Da cozinha à praia: uma experiência interdisciplinar

Andréia Santos Silva

Mestre em Ciências, especialista em Ensino de Ciências e Biologia, licenciada em Ciências Biológicas e professora da rede estadual de ensino do Rio de Janeiro

Danielle Pascotto Borges Gomes

Doutora em Literaturas Francófonas e Língua Francesa pela Universidade Federal Fluminense. Atua no ensinode Língua Estrangeira (Francês) na Rede Estadual de Ensino do Rio de Janeiro e de Língua Portuguesa, Literatura e Produção Textual na rede particular de Niterói

Introdução

Os professores representam um importante canal de comunicação e informação, pois apresentam similaridade comunicativa e estão envolvidos na realidade social, servindo de referência de conhecimentos e comportamentos para os alunos (Sousa et al., 2012). Segundo os Cadernos de Atenção Básica do Ministério da Saúde, a escola tem como missão primordial desenvolver processos de ensino-aprendizagem, desempenhando um papel fundamental na formação e atuação das pessoas em todas as arenas da vida social (Brasil, 2009). De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, deve-se buscar dar significado ao conhecimento escolar mediante a contextualização; evitar a compartimentalização, mediante a interdisciplinaridade; e incentivar o raciocínio e a capacidade de aprender (Brasil, 2000).

A necessidade de buscar novas práticas pedagógicas que atendam às necessidades da Educação Básica com enfoque interdisciplinar tem sido amplamente discutida por diversos autores. Para Augusto et al. (2004) “a interdisciplinaridade é entendida como a necessidade de integrar, articular, trabalhar em conjunto”. Segundo Frigotto (1995), “a interdisciplinaridade impõe-se pela própria forma de o homem produzir-se enquanto ser social e enquanto sujeito e objeto do conhecimento social”. A escola deve conter, em si, a expressão da convivialidade humana, considerando toda a sua complexidade, e deve ser, por sua natureza e função, uma instituição interdisciplinar. Nesse sentido, a interdisciplinaridade será articuladora do processo de ensino-aprendizagem na medida em que se produzir como atitude, como modo de pensar, como pressuposto na organização curricular, como fundamento para as opções metodológicas do ensinar (Thiesen, 2008).

A introdução da interdisciplinaridade passa de uma relação pedagógica baseada na transmissão do saber de uma disciplina ou matéria, que se estabelece segundo um modelo hierárquico linear, a uma relação pedagógica dialógica na qual a posição de um é a posição de todos (Fazenda, 1979). A aplicação dessa proposta interdisciplinar, que permite articular competências de várias áreas do conhecimento, cria novas possibilidades de ensino e  certamente contribui de forma mais duradoura e efetiva na formação do aluno.

Apesar de a interdisciplinaridade estabelecer conexões entre disciplinas que favoreçam a  prática escolar, para Luck (2001) o estabelecimento de um trabalho de sentido interdisciplinar provoca, como toda ação a que não se está habituado, sobrecarga de trabalho, certo medo de errar, de perder privilégios e direitos estabelecidos. A orientação para o enfoque interdisciplinar na prática pedagógica implica romper hábitos e acomodações, implica buscar algo novo e desconhecido. Isso é um grande desafio!

No âmbito da interdisciplinaridade no espaço escolar, os PCN propõem no nível do Ensino Médio, para todas as áreas do conhecimento, diversas orientações descritas nas bases legais, tais como:

Nessa sequência de elementos disciplinares e interdisciplinares, mais do que a relação entre as disciplinas da área, são as pontes com as disciplinas das outras áreas. As informações tecnológicas e científicas, dotadas de seus códigos matemáticos, seus símbolos e ícones, também constituem uma linguagem. Na realidade, o aprendizado das Ciências da Natureza e da Matemática deve se dar em estreita proximidade com Linguagens e Códigos, assim como com as Ciências Humanas. Essas decorrências da interdisciplinaridade são objeto de atenção explícita do CNE/98 (Brasil, 2000).

Nesse contexto, a proposta de atividades interdisciplinares vem recebendo espaço na prática educacional e ganhando destaque no processo de ensino-aprendizagem, por se tratar de uma metodologia integradora que aproxima diferentes áreas do conhecimento em torno de um tema central, vinculando a teoria com práticas educativas diferenciadas e mais dinâmicas a fim de facilitar a aquisição dos conhecimentos e promover uma educação de qualidade. De acordo com Thiesen (2008), a escola, como lugar legítimo de aprendizagem, produção e reconstrução de conhecimento, cada vez mais precisará acompanhar as transformações da ciência contemporânea, adotar e simultaneamente apoiar as exigências interdisciplinares que hoje participam da construção de novos conhecimentos. Tais proposições são apoiadas nas Orientações Curriculares para o Ensino Médio, que reafirmam a necessidade de se articularem as competências gerais com os conhecimentos disciplinares (Brasil, 2006).

