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Independência ou morte!

Cristiane Brandão

– Que absurdo! Como deixaram a criança cair do 21º andar?

Vocês não imaginam o desespero de uma militante que estava averiguando casos de violência doméstica e infantil diante daquela cena.

– Quem sabe com uma presidenta governando nosso país, essa filosofia não muda?!. Sempre é a mulher!

Seria, talvez, um momento de desabafo quanto à aplicação da lei e à efetivação de Delegacias para a Proteção da Criança e do Adolescente.

Caminhando ao redor do seu próprio bairro, na Baixada Fluminense, Rosita se depara com um flagrante: ‘criança morta por abandono da mãe que tentava saciar sua fome’. Aquilo chocou e muito. Tratava-se de bem mais que uma manchete estampada num jornal.

Em lágrimas, Rosita, naquele instante uma frágil mulher, cai de joelhos num estreito cômodo de seu apartamento. E, já quase desacreditada, depois de tudo o que havia visto, se fortalece e grita bem alto:

– “Independência ou morte”. Esse sim deve ser o título da minha dissertação de mestrado. Como culpar as famílias quando, mesmo depois da promulgação do ECA em 1990, as autoridades (in)competentes não assumem totalmente o seu dever?... Vinte e um anos se passaram e agora são as crianças que lutam, em marcha pela sua infância (como “os fraldas pintadas”), reclamando seus direitos, sobretudo, o direito de poderem ser compreendidas (e protegidas) como simplesmente crianças.

São cinco horas da madrugada... E o relógio desperta.

– Ah! Ainda bem que foi só um pesadelo. Por um instante achei que era tudo real. Já imaginou uma sociedade que não cumpre as leis de garantia dos direitos da criança e é omissa aos fatos? Vou voltar a me dedicar, com mais afinco, para concluir minha preciosa dissertação – suspira, aliviada, Rosita.

Acho que depois da maioridade a estatística fica fora de moda!

Publicado em 01/03/2011

Publicado em 01 de março de 2011

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