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Ficção fantástica com Eduardo Spohr Entrevista com o escritor que mistura História, romance e mitologia

Tatiana Serra

Descrever a img desde que não seja apenas ilustração

Uma guerra entre os arcanjos Miguel e Gabriel sob o ponto de vista dos soldados, misturando História, romance e mitologia em pouco mais de quatrocentas páginas. Assim é essa ficção fantástica, o estilo que vem marcando a preferência dos jovens leitores, e assim é o mais novo romance do carioca Eduardo Spohr: Filhos do Éden: herdeiros de Atlântida, o primeiro volume de uma saga e já promessa de mais um sucesso do escritor. Lançado em setembro de 2011, na última Bienal, pela Verus, este é o segundo livro de Spohr, que teve o primeiro, Batalha do Apocalipse (também pela Verus), de 2010, incluído na lista das obras de ficção mais vendidas no Brasil – durante muito tempo dominada por autores estrangeiros.

Educação Pública – Fale sobre sua trajetória como escritor: dificuldades, objetivos...

Eduardo Spohr – Até o lançamento do Batalha do Apocalipse, eu tive uma longa trajetória, mas isso foi bom, porque eu fui aprendendo muito. É bom que as editoras recusem seu trabalho num primeiro momento, porque aí você corre mais atrás do que quer. Na época, as editoras não estavam interessadas em publicar esse tipo de livro (ficção), então eu o publiquei em um blog e aí comecei a ganhar público. Em 2009, vendemos mais de 4 mil exemplares, e foi isso que chamou a atenção de uma editora grande para publicar o livro. Foi uma trajetória que valeu muito.

Educação Pública – Qual é a história do primeiro livro, Batalha do Apocalipse?

Eduardo Spohr – Uma guerra no céu entre os arcanjos Miguel e Gabriel.

Educação Pública – Podemos dizer que o segundo livro, Filhos do Éden: herdeiros de Atlântida, segue a linha do primeiro?

Eduardo Spohr – Apesar de a história se passar no mesmo universo do primeiro livro, ele é totalmente diferente do outro; tem outro ritmo, é muito mais rápido. A batalha é a mesma, porém, sob o ponto de vista dos soldados, de quem está à frente na guerra – e não dos super poderosos; é uma história mais humana, mais dinâmica. E a expectativa é de que as pessoas entendam este livro como sendo uma proposta totalmente diferente do anterior.

Educação Pública – Como surgiu a ideia de escrever sobre ficção, envolvendo História, romance e mitologia?

Eduardo Spohr – Eu sempre gostei muito de ficção, filosofia, religião, mitologia e de cinema. Por isso acabei seguindo essa linha e fazendo um livro que tivesse a ver com essa minha realidade e com a de muitas pessoas, por acaso. E isso fez com que eu acabasse conquistando esse público.

Educação Pública – Você tem alguma religião? Alguma crença pode ter influenciado você no processo criativo de seus livros?

Eduardo Spohr – Não tenho religião e nunca tive. Eu estudei numa escola católica e acho que justamente por isso não tenho religião. Eu tinha uma aula de Religião seguida por uma de Ciências; daí, numa a professora ensinava sobre Adão e Eva e, na outra, o próprio colégio desmistificava aquilo ao falar da história da evolução. Na verdade, eu sou um cético, não como um cara que não tem fé em nada, mas como alguém que duvida de tudo. Eu questiono tudo: a ciência, a religião, e isso é um aprendizado.

Educação Pública – Quando começou a se interessar por leitura e escrita? Você sempre foi um leitor e um “escritor”?

Eduardo Spohr – Sempre gostei muito de ler, mas teve uma época em que lia pouco, porque os livros recomendados pelo colégio eram muito pesados para a minha idade e eu não gostava. Quando eu tinha uns 14 anos, comecei a retomar o gosto de ler e fui desde histórias em quadrinhos à literatura.

Educação Pública – Quais são suas principais referências na literatura?

Eduardo Spohr – O conteúdo das minhas obras tem muito a ver com o cinema; a forma de escrever tem a ver com a literatura.

Educação Pública – Você acha que essa maneira de escrever, com uma visão de cinema, é um dos motivos que fazem com que os jovens tenham tanta atração por esse tipo de leitura? Até porque as novas (e tão adoradas por eles) mídias também trabalham mais o visual...

Eduardo Spohr – Não sei, porque na verdade esse tipo de leitura tem atraído vários tipos de público, não só os jovens – e eu não esperava por isso. Na verdade, o que todos gostam é de aprender, e o bom de escrever esse tipo de história é que não é preciso ficar só na camada da aventura, e sim numa camada metafórica. Quanto aos jovens, eu tenho visto que eles têm lido bastante sobre tudo, até mesmo aqui no Brasil, onde dizem que o jovem não gosta de ler.

Educação Pública – O que você acha dos educadores que acham que nem todo tipo de leitura vale a pena?

Eduardo Spohr – Acho que é muito simples. Se o educador acha importante que o aluno leia um clássico (e isso eu também acho), não tem como obrigá-lo, porque daí ele vai odiar aquele tipo de leitura para o resto da vida. Acho que o importante é lembrar que a leitura em geral, até mesmo história em quadrinhos, tem sua importância e que uma coisa leva à outra. Por exemplo: se o aluno gosta de Harry Potter e lá ouve falar de mitologia, ele vai querer saber mais sobre o assunto.

Para saber mais sobre o último livro do escritor, visite www.filhosdoeden.com.

Ficha técnica do livro:

  • Título: Filhos do Éden: herdeiros de Atlântida
  • Autor: Eduardo Spohr
  • Editora: Editora Verus
  • Gênero: Ficção

Publicado em 25/10/2011

Publicado em 25 de outubro de 2011

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