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Fernando de Azevedo: uma escrita de história

Cíntia Borges de Almeida

Mestre em Educação (UERJ), do Núcleo de Ensino e Pesquisa em História da Educação

Marli Saraiva Cimino

Doutoranda em Educação (UERJ) e professora da Escola Agrotécnica Federal de Barbacena

O objetivo deste trabalho consiste em analisar a escrita de um historiador da Educação tendo como enfoque o recorte de uma de suas obras, a fim de que possamos compreender o cenário, contexto com o qual o autor estava envolvido e que de alguma forma tenha contribuído e interferido na escrita de seu texto (Análise da escrita da história a partir da concepção de Fernando de Azevedo, baseada em sua obra Educação e seus problemas, apresentada no Seminário de Tópicos Especiais: Escritas da História da Educação Brasileira: saberes, sujeitos e instituições, em 2010.). A partir desse entendimento, escolhemos fazer uma sucinta abordagem sobre Fernando de Azevedo e seu livro Educação e seus problemas, publicado em 1937, no contexto do Estado Novo. Com qual objetivo ele foi escrito? O que esse livro afirma ou defende? O que visa a criticar ou denunciar? Quais argumentos são mobilizados e como são articulados? O que está implícito em sua escrita? Estas e outras questões postas no decorrer do trabalho são alguns dos problemas que tentaremos discutir a partir de nossa análise.

Trajetória acadêmica de Fernando de Azevedo

Para compreender o contexto no qual o autor se encontrava e o espaço de atuação ocupado por ele no período da publicação do livro, julgamos necessário buscar um conhecimento sobre a trajetória de Azevedo, a qual permitiu que ele estabelecesse esse pertencimento.

Fernando de Azevedo, nascido em 1894, teve sua formação como interno de colégio jesuítico, o que mais tarde fez com que ele tivesse interesse em estudar em um seminário. Foi nesse momento que Azevedo lecionou pela primeira vez como professor substituto do seminário, descobrindo que sua real vocação seria o magistério. Formou-se bacharel em Direito, embora nunca tenha deixado o magistério em segundo plano. Atuou também como jornalista, escrevendo crônicas literárias para jornais. No entanto, foi como educador que seu nome ganhou destaque na década de 20 do século XX, quando fez parte do movimento de renovadores da educação e foi reconhecido pelo seu projeto de reforma do ensino no Distrito Federal em 1927. A partir de então, foi escolhido como redator do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, em 1932 (carta assinada por 26 educadores que reivindicavam e propunham transformações na educação), colaborando também para a fundação da Universidade de São Paulo, em 1933. Após a fundação, exerceu cargos dentro da instituição durante toda a década de 30, período de destaque, devido à publicação do livro Educação e seus problemas.

Escreveu, durante sua trajetória profissional, cerca de 30 livros, tendo como foco principal as áreas de Sociologia e Educação, com 13 livros nesta última área. Dos principais trabalhos de Fernando de Azevedo sobre Educação destacam-se A reforma do ensino no Distrito Federal, em 1929, Novos caminhos e novos fins, em 1932, Educação e seus problemas, em 1937 e A Cultura brasileira, em 1943.

A obra

A primeira edição do livro Educação e seus problemas foi publicada em 1937; estava estruturado pela compilação de dezessete discursos e conferências feitos entre 1921 e 1936. Foi dividido em quatro partes, denominadas Introdução, Problemas Gerais, Problemas Especiais e Conclusão. Feita essa divisão, observamos a constituição das partes. A primeira é constituída por um discurso. Na segunda, intitulada Problemas Gerais, sete discursos são analisados. A terceira parte possui seis discursos, enquanto a conclusão (quarta parte) é formada por dois. É importante destacar que o livro não possui prefácio, o que dificulta afirmar com consistência algo sobre o objetivo com o qual o livro foi publicado, assim como não há informação sobre para quem o livro estava sendo direcionado. As possíveis análises realizadas partiram do conjunto discursivo, dos espaços utilizados para fazê-los e do público que participava das conferências.

Análise da Introdução do livro

A Introdução apresenta o discurso da 5ª Conferência Nacional da Educação, em 1933, de que o autor tomou parte como delegado do Estado de São Paulo. Ali ele define seus princípios e posição, fica clara sua preocupação com a renovação da educação e se mostra comungando com o Estado, que segundo ele apoia o movimento de renovação educacional:

os governos vêm seguindo e apoiando, se não estimulando e estendendo, o movimento de renovação educacional; sente-se que já vai penetrando, no espírito de nossos homens públicos, a consciência cada vez mais nítida e larga da gravidade e da importância do problema educacional brasileiro (AZEVEDO, 1937, p. 15).

