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Cyberbullying: O amplificador virtual do bullying

Dicíola Rodrigues

Pedagoga formada pela UNIP-Universidade Paulista

INTRODUÇÃO

Este trabalho pretende responder à questão: de que forma o professor deve atuar diante de um comportamento de cyberbullying para evitar que essa nova forma de bullying se propague? Leva em conta o acesso cada vez maior dos alunos na faixa etária de 10-16 anos a computadores e seus programas, fato que ocorre em sua maior parte do tempo fora da escola, porém, seu mau uso pode acarretar problemas para as situações de aprendizagem, evasão escolar e afeta diretamente o rendimento do aluno na escola.

Sabe-se que o cyberbullying acontece por conta de vários fatores. O primeiro deles é o crescimento de novos sites de relacionamento que ampliam as redes sociais, blogs (uma espécie de diário que todos podem acessar e que se mantém na rede) e fotoblogs (um álbum de fotos na rede), que se popularizam muito, sobretudo entre os adolescentes. O segundo fator é a falta de orientação desses adolescentes – tanto por parte dos pais quanto por parte das escolas – a respeito das responsabilidades sobre o uso correto da internet, sobre os riscos a que estão expostos, entre eles o cyberbullying e suas consequências.

Essa nova forma de bullying está se propagando graças à falsa sensação de impunidade proporcionada por um suposto anonimato nesse tipo de comportamento. A partir desse contexto, pretende-se entender como essa nova forma de assédio está se propagando nas escolas e de que forma afeta o desempenho dos alunos em sala de aula ou em seu rendimento escolar.

Partimos do pressuposto de que os professores atuais não estão preparados para lidar com a questão da internet, pois nem todos são incluídos digitalmente e, para que o professor atue no cyberbullying, é necessário que tenha conhecimento mínimo sobre informática e esteja atualizado sobre as interferências desse meio sobre os seus alunos.

Acredita-se que, para habilitar o professor a lidar com o assunto, é necessário primeiro mostrar a gravidade do problema e como ele pode ajudar a diagnosticar se há vítimas do cyberbullying em sua sala de aula. Depois pretende-se esclarecer a sua responsabilidade no assunto e qual deve ser o seu comportamento diante desse quadro.

Espera-se transmitir informações suficientes para despertar a reflexão do professor sobre sua prática, de forma que a internet passe a ser uma ferramenta de trabalho útil e necessária e que, como pretendemos comprovar, tenha consciência de que lhe compete estar preparado para formar seus alunos utilizando a informática como ferramenta de apoio às suas aulas e fazendo uso correto dela.

BULLYING ESCOLAR

Este capítulo tem como objetivo abordar o conceito de bullying, sua origem, onde ocorre, esclarecimentos do fenômeno, quem são os agressores, as vítimas e os tipos.

O bullying é um fenômeno do comportamento que sempre existiu; no entanto, segundo Cleodelice A. Zonato Fante, doutora em Ciências da Educação pela Universidade de Ilhas Baleares – Espanha (2005, p. 44), somente no início da década de 1970, na Suécia, a sociedade começou a se preocupar com os problemas e consequências dessa relação entre agressor e vítima, principais personagens do fenômeno. Daí o interesse se estendeu para outros países escandinavos. No final de 1982 (idem, p. 45), na Noruega, um jornal divulgou a notícia do suicídio de três crianças com idades entre 10 e 14 anos, provavelmente vitimadas por esse tipo de assédio, e esse fato fez com que o Ministério da Educação da Noruega, em 1983, fizesse uma campanha nacional para combater os problemas entre agressores e vítimas.

O professor Dan Olweus, da Universidade de Bergen, na Noruega, foi o primeiro que associou a palavra ao comportamento; paralelamente, Heinz Leymann, psicólogo do trabalho, iniciou seus estudos sobre o mesmo fenômeno na Suécia. Olweus foi também o primeiro pesquisador a identificar os praticantes do bullying e definir papéis para eles.

Por bullying, segundo consenso entre os autores lidos, podemos entender todas as ações repetitivas e insistentes de colocar apelidos, hostilizar, segregar, ofender, zoar, humilhar, agredir, intimidar, aterrorizar, gozar, discriminar, ignorar, amedrontar, perseguir, bater, chutar, empurrar, ferir, roubar, dominar, assediar e sinônimos dessas ações que visam fazer sofrer um determinado aluno.

Para diferenciar esses autores, achamos pertinente ressaltar suas definições pessoais, porque percebemos que suas profissões interferem nos diferentes tratamentos que serão dados ao fenômeno. Fante, em sua visão pedagógica, admite por definição que

bullying é um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas que ocorrem sem motivação evidente, adotado por um ou mais alunos contra outro(s), causando dor, angústia e sofrimento. Insultos, intimidações, apelidos cruéis, gozações que magoam profundamente, acusações injustas, atuação de grupos que hostilizam, ridicularizam e infernizam a vida de outros alunos, levando-os à exclusão, além de danos físicos, morais e materiais, são algumas manifestações do comportamento bullying (Fante, 2005, p. 28-29).

Sally Jessy Raphael, apresentadora de talk show norte-americana, difusora pela Universidade de Columbia, ressaltando a importância do tema, como jornalista, afirma com poucas palavras:

o bullying é um ato cruel e deliberado de intimidação com intenção de adquirir poder e controle sobre outra pessoa, que deixa suas vítimas com sensações intensas de vulnerabilidade, medo, vergonha ou baixa autoestima (in: Middelton-Moz, Zawadski, 2008, p. 10).

Gabriel Chalita, doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, na nossa interpretação apresenta uma definição mais centrada na afetividade quando resume a ação do bullying como

a negação da amizade, do cuidado e do respeito. O agente agressor impiedosamente expõe o agredido às piores humilhações. Dos apelidos perversos às atitudes covardes de quem tem mais força física ou mais poder. O agredido dificilmente encontra coragem para se defender e permite que se fechem as cortinas. E quantos há que, com cortinas fechadas, dão cabo à própria história. Não são poucos os relatos recentes de alunos que desistem de viver e que, antes disso, decidem se vingar da instituição que permitiu que as cortinas lhe fossem fechadas (Chalita, 2008, p. 14).

Ana Beatriz Barbosa Silva, médica psiquiatra graduada pela UERJ, pós-graduada em Psiquiatria e Presidente da AEDDA (Associação dos Estudos do Distúrbio do Déficit de Atenção), recorre ao dicionário para traduzir não só o indivíduo, mas também sua ação:

encontraremos as seguintes traduções para a palavra bully: indivíduo valentão, tirano, mandão, brigão. Já a expressão bullying corresponde a um conjunto de atitudes de violência física e/ou psicológica, de caráter intencional e repetitivo, praticado por um bully (agressor) contra uma ou mais vítimas que se encontram impossibilitadas de se defender (Silva, 2010, p. 21).

Alguns países usam outra nomenclatura para o fenômeno; Noruega e Dinamarca utilizam o termo mobbing, derivado da raiz inglesa “mob” que se refere a um grupo de pessoas que se dedica ao assédio; Suécia e Finlândia usam mobbing, mesma raiz, mas se referindo ao comportamento individual; França, harcèlement quotidién; Itália, prepotenza ou bulismo, entre outras. Segundo Fante existem 67 palavras relacionadas ao comportamento bullying. No entanto, os estudos da fenomenologia, mesmo que atingindo proporções internacionais nos últimos tempos, têm dificuldade de encontrar palavra mais adequada; por isso, a maioria dos pesquisadores utiliza a terminologia bullying como sendo a que faz mais sentido.

Com relação aos locais de ocorrência, Fante considera o bullying como um fenômeno novo, mas que sempre existiu – só que era confundido com brincadeiras da própria idade;

possui, ainda, a propriedade de ser reconhecido em vários contextos: nas escolas, nas famílias, nos condomínios residenciais, nos clubes, nos locais de trabalho, nos asilos de idosos, nas Forças Armadas, nas prisões, enfim, onde existam relações interpessoais (Fante, 2005, p. 30).

Para Olweus, que iniciou os estudos, a prática do bullying somente pode ser caracterizada quando ocorre dentro dos muros da escola, podendo ser entre alunos ou qualquer componente da instituição de ensino.

Lélio Braga Calhau, promotor de Justiça do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, pós-graduado em Direito Penal pela Universidade de Salamanca (Espanha), mestre em Direito do Estado e Cidadania pela Universidade Gama Filho (RJ), defende uma abertura muito maior nessa prática quando trata, em seu livro, além do fenômeno escolar, outros tipos de bullying como o homofóbico, militar, prisional, assédio sexual e stalking, termo usado por Damásio de Jesus, apud Calhau (2009, p. 75) para definir perseguições, como por exemplo, a prática dos "paparazzi" (profissionais que fotografam celebridades).

