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Consumismo Infantil: que crianças temos e que crianças queremos?

Tatiana Serra

Ilustração

Antes de nos preocuparmos com que planeta deixaremos para nossas crianças, que tal nos perguntarmos que crianças estamos deixando por aqui? Em breve elas serão as donas do mundo; que base terão para enfrentar todos os obstáculos?

Com o objetivo de orientar pais e educadores a lidar com os apelos de consumo da sociedade, o Ministério do Meio Ambiente acaba de lançar o caderno Consumismo infantil: na contramão da sustentabilidade, em parceria com o Instituto Alana. O que se alega é que esse tem sido um dos principais pontos de atenção, preocupação e erro observados na educação de hoje, envolvendo crianças, pais, professores e cuidadores.

A nova cartilha traz dicas de como estimular as crianças a desligar a televisão e brincar ao ar livre, a doar um brinquedo usado quando recebem um novo, a reciclar embalagens e comer lanches saudáveis. A dica é priorizar os lanches caseiros, que tendem a ser mais saudáveis e a produzir menos resíduos.

O projeto também se preocupa com a publicidade voltada para as crianças. Em entrevista ao UOL, Gabriela Vuolo, do Instituto Alana, destaca que ninguém nasce consumista e cita uma pesquisa do próprio órgão com os seguintes dados: na época do Dia das Crianças de 2011, 64% da publicidade em 10 canais de TV monitorados foram direcionados só aos menores. "As crianças de até 10 anos não diferenciam o que é entretenimento do que é publicidade. Anunciar para esse público é contra qualquer padrão de sustentabilidade", completa ela.

A mesma matéria do UOL, com base em um levantamento do Ibope feito em 2011, ressalta que as crianças brasileiras assistem, em média, a cinco horas de televisão por dia. “Esse é o meio que mais contribui para o consumismo, segundo o Instituto Alana, pois o mercado publicitário já percebeu que a criança exerce influência dentro da família na hora da comprar. Por isso, as campanhas de produtos, de material de limpeza a automóvel, têm forte apelo infantil”.

Em 2013 o Ministério da Educação deverá distribuir 70 mil exemplares da cartilha, mais cerca de 10 mil pelo Ministério do Meio Ambiente e 15 mil pela Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) por todo o País.

Mas será que esse projeto é uma forma de ajudar pais e educadores ou uma maneira de controlar o que as crianças devem consumir, o que elas devem apreciar? E até, num futuro bem próximo, o que elas devem pensar?

Em 26 de novembro de 2012, os comentaristas da Rádio CBN Carlos Heitor Cony, Artur Xexéo e Viviane Mosé falaram sobre esse projeto e questionaram a atenção do Governo quanto ao consumismo infantil.

Para ouvir as opiniões de Cony, Xexéo e Viviane, clique aqui.

11/12/2012

Publicado em 11 de dezembro de 2012

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