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A desinformação sobre o uso de agrotóxicos – uma discussão multidisciplinar

Eduardo Batalha Valentim

Graduado em Ciências Biológicas (Cederj/UFRJ); pós-graduando em Gestão de Saúde Púbica (Cead)

Camila Mari

Licencianda em Química (UFES)

Any Bernstein

Doutora em Biotecnologia, mestre em Bioquímica, professora da Fundação Cecierj

Este é mais um artigo preparado a partir de trabalhos apresentados na disciplina Sustentabilidade no Contexto das Ciências, oferecida pela Diretoria de Extensão da Fundação Cecierj. Outros artigos serão publicados nas próximas semanas. Pelos temas abordados e suas implicações, esses trabalhos podem ser discutidos nas aulas de disciplinas como Biologia, Ciências, Química e Educação Ambiental, entre outras, além de servir como sugestão para realização de trabalhos da turma em seu próprio meio ambiente.

Introdução

Com o objetivo de combater “pragas e insetos”, o homem intencionalmente contamina seu o local de trabalho, sua casa, seus alimentos e o próprio ambiente agrícola.

Nosso país é recordista mundial em consumo de defensivos agrícolas, daí a grande incidência de acidentes causados por produtos químicos utilizados por agricultores onde há o desenvolvimento de agronegócio, mas também por jardineiros e técnicos de dedetização, em função da inalação em doses diárias durante a aplicação desses agentes.

Apesar de pouco divulgado, tem-se constatado a presença de resíduos de agrotóxicos provenientes dessas atividades contaminando águas e ar. A população regional é a mais atingida por acidentes deste tipo: trabalhadores das fábricas de agrotóxicos e a população do entorno das áreas agrícolas consomem alimentos contaminados.

Por que isso está acontecendo?

Políticas públicas de fomento à agropecuária em monoculturas levaram à criação do parque industrial de agrotóxicos na década de 1970, num período de mecanização da agricultura nacional e de construção dos chamados “complexos agroindustriais”. Em 1975, com a instituição do Programa Nacional dos Defensivos Agrícolas, o governo buscou fomentar a produção de agrotóxicos, incluindo-os nos financiamentos agrícolas, juntamente com os fertilizantes químicos, o mercado de máquinas e o de sementes. Essa política, que visava atender à crescente demanda de produção agrícola e garantir alta eficiência produtiva aliada ao retorno econômico, levou ao emprego intensivo de fertilizantes e agrotóxicos.

No entanto, a falta de planejamento e de acompanhamento das políticas públicas estabelecidas levou, em longo prazo, ao uso indiscriminado desses insumos. Como consequência imediata, apareceram os problemas de contaminações ambientais e de desaparecimento de espécies nativas de insetos, como as abelhas, trazendo desequilíbrio aos sistemas ecológicos.

Teoricamente, os agrotóxicos são compostos que deveriam ter biodegradação fácil após algum tempo, seja por irradiação por UV, seja por oxidação ao ar. Quando o agricultor colhe seu produto antes do tempo recomendado, o agrotóxico tende a se acumular nos organismos e a se biomagnificar ao longo da cadeia alimentar. O ser humano, que está no topo da cadeia alimentar, acaba inadvertidamente ingerindo agrotóxicos estáveis bioacumulados ao longo de toda a cadeia.

Atualmente há um movimento organizado contra o uso de agrotóxicos que divulga e demonstra em números o quadro da venda desses produtos no Brasil. Esses números podem ser acessado pelo sitio www.contraosagrotoxicos.org. O Sindicato dos Fabricantes de Defensivos Agrícolas (Sindag) divulgou que, entre 2006 a 2011, as vendas de agrotóxicos aumentaram em média 72%. Entre as principais classes de produtos, as vendas de fungicidas para combater doenças como ferrugem da soja triplicaram, enquanto as de inseticidas avançaram 84% e as de herbicidas, 44%.