Dentro da ampla grade curricular que compõe a Base Nacional Comum, diversas habilidades e competências devem ser abordadas e desenvolvidas visando à aprendizagem de forma eficaz. Assim, para atender a uma proposta pedagógica que visa uma ação interdisciplinar, o assunto a ser discutido irá delinear a integração entre as disciplinas. Dessa forma, a partir do tema “alimentação” abre-se um vertente para a agregação de todas as áreas do conhecimento, numa perspectiva integradora que permita a aquisição do conhecimento de forma plena e construtiva.

Sendo assim, o objetivo do presente trabalho foi desenvolver uma atividade interdisciplinar a partir do tema “alimentação” de uma forma lúdica e dinâmica.

Desenvolvimento

O trabalho foi desenvolvido em 2015 com alunos da 1ª série do Ensino Médio do CIEP 449 – Governador Leonel de Moura Brizola – Brasil-França, com idades entre 14 e 16 anos. Vale ressaltar que a escola oferece o Ensino Médio Intercultural, cujo foco é o ensino da Língua Francesa e de Biologia, pela disciplina de Ateliê Cientifico (disciplina não descrita na grade curricular comum que tem o objetivo de reforçar o ensino do Francês).

Esse trabalho foi elaborado e planejado a partir do conteúdo abordado na disciplina de Francês, vocabulário sobre alimentação. Visando atender não somente às competências linguísticas, mas também as científicas, foram discutidos, durante as aulas da disciplina os assuntos relacionados à alimentação, com foco nos grupos alimentares.

Esse trabalho englobou diversas áreas do conhecimento, como Ciências da Natureza e Matemática, Linguagens e Códigos e Ciências Humanas, e permitiu articular em uma perspectiva integradora e dinâmica conhecimentos necessários à vida contemporânea de forma mais lúdica.

A culminância do trabalho foi realizada em dois dias consecutivos e constituiu-se de duas etapas principais: micro-oficinas, realizadas no primeiro dia, que foram ministradas por professores de diversas disciplinas, cujos conteúdos estavam diretamente ligados à temática “alimentação”. A oficina final foi a preparação de pães e bolos na cozinha do refeitório. Os alimentos produzidos foram consumidos no piquenique realizado no segundo dia, na praia, onde os alunos participaram de um circuito de atividades físicas propostas pela professora de Educação Física.

Dentro do planejamento, optou-se por iniciar as atividades com micro-oficinas (10 minutos para cada disciplina), visando inserir e contextualizar o aluno na temática para, em seguida, dar sequência à atividade culinária que propiciasse o cozinhar coletivo. A seguir, seguem as etapas detalhadas desse trabalho.

1º dia: Oficinas (teórica/prática) – no refeitório da escola, os alunos participaram de micro-oficinas educativas, na forma de rodízio (por turma), a fim de conhecer as diferentes abordagens apresentadas pelas disciplinas sobre o tema em questão. Assim, as disciplinas envolvidas nessa etapa foram: Educação Física, que abordou a importância da alimentação saudável para a saúde, com foco na pirâmide alimentar; Biologia, com abordagem sobre os tipos de fermentação, que posteriormente seriam observados na prática, na produção de pães e bolos; História, com uma breve relação entre a história do pão, seu simbolismo e a França revolucionária. Nesse momento o foco foi a cultura francesa, já que se trata de uma escola intercultural. Química contribuiu com informações referentes às Leis Ponderais, enfocando a Lei da Conservação das Massas e a Lei das Proporções Constantes, relacionando diretamente com a produção dos pães e dos bolos; Matemática tratou do sistema de unidades de medidas, cujas grandezas seriam utilizadas na prática. Por fim, as disciplinas de Francês e Ateliê Científico, trabalhando juntas, ficaram responsáveis pela parte prática de preparação dos pães e dos bolos, respectivamente.  A turma foi dividida em dois grupos que participaram dessa etapa da oficina, intitulada “Mãos na Massa” (Les mains à la pâte), ministrada integralmente na língua francesa (Figura 1). Para acompanhar e realizar o processo, os alunos receberam um folder contendo as receitas, escritas na língua francesa (Figura 2). Essa última etapa foi de suma importância para averiguar as competências linguísticas, oral e escrita, dos alunos.


Figura 1: Oficina “Mãos na massa” (preparação do pão).

Figura 2: Folder com as receitas para preparação das massas.