Essa aceitação e apoio ao governo podem ser compreendidos ao longo do texto, já que Azevedo afirma, inúmeras vezes, que para se obter uma educação coletiva, participativa, igualitária, de modo que abranja todas as camadas sociais, é preciso haver uma relação estreita entre Estado e Educação, sendo necessário um Estado forte em defesa da democracia. Nesse discurso, Azevedo analisa a importância da reunião e discorre sobre o anteprojeto da Carta Constitucional. Ressalta a relevância da posição do governo na construção do sistema educacional.

Ou o governo porá ombros à tarefa tremenda que desafia a capacidade de homens de Estado, de construir com audácia o sistema de organização educacional substituindo a escola de uns pela escola para todos (...) ou terá de se resignar a debater-se inutilmente, sobre o solo minado, na maré montante de problemas cada vez mais graves e complexos cujas soluções permanentes estão condicionadas às grandes reformas econômicas e educacionais (p. 20).

Acreditando ser conveniente situar o autor de acordo com o período de seu pronunciamento, devemos destacar que Azevedo, em 1933, foi diretor-geral da Instrução Pública do Estado de São Paulo (1933) e diretor do Instituto de Educação da Universidade de São Paulo (1933-1938), o que explicita a influência do autor no cenário educacional.

Análise dos Problemas Gerais

A parte do livro que se dedica aos Problemas Gerais apresenta sete discursos, que versam sobre questões diferentes, embora a necessidade de um Estado voltado para os interesses coletivos perpassem todas elas. Um desses discursos se volta para o problema da Educação Rural (pronunciado em 1933), enquanto os outros seis se dedicam ao tema da universidade e da política (pronunciados em 1935, 1932, 1936, 1936, 1936 e 1935).

A conferência de 1933, que teve a Educação Rural como foco, aconteceu por iniciativa da Associação de Professores Primários e da Liga de Professores, sob o patrocínio da Diretoria Geral de Instrução do Distrito Federal, o que nos dá ideia do público a que os discursos eram direcionados. Antes de apresentar a proposta de Azevedo acerca do ensino rural, é fundamental que seja entendida sua preocupação com a educação humanista, com a educação igualitária e social, entendendo se tratar de uma educação que consiga abranger as diferentes classes sociais, de modo que tenha sentido e significado para o indivíduo. O meio em que o indivíduo vive irá estabelecer os objetivos aos quais a educação servirá. Ou seja, Azevedo propõe uma educação prática relacionada ao meio e às necessidades de cada um. Nesse ponto podemos identificar a aproximação com os pensamentos de Durkheim quando este diz que “a origem primeira de todo processo social de alguma importância deve ser, pois, procurada na constituição social do meio interno” (DURKHEIM, apud AZEVEDO, 1937, p. 40).

Defensor do movimento Escola Nova, Azevedo via na Educação a possibilidade de mudança e transformação. Sua defesa da Educação Profissional deve ser entendida como uma exigência do desenvolvimento industrial. Pode-se perceber em seus discursos uma postura humana observável em sua narrativa sob influência de Durkheim e Dewey, que também defendiam a reforma a partir da ciência e da indústria. A preocupação de Azevedo com o Ensino Profissional e com a Educação Rural, ponto que ganhará destaque no livro, reflete essa sua visão educacional e social, ou seja, educação para o contexto. A abordagem que Azevedo faz a respeito de Educação Rural deve ser analisada a partir de sua relação com o processo de urbanização. Mais que se preocupar com o êxodo rural, o autor analisa a extrema necessidade de ligação entre os meios rural e urbano. Para isso, dá ênfase à relevância de um processo de estruturação que conte com a extensão dos meios de transporte, de comunicação e acesso. Azevedo ressalta a urgência de estradas que possibilitem essa integração, destacando que, através dela, torna-se possível planejar uma educação condizente com a demanda rural, já que existe relação entre dificuldade de comunicação e desenvolvimento de um sistema educacional.

A socialização das escolas rurais está na dependência da “consolidação” dos estabelecimentos de educação e, portanto, da erradicação de estradas, que preparam essa “consolidação” e, reduzindo as distâncias entre os grupos humanos, as famílias e as escolas, estabelecem entre eles uma comunidade mais íntima de sentimentos e de interesses (p. 45).

As demais conferências que abordam a questão da política e da universidade, feitas entre 1932 e 1936, utilizam quase exclusivamente o espaço da universidade para se fazer ouvir, o que nos remete a pensar sobre o objetivo almejado a partir desses discursos ao selecionar um público restrito ao campo da Educação Superior. É preciso entender a relação entre o conteúdo desses discursos e o público ao qual ele visava atingir. É necessário destacar também o papel que Azevedo ocupava dentro da universidade, seja como diretor do Instituto de Educação, seja como professor nas faculdades de Filosofia e Sociologia da Universidade de São Paulo. Outro ponto que merece destaque é o que se refere às referências bibliográficas utilizadas por Azevedo nesses discursos, tanto ao enfatizar a necessidade de uma reforma educacional, defender um Estado democrático, analisar a questão do que é público e falar sobre os problemas de um governo autoritário como ao discutir acerca do caráter seletivo da universidade e do público ao qual deve ser direcionado. Para isso, utilizou autores como Lapie, Bertrand, Dewey, Barcos, Bouglé, Siegfried e Brocard.