Dados do Sindag (Sindicato dos Fabricantes de Defensivos Agrícolas) mostram que as vendas de agrotóxicos aumentaram mais de 72% entre 2006 e 2012 – de 480,1 mil para 826,7 mil toneladas. Nesse mesmo contexto, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o consumo médio de agrotóxicos, que era pouco superior a 7 quilos por hectare, em 2005, passou a 10,1 quilos em 2011 – um aumento de 43,2%.

Entre as principais classes de produtos, as vendas de fungicidas foram as que mais cresceram. Entre 2006 e 2011, o uso anual do produto destinado a combater doenças como a ferrugem da soja mais que triplicou, de 56 mil para 174 mil toneladas. As vendas de inseticidas avançaram quase 84%, de 93,1 mil para 170,9 mil toneladas. Já as entregas de herbicidas, químico usado no combate a ervas daninhas, alcançaram 403,6 mil toneladas – um aumento de 44% em relação às 279,2 mil toneladas registradas em 2006.

As vendas de defensivos movimentaram quase US$ 8,5 bilhões no Brasil em 2011 – o dobro do apurado em 2005. Trata-se do segundo maior mercado do mundo, em valores, atrás apenas dos Estados Unidos. Mas o primeiro em volume de agrotóxicos.

O aumento no uso dos defensivos aconteceu no mesmo período em que o cultivo de transgênicos deu seu grande salto no país. Desde 2005, ano em que o Brasil aprovou sua Lei de Biossegurança, a área plantada com sementes geneticamente modificadas mais do que triplicou, de 9,4 milhões para 32 milhões de hectares. Só o cultivo do milho transgênico com a tecnologia BT – que protege as plantações dos ataques de lagartas e dispensa o uso de inseticidas para esse fim – saltou de zero para quase 10 milhões de hectares, de acordo com os últimos dados da consultoria Céleres (contraosagrotoxicos.org, 2012).

Como consequência direta, os dados oficiais fornecidos pelos serviços de saúde no Brasil e notificados no SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação, do Ministério da Saúde) entre 1999 e 2013 demonstram que, em uma década, houve o incremento de dez vezes no número de casos diagnosticados de intoxicação por agrotóxicos no país (Gráfico 1).

Muitas vezes a intoxicação ocorre porque existe pouca clareza de que os agrotóxicos podem penetrar no metabolismo por meio do consumo direto de alimentos (peixes, moluscos, crustáceos, carne bovina, vegetais, leguminosas etc.). Outras vezes, a intoxicação ocorre devido à desinformação dos sintomas de intoxicação e sobre as formas de penetração, acúmulo e transporte do veneno no corpo humano, sobre o que é o agrotóxico, como se obtém o produto, se existe diferença entre um agrotóxico e um defensivo agrícola (ou quando um defensivo agrícola se torna agrotóxico).

Dois relatos de histórias verídicas trazem à baila a problemática dos defensivos químicos na agricultura e seus riscos para os humanos e o meio ambiente. O primeiro relato trata de um acidente com chuvas de agrotóxicos em Lucas do Rio Verde-MT, em março de 2006. A produção de grãos em larga escala nessa região levou a problemas no meio ambiente e na saúde humana. Após a mobilização da sociedade civil e a análise de vários cultivos pela Universidade Federal de Mato Grosso, foi constatada a presença de grandes quantidades de agrotóxicos na água de rios e lagoas, nos alimentos que são regados com essas águas, seus animais, por fim alcançando o consumidor final de toda a produção, que é o homem. As pesquisas realizadas levaram ao conhecimento do aspecto socioeconômico gerado: trabalhadores expostos ao contato com esses venenos e moradores de localidades próximas foram intoxicados. Altos índices de agrotóxico foram detectados no leite materno de nutrizes.

O segundo estudo de caso relata o uso indiscriminado de agrotóxicos na Chapada do Apodi, no Nordeste brasileiro, onde a agricultura é intensa e a intoxicação de trabalhadores rurais tem se tornado expressiva. A partir das preocupações manifestadas pela comunidade sobre a contaminação de alimentos, o estudo investigou a água para consumo humano.