O bullying pode ocorrer tanto na direção horizontal (entre pessoas do mesmo nível, como estudantes) e na direção vertical (entre pessoas de níveis diferentes, como professores e alunos) (Calhau, 2009, p. 8).

Jane Middelton-Moz, psicóloga clínica norte-americana, diretora do Instituto Middelton-Moz, e a também psicóloga norte-americana Lee Zawadski tratam do bullying quando ocorre nas escolas, locais de trabalho, relacionamentos e até na família, sugerindo

criar normas para o local de trabalho, para a escola e para a comunidade segundo as quais a agressão aos outros seja inaceitável, não em função de leis rígidas ou de punições severas, mas porque nos importamos uns com os outros (Middelton-Moz; Zawadski, 2007, p. 14).

Concordamos com Silva, que afirma que os “valentões” não estão somente na escola; podem ser encontrados em outros segmentos da sociedade, e ela classifica as formas de bullying em: verbal (insultar, ofender, “zoar”...), físico e material (bater, atirar objetos, roubar ou destruir pertences...), psicológico e moral (irritar, humilhar e ridicularizar, excluir, discriminar, perseguir, difamar...), sexual (abusar, violentar, assediar...) e virtual (através da utilização de aparelhos e equipamentos de comunicação (celular e internet)) (2010, p. 22-24).

A autora (2010, p. 145-156) trata de outras formas do fenômeno, ao que ela chama “variações” do bullying, especificando que, no Brasil, o termo mobbing é utilizado como sinônimo de assédio moral, ocorrendo no ambiente de trabalho.

No caso específico do professor, ela afirma que “infelizmente, muitos professores são humilhados, ameaçados, perseguidos e até ridicularizados por seus alunos” e que, frente a um quadro como esse, eles se sentem impotentes no combate: “se eles sofrem bullying por parte dos alunos, temem procurar a direção escolar e ser mal interpretados por seus superiores e até mesmo rotulados de incompetentes no trato com os estudantes”. Numa segunda situação, os professores seriam vítimas de “pressões, ameaças e outras formas de abusos e maus tratos dos próprios colegas ou de outros funcionários que lhe são hierarquicamente superiores” ou ainda num terceiro quadro em que

os professores podem ocupar na triste história de violência que acomete nossas escolas: o papel de agressores contra seus próprios alunos. Infelizmente esta realidade se faz presente em nossos ambientes escolares em proporções maiores do que supúnhamos até pouco tempo atrás. Muitos alunos são intimidados, coagidos, humilhados e até mesmo perseguidos por professores (idem, ibidem, p. 148).

Nessas variações de bullying ainda se enquadram o bullying homofóbico, que se refere à discriminação relativa à sexualidade; os trotes universitários: “o trote em si não é considerado bullying escolar, por ser um ato isolado. No entanto, pode originar essa prática quando as ações inadequadas persistem” (2010, p. 150); e, finalmente, delinquência juvenil e criminalidade.

A criminologia é a ciência que estuda o fenômeno criminal e, em resumo, busca o seu diagnóstico, prevenção e controle. Para tanto, ela utiliza uma abordagem interdisciplinar e se vale de conhecimento específico de outros setores como sociologia, psicologia, psiquiatria etc., para lançar um novo foco, com a busca de uma visão integrada sobre o fenômeno criminal (Calhau apud Silva, 2010, p. 154).

Silva afirma que “estudos apontam para o fato de os agressores (bullies) possuírem maior probabilidade de praticarem atos de delinquência e criminalidade” (2010, p. 154), baseando-se numa pesquisa realizada por Dan Olweus, que acompanhou ao longo de mais de dez anos um grupo de adolescentes autores de bullying entre 12 e 16 anos e concluiu que 60% dos adolescentes agressores cometeram ao menos uma penalidade seguida de condenação antes dos 24 anos.

Após esses esclarecimentos, passamos a nos ater aos casos de bullying que ocorrem no interior da sala de aula, na escola e suas proximidades, considerados a maioria, segundo Olweus, citado em Fante (2005, p. 49). Ela afirma que, de acordo com pesquisas realizadas nos mais diversos países, é possível assegurar que o fenômeno bullying está presente em todas as escolas do mundo. No Brasil, a mais recente pesquisa divulgada pela mídia, realizada sob a coordenação da professora Cléo Fante com mais de 5.000 alunos com idade entre 10 a 18 anos de 25 escolas do país, mostra que 70% dos alunos já presenciaram cenas de violência física ou psicológica na escola. A maioria dos “alunos vítimas” é da faixa etária entre 10 e 15 anos e moradora de São Paulo.

Em 29 de abril de 2007, o programa Fantástico, da Rede Globo de Televisão, divulgou uma pesquisa comandada pela pesquisadora Cleo Fante em que aparecem os seguintes dados:

TABELA 1: Locais preferidos para as provocações
  Escola privada Escola pública
Pátio 38% 44%
Corredor 31% 30%
Classe sem professor 30% 40%
Sites de relacionamento e blogs 10% 8%

Fonte: http://fantastico.globo.com/jornalismo/FANT/0,,MUL696731-15605,00.html. Acesso em 20 de abril de 2010

Pesquisas também divulgadas por Fante concluem que o fenômeno ocorre em 100% das escolas brasileiras, independente do turno escolar, da área de localização, do tamanho das escolas ou das cidades, de serem séries iniciais ou finais, de ser escola pública ou privada.

Com relação às causas da ação do agressor, essa ação individual acaba por propagar-se ao ponto de se tornar uma ação coletiva, arregimentando admiradores do agressor que repetem sua conduta por pressão ou medo de ser uma vítima ou para garantir sua popularidade.

O fato é que a reprodução constante desses comportamentos agressivos e intimidatórios no convívio escolar implicam um número cada vez maior de alunos, irradiando-se como dinâmica psicossocial doentia e repetitiva, numa espécie de ciclo vicioso que denominamos Síndrome de Maus Tratos Repetitivos (Fante, 2005, p. 62).

E esse comportamento, segundo Fante, deve-se à ausência de valores humanistas, que acaba por induzir os indivíduos à intolerância, expressada pela não aceitação das diferenças próprias dos seres humanos.

Para Silva, as “atitudes tomadas por um ou mais agressores contra um ou alguns estudantes geralmente não apresentam motivações específicas ou justificáveis” (2010, p. 21), admitindo que de forma “quase natural” os mais fortes tentam sobrepor-se aos mais frágeis, num processo que envolve diversão, prazer, sensação de poder: veem suas vítimas como objetos mesmo.

Quanto aos locais onde ocorre a prática do bullying, Fante diz que acontece com maior frequência na sala de aula, segundo dados identificados nas pesquisas da Abrapia – Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (RJ) realizadas no Rio de Janeiro; para ela, esse dado talvez

seja um sinal de que os nossos professores ainda não sabem distinguir entre condutas violentas e brincadeiras da própria idade, bem como lhes falta preparo para identificar, diagnosticar e desenvolver estratégias pedagógicas para enfrentar os problemas de bullying (Fante, 2005, p. 67).

Dessa forma, concordamos com a conclusão a que ela chega quando afirma que

é necessário que os nossos professores sejam capacitados e habilitados para lidar com esse fenômeno, uma vez que ele os atinge diretamente, a considerar o baixo rendimento, observado em vários alunos, como “resultado de seu trabalho”; também os afeta veladamente, de maneira sutil e estressante, dentre outros motivos, pelo fato de ser o professor um ser emocional, capaz de perceber e captar tanto as atitudes de interesse dos alunos como o clima emocional da turma (Fante, 2005, p. 67).

Alinhando com Fante, Silva vai mais além, atribuindo a responsabilidade sobre a ação e sua contenção não somente ao professor mas também a todos os profissionais da escola, quando afirma:

as escolas necessitam capacitar seus profissionais para a identificação, o diagnóstico, a intervenção e o encaminhamento adequado de todos os casos ocorridos em suas dependências (Fante, 2010, p. 162).