Sobre o conteúdo discutido dentro desses Problemas Gerais, a universidade e o papel do Estado serão analisados com mais ênfase. Será tratada a missão da universidade. Na fala, sendo professor do Instituto de Educação da Universidade de São Paulo, Fernando de Azevedo falou da criação da primeira universidade no Brasil e seu contexto de conflito social e político. Analisou também o papel da universidade, voltada para a ciência e para o trabalho e organizada em função “das múltiplas necessidades da vida social” (p. 64), devendo se tornar cada vez mais “acessível a todos os grupos profissionais em que se divide a sociedade, e, portanto, atender às necessidades de todas as profissões de base científica, que constituem as molas essenciais da riqueza e das atividades da nação” (p. 64). Por conseguinte, o autor, ao relacionar universidade e democracia, defende a necessidade de existência de uma elite e a universidade como responsável por sua formação; argumenta quanto à importância dessa tarefa, já que essa formação influenciará de forma direta o meio social e político; portanto, a vida total do país.

O livro aborda também a relação do Estado e da Educação, apresentando, mais uma vez, as influências de Dewey ao considerar a educação de natureza pública, concordando com ele na ideia de que “a educação das crianças é uma verdadeira obrigação do Estado” (p. 80). Azevedo defende a educação pública administrada por um Estado democrático, ou seja, uma intervenção pública que garanta a oportunidade de educação para todos.

O Estado tem na escola, além de um dos meios de poder político para manter sua autoridade e defender sua existência, um instrumento de equilíbrio entre as forças que agem sobre o indivíduo, a cujas tendências particulares a educação pública opõe um conjunto de ideias e sentimentos, uma complexidade de hábitos de todas as classes comuns a todos, indispensáveis para que todo o indivíduo possa cumprir a missão que lhe corresponda na coletividade (DEWEY apud AZEVEDO, 1937, p. 88).

A perspectiva de Azevedo acerca do Estado

O Estado aparece nesse livro como um dos pontos centrais e articuladores para discorrer sobre todas as outras questões que foram analisadas nele. Azevedo, em seus discursos, deixava clara sua posição a favor de um Estado democrático preocupado com os interesses coletivos da sociedade. No entanto, perceber-se a partir de suas conferências e de suas constantes críticas ao governo vigente que ele não concordava com a política totalitária da década de 1930.

Pois um país em que o acento se põe não sobre a assembleia que controla, mas sobre o homem que governa (...), em que ‘homem de governo’ é quase tudo e a opinião pública quase nada, apresenta tão pouco de cristalizado e de acabado e tanto de plástico e de mudável, que a obra a se realizar poderá ser talvez, ao menos sob este aspecto, uma empresa menos difícil do que a de uma sociedade de velhas e pesadas tradições de política e de administração (AZEVEDO, 1937, p. 107).

Em diferentes momentos da obra, Azevedo se posiciona, ainda que de forma implícita, contra tais práticas. Para ele, é inadmissível que se comungue com um governo que priorize os interesses particulares de determinados grupos sociais e políticos. Para lutar contra essas práticas, o autor credita na figura da universidade o caminho para o combate por meio da formação de homens públicos conscientes de seus deveres sociais.

Pois nesta época rudemente trabalhada por duas correntes sociais e políticas que, fazendo apelo à força, à vontade e à ação, tendem a esmagar a inteligência e a liberdade sob o rolo compressor da máquina do Estado, o Governo de São Paulo criou a universidade, como um protesto e afirmação de fé na liberdade de pensamento. (...) É a reposta de São Paulo aos ideais da força e da violência (p. 58).

Concluindo esta breve análise da escrita de Azevedo a partir de sua trajetória, de seus pertencimentos durante a década de 1930 e, principalmente, a partir da compilação dos discursos observados no livro, devemos lembrar que Azevedo utilizava os espaços que ocupava para protestar contra uma Educação conservadora e segmentada, assim como para propor projetos de reformas e apresentar a posição do Estado frente a tais ideais renovadores. Com isso, Azevedo e outros educadores que compartilhavam esses ideais sofreram perseguições e até afastamento de cargos públicos e da política. O autor também utilizará esses discursos para fazer tais denúncias.

O ideal educacional, se existiu alguma vez nos homens públicos que se sucederam no poder, esse não importava que continuasse o mesmo; o que interessava era a utilização do poder em favor dos ‘amigos’ e contra ‘inimigos’. É o que nós conhecemos pelo nome pitoresco de ‘derrubada’, e quando essa luta não se exprime pelos atos violentos de repressão (demissão, transferências), ela se insinua e infiltra pelo favoritismo pessoal ou político que substitui, na escolha dos professores, administradores e orientadores do ensino, o critério técnico, impessoal, objetivo, pelo critério puramente negativo, personalíssimo, político (p. 100).