1º Estudo de caso – chuva de agrotóxicos em Mato Grosso

A utilização de agrotóxicos, aliada aos fertilizantes químicos e às novas tecnologias de produção e organização do trabalho, fez de Mato Grosso o maior produtor brasileiro de soja, algodão e gado bovino e o segundo de milho e arroz. Em 2010 o estado cultivou 9,6 milhões de hectares entre soja, milho, algodão e cana e pulverizou nessas lavouras cerca de 110 milhões de litros de agrotóxicos (IBGE, 2011; INDEA-MT, 2011). Dentre os cinco maiores municípios produtores destaca-se Lucas do Rio Verde, com 37 mil habitantes (15% na área rural), que produziu em 2010 cerca de 420 mil hectares entre soja, milho e algodão e consumiu 5,1 milhões de litros de agrotóxicos nessas lavouras (IBGE, 2011; INDEA-MT, 2011), assim distribuídos: 61% de herbicida, 18% de inseticida, 14% de fungicida e 7% de outros tipos.

O relato do estudo diz respeito ao fato ocorrido em março de 2006 na cidade de Lucas do Rio Verde, onde os produtores tratavam a plantação de soja quando os fazendeiros dessecavam soja transgênica para a colheita com Paraquat em pulverização aérea no entorno da cidade. A nuvem tóxica, chamada “chuva de agrotóxicos”, além de atingir o alvo (plantas e pragas), foi levada pelo vento para a cidade. O acidente ultrapassou o local de trabalho, queimando plantas ornamentais, medicinais, hortaliças e melancias em 65 chácaras do entorno, espalhando os riscos para além da unidade produtiva rural, contaminando o ar, mananciais de água, solo, plantas e animais. Atingiu também o ambiente urbano, causando impactos ambientais e desencadeando um surto de intoxicações agudas em crianças e idosos.

Representantes de entidades locais, como o Sindicato de Trabalhadores Rurais, da Associação dos Chacareiros e do Horto de Plantas Medicinais relataram que, dois dias após as nuvens ou chuvas de agrotóxicos atingirem a cidade, observaram que secou ou queimou a maioria das plantas de 65 chácaras de hortaliças e legumes. Secou a maioria das folhas das plantas do horto, com 180 canteiros de diferentes espécies de plantas medicinais (localizadas quase no centro da cidade) e queimou ‘salpicado’ milhares de plantas ornamentais das ruas e quintais da periferia e do centro da cidade. Esse fato motivou o Sindicato de Trabalhadores Rurais a convidar o Instituto de Saúde Coletiva (ISC/UFMT) e a Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase-MT) a colaborar na avaliação do risco ocupacional e ambiental e na busca de medidas de mitigação, prevenção e controle. Essas entidades citadas resolveram iniciar um movimento social para mitigar os danos à saúde humana e o reparo da perda econômica de suas plantações agrícolas, movimento denominando “vigilância do uso e abuso de agrotóxicos no município”. Esse episódio foi classificado como acidente rural ampliado, devido à grande extensão e à magnitude de sua gravidade. Deu origem a uma audiência pública ocorrida em 6 de março de 2013.

Mobilização da sociedade civil

Os primeiros participantes do movimento decidiram deflagrar o processo pela notificação à vigilância sanitária/ambiental das Secretarias Municipal e Estadual de Saúde; posteriormente, notificaram a Secretaria Municipal de Agricultura e Ambiente, o prefeito e a Procuradoria de Justiça. Exigiram daquelas entidades a análise, avaliação e mitigação dos danos à saúde humana e ambiental, além da implementação do processo participativo de vigilância à saúde.

Peritos do Ministério Público foram convocados para ajudar nas investigações sobre o acidente e concluíram que houve pulverização de agrotóxico sobre a cidade, mas ressaltam que não havia como saber de que tipo nem se foi feito por aeronaves ou por implementos terrestres.