2º dia: Atividades ao ar livre – no dia seguinte, os alunos foram encaminhados até a Praia de São Francisco, em Niterói, onde realizaram um circuito de atividades físicas colaborativas elaborado pela professora de Educação Física, o “Circuito Alimentar”, a fim de atrelar as boas práticas alimentares à prática de exercícios físicos que, em conjunto, contribuem para um bem-estar físico (Figura 3). Essa etapa teve por objetivo também fixar o vocabulário e o conteúdo dos alimentos trabalhados em sala de aula anteriormente. Após essa atividade, os alunos puderam interagir e desfrutar de um piquenique, consumindo os alimentos produzidos na primeira etapa, usufruindo de um hábito que é muito difundido na França. Além do pão e do bolo, a escola ofereceu sucos, frutas, laticínios e biscoitos (de água e sal) para estimular a alimentação saudável e contribuir para a integração entre professores e alunos.


Figura 3: Atividade física na praia – o “Circuito alimentar”.

Visando avaliar as atividades integradas, os alunos responderam a um “questionário de avaliação” composto por seis questões, abertas e fechadas. As perguntas do questionário foram as seguintes:

Questionário de avaliação

1 - Você gostou do projeto? (    ) Sim (    ) Não. Por quê?

2 - Você acha que esse tipo de atividade, mais lúdica, contribui para a aprendizagem? (    ) Sim (    ) Não. Por quê?

3 - Você gosta de atividades interdisciplinares? (    ) Sim (    ) Não. Por quê?

4 - Você acha que o projeto deve ocorrer nos próximos anos? (    ) Sim (    ) Não

5 - O que você achou do primeiro dia da oficina?
Pontos positivos:
Pontos negativos:

6- O que você achou do segundo dia do projeto?
Pontos positivos:
Pontos negativos:

A forma com que o trabalho foi desenvolvido, agregando diversas áreas do conhecimento de maneira atraente e lúdica, facilitou o aprendizado e contribuiu para uma maior interação entre os educandos. As competências linguísticas foram amplamente desenvolvidas durante as atividades, bem como os conceitos previamente adquiridos durante as exposições teóricas. Dentro do eixo temático do trabalho, a contribuição de diferentes disciplinas, que abordaram os conceitos de forma dinâmica e de certo modo interligadas, foi um fator inovador e motivador no processo de ensino-aprendizagem. O modelo adotado para oferecer ao aluno um embasamento teórico sobre o assunto que estava sendo discutido contribuiu para ampla interação e participação. Os alunos ficaram mais relaxados, em um espaço mais informal (o refeitório), propiciando o ambiente ideal para aquisição dos novos conhecimentos, bem como a realização da prática culinária e o emprego dos conhecimentos já adquiridos em língua estrangeira de forma mais espontânea. Todos os esforços foram feitos para que os alunos fossem de fato sensibilizados sobre as boas práticas alimentares e atuassem como multiplicadores de informação. Nos dois dias em que ocorreram as atividades, observou-se que os alunos conseguiram compreender o que havia sido ministrado. Em aulas subsequentes, alguns conceitos aplicados durante as atividades foram abordados, com um feedback bem positivo. Para tentar garantir o aprendizado, além da exposição teórica os alunos receberam folhetos explicativos, com uma síntese dos assuntos abordados em Química e Matemática, além de receberem as receitas para preparação dos pães e bolo em família, visando, nesse caso, aprimorar a competência linguística. Também tiveram a oportunidade de utilizar os microscópios para visualização de leveduras, como um complemento da explicação do professor de Biologia sobre fermentação, e conhecer os instrumentos de medida citados durante a oficina de Matemática. Além disso, puderam ter acesso aos diversos alimentos que compõem a pirâmide alimentar, assunto abordado pela professora de Educação Física, cujo enfoque foi a sensibilização para uma alimentação saudável, visando à promoção da saúde.

Dos 85 alunos participantes do projeto, 66 responderam ao questionário de avaliação. Os resultados foram bem satisfatórios e motivadores. Praticamente todos os alunos (99%) gostaram do projeto e expressaram no questionário o contentamento na realização das atividades (Gráfico 1). Além disso, 92% dos alunos acharam que esse tipo de trabalho contribui com o aprendizado (Gráfico 2) e 98% relataram que gostam de atividades que envolvem diversas disciplinas, pois promovem uma nova forma de aprendizado, mais interessante e prazerosa (Gráfico 3).

Gráfico 1: Alunos que gostaram do projeto (n = 66).

Gráfico 2: Alunos que acham que esse tipo de projeto contribui com o aprendizado (n = 66).

Gráfico 3: Alunos que gostam de atividades interdisciplinares (n = 66).