É preciso salientar que, no panorama apresentado por Fante, do professor como um ser emocional, este vai se deparar com suas próprias dificuldades pessoais em lidar com os problemas de maus-tratos ou violência que acontecem em sala de aula. Isso porque muitas vezes os professores, não sabendo lidar com as situações, acabam reagindo com intolerância ou agressividade, “transformando-se assim em modelos para muitos alunos que acabam repetindo as condutas agressivas adotadas por seus mestres” (idem, 2005, p. 68). Ainda lembra que o “modelo viciário” é uma das formas mais comuns de aprendizagem, visto que o aprendiz imita o modelo. Ou seja, ao invés de se mostrarem compreensíveis, amigáveis, um “porto seguro” para seus alunos,

alguns professores se convertem em agressores devido à sua postura de autoritarismo e intimidação na tentativa de obter poder e controle diante do grupo-classe. Um exemplo clássico é a maneira de chamar a atenção e corrigir o comportamento dos alunos, depreciando-os na frente dos colegas, discriminando-os, mostrando preferências por outros, fazendo comparações, ameaçando-os, perseguindo-os e intimidando-os. Não são poucos os professores que, ao se referir a alguns de seus alunos, chamam-nos por apelidos (que às vezes eles mesmos colocam), como Cascão, Tampinha, Fantasminha, Lunático, Esquisito, Burraldo, fomentando assim a vitimização desses alunos (idem, ibidem, p. 68-69).

Com relação ao comportamento das vítimas, Fante constata que, em primeiro lugar, elas temem denunciar seus agressores por conformidade ou vergonha, por medo de virar motivo de chacotas ainda maiores.

Em segundo lugar aparece a reação dos familiares das vítimas, que tendem a “amenizar a situação por temerem que elas sofram represálias dos seus agressores” (idem, ibidem, p. 70), somente intervindo nas situações mais drásticas, quando o problema já se instaurou.

O despreparo dos professores aparece em terceiro lugar, como comentado, pelo fato de não conseguirem identificar o comportamento em sala de aula que expressam “por linguagem não verbal, por olhares intimidatórios, desqualificantes e atemorizadores, por risadinhas e muxoxos ou por atitudes corporais nos intervalos de aula, durante a troca de professores” (idem, ibidem, p. 70).

Em quarto lugar aparecem os próprios alunos, companheiros de sala de aula, que fazem parte dos espectadores passivos, testemunhas oculares, mas que não denunciam os agressores. ”Sentem-se coagidos à omissão, à conivência e à cumplicidade por não quererem se envolver por medo de se tornar um novo integrante do “time das vítimas” (idem, ibidem, p. 70).

Fante se refere ainda a duas formas de comportamentos de bullying: direta e indireta.

A direta inclui agressões físicas (bater, chutar, tomar pertences) e verbais (apelidar de maneira pejorativa e discriminatória, insultar, constranger); a indireta talvez seja a que mais prejuízo provoque, uma vez que pode criar traumas irreversíveis. Esta última acontece através de disseminação de rumores desagradáveis e desqualificantes, visando à discriminação e à exclusão da vítima de seu grupo social (idem, ibidem, p. 50).

A seguir, vamos identificar os protagonistas desse fenômeno. Calhau divide os participantes em “quatro pequenos grupos: agressores, vítimas, espectadores passivos e vítimas-agressoras” (Calhau, 2009, p. 8). Fante e Silva aprofundam a abordagem, citando a vítima típica, a vítima provocadora, a vítima agressora, o agressor e o espectador; para Silva, o espectador pode ser ativo ou neutro.

Sobre a vítima, Calhau afirma que ela é eleita. “Ela não precisa fazer nada para ser escolhida. Os agressores simplesmente a elegem no meio de um grupo para ser alvo de seus ataques” (idem, p. 9).

E concorda com Fante e Silva com relação à ideia de a vítima agressora ser “aquela que reproduz os maus-tratos sofridos como forma de compensação” (Silva, 2010, p. 42). Essa vítima, já tendo sofrido algum tipo de perseguição no passado, tende a identificar indivíduos mais frágeis para transferir seus próprios sofrimentos quando adulta.

Para Fante, a vítima típica pode ser um indivíduo ou um grupo deles, que apresente normalmente uma conduta pouco sociável e não disponha de recursos para reagir à ação do agressor ou dos agressores. Suas características mais comuns são: possui aspectos físicos frágeis, tem medo de se machucar, apresenta coordenação motora deficiente, no caso dos meninos, que apresentam maior grau de sensibilidade, timidez, passividade e baixa autoestima, entre outras. Enfim, torna-se alvo fácil para os abusos.

Silva identifica as vítimas típicas como aqueles alunos que apresentam pouca habilidade no trato social; além de problemas de timidez ou serem reservadas, não conseguem reagir às provocações ou

apresentam alguma marca que as destaca da maioria dos alunos: são gordinhas ou magras demais, altas ou baixas demais; usam óculos, são caxias, deficientes físicos; apresentam sardas ou manchas na pele, orelhas ou nariz um pouco mais destacados (Silva, 2010, p. 38).

Para Fante, a vítima provocadora é aquela que “provoca e atrai reações agressivas contra as quais não consegue lidar com eficiência” (2005, p. 72). Essa vítima, segundo ela, possui “gênio ruim”, pois responde aos insultos com brigas ineficazes. Suas características são: hiperatividade, inquietação, imaturidade, costumes irritantes; normalmente são responsáveis por causar clima tenso no lugar onde se encontram. Para Silva, são “aquelas capazes de insuflar em seus colegas reações agressivas contra si mesmas” (2010, p. 40), mas não têm capacidade de se defender ou revidar.

Finalmente, espectador é o aluno que assiste ao bullying, mas não o sofre nem pratica. Para Fante, “representa a grande maioria dos alunos que convive com o problema e adota a lei do silêncio por temer se transformar em novo alvo para o agressor” (2005, p. 73).

Nesse ponto Silva faz uma distinção de papéis entre os espectadores. Ela admite os espectadores passivos, os que “assumem essa postura por medo absoluto de se tornarem a própria vítima” (2010, p. 45); espectadores ativos são os praticamente solidários, que “manifestam apoio moral aos agressores, com risadas e palavras de incentivo” (idem, p. 46); e os espectadores neutros, os que não percebem o sofrimento alheio pelo fato de a violência já fazer parte do seu meio sociocultural: “eles são acometidos por uma ‘anestesia emocional’ em função do próprio contexto social no qual estão inseridos” (idem, ibidem).

As consequências do fenômeno bullying são terríveis e afetam todos os envolvidos, especialmente as vítimas. Calhau aponta o estresse como “responsável por cerca de 80% das doenças da atualidade, pelo rebaixamento da resistência imunológica e sintomas psicossomáticos diversos” (2009, p. 13). As vítimas podem apresentar diversos sintomas, como “dores de cabeça, tonturas, náuseas, vômitos, dor de estômago, diarreia, febre e dores musculares, entre outras”, principalmente no horário de ir para a escola. Podem desenvolver patologias como “gastrite, úlcera, colite, bulimia, anorexia, herpes, rinites alérgicas”, chegando, nos casos mais graves, ao suicídio ou ao ataque violento a seus agressores e instituições (idem, p. 13).

Fante afirma que a vítima

pode continuar a sofrer seus efeitos negativos muito além do período escolar. Pode trazer prejuízos em suas relações de trabalho, em sua futura constituição familiar e na criação de filhos, além de acarretar prejuízos para sua saúde física e mental (Fante, 2005, p. 79).

Além disso, não somente a vítima, mas também, por sua vez,

o agressor (de ambos os sexos) envolvido no fenômeno estará propenso a adotar comportamentos delinquentes, tais como: agregação a grupos delinquentes, agressão sem motivo aparente, uso de drogas, porte ilegal de armas, furtos, indiferença à realidade que o cerca, crença de que deve levar vantagem em tudo, crença de que é impondo-se com violência que conseguirá obter o que quer na vida... Afinal, foi assim nos anos escolares (idem, ibidem, p. 81).

Silva, talvez por atuar na área médica, elenca as diversas patologias que surgem como “transtornos psíquicos e/ou comportamentais” consequentes das agressões de bullying. Para citar as mais importantes (2010, p. 25-32):

  • sintomas psicossomáticos: “cefaleia, cansaço crônico, insônia, dificuldade de concentração, náuseas, diarreia, boca seca, palpitações, alergias, crise de asma, sudorese, tremores” etc.;
  • transtorno do pânico: “medo intenso e infundado que surge do nada, sem qualquer aviso prévio”;
  • fobia escolar: “medo de frequentar a escola, ocasionando repetência por falta, problias de aprendizagem e/ou evasão escolar”;
  • fobia social (transtorno de ansiedade social – TAS): “também conhecida como timidez patológica, (a vítima) passa a evitar qualquer evento social ou procura esquivar-se deles, o que traz sérios prejuízos em sua vida acadêmica, profissional, social e afetiva”;
  • transtorno de ansiedade generalizada (TAG): “geralmente são pessoas impacientes, que vivem com pressa, negativistas e que têm a impressão constante de que algo ruim pode acontecer a qualquer momento”;
  • depressão: “trata-se de uma doença que afeta o humor, os pensamentos, a saúde e o comportamento”. Silva ressalta que por muito tempo a depressão infantil foi ignorada ou subdiagnosticada, mas que é um problia presente na população escolar;
  • anorexia e bulimia: transtorno alimentar causado pelo “pavor descabido e inexplicável que a pessoa tem de engordar, com grave distorção da sua imagem corporal”;
  • transtorno obsessivo compulsivo (TOC): conhecido como manias, estas são fundadas em obsessões que levam a comportamentos repetitivos;
  • transtorno do estresse pós-traumático (TEPT): observado em adolescentes que passaram ou presenciaram ataques violentos de bullying ou abuso sexual.