Durante os anos de 2007 a 2010, Lucas do Rio Verde foi palco de uma pesquisa realizada pela UFMT e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em conjunto com professores e alunos de 4 escolas, sendo uma escola no centro da cidade, outra na interface urbana/rural e duas escolas rurais, em que se avaliaram alguns componentes ambientais, humanos, animais e epidemiológicos relacionados aos riscos dos agrotóxicos. Juntos visitaram e avaliaram, por amostragem aleatória simples, seis chácaras hortifrutigranjeiras e o horto medicinal atingidos, confirmando as observações feitas em depoimentos anteriores.

Contaminação do leite materno por agrotóxicos

Após a aplicação e atuação nas culturas, o pesticida se dispersa no ambiente e pode permanecer no solo por muito tempo, mantendo ou não seu efeito biológico. Parte dos agrotóxicos utilizados acumula-se nas células gordurosas dos animais (moléculas lipofílicas), ocasionando malformações, abortos, interferentes endócrinos e alguns tipos de câncer. No organismo humano, o leite materno pode ficar contaminado, já que as mamas contêm alto teor de gordura. Como recém-nascidos se alimentam quase exclusivamente com leite materno, isso pode ter consequências mais graves.

Palma (2011) desenvolveu monografia em que trata da detecção de resíduos de agrotóxicos em leite materno de nutrizes residentes em Lucas do Rio Verde-MT. Extraiu, identificou e quantificou dez substâncias (α-endossulfam, β-endossulfam, α-HCH, lindano, aldrim, p,p’-DDE, p,p’DDT, cipermetrina, deltametrina e trifluralina) em amostras de leite materno (n = 62) coletadas entre a 3ª e a 8ª semanas após o parto. Houve a comprovação de contaminação com p,p’-DDE no leite materno das 62 nutrizes, ou seja, em todas as amostras. Além disso, 44% das amostras de leite materno continham β-endossulfam, 13% p,p’-DDT, 37% Deltametrina, aldrim e α-endossulfam, ambos em 32%, α-HCH em 18%, trifluralina em 11% e lindano em 6%.

Entre as variáveis estudadas, os casos de aborto foram associados à presença de três agrotóxicos: β-endossulfam, aldrim e deltametrina. Além desses efeitos, existe a possibilidade do surgimento, no futuro, de outras implicações nas crianças.

A contaminação foi atribuída à exposição ocupacional, ambiental e alimentar, dentro do processo produtivo da agricultura, que expôs a população a 136 litros de agrotóxico por habitante na safra agrícola de 2010.

Causas do acidente

Pignati (2006) desenvolveu uma pesquisa denominada Acidente rural ampliado: o caso das chuvas de agrotóxicos sobre a cidade de Lucas do Rio Verde-MT, que teve como objetivo coletar informações e conhecer o cenário sociotécnico do acidente para vigilância na saúde e no ambiente.

Constataram-se várias falhas na maneira como são realizadas as pulverizações aéreas para dessecar soja para a colheita: a) a pulverização é feita próximo às moradias e cursos d’água; b) não se notificam as autoridades sanitárias dos acidentes de derivas dos agrotóxicos; ou c) amplificam-se as poluições, usando herbicidas de maior toxidade (classe I) com justificativas de se dessecarem as folhas da soja mais rapidamente, em dois dias, enquanto os de classe IV dessecam em dez dias.

Os resultados também demonstraram que:

  • exposição ambiental/ocupacional/alimentar de 136 litros de agrotóxicos por habitante durante o ano de 2010. Potencialmente, a população de Lucas do Rio Verde se expôs aos agrotóxicos seis vezes mais que a média estadual ou oito vezes mais que a média por habitante rural de Mato Grosso.
  • as pulverizações de agrotóxicos por avião e trator eram realizadas a menos de dez metros de fontes de água potável, de córregos, de criação de animais, de residências e da periferia da cidade, desrespeitando o Decreto MT nº 2.283/2009 (MATO GROSSO, 2009), que limita a 300 metros a pulverização por trator ou pulverizador costal daquelas localidades, e desrespeitaram-se a Instrução Normativa do MAPA nº 02/08 (MAPA, 2008), que limita a 500 metros a pulverização aérea de agrotóxicos daquelas localidades.
  • presença de resíduos de vários tipos de agrotóxicos em sedimentos de duas lagoas, semelhantes aos tipos de resíduos encontrados no sangue de sapos; a incidência de malformação congênita nesses animais foi quatro vezes maior do que na lagoa controle.

