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Educação a Distância: possibilidades e limites
Rodrigo Galdino
Jornalista, pós-graduando em Planejamento, implementação e gestão em EaD (UFF)
A tecnologia não resolve todos os problemas da educação, mas pode reduzir as distâncias entre educador e educando.
Antes mesmo do desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação (TIC), a viabilidade da Educação a Distância já era comprovada em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil. O correio, o rádio e a TV são precursores nesse processo, numa época em que a internet não existia. No entanto, a EaD foi potencializada pelas novas tecnologias, já que o surgimento da web (a interface gráfica da internet) possibilitou não apenas a interatividade, mas uma interação agradável, envolvendo texto, áudio e vídeo.
Pensar em EaD na contemporaneidade é pensar na democratização do acesso à educação, principalmente nos países pobres, onde parte da população não tem acesso aos bancos escolares. Logo, essa modalidade tem o potencial de ampliar o acesso ao ensino (médio, técnico, profissionalizante, superior etc.) numa sociedade que valoriza cada vez mais o conhecimento. No entanto, o currículo da EaD deve ser embasado em princípios como valorização da cidadania, do diálogo, da participação; do contrário, teremos uma “educação bancária”, tal qual afirmava Paulo Freire.
Para aquele educador pernambucano, para ser libertadora a educação deve se basear em princípios como dialogicidade e interação entre educador e educando, numa construção conjunta do conhecimento. Segundo Freire, para formar cidadãos conscientes é preciso cultivar o diálogo, a participação, a interação no processo pedagógico. Nesse contexto, a EaD pode obter ótimos resultados, já que as tecnologias podem ser utilizadas nesse sentido.
No entanto, precisamos encarar as TIC como ferramentas a serem utilizadas na construção do conhecimento, e não como a solução para todos os males da educação.
A tecnologia sozinha não resolve todos os problemas; ela não pode ampliar a cidadania nem democratizar o acesso ao ensino se os profissionais envolvidos no processo não forem comprometidos com tais causas. A tecnologia pode apenas ser intermediária nesse processo, reduzindo as distâncias entre educador e educando. Aqui entra a EaD. Uma educação que tem o potencial de ampliar o acesso aos “bancos escolares”, interiorizar a educação superior e dar uma segunda chance de aprendizagem àqueles que não tiveram condições de frequentar uma escola nos moldes "tradicionais".
Portanto, pensar em EaD significa pensar numa modalidade de ensino que tem o potencial de ser dialógica, democrática, participativa e que pode, dessa forma, ampliar o número de cidadãos que têm acesso à educação de qualidade. Qualidade que, como já foi comprovado, não será comprometida pela distância que envolve os mecanismos de EaD, pois por meio de currículos organizados por profissionais sérios, materiais educativos que envolvam interatividade e com a participação de tutores e professores especialistas, a EaD pode mudar os rumos da educação.
Publicado em 13 de março de 2012
Publicado em 13 de março de 2012
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