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A informática aplicada aos processos educacionais e a autonomia do aluno no novo milênio
Silvio Profirio da Silva
Graduando em Letras (UFRPE)
Durante muito tempo, a prática docente foi guiada por uma concepção de ensino tradicional. Com isso, o processo de ensino e de aprendizagem ocorria em função de uma grande quantidade de conceitos e definições que deveriam ser reproduzidos pelos alunos. Nessa ótica, o aluno era concebido como “um sujeito passivo, que recebe as instruções de um professor que supostamente sabe o conteúdo a ser ensinado e, como num passe de mágica, transfere-lhe esse saber” (Xavier, 2007, p. 4). Essa postura esteve presente durante décadas em nossas escolas.
Nos últimos anos, mais especificamente, nas duas últimas décadas, as práticas de ensino têm passado por inúmeras modificações. Uma dessas modificações diz respeito à utilização das Tecnologias da Informática e da Comunicação (TICs) no contexto educacional. Todos sabemos que o mundo, nos últimos anos, tem vivenciado grande desenvolvimento tecnológico que tem causado reflexos em diversos âmbitos da sociedade – entre eles, no educacional. Em função disso, surgem novos recursos didáticos pautados em diversas tecnologias, subsidiando, assim, novas práticas pedagógicas.
O ensino, em uma perspectiva geral, teve como foco a supervalorização de um conhecimento dogmático. Com base nessa linha metodológica, o aluno exercia um papel passivo, que se restringia ao ato de reproduzir os discursos de grandes autores e do professor. Em outras palavras, “o professor fala e o aluno escuta. O professor dita e o aluno copia. O professor decide o que fazer e o aluno executa. O professor ensina e o aluno aprende” (Becker, 2001, p. 16). Dentro dessa perspectiva, não ocorria interação na relação professor-aluno.
Contudo, a partir da aplicação da informática no âmbito educacional, surgem novos recursos didáticos e múltiplas linguagens que fogem dos padrões tradicionais de ensino. Os novos meios didáticos são vários: o uso de plataformas virtuais de aprendizagem, o uso das redes sociais [Facebook, MSN, Orkut, e-fórum etc.], chats educacionais, debates via internet etc. Essa nova perspectiva articula a linguagem, a tecnologia e o ensino, mas, sobretudo, insere a interatividade e a dialogicidade nos processos de ensino e de aprendizagem.
É nesse cenário que surgem novos caminhos metodológicos e novos papéis para a construção do conhecimento, o que ocasiona intensa alteração nas relações tradicionais de ensino. Primeiramente, abordamos a mudança na função social do docente. Dito de outra forma: o professor não é mais aquele que detém o conhecimento absoluto e dogmático (que não admite questionamentos), mas aquele que organiza a articulação entre o saber e o aluno. Nessa direção, o professor é alçado à condição de mediador, deixando de lado a postura de transmissor de conteúdo e, por conseguinte, assumindo o papel de orientador e de estimulador na construção do conhecimento do aluno. Este, por sua vez, assume um papel ativo.
Nesse sentido, a inserção das Tecnologias da Informática e da Comunicação no âmbito educacional acarreta não só novas possibilidades de cunho metodológico como também, acima de tudo, uma transformação social nos papéis e nas funções desses dois atores sociais (professor-aluno). Ambos, agora, exercem papel ativo na construção da aprendizagem, o que alça o discente à condição de construtor social e, por conseguinte, insere a autonomia do aluno na construção do conhecimento.
Referências
BECKER, Fernando. Educação e construção do conhecimento. Porto Alegre: Artmed, 2001.
XAVIER, Antonio C. As tecnologias e a aprendizagem (re)construcionista no século XXI. Hipertextus Revista Digital, Recife, v. 1, 2007.
Publicado em 6 de setembro de 2011
Publicado em 06 de setembro de 2011
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