Esse episódio demonstrou claramente a necessidade de políticas públicas de regulação que condicionem as possibilidades de atuação estratégica das empresas no ramo dos agrotóxicos e legislem desde as etapas de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos até o descarte final das embalagens.

2º Estudo de caso - Agrotóxicos na Chapada do Apodi

Este estudo de caso analisa as causas e os efeitos na saúde das populações por intoxicação por agrotóxicos no Nordeste brasileiro. Para compreender melhor o processo e o contexto, foram selecionados artigos científicos sobre o desenvolvimento da agricultura do Nordeste, das culturas da região, nível de escolaridade da população do campo, do consumo de agrotóxicos na região, sobre os efeitos dos agrotóxicos na saúde e de possíveis soluções para a problemática de contaminação por agrotóxicos.

Atualmente, o Nordeste é o maior produtor de frutas frescas do Brasil; o estado que lidera o ranking de produção e exportação desses produtos é o Ceará. Nessa região são cultivados feijão, milho, arroz, algodão, cana-de-açúcar e tomate, e as principais produções em polos irrigados são de castanha de caju, melão, manga, banana, uva, limão e melancia (LOPES et al, 2009).

Os polos frutícolas estão distribuídos nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia e Sergipe. Um dos principais polos irrigados está localizado na Chapada do Apodi, entre o Rio Grande do Norte e o Ceará. O Ceará é o quarto estado do Brasil em número de estabelecimentos que utilizam agrotóxicos; nos polos agrícolas localizados na Chapada do Apodi, um de cada três trabalhadores foram intoxicados por agrotóxicos com diagnostico de fraqueza óssea, redução de memória, sangramentos, depressão, tonturas e irritação na pele.

Nessa localidade está compreendido o município de Limoeiro do Norte, onde, conforme aponta o IBGE (2012), habitam 56.254 pessoas, das quais 1.481 vivem da agropecuária no meio rural; 13% das pessoas são pobres.

Segundo o jornal Diário do Nordeste (2011), na região próxima à Chapada do Apodi, onde a agricultura é intensa, estaria ocorrendo um número expressivo de intoxicação de trabalhadores rurais por causa dos agrotóxicos. Uma das principais causas de intoxicação na lavoura é a pulverização aérea, em que 32% do produto são adsorvidos pela planta, 49% são absorvidos pelo solo e 19% são levados para áreas circunvizinhas pelo ar (JÚNIOR, 2011a). Dependendo do tipo de solo, da dinâmica climática e da solubilidade desses agrotóxicos, eles podem ser persistentes e se acumular nos solos, nos sedimentos de rios ou serem facilmente transportados a longas distâncias pela atmosfera (CASTRO, 2009).

Análises feitas pela Companhia de Gestão de Recursos Hídricos – COGERH diagnosticaram em amostras colhidas em triplicada de 24 poços localizados na região de Limoeiro do Norte que todas estavam contaminadas; em uma análise de água de um do poço foi possível identificar a presença de pelo menos doze tipos de agrotóxicos (CARNEIRO et al, 2012; JÚNIOR, 2011b; JÚNIOR, 2013). Os agrotóxicos que são encontrados com mais frequência são, em ordem decrescente: o carbaril e procimidona, carbofurano, tepraloxidim, fenitrotiona e tebuconazol, fosetil, cletodim, endossulfan e abamectina, imidacloprido, azoxistrobina, glifosato, flumioxacina e epoxiconazol (TEIXEIRA et al, 2010).