Ou seja, o que parecia ser uma brincadeira na verdade pode acabar prejudicando a pessoa para o resto de sua vida. Por isso a importância do tema e do combate e prevenção do bullying.

O que mais nos chamou a atenção durante o estudo desse fenômeno é que, sendo o bullying uma ocorrência já diagnosticada, reconhecida e com ações de combate definidas, continue apresentando casos frequentes e estatísticas crescentes até nossos dias sem que vislumbremos um horizonte de soluções para o fato; pelo contrário, como iremos demonstrar a seguir, o bullying aliou-se a uma ferramenta que o torna muito mais potente – os meios eletrônicos – que o transporta além da escola e se reflete totalmente no comportamento e no rendimento escolar.

Dessa forma, entendemos que é no sentido do comprometimento e da valorização dos corpos docente e discente da escola que acreditamos estar a maior responsabilidade pela continuidade desse problema – ou pela sua solução. Desde que fique claro para todos que a família tem de fazer parte da escola e necessita de uma coeducação constante para que possa dar suporte aos seus filhos.

CYBERBULLYING

Este bloco tem por objetivo conceituar o cyberbullying, comentar rapidamente a história da internet, esclarecer o que é cibercultura, ciberespaço, como e onde ocorre o cyberbullying e quais são as principais consequências dessas agressões.

Segundo o advogado Alexandre Atheniense, presidente da Câmara de Tecnologia da Informação do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o cyberbullying acontece por conta de vários fatores.

O primeiro deles é o crescimento de novos sites de relacionamento que ampliam as redes sociais, blogs e fotoblogs, que se popularizam muito, sobretudo entre os adolescentes.

O segundo é a falta de orientação desses adolescentes, tanto por parte dos pais quanto por parte das escolas, a respeito das responsabilidades de quem pratica o cyberbullying. Essa nova forma de bullying está se propagando graças à falsa sensação de impunidade proporcionada por um suposto anonimato nessa prática.

O cyberbullying ou bullying virtual, segundo Silva, ocorre quando o agressor ou autor se utiliza dos recursos tecnológicos e dos “mais modernos instrumentos da internet e de outros avanços tecnológicos na área de informação e da comunicação (fixa ou móvel) com o covarde intuito de constranger, humilhar e maltratar suas vítimas” (2010, p. 126). Isso faz com que o sofrimento das vítimas se estenda além da escola e suas consequências influenciem no rendimento e no comportamento escolar até na sua vida adulta, constituindo-se em crime previsto em lei.

A principal diferença entre a prática do bullying e do cyberbullying é que, no caso do bullying da forma como citamos no primeiro capítulo deste trabalho,

as formas de maus-tratos eram diversas; no entanto, todas, sem exceção, ocorriam no mundo real. Dessa forma, quase sempre era possível às vítimas conhecer e especialmente reconhecer seus agressores. No caso do cyberbullying, a natureza vil de seus idealizadores e/ou executores ganha uma “blindagem” poderosa pela garantia de anonimato que eles adquirem (idem, ibidem, p. 126).

Em seu glossário, a psicóloga Maria Tereza Maldonado, da PUC-Rio, define o cyberbullying como

o bullying eletrônico; o termo foi criado pelo pesquisador canadense Bill Belsey para descrever o uso da tecnologia digital (celular, sites de relacionamento, e-mail, blogs) para, de modo insistente e repetitivo, hostilizar, ofender ou ameaçar alguém. (...) O cyberbullying usa a tecnologia para bombardear a vítima 24 horas por dia, sete dias por semana (Maldonado, 2010, p. 93-94 e 41).

Atheniense aponta uma terceira diferença que achamos importante: o fato de o agressor não estar presente na hora em que a vítima recebe a provocação, uma vez que ela ocorre por meio eletrônico. Ele afirma que,

dessa forma, o agressor não vê de imediato o mal que causou, ou seja, as consequências dos seus atos, o que minimiza quaisquer eventuais sentimentos de arrependimento, remorso ou empatia para com a vítima que pudesse vir a sentir em resultado dessa constatação. Essa realidade cria, assim, uma situação em que as pessoas podem fazer e dizer coisas na internet que seriam muito menos propensas a dizer ou fazer presencialmente. (Atheniense, disponível em http://www.dnt.adv.br/noticias/cibercultura/cyberbullying-o-que-e-e-como-se-proteger-desse-grave-problema/. Acesso em 7 de julho de 2010).

Percebe-se assim que a tecnologia, mal utilizada, está ampliando a prática do bullying para dimensões inimagináveis e supostamente mais fáceis e mesmo atrativas para os praticantes.

A mais recente pesquisa sobre bullying, realizada em 2009 pela ONG Plan Brasil – uma organização não governamental de origem inglesa que atua no Brasil há mais de 70 anos e está presente em mais de 60 países no mundo, defendendo os direitos das crianças e adolescentes menos favorecidos, sob a coordenação da professora Cléo Fante, revela que,

quanto ao bullying no ambiente virtual – cyberbullying –, os dados mostram que 16,8% dos respondentes são vítimas, 17,7% são praticantes e apenas 3,5% são vítimas e praticantes ao mesmo tempo (Disponível no endereço: http://www.plan.org.br/noticias/conteudo/pesquisa_revela_dados_ineditos_sobre_bullying_no_brasil-391.html. Acesso em 7 de julho de 2010).

Esse número, se comparado aos apresentados na primeira parte deste artigo, revela que a prática do cyberbullying quase duplicou em dois anos. Segundo a pesquisa, a mensagem virtual (e-mail) é o meio mais utilizado pelos praticantes; e a maioria destes é do sexo masculino.

Locais onde ocorre o cyberbullying

A partir do uso dos computadores, criou-se o que o filósofo francês Pierre Lévy, um estudioso das interações entre sociedade e internet, definiu como ciberespaço e cibercultura:

o ciberespaço (que também chamarei de ‘rede’) é o novo meio de comunicação que surge da interconexão mundial de computadores. O termo especifica não apenas a infraestrutura material da comunicação digital, mas também o universo oceânico de informações que ele abriga, assim como os seres humanos que navegam e alimentam esse universo. Quanto ao neologismo cibercultura, especifica aqui o conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço (Lévy, 2000, p. 17, apud Felizardo, in http://www.bullyingcyberbullying.com.br/cyberbullying_1.html. Acesso em 7 de setembro de 2010).

Os praticantes do cyberbullying, sendo usuários dessa rede/espaço público, descobrem rapidamente que é possível montar perfis falsos; assim, segundo Silva, “valendo-se do anonimato, os bullies virtuais inventam mentiras, espalham rumores, boatos depreciativos e insultos sobre outros estudantes, os familiares desses e até mesmo professores e outros profissionais da escola” (2010, p. 127).

Segundo Silva, os recursos mais utilizados para essa prática são: “e-mails, blogs, fotoblogs, MSN, Orkut, YouTube, Skype, Twitter, MySpace, Facebook, Photoshop e torpedos” (idem, p. 127).

Contexto social

Para Calhau, a origem dessa prática é

uma evolução das antigas pichações em muros de colégios, casas ou até nos banheiros das escolas. Eram feitas na calada da noite e causavam grande dor para as vítimas, além da impunidade para os seus praticantes (2009, p. 39).

Silva defende a origem dessa prática nas brincadeiras não tão remotas de “correio elegante e amigo oculto” (2010, p. 127), ressaltando que nem sempre o conteúdo dos textos, atuais torpedos, era de caráter agradável. Uma parcela das pessoas que os recebia era alvo de zombarias e agressões, como ocorre atualmente no envio de mensagens falsas pela internet ou telefone. Para a autora, já naquela época os mal-intencionados se escondiam por trás do anonimato.

Com relação à ideologia moderna, dentre os autores lidos, apenas Silva se refere à questão dos valores, afirmando que o alicerce da modernidade é o individualismo e que, nesse contexto, cada um é responsável por buscar o melhor para si, inclusive seu próprio autodesenvolvimento, autorrealização e autossatisfação, propiciando a formação de uma trindade perigosa: poder, status e diversão.

