Este trabalho foi recuperado de uma versão anterior da revista Educação Pública. Por isso, talvez você encontre nele algum problema de formatação ou links defeituosos. Se for o caso, por favor, escreva para nosso email (educacaopublica@cecierj.edu.br) para providenciarmos o reparo.

MAPAS CONCEITUAIS DE APRENDIZAGEM NA SALA DE AULA

Eduardo Beltrão de Lucena Córdula

Mestrando do Prodema (UFPB); Especialista em Educação;

Os mapas conceituais de aprendizagem são ferramentas didáticas não tradicionais cruciais no processo de ensino, por sua hierarquia de significados sobre conceitos de um determinado tema ou conteúdo a ser ministrado e por ser um meio de avaliação qualitativa e formativa do alunado. Essa técnica foi desenvolvida por Joseph Novak e aprimorada para o ensino por David Ausubel (Figura 1) (MOREIRA, 2012) a partir da teoria cognitivista, que, primariamente, foi desenvolvida por Jean Piaget na década de 1920. Posteriormente, temos o desenvolvimento do cognitivismo para a aprendizagem significativa com Vygotsky (PELIZZARI et al., 2002; MOREIRA, 2003), o que vem consolidar os mapas conceituais de aprendizagem (MCA).

A aprendizagem é muito mais significativa à medida que o novo conteúdo é incorporado às estruturas de conhecimento de um aluno e adquire significado para ele a partir da relação com seu conhecimento prévio. Ao contrário, ela se torna mecânica ou repetitiva uma vez que se produziu menos essa incorporação e atribuição de significado e o novo conteúdo passa a ser armazenado isoladamente ou por meio de associações arbitrárias na estrutura cognitiva (PELIZZARI et al., 2002, p. 38).

Na aprendizagem mecânica, por outro lado, o conhecimento é armazenado de forma literal na mente do alunado, ou seja, ele não interage com os demais conhecimentos prévios e não forma pontes de conexão cognitiva, acabando por estabilidade mnemônica, perdendo-se com o tempo, por não ter significados. Para Moreira (2012, p. 6) “a pessoa é inclusive capaz de reproduzir o que foi aprendido mecanicamente, mas não significa nada para ela”; ao contrário, na aprendizagem significativa os conceitos e os novos conhecimentos vão adquirindo novos significados e se diferenciando progressivamente, permanecendo em aplicabilidade na vida cotidiana do educando (Figura 2).

Quadro 1 – Função dos mapas conceituais
  1. Identificar a estrutura de significados aceita no contexto da matéria de ensino;
  2. Identificar os subsunçores (significados) necessários para a aprendizagem significativa da matéria de ensino;
  3. Identificar os significados preexistentes na estrutura cognitiva do aprendiz;
  4. Organizar sequencialmente o conteúdo e selecionar materiais curriculares, usando as ideias de diferenciação progressiva e reconciliação integrativa como princípios programáticos;
  5. Ensinar usando organizadores prévios para fazer pontes entre os significados que o aluno já tem e os que ele precisaria ter para aprender significativamente a matéria de ensino, bem como para o estabelecimento de relações explícitas entre o novo conhecimento e aquele já existente e adequado para dar significados aos novos materiais de aprendizagem.

Fonte: MOREIRA, 2012, p. 6-7.

mapa_conceitual
Figura 1 – Mapa conceitual da teoria de Ausubel
Fonte: MOREIRA, 2012, p. 7.

Construindo mapas conceituais da aprendizagem (MCA)

Na sua construção, utilizam-se setas com frases de conexão e figuras geométricas com palavras-chave dos conceitos da temática abordada; cada figura possui uma ordem de hierarquia piramidal de conteúdos, partindo do geral para os específicos (Figuras 1 e 2). Essa técnica pode ser utilizada para uma aula ou palestra, um curso ou mesmo um programa educacional, porém, não é autoexplicativa e deve ser apresentada e detalhada pelo professor na conclusão de um determinado conteúdo, quando os alunos já possuem algum domínio do tema tratado e conseguem entender as conexões dos conceitos e palavras-chave (MOREIRA, 2012).

teoria_aprendizagem09
Figura 2 – Mapa conceitual de aprendizagem (MCA) da formação da aprendizagem na estrutura cognitiva
Fonte: http://www.construirnoticias.com.br/figuras/34/teoria_aprendizagem09.gif.

O professor, além de produzir seus próprios MCAs, poderá ensinar aos alunos a produzir os seus MCA; desta forma, temos mais um meio de avaliação de como está ocorrendo o processo de aprendizagem, o nível de conteúdos e contextualizações realizadas pelo alunado. A partir desse indicador, é possível planejar estratégias para dar continuidade ao programa curricular da disciplina ou rever partes ou todo o conteúdo ministrado. A avaliação sobre eles é qualitativa, e não quantitativa.

Além disso, os alunos constroem, ao longo do ano letivo, fichas de mapas conceituais que poderão guardar para estudos e avaliações futuras.

Conclusão

Os mapas conceituais de aprendizagem são uma ferramenta didática de suma importância, que deve ser estimulada e desenvolvida pelos professores(as), tanto no planejamento de suas próprias atividades como ensinada para que o alunado consiga realizar as conexões entre os conceitos apresentados nas aulas e até mesmo a contextualização deles na vida cotidiana de cada indivíduo, para sua plena formação cidadã.

Referências

MOREIRA, Marcos Antônio. Mapas conceituais e aprendizagem significativa. Disponível em: http://www.if.ufrgs.br/~moreira/mapasport.pdf. Acesso em 16 set. 2012.

______. Linguagem e aprendizagem significativa. IV Encontro Internacional sobre Aprendizagem Significativa. Maragogi-AL, 8 a 12 de setembro de 2003. Disponível em: http://www.if.ufrgs.br/~moreira/linguagem.pdf. Acesso em: 16 dez. 2012.

PELIZZARI, A; KRIEGL, M. L.; BARON, M. P.; FINCK, N. T. L.; DOROCINSKI, S. I. Teoria da Aprendizagem Significativa segundo Ausubel. Rev. PEC, Curitiba, v. 2, n. 1, p. 37-42, jul. 2001/jul. 2002. Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000012381.pdf. Acesso em 16 set. 2012.

Publicado em 12 de março de 2013.

Publicado em 12 de março de 2013

Novidades por e-mail

Para receber nossas atualizações semanais, basta você se inscrever em nosso mailing

Este artigo ainda não recebeu nenhum comentário

Deixe seu comentário

Este artigo e os seus comentários não refletem necessariamente a opinião da revista Educação Pública ou da Fundação Cecierj.