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Stephen Hawking: deficiência e superação no legado do maior físico da atualidade
Adriana Oliveira Bernardes
Professora de Física
Ele anda de cadeira de rodas, comunica-se por meio de um sintetizador de voz e movimenta apenas os dedos de uma das mãos. Estamos falando de ninguém mais ninguém menos do que o maior físico da atualidade, o inglês Stephen Hawking.
Motivos para desanimar não faltavam; afinal de contas, já em sua juventude a doença que atacava seus músculos foi descoberta e uma sentença de morte lhe foi dada pelos médicos: viveria no máximo por mais dois anos.
Mas ele, ao contrário do que se esperava, não parou de estudar, não abandonou seu trabalho nem rejeitou o que a vida ainda lhe propiciava, mesmo tendo seus movimentos cada vez mais restritos e a saúde cada vez mais debilitada.
Na verdade, Stephen Hawking está bem longe de ser uma pessoa comum, mas não por ocupar a cadeira que no passado pertenceu a outro físico famoso, também inglês, chamado Isaac Newton, ou por ter um significativo trabalho na área de Cosmologia, mas principalmente por sua superação, por não ter desistido quando tudo o impelia a isso.
Fico pensando em quantas pessoas com menores limitações que as dele perderam a chance de contribuir com o que podiam para o bem de outras pessoas por não se julgarem capazes ou por acreditarem quando diziam que ela não era capaz.
É bom pensarmos que não precisamos criar nenhuma teoria cosmológica importante ou revolucionar a Ciência. O que é importante para nós, seres humanos, é revolucionar nossa própria vida e nunca nos furtarmos disso, nem com as piores dificuldades que possamos enfrentar.
Não podemos esquecer como são vistas as pessoas que possuem algum tipo de deficiência em nossa sociedade; é certo que muita coisa vem mudando, mas na maioria dos casos essas pessoas são vistas como incapazes e tratadas de maneira “diferente”, como se uma deficiência numa área específica as impedisse de todo o resto.
Analisando um pouco mais a fundo os cálculos que são relevantes para o desenvolvimento do trabalho de Hawking, observamos enorme grau de dificuldade, que engloba fórmulas gigantescas. Para realizá-lo é necessário esforço, dedicação e um enorme talento, talento esse que, no caso de Hawking, supera qualquer dificuldade.
Na ciência, o maior legado desse físico está relacionado ao estudo dos buracos negros, sobre os quais deu grandes contribuições nos anos 1960.
Em princípio, um buraco negro é uma estrela que morreu; aliás, vale lembrar que a nossa, o Sol, também passará por esse processo: também morrerá. Mas podemos ficar tranquilos, pois até lá não haverá nem sombra de nossa civilização, já que isto se dará daqui a cinco bilhões de anos.
A morte do Sol não fará com que ele se transforme num buraco negro, já que ele não tem massa suficiente para isso. Mas se, hipoteticamente, ele se tornasse um buraco negro, teria o diâmetro de apenas 3km.
O desenvolvimento do trabalho de Hawking deu consistência a teorias cosmológicas importantes, que hoje tiram a força da famosa teoria do Big Bang.
Muitos cientistas não entendiam quando, ao participar de um congresso, viam um homem chegar sendo trazido por uma maca. Mas era aquele homem, que utiliza uma matemática que poucos dominam, que criaria uma importante teoria.
Com tudo isso, Hawking acaba deixando muito mais que um legado na ciência; ele nos deixa, principalmente, uma maravilhosa lição de vida.
Sugestão de site:
Stephen Hawking: http://www.hawking.org.uk
Publicado em 18/10/2011
Publicado em 18 de outubro de 2011
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