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Tecnologia: primordial para a Educação?
Tatiana Serra
Que ela já se tornou essencial para boa parte da sociedade, isso é fato, não se discute! Mas, e quanto à importância das novas tecnologias em sala de aula? Seria a tecnologia primordial ou não para a Educação?
A cada invenção tecnológica, se descobre uma nova função, inclusive dentro do espaço pedagógico. Seja o acesso à internet; a possibilidade de criar espaços virtuais, como blogs e sites; os jogos eletrônicos; a tv digital... O que não faltam são motivos para transformar recursos tecnológicos em pedagógicos e facilitadores no processo de aprendizagem.
Mas a discussão sobre a importância da tecnologia na Educação ainda provoca opiniões diversas. Por exemplo, segundo Luiz Felipe Pondé, colunista do caderno Ilustrada, da Folha de São Paulo, a tecnologia não é primordial para educar ninguém. Para ele, há um "modismo bobo" entre as pessoas que costumam afirmar que "estamos vivendo um novo paradigma". O colunista ressalta ainda que a experiência do conhecimento, a discussão do conteúdo e a capacidade de fazer o aluno prestar atenção no que o professor está dizendo dependem muito pouco da tecnologia.
Apesar de inseridas em boa parte das instituições sociais, ainda vivemos um período de adaptação às novas tecnologias e, na educação, não seria diferente. Mas e se essa mesma tecnologia puder ser usada como facilitadora no processo de aprendizagem? E por que não caber à Educação uma parcela de responsabilidade na compreensão dos significados dessa transformação?
Com os avanços tecnológicos, foram mudando os modelos sociais, inclusive alguns modelos pedagógicos. No mínimo, mudou-se a maneira de pesquisar, armazenar e difundir a informação. Apesar disso, ainda há muita dificuldade de interação entre os docentes. Muitos deles utilizam o computador e a internet para preparar suas aulas, mas ainda têm dificuldade de tratar os recursos tecnológicos como pedagógicos. Os que conseguem romper essa barreira se deparam com o que, provavelmente, querem os estudantes: uma nova visão sobre a informação passada em sala de aula, uma nova maneira de construir o conhecimento e de trocar informações. Ou seja, se adequar às novas tecnologias pode ser muito mais do que ter aulas de informática, pode ser reaprender a olhar.
Com isso, a internet, por exemplo, “é muito mais que um mero instrumento. Além de um dispositivo, ela representa um modo diferente de efetivar a comunicação e o processamento social da informação”. É o que observa Arnaud Soares Júnior, professor do mestrado em educação e tecnologia da Universidade Estadual da Bahia e autor do livro Tecnologias Inteligentes e Educação: currículo hipertextual.
De acordo com o educador, o uso da internet não representa grande desafio para que os professores aprendam a sua utilização, porque suas funções mais sofisticadas são acionadas até mesmo por intuição. Isso por causa da “interface amigável”, que viabiliza o manuseio rápido e fácil.
Mas não basta utilizar a tecnologia para prender a atenção dos estudantes, enfatiza Arnaud.
“A questão mais importante é como garantir uma educação de qualidade com a utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) e como definir sua utilização mais pertinente em cada contexto de formação. Para tanto, devem ser consideradas as condições e as necessidades inerentes a cada contexto, além das novas tensões sociais que aí se refletem em função do crescente processo de globalização”, diz ele.
Os jogos eletrônicos também podem ser um dos facilitadores no processo de aprendizagem. Diante de toda uma geração de jovens nascidos num mundo totalmente tecnológico, como não se render à linguagem digital para se aproximar deles e se fazer entender? Aliás, se pararmos para pensar, não há nada de muito novo nesse recurso pedagógico, afinal, não é de hoje que se faz uso do lúdico para envolver os alunos.
Porém, a realidade brasileira nos faz constatar que o maior problema ainda é a falta de estrutura e não de tecnologia. Não há como separar educação de interação e, quando não há qualidade nas escolas, não há interatividade, logo, sobra dificuldade na capacidade de questionamento e na formação de seu próprio conhecimento, e é preciso um ambiente interativo para que as tecnologias se tornem recursos utilizáveis na Educação. Como já foi dito, não basta ter dinheiro para investir em novas tecnologias, é primordial saber o que fazer com as muitas possibilidades por elas apresentadas.
Publicado em 22 de março de 2011
Publicado em 15 de fevereiro de 2011
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