Estado, educação e universidade: a formação da elite

O autor defende, inicialmente, que a Educação não se dá apenas nos espaços formais, escolares, mas é uma prática tipicamente política. Ou seja, os indivíduos se educam em vários espaços, com se vê no trecho abaixo:

Os indivíduos – se tomamos o termo ‘educação’ no sentido mais geral – educam-se por toda parte, no lar, nas rodas de camaradagem, na vizinhança, na oficina, na igreja, no teatro, na rua e na escola, ou, por outras palavras, onde quer que se estabeleçam, com um caráter efêmero ou estável, as redes de relações humanas que envolvem do berço ao túmulo (AZEVEDO, 1937, p. 96).

Para ele, a aposta exclusiva na escola como a instituição que tem a função específica de educar, como forma de “mudar a face do mundo” (p. 96), é um erro idealista, uma “agradável ilusão ou mística” (idem). Todavia, apesar de entender que existam outras instâncias educadoras, segundo o autor, o estudo das relações entre educação e política tem de considerar aquela no sentido restrito, ou seja, “de educação ‘organizada ou organizável’, isto é, da educação que se dá nas escolas públicas e particulares e em instituições suscetíveis de sofrer o controle do Estado” (p. 97), sem desconsiderar, entretanto, que ela só pode ser bem compreendida se analisada como integrada a um sistema social geral. Isso, sobretudo, porque “não é dentro das instituições escolares, mas fora delas, no ambiente geral, e especialmente no ambiente político, que se encontram as principais causas dos erros de sua estrutura e das anomalias de seu funcionamento” (idem).

Com essa noção, o autor parece considerar que existe uma realidade nacional, e não que cada região ou cada cidade teriam realidades diversas, o que acarretaria não entendê-las como um coletivo. À frente, nas páginas 106-7, Azevedo reputa a falta de um sentimento geral, de bem comum,de uma civilização homogênea no Brasil, bem como em todos os países sul-americanos, aos seguintes fatos: ser um país jovem, em formação (qual é o país que não está em formação?); ser um lugar onde se ganha dinheiro facilmente e depressa [sic!]; que tem a instabilidade, a indisciplina e o imediatismo utilitário como marcas da vida nacional; arbitrário; sem opinião pública; ser um lugar onde o interesse suplanta as ideias; onde os problemas políticos são problemas de força, tornando a administração uma presa fácil da política; país marcado pela prática do nepotismo, o que hipertrofia os quadros burocráticos e administrativos, sem lhe dar eficiência, cujo poder está nas mãos do homem que governa e não sob a assembleia; no qual o espírito cívico e a opinião pública, fundamentais para a democracia, não se desenvolveram; sem solidez e equilíbrio sociais necessários ao amadurecimento; no qual o homem de governo é quase tudo e a opinião pública quase nada.

Seguindo aquela tese geral de que as interferências políticas na educação são nefastas ao ‘bom desenvolvimento’ de uma política educacional perene, Azevedo faz uma crítica pautada na relação indissociável entre escola e realidade nacional ou realidade coletiva. Entendida como realidade moral, a realidade nacional é compreendida como fixadora dos limites da escola. O que parece ser sugerido pelo autor, por exemplo, com o argumento de que “a nação é grande não porque é boa a escola; mas, ao contrário, a escola é boa porque é grande a nação” (idem) é que a escola é fruto do contexto, ou seja, a relação é da realidade coletiva para a escola. Nos termos do autor, “a transformação da escola segue mais ou menos completamente o ritmo do movimento e da evolução do sistema social” (p. 98).

Azevedo, nesse ponto do texto, começa a delinear a relação entre escola e Estado (escola pública ou educação dada pelo Estado). Segundo o autor, as relações entre eles tendem a se estreitar em função do que define como consciência cada vez mais viva e profunda da importância e do alcance da Educação, que passou a ser considerada uma função eminentemente pública, representando uma passagem em instância política. Tal visão está fundamentada na ideia de que é o Estado é que intermedeia a repercussão da realidade coletiva sobre a escola. O autor esboça a sua perspectiva de interação entre realidade coletiva, Estado e escola. Note-se que são três instâncias diferentes, aparentemente hierarquizadas em termos de abrangência e ‘anterioridade existencial’, isto é, a primeira vem antes do segundo, que, por sua vez, determina a terceira.

O último ponto que merece destaque é a ideia de que a educação pública é aquela que tem o Estado como administrador. Assim sendo, a escola pública tem a mesmas virtudes e defeitos que o Estado tiver.

Partindo de uma apresentação e uma crítica céleres sobre a noção schmidtiana de política, ressaltando a hipótese da dicotomia amigo-inimigo como fundamento das relações políticas, Azevedo começa a corporificar aquela sua tese. Em suma, o modo de fazer política brasileiro, a saber, a substituição dos homens no poder, tem sido deletério para a Educação pelo motivo supracitado: em nome de interesses particulares, dos ‘amigos’, derruba-se tudo que o governo (‘inimigos’) anterior fez. Para o autor, isso comprometia tanto a eficiência quanto a dignidade e a moralidade da educação.

