O desenvolvimento mundial da ideia de Educação Ambiental

Deinne Airles da Silva

Mestranda no Programa de Desenvolvimento e Meio Ambiente (UFPB), discente da Especialização em Agroecologia (UEPB), bacharela em Ciências Biológicas (UFPB), técnica agrícola com habilitação em Agroindústria (UFPB)

Palavras-chave: Educação Ambiental; Deliberações da ONU.

A Educação Ambiental começou a ser pensada quando, em 1962, Rachel Carson, zoóloga norte-americana, publicou o livro The Silent Spring (A primavera silenciosa), que tratava dos problemas do uso e da confiança da humanidade no DDT, um poderoso pesticida usado na agricultura.

Em 1965, pela primeira vez foi usada a expressão Environmental Education (Educação Ambiental), na Conferência de Educação da Universidade de Keele, na Grã-Bretanha. No ano seguinte houve a criação do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos. O Decreto nº 592, de 6 de julho de 1992,

reconhece que, em conformidade com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, o ideal do ser humano livre, no gozo das liberdades civis e políticas e liberto do temor e da miséria, não pode ser realizado, a menos que se criem as condições que permitam a cada um gozar seus direitos civis e políticos, assim como seus direitos econômicos, sociais e culturais.

Em 1968, foi fundado o Clube de Roma, uma instituição que em 1972 sediou a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano, conhecida como Conferência de Estocolmo. Esse foi o primeiro evento que abordou os temas meio ambiente e gerenciamento ambiental. Ainda nesse evento, houve a publicação do relatório Os limites do crescimento.

Em 1974 foram registrados os primeiros programas de Educação Ambiental nos Estados Unidos da América.

De acordo com Batista (2005, p. 23),

as discussões em relação à natureza da Educação Ambiental desencadearam-se e acordos foram estabelecidos no seminário realizado em Tammi, na Finlândia, em 1974. Considerou-se que a Educação Ambiental permite alcançar os objetivos de proteção ambiental, não se tratando de um ramo da ciência ou uma matéria de estudos separada, mas de uma educação integral permanente. Em 1975, a Unesco, em colaboração com o Programa das Nações Unidas para o Meio ambiente (PNUMA), em resposta a uma das recomendações da Conferência de Estocolmo, criou o Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA), destinado a promover a reflexão, a ação e a cooperação internacional nesse campo.

Em 1977, na Conferência de Tbilisi, a Educação Ambiental teve seus princípios estabelecidos e foi caracterizada como interdisciplinar, transformadora, ética e crítica.

Em 1988, divulgou-se o Relatório da Comissão Brundtland, produzido na Noruega, denominado Nosso futuro comum. De acordo com Porto (2010, p. 10), o relatório “critica o modelo de desenvolvimento adotado pelos países industrializados e reproduzido pelas nações em desenvolvimento e ressalta os riscos do uso excessivo dos recursos naturais sem considerar a capacidade de suporte dos ecossistemas”.

Em 1991, ocorreram as reuniões preparatórias para a Rio-92. No ano seguinte houve a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), conhecida como Rio-92, no Rio de Janeiro. Esse evento produziu a Agenda 21, que aborda proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica. Ainda em 1992 foi criado o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis.

Em 1995 ocorreu a 1ª Conferência das Partes da Convenção sobre Mudança do Clima, em Berlim, na Alemanha. Segundo Frondizi (2009), nesse evento

chegou-se à conclusão de que a grande maioria dos países desenvolvidos não conseguiria retornar suas emissões aos níveis de 1990 por volta do ano 2000, conforme compromissos firmados no âmbito da Convenção sobre Mudança do Clima.

A partir desse histórico, nota-se que, ao longo dos anos, os temas meio ambiente e Educação Ambiental passaram a ser discutidos em eventos compostos por participantes de diversos países e que, de alguma forma, contribuíam para a difusão das problemáticas ambientais e serviam como ponte entre o conhecimento, o governo e a população.

Atualmente os temas ambientais são bastante trabalhados em todo o mundo: instituições educacionais, meios de comunicação, empresas privadas e públicas. Estes últimos órgãos elaboram planos de gestão ecológicos, criam ecoprodutos, realizam palestras para sensibilizar ambientalmente os funcionários e divulgam as suas ações ambientais.

Por isso pode-se afirmar que atualmente a sociedade civil e as empresas públicas e privadas que possuem responsabilidades ambientais caminham unidas, propagando a construção de uma sociedade justa e sustentável.

Referências

BATISTA, G. T.; FORTES NETO, P.; DIAS, N. W.; TARGA, M. S.; OLIVEIRA, L. A. M. Educação Ambiental voltada para Recursos Hídricos: um estudo de caso. Disponível em: http://www.researchgate.net/publication/27458426_Educao_Ambiental_voltada_para_Recursos_Hdricos_Um_Estudo_de_Caso. Acesso em 15 jun. 2011.

BRASIL. Atos Internacionais - Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/D0592.htm. Acesso em: 30 set. 2014.

FRONDIZI, I. M. R. L. (org.). O mecanismo do desenvolvimento limpo: guia de orientação 2009. Disponível em: http://www.ibram.org.br/sites/1300/1382/00000334.pdf. Acesso em: 15 jun. 2011.

PORTO, M. (org.). Marco Universal II – Meio ambiente: nosso futuro comum. Disponível em: http://www.marcouniversal.com.br/upload/livreto.pdf. Acesso em: 15 jun. 2011.

Publicado em 18 de novembro de 2014

Novidades por e-mail

Para receber nossas atualizações semanais, basta você se inscrever em nosso mailing

Este artigo ainda não recebeu nenhum comentário

Deixe seu comentário

Este artigo e os seus comentários não refletem necessariamente a opinião da revista Educação Pública ou da Fundação Cecierj.