A aprendizagem de um segundo idioma para as crianças

Mariana Cruz

Uma dúvida que atormenta alguns pais preocupados com o futuro dos filhos: qual o momento certo de aprender outro idioma? A opção por uma segunda língua quase sempre recai sobre o inglês. Muitas são as escolas que oferecem o ensino da língua já na Educação Infantil. Alguns dizem que é muito cedo para as crianças aprenderem e pode atrapalhar a alfabetização. Outros dizem que quanto mais cedo a criança começar a ter contato com outra língua melhor será sua pronuncia e mais facilidade ela terá para aprender outros idiomas. Qual dessas hipóteses é a certa?

Dentre os motivos favoráveis ao aprendizado de outro idioma na infância não está só o upgrade no currículo dos filhos para quando chegar a hora; há outros fatores que, embora não muito conhecidos, são bem mais relevantes. É o que mostra o coordenador pedagógico Álvaro Sanchs numa matéria da revista A Crítica. De acordo com ele, “diversos estudos demonstram que a partir dos três anos de idade já é ideal para a criança aprender e previne doenças, como o mal de Alzheimer. Os estudos demonstram ainda que as pessoas que aprendem idiomas na infância possuem facilidade maior de assimilação de outras disciplinas e raciocínio".

O doutor em Física Médica Marcelo Mazza, especialista em redes neurais, tem uma percepção diferente, como podemos ver na matéria A idade certa para seu filho aprender novos idiomas. Segundo ele, não adianta ensinar precocemente outra língua aos pequenos, pois essa capacidade de aprendizado vai até a puberdade; sendo assim, é indiferente a criança começar a aprender outro idioma com 6 ou com 10 anos. Ela terá a mesma facilidade. Ainda de acordo com Mazza, as crianças pequenas só irão realmente aprender outra língua se ela tiver significado afetivo para elas, ou seja, se tiverem uma família que more em outro país e passem as férias lá ou mesmo pais estrangeiros com os quais irão se comunicar na língua deles quando estiverem em casa.

Penso que, além desses fatores, há também o interesse que parte da própria criança. Minha filha, por exemplo, por gostar das músicas inglesas que aprendeu na escola, desenvolveu certa afetividade pelo idioma. Essa afetividade é estimulada pela sua teacher (como ela se refere à professora), que ministra as aulas de forma bastante lúdica, com jogos, brincadeiras e músicas. As crianças usam o inglês por diversão, não sentem como uma obrigação.

Minha filha tem seis anos e desde os três tem aula de inglês na escola. Ter ou não inglês não pesou na minha escolha por tal escola, mas o fato é que, quando a vi nas apresentações de fim de ano cantando em inglês diversas músicas dos Beatles, achei positivo ter esse contato precoce com outro idioma (além da ótima referência musical). Esse foi o estímulo para, no carro, ela sempre me pedir para colocar as músicas – que gravei a pedido dela – do quarteto de Liverpool. Acaba sendo bom em todos os sentidos: ela aprende o idioma e a viagem fica ótima.

Publicado em 02 de dezembro de 2014

Novidades por e-mail

Para receber nossas atualizações semanais, basta você se inscrever em nosso mailing

Este artigo ainda não recebeu nenhum comentário

Deixe seu comentário

Este artigo e os seus comentários não refletem necessariamente a opinião da revista Educação Pública ou da Fundação Cecierj.