Pesquisa: instrumento de investigação científica
José Luis Monteiro da Conceição
Mestre em Educação
Uma pesquisa é um processo sistemático de construção do conhecimento que tem como metas principais gerar novos conhecimentos, corroborar ou refutar algum conhecimento preexistente. É basicamente um processo de aprendizagem, tanto do indivíduo que a realiza quanto da sociedade na qual esta se desenvolve. A esse respeito nos dizem Casemiro, Xavier, Brito (2002, p. 1):
Pesquisar é o ato de procurar, diligentemente, respostas a indagações ou informações. A pesquisa contribui para a construção do conhecimento. Na Educação, a pesquisa deve ser uma atividade capaz de produzir um conhecimento “novo” a respeito de um determinado assunto, relacionando as informações obtidas ao conhecimento de mundo.
Pesquisa é a procura do conhecimento a partir de diferentes fontes de informação, analisadas sob vários aspectos, que serve tanto para aprender como para ampliar o conhecimento, construir novos caminhos e trilhar os nossos reais objetivos, finalidades. A pesquisa é um instrumento dinâmico e interativo que está presente em vários momentos do nosso cotidiano e que pode ser realizada individualmente ou em grupo; para tanto, requer do investigador interesse, tempo, atenção, compreensão, capacidade critica para analisar e articular os fatos, disponibilidade, senso crítico, critérios.
Para Marques (2006, p. 95), “pesquisar é buscar um centro de incidência, uma concentração, um polo preciso das muitas variações ou modulações de saberes que se irradiam a partir de um mesmo ponto”. Para que a pesquisa se efetive, é necessário haver investigação.
Minayo (1993, p. 23), vendo por um prisma mais filosófico, considera a pesquisa como
atividade básica das ciências na sua indagação e descoberta da realidade. É uma atitude e uma prática teórica de constante busca que define um processo intrinsecamente inacabado e permanente. É uma atividade de aproximação sucessiva da realidade que nunca se esgota, fazendo uma combinação particular entre teoria e dados.
Demo (1996, p. 34) avalia a pesquisa como atividade cotidiana, considerando-a uma atitude, um “questionamento sistemático crítico e criativo, mais a intervenção competente na realidade, ou o diálogo crítico permanente com a realidade em sentido teórico e prático”. Para Gil (1999, p. 42), a pesquisa tem caráter pragmático, é um “processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico. O objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos”.
Pesquisa é um conjunto de ações, propostas para encontrar a solução para um problema que têm por base procedimentos racionais e sistemáticos. A pesquisa é realizada quando há um problema e não se têm informações para solucioná-lo.
A investigação é o primeiro passo que todo e qualquer investigador tem que realizar para concretizar aquilo que justamente pretende pesquisar, confirmar ou não seus valores hipotéticos, responder às perguntas-chave, cumprir seus objetivos propostos e saber a veracidade dos fatos.
É notório que a investigação está presente em todos os campos de estudos e métodos qualitativos ou até mesmo quantitativos, fazendo do pesquisador um ser questionador, criativo, crítico, reflexivo, solucionador de problemas, investigador, construtor e reconstrutor de conhecimento, autor da própria teoria e prática, com formação do sujeito competente (incluindo a possibilidade de interpretação própria, de formulação pessoal, elaboração trabalhada, de saber pensar, aprender a aprender). A investigação ganha destaque fundamental nesse contexto.
No mundo em que vivemos, estamos sempre em busca de saciar nossa curiosidade, ter informações novas e interessantes que dizem respeito exatamente ao que se pretende saber e conhecer. A investigação traz oportunidades para que isso seja realizado e abre para o pesquisador novos horizontes, faz enxergar as coisas com certos detalhes de maneira objetiva e clara.
Ressalta-se que, antes do processo de investigação de determinada pesquisa, faz-se mister a construção de um plano estratégico. Planejar é estudar, organizar, coordenar ações a serem tomadas para a realização de uma atividade visando a solucionar um problema ou alcançar um objetivo. É a forma mais adequada e eficaz de elaboração e organização da pesquisa, a fim de buscar e obter informações cabíveis e precisas para a manutenção e o funcionamento de todo o trabalho que será realizado.
Em nosso cotidiano, o plano é a nossa referência: seja nos espaços escolares, quando o professor utiliza para a condução da sua prática pedagógica, para que não se perca durante o processo ensino-aprendizagem; seja em casa para fazer algumas compras de objetos com preços mais elevados, seja uma viagem para fora do país em que a pessoa tem que se organizar e planejar para dar tudo certo.
O plano orientará e indicará os passos e caminhos a serem seguidos de ordem sequenciada para o pesquisado. O plano é a parte indissociável. É parte integrante, completa significativamente, dá sentido e fundamenta a investigação cientifica.
Referências
CASEMIRO, Keila da Fonseca; BRITO, Aline Pinto; XAVIER, Kelli Reis da Silva. A pesquisa no Ensino Fundamental: Fonte para construção do conhecimento. 2002. Disponível em www.educacaopublica.rj.gov.br. Acesso em 25 ago. 2015.
DEMO, Pedro. Avaliação qualitativa. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1996.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas 1999.
MARQUES, Mario Osório. Escrever é preciso: o princípio da pesquisa. 5ª ed. rev. Ijuí: Ed. Unijuí, 2006.
MINAYO, Maria Cecilia de Souza. O desafio do conhecimento. São Paulo. Hucitec, 1993.
Publicado em 29 de março de 2016
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