Diante de um Estado amplamente comprometido com uma visão de política oblíqua, pautada no regime do empenho e do favoritismo político, cabe encontrar outra forma para promover aquilo que Azevedo chamou de interesse geral. Mais uma vez, nota-se uma aposta do autor numa noção de algo que é compartilhado por todos: antes, realidade coletiva; agora, interesse geral.

Previsivelmente, o autor vislumbra uma série de obstáculos ao desenvolvimento desse ideal. Neste sentido, ele coloca basicamente duas questões:

  1. se são os partidos que legitimamente ofertam os candidatos a ser os representantes a ocupar o poder, mas eles se organizam em torno de interesses e pessoas, e não de valores e ideias – afirmação questionável, haja vista podermos não concordar com os valores e as ideias de alguém ou de algum grupo, mas dizer que elas inexistem, reduzindo-as a ‘meros interesses’, é claramente falaz –, como aglutinar pessoas em torno de interesses coletivos (“a argamassa da coesão social”)?;
  2. se os políticos, assim como todos os indivíduos, são seres sociais, “produtos do meio social”, como obter deles um sentimento do interesse geral?

Rejeitando a saída absolutista de Bismarck, para quem um forte governo não pode ceder a uma minoria nem fazer muitas concessões, Azevedo aposta na cultura como forma de criar aquele sentimento. Tomando o interesse geral como uma abstração, Azevedo afirma que só uma alta cultura geral, que capacite os indivíduos a gerarem sínteses, concepções abstratas e ideias gerais, pode desenvolver aquele sentimento. Sem isso, pessoas e grupos estão fadados ao apego a interesses particulares, egoístas; enquanto estes são mais concretos e instintivos, aqueles são qualidades adquiridas.

Para resumir: Azevedo trabalha o interesse geral como uma abstração, definindo-a negativamente, ou seja, por aquilo que ela não é: “não é a soma dos interesses particulares”, e afirmando que é algo compartilhada por poucos (“privativa de alguns ‘isolados’”, “um ‘sentimento’ de poucos, dos verdadeiros condutores de povos ou construtores do Estado”), frequentemente impopular, sentimento político que, muitas vezes, contraria a maioria, o povo. Este é descrito como ‘os muitos’ que só têm interesses particulares ou egoístas, que não constroem a nação, que só se associam ao interesse geral defendido pelos poucos que possuem alta cultura quando isso corresponde aos seus próprios interesses ou quando a situação não deixa saída (guerras, por exemplo). Essa visão, a nosso ver, tem o claro objetivo de rotular o povo em prol da elite. Assim, corrobora a interpretação de que Azevedo faz uma aposta demasiadamente crédula no papel político e social das elites, conferindo ao povo um status de somenos relevância. E, o que é digno de nota, justifica isso com argumentos que visam a constatar fatos sociais, e não a interpretá-los, que dizem respeito ao tipo de educação e cultura atinentes a cada qual.

Talvez, ele pense que é na cultura das elites que se possa encontrar aquela alta cultura geral. As elites, diz ele, reduzidas em número e em qualidade, “são uma frágil casca de refinamento ‘aplicada sobre corpos geográficos enormes, ainda elementares e caóticos’; pequenas aristocracias cultivadas, mas cujo suporte humano não é senão um bloco primitivo, amorfo e mal talhado” (AZEVEDO, 1953, p. 107).

O afastamento do Estado do seu povo e da nação, criando uma relação de exterioridade, acaba por gerar no povo uma sensação de que o Estado é um inimigo. Azevedo se coloca a tarefa de realizar uma obra: a da reconstrução do nacional, dos sentimentos de interesse geral, de público, de coletivo. Para tanto, é preciso, primeiro, reconciliar o Estado com o povo e a nação, através da cultura intensiva das novas elites e pelo restabelecimento do prestígio do Estado (que deve ser considerado como serviço público).

Há uma tese nesta parte que é bem clara – apesar de não expressar adequadamente o que o subtítulo acima sugere –, não podendo ser descrita de modo mais fidedigno, senão pelo próprio autor:

Certamente, é nos educadores que o Estado tem de procurar apoio para levar aos estudantes e aos pais [tidos como “grandes ausentes” num trecho anterior] e, por meio destes, a todas as esferas da vida social, o espírito de ordem e disciplina e a capacidade de renúncia aos interesses imediatos em proveito de uma obra imensa, cujos efeitos não se farão sentir totalmente senão em gerações futuras. É preciso, para isso, transformar o professor, cuja ambição se esgota na sua especialidade, num educador, cujo raio de visão se alargue acima de sua cadeira e de sua escola, sobre os horizontes da nação (p. 109; grifos nossos).