No que diz respeito à contaminação de alimentos, o estudo investigou a contaminação da água para consumo humano, a partir das preocupações manifestadas pelas comunidades da Chapada do Apodi, nos municípios de Limoeiro do Norte e Quixeré, que são abastecidas pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), que procede à desinfecção da água que percorre os canais do Perímetro Irrigado Jaguaribe-Apodi utilizando pastilhas de cloro. Essa água pode ser contaminada pelos agrotóxicos a partir das diferentes formas de pulverização e de descarte de embalagens. Entre aquelas, ressalta-se a pulverização aérea, adotada no cultivo da banana e realizada de seis a oito vezes por ano em áreas de cerca de 2.950 hectares, utilizando fungicidas de classe toxicológica 1 e 2 (extremamente tóxicos e altamente tóxicos) e classe ambiental 2 (muito perigoso).

É importante também não ignorar a prática, considerada eficiente internacionalmente, de misturar de 3 a 5 agrotóxicos por vez Essas misturas podem ter efeitos sinergísticos em relação à toxicidade de mamíferos e animais aquáticos, já que a interação entre esses contaminantes pode resultar em substâncias ainda mais tóxicas (CASTRO, 2009).

Concluiu-se nesse estudo que a população da Chapada está sendo intoxicada porque ingere a água contaminada de açudes e poços, que por sua vez recebem o escoamento das águas de irrigação de plantas e, ao final, todos os alimentos agropecuários são contaminados. A situação em que atualmente se encontram os municípios localizados na Chapada do Apodi, especialmente o Município de Limoeiro do Norte, é de total desrespeito às prescrições técnicas recomendadas em relação à aplicação dos agrotóxicos.

Sintomas de intoxicação

Os agrotóxicos afetam não apenas os trabalhadores que têm contato direto, já que, mesmo em quantidades muito pequenas, podem interferir no desenvolvimento embrionário, por exemplo, cujos efeitos são manifestados tardiamente ou são transmitidos a gerações posteriores (REIS FILHO et al, 2007). Os sintomas agudos de intoxicação por agrotóxicos aparecem durante ou após o contato da pessoa com os agrotóxicos; já os efeitos de exposição crônica podem aparecer semanas, meses e até anos após o período de contato com tais produtos e são mais difíceis de serem identificados.

Os principais sinais e sintomas advindos da exposição aos agrotóxicos (de curto ou longo período) podem ser observados na tabela a seguir (UFRRJ, 2013).

Sinais e sintomas em função da exposição
  EXPOSIÇÃO
Sinais e sintomas Única ou por curto período Continuada por longo período  
Agudos cefaleia, tontura, náusea, vômito, dores abdominais, fasciculação muscular, , desorientação, dificuldade respiratória, coma, morte hemorragias, hipersensibilidade, teratogênese, morte fetal  
Crônicos paresia e paralisias reversíveis, ação neurotóxica retardada irreversível, pancitopenia, distúrbios neuropsicológicos lesão cerebral irreversível, tumores malignos, atrofia testicular, esterilidade masculina, alterações neurocomportamentais, neurites periféricas, dermatites de contato, formação de catarata, atrofia do nervo óptico, lesões hepáticas etc.  

Fonte: adaptado de http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/vene3.htm.

Consequências das pesquisas e da mobilização da sociedade

Alguns agrotóxicos agem como desreguladores endócrinos, interferindo na síntese e recepção de hormônios – como os do sistema nervoso, imunológico e reprodutor, por exemplo. Essas substâncias podem acarretar efeitos crônicos no organismo devido à exposição continuada; geralmente são manifestados na forma de cânceres, malformações congênitas, distúrbios endócrinos, neurológicos e mentais (CARNEIRO et al, 2012).

