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Considerações sobre o ensino de ciências nas escolas
Adriana Oliveira Bernardes
Mestre em Ensino de Ciências
O que se oferece hoje nas escolas em termos de ensino de Ciências dificilmente levará o jovem a optar por carreiras científicas.
Um ensino no qual se prioriza a matematização, com fórmulas excessivas, baseado na resolução de exercícios, na maioria das vezes desvinculados do cotidiano do aluno, não contribuirá efetivamente para o aumento na escolha dos jovens por carreiras ligadas à Química ou à Física. Da mesma maneira, um ensino centrado no professor, com aulas expositivas, jamais contribuirá para o maior interesse dos alunos pelas aulas.
Reclamamos do uso de celulares, tablets, iPods feito pelos alunos. Nossa! São tantos os aparatos tecnológicos presentes na vida deles e nas nossas que poderíamos ficar horas enumerando. A partir desses aparelhos, os jovens têm acesso a músicas, a vídeos e à internet.
Existem várias maneiras de lidar com a questão dos aparatos tecnológicos que concorrem com as aulas na escola, da proibição ao uso irrestrito. Porém, refletindo bem sobre a questão, não podemos negligenciá-los como aliados, dentro ou fora de sala de aula, para o aprendizado das disciplinas.
Os jovens conhecem bem e utilizam as redes sociais, blogs e a internet de maneira geral; claro que há o risco de trabalhos copiados, coisa que para o professor é possível driblar; a utilização pode trazer êxito ao aprendizado.
Se os professores optarem pela proibição, que saibam que sempre vai sobrar um tempinho e uma oportunidade para que os alunos postem no Facebook o quanto sua aula é chata e seus métodos, antiquados.
Não há como fugir; a escola deve se adequar, assim como o professor. Projetores, TVs, microfones já fazem parte da escola; temos hoje ainda outros recursos que proporcionam outras formas de aprendizado; as redes sociais são um exemplo disso.
A tecnologia que faz parte da nossa vida deve estar presente também na escola. A escola precisa ser mais e fazer mais do que vem fazendo; é preciso que o aluno esteja no espaço escolar porque gosta dele, e não é isso que acontece; na maioria das vezes, ele está na escola porque alguém disse que ele deveria estar.
Recentemente tive a oportunidade de assistir a uma palestra do professor Luís Carlos de Menezes, que, como eu, é físico de formação. Ele falava da importância de estar na escola porque é bom estar na escola, e pelo menos hoje, para a maioria dos alunos, não é.
Ser bom estar na escola passa por muitas outras questões, mas uma escola com mais recursos tecnológicos – e que eles sejam aliados ao processo de aprendizagem – já é um bom começo!
Publicado em 22 de janeiro de 2013
Publicado em 22 de janeiro de 2013
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