Azevedo desenvolve uma crítica pertinente acerca dos resultados, no campo educacional, da organização do trabalho moderna, mas isso não pareceu muito relevante por enquanto.

Este é, a nosso ver, um dos pontos centrais da argumentação. É preciso, diz Azevedo, por um lado, subtrair a educação às influências políticas, e, por outro, construir uma unidade de espírito, uma classe de professores. O Estado, entendido como promotor e mantenedor de uma sociedade politicamente organizada, não se restringiria à faceta administrativa, pois está fundado necessariamente em certos sentimentos, valores, ideias e fatos, mas não poderia, sob tal insígnia, servir-se da sociedade e da educação para simplesmente defender interesses particulares. O autor reforça a ideia de que o Estado precisa, para manter a sua legitimidade política, defender interesses comuns. Como isso é uma abstração, sem conteúdo fixo e concretude clara, fica difícil entender como o Estado implementará, na visão de Azevedo, os interesses comuns. Em suma, o Estado deve servir à sociedade, a despeito de estar claro ou não o sentido desta afirmação em termos de interesses.

Inobstante às controvertidas teses defendidas por Azevedo, o que resta claro é o seu investimento na ideia do interesse geral ou comum. Segundo o autor, este tem algumas características fundamentais, das quais destacamos:

  1. interesse geral não é a soma dos interesses particulares;
  2. é uma ideia abstrata, concebível apenas pelos “espíritos com capacidade de síntese”, possuidores de uma “alta cultura geral”;
  3. é uma “qualidade adquirida”, enquanto os interesses particulares são “instintivas”;
  4. é um sentimento (“sentimento de interesse comum, de bem comum”);
  5. é variável sincrônica e diacronicamente;
  6. sua ausência é o principal problema da política brasileira, inclusive a educacional.

A visão de Estado e de política idealizada por Azevedo encontra na ideia de interesse geral o seu eixo articulador. Em relação à educação, como ele deve mobilizar os indivíduos, ensinando-os a buscar o interesse geral no tocante às coisas públicas, o Ensino Superior ou universitário se destaca claramente. Para Azevedo, é nesta etapa da educação que os elementos que constituem aquele tipo de interesse serão ensinados. Isto é, é no meio universitário que aquela qualidade será adquirida pelos indivíduos.

Nesse sentido, pode-se destacar da visão de universidade de Azevedo exatamente o papel de selecionar os melhores (naturalmente mais capazes) e formar as elites pela construção de uma alta cultura comum. Formação das elites é vista como a formação dos “homens verdadeiramente eminentes”,

a universidade, como tal, se propõe, e consiste em formar homens verdadeiramente eminentes (...) para a filosofia, as letras, as ciências, para as atividades desinteressadas, nos diversos domínios do saber humano, para a coletividade em geral, para o país e a civilização (p. 123).

A elite representa uma espécie de um “órgão especial”, do qual todas as sociedades bem desenvolvidas não podem prescindir. Nesse sentido, a Educação Superior aparece como aquela capaz de formar “uma elite que defenda a parte de desinteresse, sem a qual não se poderia conceber plano de conjunto nem real cuidado do bem comum” (idem). Azevedo não tem dúvida de que

é esta, sem dúvida, a função principal da universidade, à qual cabe formar e disciplinar essa elite, promovendo o gosto da pesquisa, o amor à ciência e à cultura livre e desinteressada e transformando-se no grande refúgio do espírito crítico e objetivo, do universal e do humano, numa instituição verdadeiramente ‘civilizadora’, destinada a educar e cultivar a razão (idem).

Merece atenção e resgate crítico tal concepção de política como assunto de poucos – ou melhor, que poucos devem formular, haja vista o interesse geral ou comum ser uma abstração acessível apenas àqueles que possuem dado espírito e cultura, ainda que expressasse a perspectiva mais ou menos hegemônica de uma época. O anacronismo crítico que poderia prejudicar a nossa análise não nos parece suficiente para impedir de considerar que o apego à formação universitária como modo, por excelência, de construção de uma massa com cultura e interesses específicos encerra um sem-número de indivíduos numa espécie de ostracismo. Tanto em função do baixíssimo número de vagas – e, talvez, de procura, o que não seria um problema à época – disponíveis, o que implica necessariamente uma seleção de poucos, quanto pela centralização numa forma de cultura específica, a perspectiva propugnada por Azevedo se mostra consideravelmente excludente, elitista e, portanto, problemática.

Análise dos Problemas Especiais

A análise dos Problemas Especiais pode ser observada em seis discursos feitos pelo autor (em 1933, 1933, ?, 1933,1933 e 1921), em datas comemorativas como a Semana do Livro, inaugurações de bibliotecas, estudo da literatura infantil, palestras em colégios, com ênfase para a importância da leitura e da língua clássica. São palestras, orações e discursos de menor extensão que tratam especificamente do tema proposto, não abordando outras questões gerais, como também não apresentam propostas de reforma do ensino. Seu público é variado, específico de acordo com cada solenidade.

