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Novas demandas na gestão de pessoas
Armando Correa de Siqueira Neto
Psicólogo e professor
Tornou-se evidente que o momento privilegia o capital intelectual: estamos vivendo, conforme afirmou Domenico De Masi, “no meio de uma revolução de época: o nascimento da sociedade pós-industrial. Revolução comparável a duas outras transformações igualmente decisivas na história humana: a revolução agrícola, que há sete mil anos determinou o surgimento da civilização rural, e a Revolução Industrial, que no final do século XVIII determinou o advento da produção e do consumo de massa. Se a sociedade rural tinha no centro do seu sistema a produção agrícola e os proprietários da terra, se a sociedade industrial destronou estes protagonistas, colocando em seu lugar a produção em série de bens materiais e os proprietários das fábricas, a sociedade pós-industrial decididamente privilegia a produção de bens imateriais (serviços, informações, símbolos, valores e estética) e os produtores de ideias”. É uma transformação e um grande estímulo à mudança e ao crescimento.
Ampliando a análise, as lideranças não podem esquecer que as pessoas não são robôs que devem fazer pelo que recebem apenas ou obedecer a ordens indiscriminadamente. É como adverte Margareth Wheatley: de acordo com a visão mecanicista vigente, as pessoas foram organizadas em papéis e as responsabilidades em funções, tornando a organização semelhante a uma máquina, e assim foram criadas fronteiras entre as pessoas.
“Vivo numa sociedade democrática”, afirma o pesquisador Morgan Gareth; “por que deveria ter que obedecer a ordens do meu patrão, oito horas por dia? Ele age como um ditador sanguinário, dando ordens à nossa volta, dizendo aquilo que deveríamos pensar e fazer. Que direito tem ele de agir dessa forma? A companhia paga os nossos salários, mas isso não significa que tenha o direito de comandar todas as nossas crenças e sentimentos. Certamente ela não tem o direito de nos reduzir a robôs que precisam obedecer a todo o comando”.
No campo da educação, é preciso que seja respeitada a autonomia do professor e da escola, como prevê a Lei de Diretrizes e Bases (9.394/96), valorizando o contexto em que a unidade escolar está inserida; por isso são tão discutidos os atuais sistemas de avaliação globalizados e impostos aos alunos.
O tempo passou; os trabalhadores avançaram em relação aos ganhos a que têm direito, como espaço e estímulo para se desenvolverem, qualidade nos relacionamentos, consciência sobre os processos com os quais mantêm contato, respeito, solidariedade, compreensão, dentre outros, incluindo a valorização das carreiras em que estão incluídos.
É prudente considerar a Teoria das necessidades de McClelland: “necessidade de realização: a busca da excelência, de realizar-se em relação a determinados padrões, de lutar pelo sucesso. Necessidade de poder: a necessidade de fazer as pessoas se comportarem de uma maneira que não é própria do comportamento delas. Necessidade de associação: o desejo de relacionamentos interpessoais próximos e amigáveis”.
Novas necessidades se fazem presentes, e os colaboradores precisam ser compreendidos coerentemente, buscando, a partir de tal conhecimento, alinhar melhor interesses particulares e organizacionais para dirigir a energia e o trabalho às metas comuns.
Publicado em 20 de agosto de 2013
Publicado em 20 de agosto de 2013
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