Nessa busca solitária por sua própria formação, segundo Silva, as relações interpessoais ficam limitadas à influência sociocultural de nossos tempos, e a amizade e o amor são apenas “relações superficiais cultivadas apenas com o intuito de tirarmos proveito” (idem, p. 133). Ela afirma que, nos dias atuais, essas relações são alienantes.

O cyberbullying é um reflexo perfeito dessa cultura embasada na insensibilidade interpessoal e na total ausência de responsabilidade e solidariedade coletiva. Nesse contexto, o bullying virtual encontra fatores bastante propícios para se proliferar de forma sombriamente imprevisível. Dentre eles podemos citar: a inexistência de padrões legais e éticos para utilização dos recursos tecnológicos da informação e da comunicação; a falta de empatia, de sensibilidade, de responsabilidade nas relações interpessoais; a certeza do anonimato, da impunidade e do silêncio acuado das vítimas (idem, ibidem, p. 133).

Para ela, em termos científicos, a adolescência é uma fase da vida humana compreendida entre os 11 e 18 anos. Nesse período o cérebro sofre uma revolução neuroquímica que vai desencadear as transformações físicas e psicológicas observadas:

o cérebro, o nosso comandante maior, passa por uma profunda reformulação, pela qual é lapidado e amadurecido. Este processo ocasiona as repentinas mudanças de humor dos adolescentes, os infindáveis questionamentos sobre regras e limites, os sentimentos de insegurança e insatisfação constantes, as distorções da autoimagem, a necessidade de pertencer a algum grupo, a sede insaciável de novidades, a irresponsabilidade e a inconsequência (idem, ibidem, p. 134).

Além disso, temos que considerar o acordar da sexualidade e a necessidade de incrementar e utilizar os rituais de sedução em relação aos parceiros, que provocam o apetite sexual, a sensação de prazer e a paixão.

Os personagens

Todos os autores apontam os adolescentes como os principais envolvidos no cyberbullying e, assim como no bullying, os papéis desses praticantes são bem definidos.

Os agressores, segundo Silva, podem iniciar a provocação de suas vítimas pelo envio de torpedos ou e-mails anônimos e constantes, com comentários discriminatórios, preconceituosos e sexistas de forma desrespeitosa, sem motivos que justifiquem a maldade dos ataques.

O perfil do agressor se distingue pelo agrupamento dos adolescentes em duas categorias: uma, dos que “apresentam comportamento pouco altruísta somente durante a adolescência (...); e outra composta por um pequeno número de indivíduos que demonstram comportamentos não altruístas desde a infância” (Silva, p. 135).

Atheniense menciona e-mails, torpedos, blogs, fotoblogs, Orkut e MSN como os principais meios por onde os agressores insultam, espalham boatos e rumores cruéis sobre os colegas, seus familiares e profissionais da escola.

Mensagens instantâneas são disparadas, via internet ou celular, em que o autor se faz passar por outro, adotando nicknames semelhantes, para dizer coisas desagradáveis ou para disseminar intrigas e fofocas. Blogs são criados para azucrinar, e o Orkut é utilizado para excluir e expor os colegas de forma vexatória. Fotografias são tiradas, com ou sem o consentimento das vítimas, sendo alteradas, através de montagens constrangedoras, incluindo ofensas, piadinhas, comentários sexistas ou racistas. Essas imagens, muitas vezes, são divulgadas em sites, colocadas em newsgroups e até nas redes de serviços, ou divulgadas através de materiais impressos espalhadas nos corredores, banheiros, ou circulam entre os alunos, sem o conhecimento das vítimas. (Atheniense, http://www.dnt.adv.br/noticias/cibercultura/cyberbullying-o-que-e-e-como-se-proteger-desse-grave-problema/. Acesso em 7 de setembro de 2010).

Segundo Silva, nos sites de relacionamento os agressores também criam perfis e comunidades virtuais falsos,

fazendo-se passar por outra pessoa ao adotar apelidos diversos para disseminar fofocas e intrigas. Eles chegam a criar blogs somente para azucrinar suas vítimas. Os sites de relacionamento Orkut e MySpace são utilizados para promover ataques vexatórios com o intuito sórdido de excluir os agredidos dessas comunidades virtuais (Silva, 2010, p. 127).

Todos concordam que o cyberbullying é praticado pela publicação de imagens deturpadas e fotomontagens constrangedoras das vítimas na internet, invasão de e-mails (que passam a ser enviados como se a vítima fosse a autora das agressões), livros de visita e fóruns virtuais – onde qualquer um pode deixar comentários ou opiniões depreciativos, com intuito de promover brigas, confusões e desordem entre os que participam desses ciberespaços de forma séria e interessada (veja ilustração no anexo) – e votações para eleger os mais bizarros.

Quando as vítimas se deparam com toda essa gama de maldades maquiavelicamente planejadas e executadas, seus nomes e imagens já se encontram divulgados em rede mundial. Não há qualquer possibilidade de sair ileso dessas situações. As consequências psicológicas para essas vítimas são incalculáveis e, muitas vezes, chegam a atingir seus familiares ou amigos mais próximos (idem, ibidem, p. 128).

E, sendo a internet um território sem donos, ainda segundo Silva, as vítimas podem ter suas imagens roubadas e manipuladas por pessoas sem escrúpulos e "expostas na rede mundial como mercadoria que alimenta a indústria de pornografia e pedofilia” (idem, ibidem, p. 130).

Para entender o comportamento dos adolescentes atuais, ressaltamos que, os sites de relacionamentos e jogos, como o Second Life, por exemplo, permitem que seus usuários tenham, de fato, uma segunda vida, como se manifesta Luciana, personagem de Maldonado:

Eu me encontro com meus amigos no ambiente virtual, viajamos, vamos a “shows”, sentamos na lanchonete para jogar conversa fora, tudo que se faz com os amigos na vida que vocês insistem em chamar de real. Aliás, para nós, amigo nem precisa ser uma pessoa de verdade, pode ser um avatar que interage com o nosso, aí a gente conversa, passeia pelos cenários dos jogos, cria intimidade, mesmo que tudo seja inventado (Maldonado, 2010, p. 15).

Um detalhe muito curioso é que os avatares que Luciana constrói para representá-la são totalmente diferentes de sua condição real. Luciana, no livro de Maldonado, é uma personagem acima do peso que se esconde em roupas largas e cabelos desarrumados, com raros amigos na vida real e mais de quinhentos amigos na vida virtual.

Dessa forma, podemos entender que estes jovens internautas se projetam na rede para desfrutar da vida que gostariam de ter, e, para eles, essa vida de fato existe! Acabam sendo alvo predileto de seus algozes.

O livro de Maldonado, apesar de tratar-se de ficção escrita para adolescentes e não um documento acadêmico, será citado nesta seção quando houver necessidade de caracterizar o público-alvo deste trabalho, ou seja, os personagens envolvidos na prática do cyberbullying.

Maldonado também irá ilustrar claramente o sofrimento das vítimas numa das reações de Luciana, que está sendo perseguida por torpedos anônimos pelo fato de estar fora dos padrões de beleza atuais: “E aí, sua gorda, desistiu de reagir? Vai ficar mais parada do que um saco de batatas?” (idem, p. 29). A personagem que está sentada na janela de um ônibus chora muito ao ler e reler o torpedo enquanto pensa:

“Será que algum garoto vai se atrever a me namorar, com esse corpo horroroso que eu tenho?”, pensou ainda chorando. Do fundo da tristeza foi crescendo a revolta contra esse desconhecido asqueroso que teclava verdades tão terríveis a seu respeito: “Quem será?”, “Como conseguiu o número do meu celular?”, “Será que é da minha escola?”, “Será que é um dos três garotos novos da turma?”, “Ou uma menina que resolveu implicar comigo?” A revolta misturou-se à raiva; o medo de reagir e piorar a situação brigava com a vontade de mandar uma mensagem desaforada (Maldonado, 2009, p. 29).

As vítimas se tornam absolutamente impotentes em sua defesa, por não terem ideia da origem dos ataques. Segundo Atheniense, elas se sentem amedrontadas, constrangidas, humilhadas, sentem medo, raiva e vergonha, por serem traiçoeiramente agredidas.

