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Desaviso

Luis Estrela de Matos

1.
Não pedir mais as incongruências
beba-se café frio, if
matizes supérfluas não nos contaminam
deixaria as areias imóveis se, e enquanto?
bicos e pés e tons bifurcassem
este desejo quase traço
de uma certeza humana que respira
isto são poros, calosidade, rugosas ventosas
que me colam à memória alheia
e eu andarilho e eu compartilho e eu martelo eu e o som
bigorna que me divide
entre um lugar que imagino
e outro que me contamina
Existe a mesa e um sorriso anônimo
Avisando estes olhos em forma de vento
que a toalha desenhara-se de um já café quente
If

2.
Esta distância deve ser meia medida
conveniências adjacentes
e não mais poderei refrear
deve existir um tempo
visto que o sol quase desautoriza
sombras
de objetos teimosos
e inexistentes
queimação, viração, outrem
ou vela derretida dentro dos olhos
a arder, aderente, impunemente
só assim a xícara retorna
ainda não no centro imaginado de uma marca que já existira
deve haver um engano nisso quase
pois é engano
um anel prateado dividindo o dedo
em partes desiguais
but...

3.
Fecham-me os sentidos
e embutido nisso, é claro,
olhos de água e espuma e maresia e à revelia
dilata-se uma vida
talvez alheia e desavisada
plena, transbordante, abusiva,
julgando ser coisa existente
e eu fito o entremim e o entrealhures
não mais colecionarei
haverá de dispersar-se
este aviso.
Era um café, I know,
Era um anel, talvez
Sempre o torpor
Sempre o mesmo calor
Gritando em silêncio azul:
Fique tudo como
if, quase
um amor
vestígios
de um sim

Publicado em 08/05/2012

Publicado em 08 de maio de 2012

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