São abordados temas como a importância dos livros literários e didáticos e a necessidade de que estes sejam tratados com o objetivo de ampliação da cultura. Para Azevedo, de acordo com os princípios da Educação Nova, “o valor do livro deve ser interpretado como um instrumento de trabalho” (AZEVEDO, 1937, p. 201). Eles devem ser entendidos como obras de pensamento e de sensibilidade, de sentimento e de cultura.

Bem-vindos sejam, pois, à Escola Nova os livros de literatura, de ciência e de arte, em que a vida, surpreendida na complexidade de seus fenômenos e na variedade de seus aspectos, formiga de incidentes, de sugestões e de fatos, se alarga nos seus horizontes, se embebe nas sombras, se aprofunda nas observações da análise social e brilha de mil reflexos, da meia luz indecisa dos seres que amanhecem para a vida; (...) e dos efeitos de luz, nas horas crepusculares da velhice, e que as cores se sucedem e mudam de tons e de valor, como ao cair do sol (p. 202).

É a partir dessa visão que o autor também se pronunciava nas inaugurações das bibliotecas nas quais ele fora convidado a se pronunciar. Destacando a necessidade de trabalhar com os fatores sociológicos, que Azevedo relaciona à literatura, seja ela infantil ou não, e aos laboratórios, ambos devem exercer uma função pedagógica relacionada às causas sociais, ideológicas e culturais, assim como deve ser priorizado também o rigor do método e da terminologia científica em suas abordagens. Citava os contos de Charles Dickens como inspiradores e destacava a cultura popular a despeito de sua sedução. Ainda comentou as literaturas de Lewis Carroll, George MacDonald, Washington Irving e Selma Lagerloef. A partir da observação dos livros citados por ele e classificados como pequenas obras-primas da literatura infantil, é possível perceber a influência norte-americana em seus discursos, o que contribui para compreendermos sua análise e seu pensamento.

Um dos pronunciamentos encontrados entre os Problemas Especiais, proferido no Colégio Batista Brasileiro em 1933, sucintamente, aborda o tema da mulher e a escolha da profissão. Foram dedicadas cinco páginas apenas ao assunto, o que nos leva a pensar que seu foco não estava nesses curtos pronunciamentos apresentados nessa terceira parte, já que toda a sua análise enfocou os problemas gerais, destacando o papel do Estado e o da universidade, assim como a necessidade de uma educação específica para os diferentes grupos sociais e culturais, ressaltando a educação rural no contexto desse livro.

Outro tema brevemente discutido por Azevedo trata da questão do ensino das línguas clássicas e seus problemas metodológicos. Destacou a importância de despertar o amor à língua latina e às humanidades antigas.

Mas para tornar útil e, a todas as luzes, atraente cada uma das narrativas de caráter histórico ou descritivo, deve o professor avivá-las não só com uma cabal documentação iconográfica, ora rigorosamente autêntica, ora de valor conjetural e pitoresca, como também com o adagiário romano, anotações de semântica e anedotas, que, colhidas nos autores latinos, dão a cada capítulo maior interesse e esse encanto que faz das anedotas vivas e evocadoras da parte mais amável da história (p. 236).

Para discorrer sobre a metodologia das línguas clássicas, o autor utilizou nomes como Cícero, Garret, Dédouvres, Chaignet e Bréal, que diziam acerca do proveito inestimável que reside no estudo de uma língua morta, a qual “desterra o espírito e o obriga a entrar em outra maneira de pensar e falar” (p. 240).

Análise da Conclusão da obra

Composta por dois discursos (de 1934 e 1936), a conclusão aborda o idealismo na Educação Nova e a cultura e liberdade de espírito. Pronunciados em solidariedade entre os educadores por iniciativa da Associação Brasileira de Educação e em banquete oferecido para o autor, respectivamente, tais discursos mais uma vez nos chamam a atenção para seu público específico. Desta vez, professores e educadores, que compartilhavam os objetivos do movimento pela Educação Nova, estando presentes alguns dos educadores que, junto a Azevedo, participaram do Manifesto dos Pioneiros pela Educação Nova, em 1932. Tais discursos são muito próximos dos ideais expostos no Manifesto; seus textos evidenciam a importância de tal movimento e os ideais apontados como o espírito moderno, desejado de ser alcançado no Brasil.

No discurso de 1934, sobre o idealismo na Educação Nova, também é possível perceber denúncias de perseguições contra o movimento dos renovadores e a resistência deles frente às dificuldades impostas para conquistar os ideais defendidos por eles.

Os ataques, as insinuações e as perfídias, como os acidentes e os perigos que costumam rodear o berço de todas as renovações, vieram coroar essa obra, fortificando-nos a fé; e, como éramos poucos, obrigados a voar de um lado para outro, no campo de lutas, de propaganda e de trabalho, pudemos opor uma resistência mais eficaz e uma atitude enérgica em face dos outros (AZEVEDO, 1937, p. 251).