Vivem um clima de instabilidade emocional, desconfiança e animosidade no convívio escolar, pois todos à sua volta tornam-se suspeitos. Normalmente sentem o rebaixamento da autoestima, queda do rendimento escolar, sintomas psicossomáticos diversificados e estresse. Em casos crônicos, isso estimula o surgimento de doenças e transtornos psicológicos (Atheniense, http://www.dnt.adv.br/noticias/cibercultura/cyberbullying-o-que-e-e-como-se-proteger-desse-grave-problema/. Acesso em 7 de julho de 2009).

Por sua vez, Silva afirma que

Qualquer pessoa submetida ao cyberbullying sofre com níveis elevados de insegurança e ansiedade. Quando as vítimas são crianças ou adolescentes, as reações são ainda mais intensas, e as repercussões psicológicas e emocionais podem ser infinitamente mais sérias (...); os ataques de bullying virtual podem se constituir em um fator desencadeante de diversas doenças mentais (Silva, 2010, p. 138).

No combate ao cyberbullying, Calhau afirma que, no Brasil, “algumas ações na Justiça já obtiveram condenações dos agressores, e, em casos de crianças ou adolescentes, de seus pais, por serem os responsáveis legais” (2009, p. 40).

Para Silva, é fundamental que esses jovens adolescentes sejam alertados de que essa prática virtual constitui-se em crime previsto em lei, e o fato de serem menores de idade, supostamente anônimos, não os isenta de penas e responsabilidade.

No Brasil, caso o cyberbullying seja praticado por maiores de idade e configure crime, cabe ação penal privada (por exemplo, para processar criminalmente o agressor que pratique crimes contra a honra, como calúnia, difamação e injúria) (Artigos 138, 139 e 140 do Código Penal Brasileiro, respectivamente) e ação penal pública (para processar criminalmente o agressor que pratique o crime de ameaça, por exemplo) (Silva, 2010, p. 139).

Calhau admite que um dos problemas desse tipo de crime é a demora na sua apuração, mas é a própria tecnologia atual que permite localizar o autor através de seu endereço de IP (internet protocol). Essa demora, ainda segundo Calhau, deve-se a “falta de recursos materiais e humanos da polícia, que investiga quase todos os crimes com prova testemunhal (2009, p. 40).

Tanto Silva (2010, p. 140) quanto Atheniense (disponível em: http://www.dnt.adv.br/noticias/cibercultura/cyberbullying-o-que-e-e-como-se-proteger-desse-grave-problema/, com acesso em 7 de setembro de 2010) esclarecem que, no Brasil, em vários estados já existem delegacias especializadas em crimes praticados pela internet. Silva afirma:

se as condutas forem praticadas por menores de 18 anos, caberá ao Ministério Público (com atribuição na Vara da Infância e da Juventude) pleitear ao juiz competente a apuração do ato infracional. Este, por sua vez, poderá aplicar as medidas socioeducativas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) (Silva, 2010, p. 140).

Na próxima seção vamos ampliar a responsabilidade sobre o assunto para a escola e família, responsáveis maiores pela educação desses jovens que, ao nosso olhar, acabam se envolvendo nesse tipo de “brincadeirinha”, que pode afetar drasticamente todos os lados envolvidos. Vamos também sugerir ações de combate e sites com conteúdo educativo para professores, pais e alunos.

O QUE FAZER PARA COMBATER

O papel da escola, do professor e dos pais

José Carlos Libâneo, mestre e doutor em Filosofia da Educação pela PUC-SP, em sua análise O contexto ‘pós-moderno’ e os impactos na educação, faz um breve relato sobre o momento histórico que estamos vivendo, referindo-se às transformações pelas quais a sociedade foi marcada e que várias são as denominações que tentam defini-lo: “sociedade pós-moderna, pós-industrial ou pós-mercantil, sociedade do conhecimento. Alguns preferem entender que o tempo presente é de uma modernidade tardia” (2005, p. 26).

Nesta investigação, ele pontua vários autores (Giroux, McLaren, Giddens, Silva, Rouanet) sobre as características da sociedade pós-moderna, cujo termo, assim adotado por ele, melhor define o nosso momento histórico; entre outras mudanças que interferem no pensamento e nas práticas educacionais, cita as:

Novas tecnologias da comunicação e informação, ampliação e difusão da informação, novas formas de produção, circulação e consumo da cultura, colapso da divisão entre realidade e imagem, arte e vida (idem, p. 26).

No contexto, o papel do professor assume uma grande importância na formação dos valores atuais, que passam a ser estruturados a partir de todas as influências que o sujeito recebe da sociedade.

Os educadores devem ajudar os estudantes a construírem seus próprios quadros valorativos a partir do contexto de suas próprias culturas, não havendo valores com sentido universal. Os valores a serem cultivados dentro de grupos particulares são a diversidade, a tolerância, a liberdade, a criatividade, as emoções, a intuição (idem, ibidem, p. 28).

Por sua vez, a LDB (Lei 9.394/96) vem reforçar e responsabilizar a escola pela formação destes novos valores quando diz que o Ensino Fundamental brasileiro é responsável pela formação básica do cidadão; alguns dos objetivos a serem atingidos pelo professor são:

II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;

III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;

IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social. (Lei 9.394/96, artigo 32º, redação dada pela Lei 11.274/06).

Libâneo, ainda com foco na pedagogia e modernidade, propõe que se discuta um conjunto de objetivos da educação básica, entre eles a preparação do aluno para o mundo do trabalho; a formação para a cidadania crítica; a preparação para a participação social e a formação ética.

A formação ética é um dos pontos fortes da escola do presente e do futuro. Trata-se de formar valores e atitudes ante o mundo da política e da economia, do consumismo, do sexo, da droga, da predação ambiental, da violência, e diante, também, das formas de exploração que se mantêm no capitalismo contemporâneo (Libâneo, 2002, p. 201).

Silva reconhece a responsabilidade dos pais, mas enfatiza que muitos deles não têm condições de diferenciar uma brincadeira de mau gosto de um comportamento característico de bullying. Por isso, ela relata:

Os pais precisam estar muito atentos para perceber a utilização que seus filhos fazem da internet. Eles costumam ver os filhos como vítimas e nunca como agressores; no entanto, é importante que entendam que suas crianças podem assumir esses dois papéis (Silva, 2010, p. 137).

Dessa forma, ela complementa que cabe aos pais o papel de proporcionar aos filhos o clima de confiança que se faz necessário quando a criança encontra algum desconforto ou incômodo decorrentes do uso da internet.

Na história de cyberbullying escrita por Maldonado, Luciana acaba resolvendo seu problema quando encontra outra vítima, Henry, com uma base familiar mais sólida, que, em sua reação, acaba por sinalizar uma possível resolução do problema: buscar o apoio dos pais. “– Minha mãe me ensinou que a gente nunca deve se calar diante de agressões e de injustiças, senão elas continuam crescendo, e os culpados ficam impunes!” (Maldonado, 2010, p. 70).

Silva também destaca as ações de combate por parte dos pais, que devem estar atentos ao uso do computador com relação ao tempo de uso, aos sites visitados, ao comportamento diante do equipamento, se riem, choram, xingam, tentam esconder a tela ou ficam inquietos. Ao mesmo tempo, os pais devem procurar ajuda de especialistas ao perceber comportamentos dessa natureza, sem restrições, por vergonha, medo ou outro motivo (2010, p. 138).

 Conclui-se, então, que o combate ao cyberbullying é de responsabilidade conjunta, envolvendo ações da vítima, de seus pais e da escola. Mas, como sugere Silva, a escola é o grande agente articulador do combate a esse fenômeno.

Essa responsabilidade escolar deve ser compartilhada com os pais e familiares dos alunos por meio de palestras, indicação de livros e filmes, divulgação de textos por e-mail, distribuição de cartilhas, desenvolvimento de projetos artísticos que premiem o combate ao cyberbullying. (...) Os alunos também devem ser alertados sobre os tipos de crimes que são praticados de forma virtual. Devem saber que o anonimato e a menoridade não os isentam de responsabilidades e de punições, caso cometam esses atos ilícitos. Já existem leis específicas para isso (Silva, 2010, p. 139).

Entre as ações de combate ao cyberbullying, Maldonado sugere que toda comunidade escolar esteja atenta e preparada para lidar com o assunto, o que pode ocorrer por meio de campanha específica, de manual elaborado para esclarecer conceitos e indicar ações apropriadas. Os inspetores devem ficar atentos e prontos para agir ao sinal de ataques no pátio, corredores, refeitório, portão de entrada; os funcionários da cantina ou refeitório, da limpeza, secretaria e administração também devem ser preparados e estar atentos para encaminhar os casos à orientadora; os professores devem elaborar projetos incluindo o tema como debate nas matérias que ensinam (Maldonado, 2010, p. 90).

