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A escolha da escola

Mariana Cruz

A proporção que o trânsito da cidade do Rio de Janeiro tomou fez com que muitos pais passassem a ver a “proximidade de casa” como pré-requisito na hora da escolher a creche para os filhos. Cabe, nessa primeira experiência escolar dos pequenos, a sentença "escola boa e escola próxima". Claro que a localização, vista isoladamente, não deve ser o único fator, senão bastava acionar o GPS e pronto: já se sabia em qual lugar matricular o pequeno! É razoável que se faça uma pesquisa nas escolas na região para então optar pela que melhor corresponde às demandas da família.

Quando chega a hora de sair da Educação Infantil e iniciar o Ensino Fundamental, outros motivos vão ganhando força e até mesmo suplantando o item proximidade no pacote de demandas. Dentre eles podemos considerar o preço (se a opção for o ensino privado, obviamente); qualidade de ensino; tamanho da escola; linha pedagógica; formação dos profissionais e outras tantas razões mais subjetivas. Conheço pais que decidiram colocar o filho em determinado colégio porque os primos estudavam lá; porque a instituição dava desconto para filho de professor; porque tem horário integral ou mesmo porque a escola é bonita e espaçosa. No bairro onde moro, por exemplo, há escolas para diversos gostos e bolsos: há um colégio alternativo que valoriza o trabalho com as artes; há uma escola voltada para o público classe A (pelo preço da mensalidade só pode ser); uma construtivista e três escolas públicas, uma delas de altíssima qualidade. Assim, com um pouco de disposição é bem possível tirar um dia para fazer um tour pelas escolas e ver com os próprios olhos aquela que tem mais a ver com o perfil da família.

Outro assunto polêmico na hora de decidir o lugar que irá educar seus filhos é conciliar o ponto de vista dos responsáveis. O que fazer se um é favorável a uma educação mais liberal, que prioriza a criatividade do aluno, enquanto o outro valoriza uma educação calcada na disciplina e nos bons resultados nas provas? Muitas vezes optar por um desses extremos pode virar um cavalo de batalha entre os pais, pois qualquer problema que surja na escola – e eles provavelmente surgirão, independente da corrente pedagógica – será pontuado com um "eu não disse!" por parte daquele que teve sua vontade relevada. Assim, uma solução seria achar uma instituição que representasse o meio termo, que satisfizesse, mesmo que em parte, a todos.

Quando o filho sai da pré-escola, a escolha da nova escola, grande parte das vezes, é feita com o intuito de que ele termine seus estudos lá. Mas se depois de algum tempo os pais acharem que não foi a escolha certa, vale a pena procurar outros estabelecimentos de ensino. Isso não significa que no primeiro obstáculo se deva mudar a criança de colégio, para que depois ela fique pulando de galho em galho atrás de "escola ideal" (até porque, dependendo da personalidade do aluno e das expectativas dos pais, tal lugar pode nem mesmo existir).

É inegável que a escola tem grande influência na formação do indivíduo (por escola entendamos a linha pedagógica, a comunidade escolar, corpos docente e discente, espaço físico, quantidade de alunos e tantos outros fatores); daí são diversas as dúvidas que surgem na hora da escolha: o que fazer se o estudante não se adaptar? E no caso de irmãos com personalidades e interesses muito diferentes, vale a pena matriculá-los na mesma escola por uma questão de praticidade ou deve-se colocá-los em escolas distintas? É bom saber que o fato de o aluno estudar em uma instituição que tem grande número de aprovados do Enem não significa que ele será um deles.

Alguns não se adaptam à rotina pesada de estudos, a um regime muito rígido; acabam se desestimulando, tirando notas baixas, repetindo o ano e até sendo convidados a se retirar. Muitas vezes, se tais alunos estudassem em uma instituição menos rígida, mais afim com seus interesses talvez se adaptassem melhor, obteriam bons resultados nos exames sem a necessidade de ter vivido parte de sua vida estudantil sob tanta pressão. Por outro lado há aqueles que se adaptam à rotina pesada de estudo, gostam de desafios, de cumprir e superar as metas, veem isso como um grande estímulo. Para esses talvez não tenha o menor problema frequentar uma escola bem puxada.

Entre tantas correntes pedagógicas, como a Waldorf, a montessoriana, a tradicional, a construtivista/estruturalista, a piagetiana e a pragmatista, saber qual a melhor para seu filho não deve ser tarefa muito fácil. E no caso das escolas públicas, como saber a qualidade de ensino daquelas que têm vagas? Em todos esses casos, a dica é informar-se na própria escola, com alunos que estudam e estudaram nela e conhecer o seu projeto político-pedagógico.

É um tempo que pode ser determinante na vida de seu filho.

Saiba mais sobre os principais métodos pedagógicos.

Publicado em 29 de junho de 2014

Publicado em 29 de julho de 2014

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