Planetas extrassolares: a astronomia no Ensino Médio

Adriana Oliveira Bernardes

Mestre em Ensino de Ciências (UENF)

Vários trabalhos apontam a Astronomia como grande motivadora ao aprendizado de Ciências. Trabalhos vêm sendo feitos neste sentido e muitos incentivam os professores a realizar ações no sentido de divulgar Astronomia no Ensino Fundamental e Médio. Considero o trabalho desenvolvido pela Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) muito importante nesse sentido, realizando um trabalho a nível nacional.

A mídia vem contribuindo bastante para a divulgação da Ciência, apesar dos erros recorrentes nesse processo; acredito particularmente que ouvir falar de ciência na TV, ler em revistas e na internet seja benéfico para despertar o interesse das pessoas, sobretudo o dos alunos.

Na foto, alunos apresentam trabalho da área de Astronomia em feira escolar de ciências no Colégio Estadual Canadá de Nova Friburgo.

Pablo Fogaça e Karen Girardi falam sobre planetas extrassolares.

Muito tem sido divulgado sobre os planetas extrassolares, principalmente com a descoberta feita com o telescópio espacial Kepler, encontrando um planeta semelhante à Terra, o Kepler 186-f.

Apresentação de pôster na Feira de Ciências.

Em 2014, iniciamos um trabalho que discutia os planetas extrassolares no curso de Teoria da Relatividade Restrita, conteúdo do 1o ano do Ensino Médio recentemente introduzido via novo Currículo Mínimo Estadual de Física.

O trabalho desenvolvido no Colégio Estadual Canadá, no Estado do Rio de Janeiro, foi realizado através de uma Iniciação Científica de Ensino Médio, contando com a participação de dois alunos do 1o ano do Ensino Médio: Pablo Henrique Fogaça e Karen Cabral.

Objetivos do trabalho

  • Realizar divulgação científica na escola;
  • Construir um fotômetro para discussão do funcionamento dos aparelhos que detectam tais planetas.

O trabalho realizado no Colégio Estadual Canadá

Inicialmente, o grupo pesquisou em livros, revistas e internet a respeito dos planetas extrassolares, encontrando também informações sobre o telescópio que detecta tais planetas e de que forma ele faz isso.

Como esses planetas se encontram a grandes distâncias, foi pesquisada então a possibilidade de viajar até eles, levando em conta os recursos tecnológicos atuais e a Teoria da Relatividade Restrita e suas consequências.

Após o período de estudos, foi iniciado o trabalho de divulgação do tema na escola, com apresentação de seminários e debates; em seguida ocorreu a participação do grupo em eventos científicos promovidos pela comunidade escolar.

Posteriormente, foi realizada uma pesquisa de sondagem sobre o que as pessoas pensam a respeito da possibilidade de viagens interplanetárias e da existência de vida em outros planetas, propiciando assim a discussão de uma nova área da ciência intitulada Astrobiologia.

Participação em eventos

O trabalho participou de várias atividades internas e externas do Colégio Estadual Canadá:

  • II Mostra de Fotonovelas (evento interno);
  • II Mostra de Astronomia (evento interno);
  • II Feira Intercolegial de Ciência e Tecnologia (evento organizado por um colégio particular de Nova Friburgo);
  • Semana do Biólogo do Cederj (evento organizado pelo polo Cederj Nova Friburgo);
  • Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (evento organizado pela Prefeitura Municipal de Nova Friburgo).

Participação na Semana do Biólogo do Cederj, com apresentação de pôster.

Participação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, promovida pela Prefeitura Municipal de Nova Friburgo.

Considerações finais

Uma discussão atual pode trazer grandes contribuições para o trabalho do professor em sala de aula. Temas transversais à disciplina podem ser estimulantes e contextualizá-la. O tema planeta extrassolares está fortemente na mídia hoje em dia; num curso de Teoria da Relatividade, o tema pode trazer contribuições como tema transversal, motivando o aprendizado do aluno e contextualizando a disciplina.

Acreditamos também ter sido uma boa oportunidade para os alunos que participaram do desenvolvimento do projeto, que tiveram a chance de conhecer um tema instigante e levá-lo a vários locais, onde interagiram com o público em geral, além de estar com professores de várias universidades.

Referências

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais - Ensino Médio. Brasília: Ministério da Educação, 1997.

______. PCN+ para o Ensino de Ciências e Matemática. Brasília: Ministério da Educação, 2002.

CHALMERS, A. F. O que é ciência afinal? Disponível em: http://copyfight.me/Acervo/livros/CHALMERS,%20Alan.%20O%20Que%20e%CC%81%20Cie%CC%82ncia%20Afinal%20(2.%20ed.).pdf.

OLIVEIRA, F. F. O ensino de Física Moderna com enfoque CTS: uma proposta metodológica para o Ensino Médio usando o tópico Raios-X. Dissertação. 232 f.

RIO DE JANEIRO. Secretaria de Educação. Currículo mínimo estadual de Física. Rio de Janeiro, Fevereiro de 2012.

Publicado em 10 de novembro de 2015

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