Para Silva, os alunos precisam ser orientados sobre a importância de resguardar senhas pessoais, números de documentos, contas bancárias, cartões de crédito, profissão e cargo dos pais, endereços e telefones pessoais, local onde passarão férias, considerando que o praticante do cyberbullying muitas vezes se faz passar por “verdadeiro amigo” para ludibriar suas vítimas (Silva, 2010, p. 139).

Com relação aos alunos, Maldonado propõe que os representantes de turma sejam eleitos a cada dois meses e que recebam treinamento em liderança com reuniões quinzenais com a orientadora, objetivando a criação de novas ações, entre elas a elaboração de normas de convivência entre os colegas, o reforço da cooperação por meio de cartazes, além da criação de “blogs para compartilhar textos de interesse comum e trocar informações relevantes” (2010, p. 91). Essas medidas, segundo Maldonado, encorajam o uso responsável da rede e solidificam laços de amizade que vão ajudar a inibir as ações de cyberbullying.

Ambientes virtuais no combate ao cyberbullying

Entre as ferramentas pesquisadas destaca-se o endereço http://www.internetresponsavel.com.br/criancas/. Este site foi criado pela GVT (Holding) S.A., empresa operadora de banda larga que oferece serviços de telefonia e internet no Paraná, com apoio do Comitê para Democratização da Informática – CDI (pioneiro na inclusão digital na América Latina), do Mingau Digital (site criado por Cláudia Porto, museóloga e ilustradora infantil) e da SaferNet (entidade que combate a pornografia infantil na internet brasileira), entre outros.

Trata-se de um ambiente virtual completo, com páginas separadas para crianças, pais e professores. Cada um desses usuários encontra definições, indicações de segurança, comportamento na internet, o que é chamado de “netiqueta”, esclarecimentos sobre o “lixo eletrônico” e glossário.

Além dessas informações, o ambiente das crianças conta com “coisas legais”, jogos e brincadeiras educativas. O ambiente dos pais, além de esclarecimentos, indica sites para visitas conjuntas entre pais e filhos, como o Museu do Louvre, em Paris, o Oceanário de Lisboa e o site da Nasa, estimulando a pesquisa e a convivência familiar. O ambiente dos professores é o mais rico dos ambientes. Os links específicos ensinam como usar a web para ensinar, indicam sites seguros, indicam sites por matéria e contêm até um teste sobre segurança e “netiqueta” que, ao nosso olhar, pode ser utilizado pela orientação pedagógica ou direção da escola para avaliar o conhecimento dos professores sobre a internet.

Todos os ambientes contam com o blogpost do bem”, vídeos e histórias em quadrinhos.

Nesse site também encontramos outras nomenclaturas para diferenciar o comportamento cyberbullying, como o “happy slapping”, considerado uma evolução do cyberbullying, que é uma agressão no mundo real: o agressor fotografa ou filma a vítima para depois publicar na internet; o “stalking behavior” é uma espécie de invasão de privacidade. Por exemplo, o agressor manda diversos e-mails, faz diversos comentários no Orkut ou MSN, insistentemente, como uma perseguição. E ainda o “phishing”, que é a captura de informações particulares ou sigilosas para utilização em roubos ou fraudes.

Outra ferramenta interessante é o ambiente virtual Mingau Digital. Segundo a definição do portal, “é um site para crianças de 7 a 13 anos, seus pais e professores, criado para divulgar ideias antigas e novas, incentivar a criatividade, trocar opiniões e fazer todo mundo pensar por si mesmo” (disponível no endereço http://www.mingaudigital.com.br. A ilustração permite uma visualização rápida dos diversos ambientes criados para os públicos distintos.

Ilustração 1: Tela do ambiente inicial do site Mingau Digital
Ilustração 1: Tela do ambiente inicial do site Mingau Digital

Fonte: Mingau Digital (disponível em http://www.mingaudigital.com.br/, visitado em 30 de setembro de 2010).

No ambiente para as crianças, destacamos o link internet, que mostra uma entrevista com Bruno Rossini, gerente de Relações Públicas para a América Latina da Symantec, fabricante de um dos softwares antivírus mais conhecidos da área de informática, o Norton (disponível em http://www.mingaudigital.com.br/article.php3?id_article=3171, com acesso em 11 de outubro de 2010). As crianças têm acesso aos dados de um relatório intitulado Norton Online Living Report, que mostra as várias tendências do comportamento online, com base em pesquisa realizada em 12 países, entre eles o Brasil. A parte interessante para os pais é a que aborda o assunto “Você sabe onde estão seus filhos online?”, e acaba incentivando as crianças a conviver com os pais nesse ambiente. Além disso, propõe a pesquisa em sites confiáveis, incentiva o estudo da língua inglesa como sendo a base da comunicação mundial; indica a melhor maneira de efetuar buscas na internet e oferece um link para o uso da internet responsável.

O ambiente dos pais, além de brincadeiras para fazer com os filhos e sugestão de cardápios, entre outros assuntos, destaca um link sobre comportamento (http://www.mingaudigital.com.br/rubrique.php3?id_rubrique=84, com acesso em 11 de outubro de 2010) e outro com fóruns. Atualmente estão em discussão os temas “Como educar os filhos?” e “Filhos e internet” (http://www.mingaudigital.com.br/rubrique.php3?id_rubrique=276. Acesso em 11 de outubro de 2010).

No terceiro ambiente, destinado ao professor, encontram-se diversos links que ajudam na elaboração de planos de aula, na sua atualização, na busca pela excelência no exercício da profissão, no acesso a revistas da área pedagógica, à Lei 8.069 (ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente), que determina os direitos da criança e do adolescente na íntegra; destaca-se também um ambiente para discussão com outros profissionais da área.

Metodologias de trabalho

“O Uso da internet e sua Aplicabilidade na Sala de Aula” (disponível em http://tic-12.blogspot.com/, visitado em 11 de outubro de 2010) é o título de um blog elaborado por Pamela, Tamires e Marcela, alunas do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Alagoas. Como o próprio título sugere, esse ambiente é totalmente voltado para a aplicação correta da rede em sala de aula. O blog visa à utilização da internet como aliada do professor, discute temas como: “A internet estimula ou acomoda?” e “Qual risco a internet traz para nossas crianças e adolescentes?”, entre outros. Percebe-se, nessa iniciativa, o incentivo ao uso das tecnologias da informação mesmo antes da formação dos professores.

No que tange ao uso da internet em sala de aula, foram encontrados diversos sites onde o professor, como responsável pelo seu autodesenvolvimento, pode buscar apoio para elaborar planos de aula, planejar visitas ao laboratório de informática e navegar com segurança.

Além dos sites citados no item anterior, sugere-se, por exemplo, os endereços relacionados a seguir, como alguns dos mais populares:

Entendemos que seja necessário que os professores, assim como seus alunos, ganhem dimensão no ciberespaço, ampliando essa cultura de comunicação para os pais.

Outra das principais ferramentas encontradas para utilizar a internet como ambiente pedagógico facilitador da autoconstrução do conhecimento, e que pode se constituir parte das soluções de combate ao cyberbullying é a metodologia webquest. “Metodologia, estudada, desenvolvida e disponibilizada por Bernie Dodge, Educational Technology, San Diego State University em 1995 e disseminada no Brasil por Jarbas Novelino Barato, são produzidas questões para disponibilização na internet e podem ser editadas em programas como Front Page, NVU, Dreamweaver, Mozilla Composer” (Barros, 2005, disponível em http://www.gilian.escolabr.com/textos/webquest_giliancris.pdf. Acesso em 14 de outubro de 2010).

No endereço http://www.webquestbrasil.org/criador/, é possível criar um projeto individual ou coletivo, com estrutura predefinida, composta de cinco partes: Introdução, Tarefas, Processo, Avaliação e Conclusões. Nesse ambiente, encontramos projetos de todas as disciplinas, inclusive dois sobre cyberbullying: um para alunos da 5ª série como parte das atividades de Informática; outro para a 8ª série como integrado à Língua Estrangeira. É importante ressaltar que foram encontrados projetos para alunos desde a antiga 1ª série, atual segundo ano, até a pós-graduação, divididos por título, série e disciplina/área de conhecimento, e projetos interdisciplinares.

PROJETO CYBERBULLYING UTILIZANDO MÉTODO WEBQUEST

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BULLYING USANDO O ORKUT

Comunidade aberta em 26 de setembro de 2009; aparece com 5.139 membros “anônimos”.

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Em 11 de novembro de 2010 já conta com 7.750 membros declarados.

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E mais comunidades:

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Dudu Surita era apenas o filho do apresentador da Rede TV! Emílio Surita. Desde que foi escolhido pela revista Capricho como “colírio”, teve sua privacidade invadida; porém, devido à fama do pai, virou celebridade.

