Aleijadinho
Luis Estrela de Matos
a José Eugênio Guimarães
Teu esforço fez-te invulgar e
Anacrônico
Não poderias ser diferente
Nesta colônia que nos matava a todos
E continua nos exterminando
Nem teus medos e taras e choros
E sofrimentos
Fecharam-te o sopro mais profundo
Isto abissal
que vem do fundo da terra
E do azul mais alto e rarefeito
Além profetas, além razão
Além Portugal
Isto que te sai
E inomina os objetos
e nos espanta numa arte pura e visceral
Tu estarás gravado na carne
Deste corpo mais pesado e cruel
desta coisa enorme, barroca e tão excessiva
que se intitula brasil.
Publicado em 08 de dezembro de 2015
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