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O tal sentimento de culpa: o meu, o teu etc.
Tatiana Serra
Quantas vezes você se deparou com a tristeza de não conseguir estar com sua família numa comemoração porque estava trabalhando, a raiva do chefe que fez com que você chegasse em casa quando as crianças já estavam dormindo...? Quantas vezes sentimentos como esses escondiam a tal culpa por permitirmos demais, por acharmos ser aquilo o melhor a fazer, por optarmos pelo caminho que, em seguida, soubemos que não era o certo, culpa por não saber dizer não, culpa por ter feito e, pior, culpa por nem ter tentado fazer?
Quando nos sentimos assim é que nos conscientizamos de que certo devia estar Freud quando disse que o sentimento de culpa é o maior problema do desenvolvimento da civilização. Segundo ele, sentir culpa resulta num preço alto demais: a perda da felicidade.
Por outro lado, há quem diga que se sentir culpado pode significar parte do caminho rumo à conscientização dos próprios erros. Afinal, há quem nem culpa sinta, embora tudo ao redor indique que é desse alguém a responsabilidade pelo o que aconteceu – ou no mínimo por parte desse acontecido.
Entre culpados e inocentes, quem somos nós? Nós que, ao observarmos as desigualdades sociais e toda a corrupção que só aumenta o número de desiguais e a distância entre eles, culpamos os políticos, julgamos nosso país como desacreditado e de cidadãos sem educação... E, assim, vestimos a roupa da inocência e nos esquecemos ou não nos damos conta de que, se fazemos parte dessa sociedade, somos responsáveis por ela; logo, não somos inocentes e, então, somos culpados.
Porém, se foi Freud quem disse ser a culpa o maior problema do nosso desenvolvimento, que tal transformá-la numa boa ação? Para que, lá na frente, possamos ganhar sendo felizes, em vez de pagarmos o preço da perda da felicidade. Que tal?
Publicado em 20 de marode 2012
Publicado em 01 de fevereiro de 2012
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