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A educação a distância e o papel da tutoria

Roberto Carlos Simões Galvão

Tutor do Programa de Educação a Distância do IFSC, em Joinville

Desde os anos 1940 a Educação a Distância faz parte da realidade de milhares de estudantes brasileiros, graças à atuação de escolas como o Instituto Monitor, o Instituto Universal Brasileiro e o Instituto Padre Reus, entre outras. Essas instituições há décadas oferecem cursos profissionalizantes na modalidade por correspondência, muito antes do advento da internet e da popularização da informática. Nos seus primórdios, o ensino a distância tinha nos correios um aliado importante, unindo escola, alunos e professores.

Apenas em dezembro de 1996 a Educação a Distância (EaD) foi oficializada no Brasil, na Lei nº 9.394, agregando ao ensino a já disponível alta tecnologia.

A literatura especializada costuma definir Educação a Distância como o “aprendizado planejado que ocorre normalmente em um lugar diferente do local do ensino, exigindo técnicas especiais de criação do curso e de instrução, comunicação por meio de várias tecnologias e disposições organizacionais e administrativas especiais” (MOORE; KEARSLEY, 2010, p. 2).

É notório o espaço cada vez mais expressivo que vem sendo ocupado pela EaD na contemporaneidade; no ensino superior, de graduação e pós-graduação, vem crescendo o número de cursos na modalidade EAD. Em países desenvolvidos e mesmo naqueles em desenvolvimento, os recursos oriundos do universo virtual representam instrumental importante na educação.

Atualmente, o Brasil tem cerca de 6,5 milhões de universitários; quase 1 milhão deles estudam em cursos a distância. De acordo com dados do Censo da Educação Superior do Ministério da Educação (MEC), a EaD já responde por 14,6% das matrículas de graduação no ensino superior do País.

Instituições de ensino públicas e privadas estão apostando nessa modalidade como forma de alcançar um público que, por razões geográficas, econômicas ou sociais, até bem pouco tempo atrás se encontrava impossibilitado de ingressar na universidade. O ensino superior a distância acarretou inovações na educação, trazendo incontáveis benefícios quantitativos e qualitativos. Novas técnicas de ensino e aprendizado foram incorporadas ao magistério superior, deixando para trás o velho padrão do quadro de giz, dentre outros recursos menos enriquecedores. No ambiente EaD, a tecnologia ganha expressão por intermédio do sistema Moodle, das videoconferências, das plataformas de ensino e aprendizagem, das videoaulas e dos fóruns de debate, dentre tantas outras possibilidades.

Não obstante o peso da técnica, agora incorporada ao processo pedagógico, salta aos olhos o papel imprescindível do fator humano no ensino a distância. O fazer docente de professores e tutores no âmbito da EaD não perdeu sua relevância; apenas agregou práticas e competências antes desnecessárias no desafio da educação.

No caso específico da tutoria, o trabalho de intermediação, orientação e motivação tem fundamental importância. Com efeito, na modalidade EaD o aluno se depara com um quadro outrora desconhecido, vale dizer, ele pautará seus estudos na autonomia, na autodisciplina e no domínio da interatividade virtual. O papel do tutor nessa esfera será, portanto, o daquele profissional que – estando capacitado no contexto dos recursos tecnológicos e pedagógicos – haverá de amparar alunos e professores, viabilizando entre ambos a prática do ensino-aprendizado na educação a distância.

Referências

MOORE, Michael; KEARSLEY, Greg. Educação a distância: uma visão integrada. São Paulo: Cengage Learning, 2010.

Publicado em 18 de dezembro de 2012

Publicado em 18 de dezembro de 2012

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