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Teatro para alguém

Juliana Carvalho

Professora e redatora

Teatro e internet

Imagem da página inicial do site
http://www.teatroparaalguem.com.br/

A internet tem sido uma ferramenta usada com sucesso para divulgar várias iniciativas nacionais de teatro. Que o digam os espetáculos de stand-up, que viraram uma febre no Youtube e dali saíram para bares e casas de espetáculos nacionais lotados. O formato foi tão bem recebido pelos internautas que a atriz e diretora Renata Jesion pensou: se a combinação entre teatro e internet dá tão certo, por que não criar um teatro virtual?

Teve início, então, o projeto paulistano Teatro para Alguém, que exibe peças ao vivo ou não e atrai artistas de várias áreas dispostos a fazer experimentações com uso das novas tecnologias. Desde jovens recém-formados em artes até escritores e diretores, todos têm lugar no projeto, que conta também com a adesão de veteranos como Lourenço Mutarelli, Mário Bortolotto, Antônio Prata  José Mojica Marins.

Segundo informações do próprio site, desde 2008 já passaram por lá 150 profissionais do teatro, cinema, TV e internet para transmitir ao vivo quase 40 peças inéditas que hoje estão disponíveis gratuitamente para acesso a qualquer hora.

O Teatro para Alguém funciona baseado na ideia de uma casa com vários cômodos; e cada um deles é um palco. Segundo Renata Jesion, cada sala tem uma característica. O sótão foi pensado para escritores e dramaturgos. Uma vez por mês, é transmitida ao vivo uma peça de 30 a 50 minutos, que depois vai para o site, dividida em atos de 10 minutos. O trabalho é feito com conteúdo em alta definição. Esse é o limite do Youtube, já que todas as peças são colocadas lá também.

Descendo um andar, chega-se à sala de estar dos autores literários e dos cronistas. Pessoas dessas áreas são convidadas para escrever algo para encenação. Em outro andar funciona a sala exclusiva de Lourenço Mutarelli. Essas peças não são transmitidas ao vivo, porque seu trabalho tem formato de seriado, é uma antinovela. Toda terça e quinta-feira há um episódio novo de Corpo estranho. No porão ficam as peças antigas.

Cada episódio de Corpo Estranho é uma produção. A segunda temporada, por exemplo, tem 20 episódios; assim, quando ela chegar ao final, serão 46 produções ao todo. Durante muito tempo, o projeto não teve patrocinadores; os próprios autores investiam seu dinheiro e sua energia. Mesmo assim, devido à generosidade dos envolvidos, que recebem um cachê simbólico ou muitas vezes não recebem nada, já ultrapassaram a marca de 1.000 espectadores vendo uma produção ao vivo, o que fez o link cair. É como se esse público que assiste às peças pela rede lotasse um teatro por dia. No início, eram necessários seis meses para que uma peça chegasse a 50 mil acessos, mas hoje o projeto facilmente alcança essa marca em um mês.

Alguns podem dizer que não é realmente teatro o que esse grupo faz, por falta do público no momento em que a peça é encenada. Renata explica que os atores passam de um a dois meses ensaiando, a câmera é estática e tudo é feito em plano sequência, sem cortes.

Talvez seja um hibrido de cinema e teatro, na busca de uma nova linguagem. O certo é que não existe um rótulo para o que fazem, mas quem se preocupa com isso?

E você, professor? Que tal utilizar essa ferramenta maravilhosa e gratuita em sala de aula?

Publicado em 01 de março de 2011

Publicado em 01 de março de 2011

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