Vamos falar sobre TDAH?
Priscila Romero
Pedagoga, orientadora educacional, bacharel em Direito e pós-graduada em Educação Especial/Inclusiva, Educação Especial com ênfase em Autismo, pós-graduanda em Docência no Ensino Superior
Quem nunca ouviu frases como: “Esse menino parece ter bicho carpinteiro!”, “Não para quieto!”, “Sossega, garoto!”? Dentro de sala de aula, ainda são comumente utilizadas. No entanto, desatenção, hiperatividade e impulsividade formam a tríade sintomatológica do Transtorno do Déficit de Atenção-Hiperatividade (TDAH), que afeta cerca de 5% da população em idade escolar.
Dificuldades para se concentrar em um assunto específico, para organizar seu material e seu tempo, para seguir instruções complexas, além da fácil distração e dos esquecimentos são particularidades da desatenção.
Não permanecer sentado ou parado quando preciso, dedicar-se a mais de uma atividade e não terminá-las ou executá-las sem qualidade, apresentar agitação motora, fala em demasia e em volume alto constituem a hiperatividade.
Responder a perguntas antes que as mesmas sejam completadas e se intrometer em assuntos paralelos caracterizam a impulsividade.
Os três principais sintomas não precisam estar presentes ao mesmo tempo. É interessante registrar que a hiperatividade não será necessariamente motora, uma vez que a inquietação mental também constitui tal agitação. E no sexo masculino, a intranquilidade corporal é mais acentuada.
Como consequências dessa síndrome surgem o baixo desempenho acadêmico, a perda da autoestima e até mesmo a tristeza. Algumas crianças passam a, erroneamente, se considerar incapazes – um salto perigoso para a depressão. O desinteresse pelo estudo e o número de faltas à escola aumentam.
É preciso que os pais e responsáveis pelo menor procurem ajuda médica. O especialista deverá observar a criança e ouvir família e escola. Trata-se de um exame clínico, cujo paciente deverá apresentar o mínimo de seis características, com mais de seis meses de duração, sendo apresentado tal comportamento em pelo menos dois ambientes diferentes (casa e escola, por exemplo). Muitas vezes haverá necessidade de medicação – normalmente é utilizado o metilfenidato.
Para que o professor não precise gastar suas energias reclamando e chamando a atenção da criança ou do adolescente o tempo todo, vão algumas dicas:
- Elabore aulas práticas, em que o aluno poderá construir o conhecimento;
- Permita que narrem suas vivências;
- Crie tarefas como apagar o quadro, buscar uma folha em outra sala, para que gastem a energia excessiva;
- Realize atividades variadas;
- Utilize material concreto, palpável;
- Não prolongue a atividade por muito tempo;
- Use textos curtos e recursos visuais;
- Dê ordens ou explicações por etapas.
É bom também que o professor estude sobre o TDAH. É preciso conhecer para saber lidar com ele, além de criar a consciência de que o aluno “inquieto” não age dessa forma porque deseja ser assim.
Ele precisa muito da nossa ajuda!
Referência
TEIXEIRA, Gustavo. Manual dos Transtornos Escolares. 3ª ed. Rio de Janeiro: Best Seller, 2013.
Publicado em 13 de setembro de 2016
Novidades por e-mail
Para receber nossas atualizações semanais, basta você se inscrever em nosso mailing
Este artigo ainda não recebeu nenhum comentário
Deixe seu comentárioEste artigo e os seus comentários não refletem necessariamente a opinião da revista Educação Pública ou da Fundação Cecierj.