Ações contra o cyberbullying

Em seu epílogo, Maldonado sugere ações bastante interessantes que foram tomadas na escola fictícia de sua história. A comunidade escolar foi preparada para atuar na campanha preventiva a partir da elaboração de um manual esclarecendo os conceitos e propondo ações. Estas se estenderam até os pais, mobilizados num grupo que também elaborou um folheto com sugestões de comportamentos a serem adotados em casa e nas áreas de lazer dos condomínios como reforço da campanha realizada na escola.

No combate efetivo ao cyberbullying,

algumas turmas criaram blogs para compartilhar textos de interesse comum e trocar informações relevantes. Com isso encorajaram o uso responsável da rede e solidificaram os laços de amizade que ajudam a inibir as ações de cyberbullying (Maldonado, 2010, p. 91).

É importante ressaltar que o combate ao cyberbullying passa inicialmente pelo combate ao bullying. Na base de todas as ações preventivas, a principal delas é a aceitação das diferenças entre os seres humanos. No site Casa da Educação (disponível em http://www.casadaeducacao.com.br/educacao-especial.html, acessado em 6 de novembro de 2010), especificamente na página dedicada à Educação Especial, encontra-se uma série de materiais que podem ser utilizados pelo professor para trabalhar essas diferenças, como fantoches, brinquedos, livros e DVDs, já separados por faixa etária.

O site do programa Altas Horas (disponível em http://altashoras.globo.com/videos/#/Bullying) contém uma campanha feita ao longo de seis meses por esse programa da Rede Globo, comandado pelo apresentador Serginho Groisman; ali se encontram vídeos com diversos depoimentos, inclusive de atores famosos, como Mateus Solano e Cauã Reymond, que admitem ter sido vítimas de bullying na escola. Essa ferramenta pode ser interessante no trabalho com os adolescentes pela empatia desse público com o programa e seus ídolos. Nesse mesmo site o autor Walcyr Carrasco faz o lançamento de três livros sobre o combate ao bullying destinados à faixa de 8 a 10 anos: Pituxa, a vira-latas, que aborda as diferenças sociais; A ararinha do bico torto, sobre as deficiências físicas; e Meus dois pais, abordando a temática homossexual.

No site da revista Capricho (http://capricho.abril.com.br/blogs/diganaoaobullying/), uma publicação dirigida a adolescentes, está um blog destinado ao combate ao bullying. Pela identificação com seus ídolos, os adolescentes se sentem encorajados a contar seus problemas e discutir o assunto. Sendo uma revista consumida pelo público adolescente feminino, acreditamos que o professor que atua com os jovens pode trabalhar textos da revista ou do site e, principalmente, buscar nesses veículos pontos de discussão que permitam aos alunos exercer sua capacidade de crítica.

A mais atual ação de combate ao bullying e cyberbullying foi tomada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com o lançamento do projeto Justiça na Escola. Esse projeto tem por objetivo “aproximar o Judiciário e as instituições de ensino do país no combate e prevenção dos problemas que afetam crianças e adolescentes” e pretende agir no “combate às drogas, bullying, violência nas escolas, evasão escolar, prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e cidadania” (CNJ, disponível em http://www.cnj.jus.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12341:cnj-lanca-cartilha-de-combate-ao-bullying-em-brasilia&catid=1:notas&Itemid=675. Acesso em 25 de outubro de 2010).

O lançamento do projeto ocorreu no dia 20 de outubro de 2010, na Escola de Magistratura Federal – ESMAF, em Brasília-DF. A primeira palestra realizada no lançamento foi sobre bullying, proferida pela dra. Ana Beatriz Barbosa Silva. Nessa mesma data e local foi lançada a Cartilha Justiça nas Escolas, elaborada pela palestrante (está disponível em http://www.cnj.jus.br/images/Justica_nas_escolas/cartilha_web.pdf. Acesso em 25 de outubro de 2010). A cartilha é um roteiro com perguntas e respostas – inclusive sobre cyberbullying – para auxiliar professores e alunos no combate e prevenção dessas ações.

Pudemos verificar a ocorrência do fenômeno cyberbullying, a responsabilidade de todos quando se trata de prevenir ou combatê-lo e a multiplicidade de meios disponíveis para que a escola atue no ambiente virtual como aliada do processo educativo.

A atual sociedade praticamente não comporta mais professores despreparados para atuar na questão do respeito às diferenças quando se trata de conter as ações de bullying; o domínio da informática e suas ferramentas constitui-se num importante diferencial no currículo desse educador, quando não se torna conhecimento indispensável para o exercício de sua profissão.

Ressalta-se a necessidade de atualização constante, por parte das instituições de ensino e professores, dos assuntos que estão em torno do universo infanto-juvenil, abrangendo os aspectos culturais, sociais, comportamentais, das formas de diversão, comunicação ou atuação na sociedade, inclusive modismos.

CONCLUSÃO

Algumas semanas após a escolha do tema de nossa pesquisa, a revista Nova Escola publicava na capa de sua edição nº 233 (junho/julho 2010) uma matéria intitulada Cyberbullying. Durante todo o período da pesquisa, o assunto foi tratado com frequência por meio de reportagens de divulgação do assunto, com a exibição, nos telejornais de várias emissoras de televisão, de casos recentes de ocorrências de bullying. O programa Altas Horas, cujo público é basicamente adolescente, faz desde maio de 2010 uma larga campanha de combate ao bullying, intitulada Bullying – A Hora de Falar é Agora!. Na semana em que estamos concluindo nossa redação, o Conselho Nacional de Justiça lançou a Cartilha Justiça nas Escolas. Alguns estados brasileiros também iniciaram ações de combate recomendando às escolas estaduais que o assunto seja discutido em sala de aula.

Por esses fatos, conclui-se a importância do assunto pesquisado e sua atualidade, uma vez que nos deparamos com as primeiras ações coletivas e de cunho legal no sentido do combate e tomada de consciência sobre o bullying e o cyberbullying.

Acredito que este trabalho tenha atingido seu objetivo principal: esclarecer o fenômeno bullying e sua derivação mais atual, o cyberbullying; oferecendo ferramentas importantes para auxiliar alunos, pais e professores a trabalhar de forma preventiva no que tange à erradicação dessa prática.

Indiretamente, a pesquisa resultou na constatação da necessidade de formação continuada dos profissionais que atuam na área da educação.

Finalmente, deparamos com ferramentas de trabalho novas, que precisam de melhor investigação para ser utilizadas em larga escala, como o método webquest.

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WEBQUEST BRASIL. Disponível em: <http://www.webquestbrasil.org/>. Acesso em: 14 de outubro de 2010.

Glossário

Estes verbetes foram interpretados a partir de MALDONADO, 2010, p. 93-94.

Blogs
Abreviação de Weblog, ou seja, é um diário online que pode ser acessado por pessoas do mundo todo, cuja estrutura permite a atualização rápida a partir de acréscimos dos chamados artigos, ou posts, que são normalmente organizados de forma cronológica inversa.
e-mail
Mensagem enviada por via eletrônica.
Facebook
Site de rede social que está se popularizando no Brasil.
Fotoblog
Diário eletrônico atualizado com fotos.
Happy slapping
Evolução do cyberbullying em que a agressão acontece no mundo real. O agressor fotografa ou filma as cenas de agressão para depois mostrá-las na internet.
Messengers
Programas de mensagens instantâneas que permitem que as pessoas se comuniquem (escrevendo ou falando) e até mesmo se vejam, caso haja uma webcam. Exemplos: MSN, Skype, Google Talk etc.
Microblogs
A mesma coisa que blog, com reduzido número de caracteres para postagem.
MySpace
Rede social mais popular nos Estados Unidos.
Orkut
O mais famoso e popular site de relacionamento no Brasil.
Skype
Programa de chamadas “telefônicas” gratuitas pela internet, cuja função mais básica é utilizar o computador como um telefone.
Stalking behavior
Perseguição em que a vítima tem sua privacidade invadida repetidamente e de diversas maneiras; por exemplo, pode ser alguém que insiste em mandar e-mails, publicar mensagens no Orkut, chamar no MSN etc.
Torpedos
Mensagens enviadas via telefone celular.
Twitter
É rede social formada por microblogs. A pessoa se conecta a outra para saber o que está sendo noticiado.
Webcam
Dispositivo que permite visualizar a pessoa com quem está conversando.
YouTube
Biblioteca com vídeos divididos por assuntos que são compartilhados com outros usuários.

Publicado em 25 de janeiro de 2011

Publicado em 25 de janeiro de 2011

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