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Temperamento e motivação no trabalho
Armando Correa de Siqueira Neto
Professor e psicólogo
Existem quatro tipos de temperamento, descritos há mais ou menos 2.400 anos pelo médico grego Hipócrates: colérico, sanguíneo, fleumático e melancólico. Os dois primeiros podem ser agrupados na atitude extrovertida; os dois restantes, na atitude introvertida. Aí estão pontos positivos e negativos de cada um deles.
- Temperamento colérico – Pontos positivos: vontade forte, independente, visionário, prático, produtivo, decidido e líder. Pontos negativos: cruel, irado, sarcástico, autossuficiente, impetuoso, dominador, vingativo, frio e insensível.
- Temperamento sanguíneo – Pontos positivos: falante, expressivo, cordial, amigável, comunicativo, entusiasta e compreensível. Pontos negativos: indisciplinado, instável, emocionalmente improdutivo, egocêntrico e exagerado.
- Temperamento fleumático – Pontos positivos: calmo, digno de confiança, objetivo, diplomata, eficiente, organizado, prático, humorado e condescendente. Pontos negativos: procrastinador, preocupado, egoísta, avarento, autoprotetor, indeciso, temeroso e desmotivado.
- Temperamento melancólico – Pontos positivos: talentoso, analítico, esteta, habilidoso, autodisciplinado, disposto a sacrificar-se e sensível. Pontos negativos: desconfiado, suscetível, vingativo, mal-humorado, crítico, teórico, não social e pessimista (fonte: Crescimento Pessoal & Motivação, 2006).
É interessante conhecer os temperamentos em relação aos profissionais da instituição, especialmente da escola, tendo em vista a adequação deles ao tipo de trabalho que executam, a maneira de se relacionar, motivar, cobrar, avaliar e aprender. Em geral, as organizações não consideram importante esse fator e acabam sofrendo por tal negligência.
Consideremos que nem toda instituição consegue atender às necessidades de seus colaboradores e oferecer-lhes o enlace ideal entre o seu jeito de ser e o cargo ocupado, e nem todo colaborador corresponde à altura do que muita organização lhe proporciona. Nessa balança desajeitada, em que de um lado pesa o temperamento humano e de outro as condições organizacionais, vai se dando um jeitinho. Mas não devemos descuidar dessa questão, pois para toda compensação há uma deformação. Perdemos algo ao espremer: aquilo que não coube com adequada pertinência.
Extrovertidos e introvertidos: será que as pessoas se conhecem a ponto de direcionar o seu jeito de ser a um objetivo mais compatível e feliz? Elas estão dispostas a crescer e acrescentar (com muito trabalho, suor e lágrimas) novas atitudes ao seu perfil ou ao seu modo de trabalhar/ensinar? Ou vão levando conforme o vento sopra, sem intervir? Que tipo de motivação se desenvolve em cada uma dessas situações? E, mais intimamente: qual é o seu temperamento? Que aspectos de outros temperamentos você já desenvolveu? Pense se não é o seu caso e avalie melhor a consequência (boa ou desagradável) do que você experimenta hoje. Pergunte-se: qual é a relação entre o meu temperamento e o que eu faço no trabalho?
O período de férias pode ser uma ótima oportunidade para fazer essa avaliação.
Publicado em 21 de janeiro de 2014
Publicado em 21 de janeiro de 2014
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