Alguns agrotóxicos e os problemas de saúde relacionados à sua exposição ou ao seu consumo
Agrotóxicos

Problemas relacionados

Abamectina Toxicidade aguda e suspeita de toxicidade reprodutiva do IA e de seus metabólitos.
Carbofurano Alta toxicidade aguda, suspeita de desregulação endócrina.
Cihexatina Alta toxicidade aguda, suspeita de carcinogenicidade para seres humanos, toxicidade reprodutiva e neurotoxicidade.
Endossulfan Alta toxicidade aguda, suspeita de desregulação endócrina e toxicidade reprodutiva.
Glifosato Casos de intoxicação, solicitação de revisão da ingesta diária aceitável (IDA) por parte de empresa registrante, necessidade de controle de impurezas presentes no produto técnico e efeitos toxicológicos adversos.

Fonte: (CARNEIRO et al, 2012)

A partir dos laudos e pesquisas que confirmavam a contaminação de água de açudes e poços da Chapada do Apodi, as pulverizações aéreas (consideradas a principal causa de contaminação) foram proibidas pelo Ministério Público. Além disso, foi aberta na justiça uma liminar contra quatro empresas agrícolas, a Federação de Produtores, Semace, Ibama e as prefeituras de Limoeiro e Quixeré.

Embora essas providências tenham sido tomadas, a população ainda continua pagando e consumindo água contaminada, sendo exposta a doenças que serão manifestadas futuramente; os outros problemas que também contribuem significativamente ainda não foram sanados (JÚNIOR, 2011b). De acordo com os artigos científicos que abordam a problemática da irrigação agrícola químico-dependente no Nordeste, a situação é insustentável devido à quantidade de agrotóxicos que está sendo utilizada para explorar o máximo do solo e dos trabalhadores.

Acredita-se que as doenças causadas por agrotóxicos nessa região são inevitáveis por causa dos programas de expansão agrícola, acompanhados do crescimento do consumo de agrotóxicos com negligente fiscalização das leis e incredulidade por parte dos produtores e pouca informação dos trabalhadores (JÚNIOR, 2011a).

É preciso considerar que os problemas enfrentados pelos municípios da região da Chapada do Apodi, em relação a contaminação, intoxicação e surgimento de doenças crônicas, são enfrentados por outras localidades de diversos estados brasileiros, que, embora tenham causas histórico-culturais semelhantes, possuem contextos e agravantes bem diversos; no caso do Nordeste é a fragilidade dos solos, do clima e a contaminação facilitada pela irrigação e pulverização aérea.

Discussão

O uso profilático de pesticidas em plantas ultrapassou a esfera dos alimentos; avançou além dos limites da área rural, passou até para problemas em hortos e plantas ornamentais, demonstrando a necessidade de maior atenção ao assunto agrotóxico. Pignati et al (2006), sugerem medidas urgentes para reverter esta situação: "cumprimento da legislação, proibição da pulverização por avião, proibição no Brasil dos agrotóxicos proibidos na União Europeia, fim dos subsídios governamentais a esses venenos, implantação das vigilâncias à saúde do trabalhador, do ambiente e das populações expostas aos defensivos nos municípios".

Por esses dois estudos percebe-se um denominador comum: as políticas devem fortalecer outro modelo de desenvolvimento agropecuário, que surja da troca de experiências entre a esfera acadêmica e o saber popular. Essa mudança do modelo químico-dependente exige reestruturação e ações específicas em que haja convergência dos interesses econômicos, ambientais e de saúde pública, que devem ser apoiadas por políticas públicas integradas (AUGUSTO, 2003; SOARES, 2010). Percebe-se também que a questão precisa ser tratada de forma multidisciplinar, com participação de profissionais de ciências agrárias e da saúde, militantes dos movimentos sociais, estudantes de graduação e de escolas técnicas, professores universitários, trabalhadores da Embrapa, com olhares convergentes sobre o espaço social e o meio ambiente. Dessa troca emerge outro modelo produtivo, que pressupõe novas percepções sobre a vida, sobre a sociedade e as condições naturais de sua existência.

Para minimizar os impactos ambientais e danos à saúde, a aplicação de pesticidas deve sempre ser feita com orientação técnica agronômica quanto aos cuidados durante a aplicação, dosagem necessária, época e condições climáticas favoráveis (chuvas, temperatura, umidade, evapotranspiração, irradiação solar, velocidade e direção do vento etc.).

