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Viva o Professor!

Priscila Maria Romero Barbosa

A época comemorativa de 15 de outubro homenageia o professor. Data essa consequência da Lei de 15 de outubro de 1827, homologada por Dom Pedro I, que instituía escolas de primeiras letras em vilarejos mais populosos do Império brasileiro.

Para mim – pedagoga e pós-graduanda na área educacional –, o verdadeiro mestre é um desbravador de territórios longínquos de saber. Lutador digno de “batalhas” travadas pelo bem dos homens. Descobridor de dons, de talentos. Protetor. Amigo. E, muitas vezes, psicólogo.

Lembro-me de vários professores que passaram pela minha vida acadêmica e que, bem ou mal, ficaram em minhas lembranças. A “tia” Tânia de minha infância, sempre com um semblante calmo e doce, além de um sorriso no rosto, fazia as vezes de mãe. A “tia” Denize, na época uma jovem senhora, era possuidora de um abraço caloroso. O professor Vicente – mestre do laboratório de Ciências –, para nós, alunos, era a cópia do Gargamel – inimigo dos Smurfs (sempre que ele aparecia, cantávamos o “la, la, la” do desenho animado). O coordenador Joel do semi-internato cuidava de todas as crianças e adolescentes ao longo do dia. E o que falar do mestre Dilson, de Redação? Talvez se eu não recebesse seu apoio e incentivo não estivesse escrevendo esta crônica!

Mas será que esse profissional tem noção da influência que exerce? Será que conhece o poder que tem em suas mãos? Será que sabe que sua conduta é exemplo para muitos?

Felizmente, como contei há pouco, são boas as recordações que tenho. E dessa mesma época posso relatar alguns fatos – às vezes, não tanto positivos – como o de um educador, no Ensino Médio, adotar um livro-texto com referências enaltecedoras a um partido político, o de sua preferência, de seu voto. Lembro-me também de que, em anos de eleição, o mesmo professor desfilava com broches de seus associados. Quer campanha melhor do que essa – em meio a tantos adolescentes, com algumas ideias imaturas e ansiosos para confirmar suas ideologias nas urnas? Também posso narrar o caso de ter tido aulas de Geografia com uma professora que simplesmente copiava o livro de atividades que nós tínhamos e adotava sua réplica nas provas. Moral da história: nós, alunos, estudávamos, ao longo da semana, mas nos dias de teste apenas trazíamos o mesmo livro – com todas as questões respondidas – e o colocávamos debaixo da mesa (numa espécie de gaveta) para, durante a prova, colar. Devo confessar que não deveria fazer parte do “grupinho da preguiça em pensar”, mas era tão mais simples e fácil... Consequência: nunca fui bem nessa matéria.

São exemplos pequenos, mas demonstram a influência de poder e atitude dos mestres!

Quanto à minha prática em sala de aula, posso dizer que é muito pouca, mas a percepção do entorno e a dedicação aos estudos me faz entender o tamanho da complexidade de tal profissão e sua nobreza.

O que dizer nesse dia tão importante, porém desvalorizado por um sistema que finge não ver que o professor é a chave para a cidadania e o caminho para o conhecimento?

Professor, por favor, não desista! Insista! Você é o mestre de todos os mestres! Precisamos de você!

BIBLIOGRAFIA:

BRASIL. História da Educação no Brasil. Período Imperial. Lei de 15 de outubro de 1827. Disponível em: http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb05a.htm. Acesso em 29.set.2012.

Publicado em 16/10/2012

Publicado em 16 de outubro de 2012

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