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Trabalhando com vídeos educativos amadores no ensino de Física no Colégio Estadual Dr. Tuffy el Jaick, em Nova Friburgo-RJ

Adriana Oliveira Bernardes

Professora; mestre e doutoranda em Ensino de Ciências (UENF); tutora do curso de Licenciatura em Matemática do Consórcio Cederj; coordenadora do Clube de Astronomia Marcos Pontes.

Este é o primeiro artigo que escrevo para a revista Educação Pública apresentando relato de experiência em escola da cidade de Nova Friburgo, onde resido desde o final de 2010. Este é o primeiro trabalho realizado no Colégio Estadual Dr. Tuffy El Jaick. Em doze anos de trabalho realizado em escolas da rede estadual do Rio de Janeiro, tive oportunidade de utilizar variados recursos didáticos para ensinar Física a alunos do Ensino Médio.

Dentre os recursos didáticos existentes, o lúdico (que é o caso do vídeo) é de grande aceitação pelo aluno, principalmente quando o envolvemos em seu processo de criação.

São também exemplos de recursos lúdicos:

  1. Jogos;
  2. Experimentos demonstrativos;
  3. Recursos multimídia;
  4. Histórias em quadrinhos;
  5. Dramatizações;
  6. Produções de texto.

Os recursos multimídia hoje são importantíssimos, já que possibilitam o acesso do aluno a novas tecnologias educacionais, como o computador e a câmera de vídeo, entre outros.

Conceitos de Física que são apresentados no Ensino Médio podem ser reforçados pelo trabalho com vídeos em que o aluno participe ativamente do processo de ensino e aprendizagem.

No Colégio Estadual Dr. Tuffy El Jaick, foi desenvolvido no ano de 2010 o projeto Vídeos Educativos para o Ensino de Física no Ensino Médio.


Colégio Estadual Dr. Tuffy El Jaick, em Nova Friburgo-RJ.

Os objetivos do projeto eram:

  1. Trazer para a escola uma nova maneira de aprender Física;
  2. Utilizar um recurso lúdico, no caso o vídeo, para o ensino de Física;
  3. Estimular a produção de vídeos pelos alunos.

Um trabalho com a produção de vídeos para o ensino de Física envolve as seguintes etapas:

  1. Pesquisa em livros, revistas e internet do tema que se quer discutir;
  2. Elaboração do roteiro do vídeo, que envolve a construção de texto escrito;
  3. Correção do roteiro pelo professor;
  4. Gravação do vídeo;
  5. Edição na sala de informática;
  6. Exibição em sala de aula ou em eventos da escola.

Em todas as etapas o aluno é ativo no processo de aprendizagem, pois pesquisará o assunto a ser abordado no vídeo, irá elaborar um texto escrito no qual aborda o assunto; o professor, ao corrigir o texto, apresentará sugestões a serem seguidas pelos alunos, realizará a edição na sala de informática, obtendo também sugestões do orientador tecnológico da escola e depois apresentará seu vídeo em sala de aula ou na feira de ciências, por exemplo.


Alunos gravam vídeo sobre as Leis de Newton.

Em todo o processo, a criatividade do aluno é muito importante; isso faz com que se sinta valorizado. Além disso, o vídeo gravado dentro do contexto em que vive possibilita levar o conhecimento de Física para seu ambiente cotidiano.

Alunos do primeiro ano do Ensino Médio, por exemplo, criaram o jornal Física na Laje, único local disponível para reunião do grupo. No vídeo discutiram questões relacionadas a temperatura e apresentaram a Escala Kelvin, como tinha sido criada e sua importância.


Abertura do vídeo amador e imagem dos alunos que elaboram o vídeo.

Conteúdos dos vídeos

Os temas sugeridos para a 1ª série foram:

  1. Escalas de temperatura;
  2. Termômetros;
  3. Calorimetria;
  4. A vida e as descobertas de Joule.

Os temas da 2ª série foram:

  1. Leis de Newton;
  2. Plano Inclinado;
  3. Relógios de água;
  4. A vida de Galileu Galilei.

Os temas propostos para a 3ª série foram:

  1. Carga elétrica;
  2. Corrente elétrica;
  3. Aparelhos para medir corrente elétrica;
  4. A vida de Coulomb.

Os vídeos tiveram por tema, o conteúdo de Física do Ensino Médio; os alunos foram orientados a levar o assunto para seu cotidiano, ou seja, contextualizar o assunto que estavam aprendendo.


Apresentação de experiência em vídeo.

O sucesso desse projeto mostra como o ensino de Física pode ser prazeroso quando são utilizados recursos didáticos diversificados em sala de aula, e não somente a aula expositiva.

O vídeo, que é um recurso didático lúdico, possibilitou que esses alunos aprendessem conceitos importantes de Física e se envolvessem no processo de ensino e aprendizagem apresentando sempre postura ativa diante do conhecimento, um dos requisitos para que o processo de ensino e aprendizagem se dê de forma significativa para o aluno.

Imagens dos vídeos produzidos


Gravação do vídeo amador Leis de Newton.

Gravação do vídeo no pátio da escola por alunas do segundo ano do Ensino Médio.

E por falar em temperatura... Como estava a temperatura em Nova Friburgo?

Da esquerda para direita: Yan, Daniele, Tarracha e Fran, na gravação. do vídeo Acesso Tuffy, que falava de Termologia.

Motivação para falar em Física: aluno Yan na gravação do vídeo.

E como funciona a geladeira? Vídeo gravado por alunos do C. E. Tuffy El Jaick explica.

Vídeo demonstra experiências, além de passar conceitos importantes.

Vamos falar de Ciência? O aluno Erick na gravação do vídeo sobre o filme Avatar.

Alunas Emily e Jéssica utilizando o espaço da biblioteca.para gravação do vídeo.

Vamos falar de força de atrito? Esse foi o objetivo das alunas Rafaela e Juliana.

Dalvan grava vídeo sobre 3o Lei de Newton na praça da cidade.

Momento comum na gravação do vídeo: descontração dos alunos.

Turma 1001 na gravação do vídeo sobre a escala Celsius.

Rômulo e Elizabete gravam, na praça próxima ao colégio, vídeo sobre mudanças climáticas.

Marina Galdino utiliza o espaço escolar para gravar vídeo contando a história da escala Kelvin.

Sugestão de leitura

MORAN, J. M. Desafios da televisão e do vídeo à Escola José Manuel. Disponível em http://www.eca.usp.br/prof/moran/desafio.htm. Visitado em 10/07/2009.

Publicado em 18 de janeiro de 2011

Publicado em 18 de janeiro de 2011

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