímulo de tão glorioso ato, que tem início biologicamente na anatomia cerebral de nossos agrupamentos de neurônios (Holmes, 1954, apud Silva, 1996; Smith; Carrigan, 1959, apud Silva, 1996).
A escola, por seu turno, deve atuar para gerar não só alunos aptos a ingressar no ensino de nível superior, mas alunos leitores e cidadãos, que amem os livros e vejam neles uma forma de lutar, de obter soluções e de alargamento das fronteiras do saber (Chartier et al., 1996), para desenvolver as capacidades não só intelectuais, mas também às espirituais para progredir e aprender (Bamberger, 1977). Sem educação não há leitura, não há construção do saber, não há liberdade para viver os horizontes da cultura e não há sociedade (Silva, 1996; Libâneo, 1994). A leitura, quando realizada nos estabelecimentos de ensino, é feita com a manipulação mecanicista de sentenças e capítulos, sem nenhuma preocupação com o entendimento crítico e global do texto (Kleiman, 1989). "O texto constitui, na escola, o lugar instituído do saber e, por isso mesmo, funciona pedagogicamente como objeto onde se inscreve objetivamente a verdade, que parece temporal e definitiva, verdade essa a ser decifrada e assimilada pelo aluno" (Coracini, 1995). Com isto, "o livro didático interessa a uma história da leitura porque ele, talvez mais ostensivamente que outras formas escritas, forma o leitor" (Lajolo; Zilberman, 1998). Portanto, a crise da leitura tem sido considerada também, devido a crise do sistema de ensino, uma crise da escola, em que "as afinidades entre escola e leitura se mostram, a partir da circunstância de que é por intermédio da ação da primeira, que o indivíduo se habilita à segunda" (Zilberman, 1991). Sendo assim, um texto só existe na medida em que se constitui um ponto de encontro entre quem escreve e quem lê (Lajolo, 1991).
A solução desse problema está na realização de mudanças em nossos hábitos culturais, mudando nossa sociedade e nosso modo de vida (Yunes, 1984). O hábito da leitura teria que ser desenvolvido no berço familiar, com a aquisição de livros pelas famílias brasileiras (Alliende; Condemaring, 1987).
Além de tudo isso, o Estado deve exercer papel fundamental na criação de bibliotecas: bibliotecas escolares para incentivar e criar esse hábito desde a pré-escola (Bamberger, 1977), com leituras de acordo com as afinidades de cada criança, sem forçá-las a ler apenas o que queremos que elas leiam, mas incitar o desejo do conhecimento e da aprendizagem individual (Yunes, 1984); bibliotecas populares, para estimular os populares a escrever, com a criação de horas de trabalho em grupos, formando assim leitores; e bibliotecas para trabalhar na pesquisa da leitura e das tradições culturais do seu entorno e das comunidades (Freire, 1998). Precisamos de professores, de bibliotecas e de cidadãos comprometidos e que dali em diante sejam criadoras de tão sublime ato, que é o ato de ler.
Conclusão
Ler é a forma mais concisa de o ser humano conseguir realizar mudanças em sua vida e na sociedade, melhorando a qualidade de ensino, a qualidade de formação de nossos futuros cidadãos e a nossa própria qualidade de vida. E não simplesmente ler, meramente como um ato mecânico, mas ler conscientemente, interpretativamente, criticamente e vivenciando as experiências e pensamentos do autor para buscar a partir de nossa realidade um meio para pôr em prática o que fora lido. Por isso, instruir e direcionar esse hábito são deveres de todos nós, como pais, cidadãos, professores e membros de nossa sociedade, pois enquanto houver leitura haverá busca, desejo por saber, por aprender e para mudar algo e desenvolver nossa própria humanidade.
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Publicado em 26 de julho de 2011
Publicado em 26 de julho de 2011
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