Nele, também são destacadas as conquistas alcançadas a partir dos protestos dos renovadores, assim como é apresentada uma proposta de escola democrática, a mesma defendida pelo Manifesto. Outro fato interessante de ser observado no discurso de Azevedo é a utilização da primeira pessoa do plural para se manifestar. Essa característica da sua escrita e os pontos por ele defendidos deixam evidente a aproximação do livro com o que foi defendido no Manifesto, ainda que Azevedo tenha sido apenas um dos educadores colaboradores. No entanto, mesmo não sendo de sua autoria tais projetos de reforma naquele momento apresentados, Azevedo permanece abraçando-os e inserindo-os em seu discurso.

As reformas passaram a ser elaboradas dentro de uma visão de conjunto, segundo a qual a organização do sistema escolar (...) pudesse atender às necessidades da cultura e da economia nacional e adaptar-se, pela sua maleabilidade, a todas as particularidades locais. A convicção de que não teremos democracia nas instituições políticas se não a tivermos nas formas da vida social e nos sistemas de educação nos levou a quebrar as barreiras que separavam, em compartimentos quase isolados, os dois sistemas escolares, prepostos à formação do povo e à das elites; a facilitar o acesso das diferentes classes sociais a todos os graus de hierarquia escolar (p. 252).

Outro ponto abordado nos discursos refere-se à concepção do humanismo que, mais uma vez, é defendida como sendo a orientação mais próxima à cultura de concordância entre os homens. São citados nomes como Goethe, Ortega y Gasset, Durkheim e o tema da universidade já citado como espaço de transformação, de cultura, de liberdade de espírito, devendo desenvolver o progresso cultural e contribuir para que a democracia prevaleça nos campos políticos. Como vimos, só a universidade poderia formar esses pensamentos.

A partir do desenrolar de como o livro trabalha com esses diferentes discursos, pudemos perceber que, apesar de tratar de questões diversas, o autor demonstra maior empenho nos discursos pertencentes à terceira parte, a dos “Problemas Gerais”. A consistência desses discursos é perceptível, assim como é recorrente parte de seus temas, envolvidos em outros pontos menos centrais ao livro. O papel do Estado, a universidade como formadora dos homens públicos e a educação para todos são centrais na obra. A partir delas, analisamos a posição de Azevedo frente ao Estado, ora mostrando um Estado empenhado em contribuir para a transformação da educação, ora um Estado concentrado em interesses particulares e não coletivos. O próximo objetivo de nosso trabalho consiste em entender a visão do autor acerca do governo vigente, o espaço ocupado por Azevedo que permitiu que ele se fizesse ouvir e a relação entre seu reconhecimento como homem público e seus projetos reformadores.

Considerações finais

A presente análise daquela obra aponta o emaranhado discursivo-argumentativo no qual Fernando de Azevedo estava inserido, do qual falava e para o qual contribuiu. Ou seja, ele constitui uma espécie de coautoria com outras tantas referências, ideais, valores etc., a partir dos quais formula as suas concepções de vida, de mundo, mais especificamente, de Estado, sociedade, educação e universidade.

Sem pretender reduzir o autor à obra, tampouco o seu pensamento à rede interpretativa que formulamos, no nosso entendimento alguns indícios identificados na obra e analisados permitem inferir que ele, como era previsível, inseria-se numa espécie de ordem discursiva que lhe era prévia, mas, ao mesmo tempo, contemporânea, o que criara uma grade de inteligibilidade a partir da qual ele propugna suas teses.

A despeito da nossa concordância ou não com as suas ideias, o que fora demonstrado em alguns momentos, o intento de buscar compreender parcialmente o contexto, lugar, tempo e argumentos fora alcançado, a nosso ver, ante a grande quantidade de elementos elencados e articulados no decurso do trabalho em tela.

Referências

AZEVEDO, Fernando. A educação e seus problemas. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1937.

LAPIE. La femme dans la famílle.

BERTRAND. Un réformateur de l’éducacation.

DEWEY. The public and its problems.

BARCOS. Como el Estado educado educa a tu hijo.

BOUGLÉ. Les idées égalitaires e La démocracie devant la science.

SIEGFRIED. Un champ privilegié d’études.

BROCARD. Les conditions génerales de l’activité economique.

CARROL, Lewis. Through the looking glass.

MACDONALD, George. At the back of the north wind e The princes and the goblin.

IRVING, Washington. Rip van winkle and the legend of sleepy hollow.

LAGERLOEF, Selma. Prêmio Nobel da literatura com o livro A maravilhosa viagem de Nils Holgersson.

CÍCERO. De finibus.

GARRET. Educação.

DÉDOUVRES. Les latins.

CHAIGNET. Théorie de la déclinaison des noms.

BRÉAL. Quelques mots sur l’instruction publique en France.

Publicado em 30 de outubro de 2012.

Publicado em 30 de outubro de 2012

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