Este trabalho foi recuperado de uma versão anterior da revista Educação Pública. Por isso, talvez você encontre nele algum problema de formatação ou links defeituosos. Se for o caso, por favor, escreva para nosso email (educacaopublica@cecierj.edu.br) para providenciarmos o reparo.

Teoria e prática motivadoras

Armando Correa de Siqueira Neto

Psicólogo e professor

De todas as faculdades, alertou Santo Agostinho, “a mais importante é a vontade, intervindo em todos os atos do espírito e constituindo o centro da personalidade humana. A vontade seria essencialmente criadora e livre”. Tudo é possível para o homem, pois reside nele a possibilidade de optar e agir.

O filósofo francês René Descartes pronunciou-se a respeito do assunto: “São de duas espécies também nossas vontades: algumas consistem em ações da alma que terminam na própria alma, como quando queremos amar a Deus... As outras são ações que terminam em nosso corpo, como quando do simples fato de termos vontade de passear redunda que nossas pernas se mexam e nós caminhemos”.

Todavia, de nada serve todo o arsenal sobre motivação de que dispomos se não o colocarmos em prática. É um punhado de pensamentos que se amontoam no sótão de nossos arquivos mentais. Muitas vezes, não é a falta de conhecimento sobre a motivação que impede o seu desenvolvimento, mas a ação real e concreta necessária a seu respeito. Encontra-se na cultura oriental tal conceito, segundo o Zen-budismo: “É por meio da vontade que nos apoderamos da vontade. A vontade desenvolve-se por meio de exercícios de vontade”.

Precisamos pôr o pé na estrada para tentar chegar ao lugar que desejamos. É crucial dar o primeiro passo. Há ocasiões, para surpresa de alguns, em que urge ter a atitude primeiramente para depois gerar a motivação. Soa de forma estranha essa afirmação, contudo ela é legítima.

Sempre procuro alertar quanto à importância da atitude; ela é essencial para que as coisas aconteçam. Mesmo quando nos encontramos tristes e sem esperança, é preciso dar o primeiro passo e sair do lugar que nos prende. Ainda que pareça uma luta desigual (e nos sentimos desta forma, não é invenção!), vale a pena ter a atitude de quebrar essa barreira desmotivadora.

Quantas vezes nos percebemos cabisbaixos no trabalho, sem querer conversar nem olhar para as pessoas... Dizemos: “se eu pudesse, abriria um buraco e me jogaria dentro”. Mas a tristeza se mantém! Será que ficamos à espera de um milagre? Sonhamos com algum fator surpresa para nos tirar da angústia? Ansiamos por algum motivo, mas ele não vem. Preferimos crer mais no ilusório, e menos no concreto.

É a atitude que concretiza cada motivo que temos em foco, mas ela pode também dar o pontapé inicial de que precisamos antes mesmo de termos os motivos. Ela faz toda a diferença. Só é possível mudar mudando. Do ponto de vista teórico, tal afirmação é óbvia, mas na prática ela não é bem compreendida pela aparente falta de força presente. Contudo, a responsabilidade e a atitude necessária estão em nossas mãos para transformar o que não nos faz bem em algo que nos acrescente coisas boas, tais como coragem, oportunidade, um pouco de rebeldia e mais felicidade no trabalho. Vamos! O que você está esperando?

Publicado em 19 de março de 2013

Publicado em 19 de março de 2013

Novidades por e-mail

Para receber nossas atualizações semanais, basta você se inscrever em nosso mailing

Este artigo ainda não recebeu nenhum comentário

Deixe seu comentário

Este artigo e os seus comentários não refletem necessariamente a opinião da revista Educação Pública ou da Fundação Cecierj.