As soluções sugeridas não consideram que população está desinformada sobre as formas de envenenamento, sobre sintomas, riscos e procedimentos para evitar e atuar nos casos de intoxicações. Menos divulgada ainda é a presença de resíduos provenientes de contaminação das águas e do ar pela inalação em doses diárias na cidade ou na roça durante a aplicação desses agentes.

Percebe-se também a necessidade de investimentos em educação que pense e problematize o contexto da região tanto no que diz repeito à qualificação profissional do trabalhador que utiliza os agrotóxicos quanto à regulamentação da segurança do trabalho rural.

Sintomas de intoxicação

Para que um agricultor entenda o risco a que está exposto e o porquê da necessidade de equipamentos de proteção individual (EPIs), como máscaras e luvas, e quando até com esses equipamentos ele corre riscos, ele precisa ter noções sobre:

  • as bases toxicológicas da aplicação de agrotóxico; a toxidez da substância e a magnitude dos seus efeitos à saúde estão relacionadas com a dose, o tipo de aplicação e o tempo de contato;
  • a forma de dispersão no ambiente e da fixação nas plantas a serem protegidas ou destruídas pelo efeito tóxico específico;
  • equipamentos de proteção individual (EPIs) que devem ser usados pelos trabalhadores que fazem as aplicações nas lavouras, visto que esses produtos penetram pela mucosa de pele, do olho, da orelha das pessoas, e inclusive pela respiração;
  • os problemas de saúde ocasionados pelo uso de agrotóxicos e a diferença entre os efeitos agudos dos crônicos.

Os agricultores em geral ficam alheios ao risco porque precisam do emprego, consideram que o veneno é fraco, inodoro, que não mata plantas ou gente, só as pragas. Imaginam que se fosse veneno para humanos já teria havido casos de morte; imaginam também que, se o agrotóxico for usado na hora certa, não faz mal principalmente se o rótulo for de faixa verde. Não sabem consultar o sítio do Ministério da Agricultura que identifica o ingrediente ativo a partir do nome comercial, na seção do Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários (Agrofit).

A relação produção-saúde-ambiente é complexa. As aplicações de agrotóxicos nas monoculturas de Mato Grosso são feitas mediante pulverizações por tratores ou por aviões agrícolas. Parte desses produtos utilizados na lavoura atinge a plantação alvo, parte dissipa-se no ambiente.

É notória a falta de consciência da população sobre os perigos do uso de agrotóxicos devido à inexistência de capacitação técnica. Com base nessas informações, o professor pode elaborar suas aulas utilizando diferentes estratégias metodológicas que visem contextualizar os conteúdos de Química e Biologia do Ensino Médio com a temática dos agrotóxicos.

O professor, ao identificar as lacunas de conhecimento, pode instigar seu aluno a um trabalho interdisciplinar em busca de compreender as diversas e complexas facetas da questão dos agrotóxicos, seu ciclo de vida, os problemas advindos do uso intensivo de agrotóxicos, o que tende a gerar resistência dos organismos-alvo dessas substâncias, reduzindo a sua eficácia. Em paralelo, os efeitos adversos dos agrotóxicos sobre o meio ambiente e a saúde humana estão cada vez mais presentes. Por que existe a necessidade de equipamentos de proteção individual? Qual a diferença entre o agrotóxico e defensivo agrícola? Um é tóxico e outro não?

O debate sobre o uso desses venenos traz à tona a discussão sobre o modelo de desenvolvimento no campo e na cidade que explora e adoece as pessoas, que degrada o meio ambiente, os recursos naturais e as relações sociais. Existe uma solução alternativa para o uso de agrotóxicos? Como restabelecer um sistema ecológico equilibrado que permita a produção em larga escala sem usar pesticidas e agrotóxicos? O que é agroecologia? Vamos pesquisar sobre este assunto para conhecê-lo melhor?

Referências

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Publicado em 10 de setembro de 2013

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