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Livros usados – reciclar sem danificar Parte 1 - Sebos Virtuais

Alexandre Amorim

Descrever a img desde que não seja apenas ilustração

Há muitas pessoas que não gostam de comprar livros usados. É compreensível, uma vez que o próprio nome dado às lojas de livros usados nos remete ao desagradável ato de manipular capas gordurosas e sujas. É compreensível, principalmente, naqueles que têm alergia aos ácaros e outros micróbios, mas o fato de só comprar livros novos faz com que o leitor perca um bônus do livro de sebo: a história daquele livro. Não a história escrita pelo autor, impressa nas páginas, mas a história daquele objeto, que não está gravada por tipologia. Na verdade, é uma história que pode ser encontrada em fragmentos, dentro do livro: um autógrafo, uma dedicatória, um cartão esquecido entre as páginas ou mesmo uma lista de compras riscada no meio do diálogo entre Sherlock Holmes e o elementar Watson.

Quem teria levado os Cães de Baskerville para o supermercado? Por que alguém levaria um livro para aqueles corredores de produtos? Alguém conseguiu ler um romance policial e de dedução enquanto decidia se comprava Toddynho ou Nescau para os filhos? Essa é uma história que se ganha ao comprar o livro de Conan Doyle no sebo e, ao abrir, achar uma folha arrancada de caderno com nomes de frutas, vegetais e produtos de limpeza obrigatórios em casa. Ou a lista está no livro por outro motivo? Por que a lista está dentro do livro – eis uma boa pergunta para nosso leitor amante de resolver mistérios.

Além disso, a internet facilita a vida de quem tem alergia aos ambientes úmidos dos sebos. O leitor com rinite não precisa sair de casa para garimpar um livro raro ou encomendar aquele romance que a escola vai usar como base no segundo semestre. Existem vários sites com ofertas de todo tipo.

O Estante Virtual é uma espécie de conglomerado de sebos. Nele, pode-se procurar por título, autor, editora, por autor e/ou título (se você quer uma lista dos livros de Machado de Assis ou sobre ele, basta usar essa última pesquisa) e – pesquisa preciosíssima – por descrição do livro. Além disso, há uma “garimpagem por estante” (por assunto) e por livreiros ou sebeiros, divididos por estados da União.

O Livreiro, por sua vez, é como um Facebook de aficionados por livros. É claro que se vendem livros, mas há também comunidades sobre autores, gêneros e até assuntos de bibliófilos, como “a pilha só aumenta” ou “me dá um livro de presente”. Nessas comunidades, há troca de ideias e de interesses entre os cadastrados.

No Livros Difíceis, a especialidade são livros esgotados, raros ou, como o nome diz, difíceis de encontrar. O site recebe sua encomenda e, assim que encontrar, informa o valor pedido pelo dono da publicação.

A Amazon, gigante de vendas na web, começou com livros, discos e nada mais. Hoje, vende de minissaias a parafusos, mas tem também livros usados. São sebos espalhados pelo mundo todo que se cadastram no site e oferecem títulos que podem sair por 10% do valor do mesmo livro novo. O cliente nem precisa se preocupar em procurar de onde o livro vem: ao buscar um título, os exemplares usados são oferecidos na mesma página, com seus devidos descontos.

Falar de Amazon e livros nos leva, obviamente, aos Kindles, os tablets para livros eletrônicos vendidos pelo site. O aparelho custa entre US$ 100 e 200 (dependendo de acessórios, como wi-fi e teclado. E serve basicamente para ler livros eletrônicos, isto é, digitados em arquivos. O conceito de “livros usados” perde totalmente o sentido quando tratamos de livros eletrônicos. Eles podem ser copiados (legal ou ilegalmente) e não há um objeto físico a ser revendido, mas um arquivo digital a ser compartilhado.

Para aqueles que desejam vasculhar livros que caíram em domínio público e podem ser baixados gratuitamente, basta visitar o Project Gutenberg (em inglês) ou o Domínio Público (em português). Os textos podem ser lidos no computador ou nos Kindles.

É uma boa notícia para quem não quer sujar os dedos em páginas amareladas. Quanto àqueles que sentirão falta do papel, não há com que se preocupar: a digitalização nem de longe afeta a publicação em celulose. Estamos em meio a uma revolução tecnológica e podemos ainda aproveitar os benefícios de ambas as eras: de Johannes Gutenberg a Steve Jobs.

A seguir está uma lista de sebos virtuais. Quem sabe um dos livros que você compra vem com um bilhete de amor ou um número de telefone misterioso? Boa sorte e boa leitura!

Sebos virtuais:

http://www.estantevirtual.com.br/

http://www.reler.com.br/

http://www.traca.com.br/

http://www.livrosdificeis.com.br/

http://www.amazon.com

http://www.gutenberg.org/

http://www.dominiopublico.gov.br

Leia também:

Livros usados na cidade maravilhosa, Parte 2 - Sebos no Rio de Janeiro

29/11/2011

Publicado em 29 de novembro de 2011

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