Diante desses resultados, positivos e expressivos, torna-se evidente a necessidade de desenvolver atividades lúdicas, dinâmicas e diferenciadas que ultrapassem os muros da escola. Esse projeto proporcionou, sem dúvida, uma nova experiência no processo de aprendizado e promoveu a participação e a integração mais efetiva entre docentes e discentes, além de sensibilizar os alunos a respeito de uma prática alimentar mais saudável, que contribua para a manutenção da saúde.

Estudos realizados por Toral e colaboradores (2009) revelou a importância de incluir um caráter lúdico nas informações transmitidas, como estratégia de veiculação das mensagens sobre alimentação. Segundo Silva (2016), o aprendizado mais lúdico é motivador e prazeroso e desperta o interesse e a atenção dos alunos e contribui significativamente para desenvolver as competências científicas e linguísticas. Nossos resultados corroboram a literatura, tendo em vista que este trabalho, além de integrado, teve caráter totalmente lúdico e diferenciado, rompendo as barreiras da sala de aula tradicional, contribuindo de maneira eficaz no processo de ensino-aprendizagem.

Conclusão

A interdisciplinaridade, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, deve ser compreendida a partir de uma abordagem relacional, em que se propõe que, por meio da prática escolar, sejam estabelecidas interconexões e passagens entre os conhecimentos por meio de relações de complementaridade, convergência ou divergência. A integração dos diferentes conhecimentos pode criar as condições necessárias para uma aprendizagem motivadora, na medida em que ofereça maior liberdade aos professores e alunos para a seleção de conteúdos mais diretamente relacionados aos assuntos ou problemas que dizem respeito à vida da comunidade. É sem duvida uma ferramenta que revigora a integração e articulação dos conhecimentos, promovendo uma aprendizagem mais significativa.

Nessa perspectiva de articulação e integração entre diversas disciplinas, visando atender as Leis de Diretrizes e Bases da Educação, foi possível, com esse modelo de experimentação de trabalho integrado e inovador, trazer um enfoque tanto teórico quanto prático a partir de um conteúdo preestabelecido e de suma importância, promovendo assim o acesso à informação de forma mais atraente e participativa, contribuindo não somente para aprimorar um novo idioma, mas ajudar o aluno a construir uma cultura científica e adquirir conhecimentos que são extremamente necessários para a vida.

Referências

AUGUSTO, T. G. S.; CALDEIRA, A. M. A.; CALUZI, J. J.; NARDI, R. Interdisciplinaridade: concepções de professores da área de Ciências da Natureza em formação em serviço. Ciência & Educação, v. 10, nº 2, p. 277-289, 2004.

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BRASIL. Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias/Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Brasília: Ministério da Educação, 2000. (Parâmetros Curriculares Nacionais – Ensino Médio; parte III).

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde na escola. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. (Série B. Textos Básicos de Saúde) (Cadernos de Atenção Básica; nº 24).

FAZENDA, I. C. Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro: efetividade ou ideologia. São Paulo: Loyola, 1979.

FRIGOTTO, G. A interdisciplinaridade como necessidade e como problema nas ciências sociais. In: JANTSCH, Ari Paulo: BIANCHETTI, Lucídio (Orgs.). Interdisciplinaridade: para além da filosofia do sujeito. Petrópolis: Vozes, 1995.

LUCK, Heloísa. Pedagogia da interdisciplinaridade. Fundamentos teórico-metodológicos. Petrópolis: Vozes, 2001.

SILVA, A. S. Circuito do sistema nervoso: aplicação de jogos como estratégia de aprendizagem no ensino de Biologia. Cadernos de Educação Básica, vol. 1, nº 2, out. 2016.

SOUSA, A. F. M.; NOGUEIRA, J. A. D.; REZENDE, A. L. G. Estratégia de capacitação de professores do ensino fundamental em atividade física e alimentação saudável. Motriz, Rio Claro, v. 18, nº 3, jul./set. 2012.

THIESEN, J. S. A interdisciplinaridade como um movimento articulador no processo ensino-aprendizagem. Revista Brasileira de Educação, v. 13, nº 39, set./dez. 2008.

TORAL, N.; CONTI, M. A., SLATER, B. A alimentação saudável na ótica dos adolescentes: percepção e barreiras à sua implementação e características esperadas em materiais educativos. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 25(11), nov. 2011.

Agradecimentos

À direção e à coordenação pedagógica que viabilizaram a execução das atividades. A todos os professores envolvidos que contribuíram brilhantemente para a realização deste trabalho e à equipe da cozinha, que cooperou de forma brilhante, efetiva e solícita na oficina “Mãos na Massa”.

Publicado em 04 de abril de 2017

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