O ensino entre a teoria e a prática: a arte e a arquitetura em foco

Adriano Pequeno Santos

Geógrafo, especialista em análise regional e ensino de geografia (UFCG), professor na Educação Básica (Secretaria de Educação do Estado da Paraíba – SEE/PB)

Monalisa Cristina Silva Medeiros

Geógrafa, mestra e doutora em Recursos Naturais (UFCG), professora na Educação Básica (Secretaria de Educação do Estado da Paraíba – SEE/PB)

Desde suas origens e com o desenvolvimento do pensamento, os seres humanos procuraram alternativas de sobrevivência. Inicialmente, buscaram na natureza materiais necessários a construção de ambientes artificiais com a finalidade de proteger-se das intempéries climáticas e de animais.

Nesse sentido, a partir da construção de abrigos e mais fortemente com a sedentarização, nossos antepassados passaram a construir lugares com finalidades que vão além daquilo que seria um abrigo. Passaram a construir templos e palácios, e estes possuíam a função de favorecer a permeabilização de um ideário predeterminado de impressão e glória.

Reiterando, os egípcios procuraram representar a grandiosidade dos faraós em suas tumbas com pinturas, esculturas e objetos de grande valor, assim como os gregos construíram anfiteatros e grandes templos em homenagem aos seus deuses com o objetivo de promover conhecimentos entre os seus em diversas áreas. Os romanos construíram pontes, estradas, aquedutos e circos, como o Coliseu. No decorrer da história e da atualidade, as construções arquitetônicas que se incorporam àquilo que é entendido como arte, possuem finalidades e características simbólicas das mais variadas.

Tudo isso por muito tempo foi ignorado no ensino de arte. Nesse contexto, o presente trabalho tem por objetivo geral orientar os alunos a conhecer a arte incorporada nas construções arquitetônicas a partir de temáticas interdisciplinares, visando ressignificá-las e possui como objetivos específicos: conhecer a história da arte grega e da sua arquitetura; favorecer o desenvolvimento reflexivo a partir da pesquisa e do debate entre alunos e deles com o professor; melhorar as relações interpessoais entre estudantes e dos estudantes com os docentes; desenvolver oficina de confecção de representações com base nos conteúdos estudados; convidar a comunidade escolar para prestigiar o material produzido pelos educandos; mostrar que o conhecimento que faz a relação teoria e prática a partir da relação entre arte e arquitetura se faz necessário, evidenciando o trabalho interdisciplinar.
Justificam-se a as dificuldades observadas na construção do conhecimento em artes e pela necessidade de valorizar a História da Arte (teoria) e a produção de representações (prática) como forma lúdica de conhecer a realidade com base nas logicas incorporadas às construções que se entendem como arte e arquitetura.

O ensino de Arte por muito tempo foi negligenciado, valorizando a produção artística prática em detrimento da teórica incorporada principalmente na História da Arte. Contudo, trabalhar teoria e pratica a partir de temáticas antes ignoradas, como a arquitetura, se faz necessário para entender as relações e lógicas incorporadas nas grandes construções urbanas no decorrer da história e, dessa forma, conhecer mais criticamente a realidade, o que é, nos dias atuais, importante na formação de cidadãos cientes do papel que desempenham na comunidade e na sociedade de modo geral.

A metodologia segue os caminhos da pesquisa qualitativa, pois ela possui abordagens que proporcionam maior aproximação do pesquisador ao objeto ou fenômeno pesquisado. Em meio a esse tipo de abordagem, foi utilizada a observação participante, que, segundo Proença (2007), possibilita ao pesquisador vivenciar pessoalmente o evento de sua análise para melhor entendê-lo, percebendo e agindo diligentemente de acordo com as suas interpretações daquele mundo. Foi utilizada, também, oficina pedagógica de produção de maquetes como meio pratico de representar o conteúdo trabalhado e favorecer maior interação e dinamismo entre os alunos. Para Paviani & Fontana (2009), uma oficina é uma oportunidade de vivenciar situações concretas e significativas, baseada no tripé: sentir-pensar-agir, com objetivos pedagógicos, o que torna a aula de Artes mais rica e significativa.

As atividades foram desenvolvidas e aplicadas ao longo do 3° bimestre com o auxilio do professor. Tal proposta expressa o desejo de mostrar a importância da relação entre a arte e a arquitetura como forma de entender as logísticas incorporadas às construções presentes no nosso dia a dia. Nesse contexto, o presente trabalho está dividido em duas partes. A primeira compreende três momentos: no primeiro está a discussão em torno do ensino de Arte e a relação teoria e prática. No segundo momento está a contextualização da relação entre arte e arquitetura. No terceiro momento encontra-se a descrição da pesquisa realizada na Escola Poeta Carlos Drummond de Andrade, junto à turma 7ºB. Na segunda e ultima parte encontram-se algumas considerações em torno do trabalho desenvolvido.

Materiais e métodos

A escola escolhida para o desenvolvimento da pesquisa foi a Escola Estadual de Ensino Fundamental Poeta Carlos Drummond de Andrade, localizada na Rua Guarapari, s/n°, no bairro das Malvinas, em Campina Grande/PB. A turma objeto da pesquisa foi o 7° ano B.

A metodologia utilizada está baseada nos caminhos da abordagem qualitativa, pois ela proporciona técnicas e procedimentos que favorecem a aproximação do pesquisador frente ao fenômeno estudado. Em meio a essa abordagem, foi utilizada a observação participante, que, para alguns autores, também é uma pesquisa onde há ação. Segundo Ludke (1986, apud Santos, 2014), a observação é utilizada como principal método de investigação e pode ser associada a outras técnicas de coleta, possibilitando com isso um contato pessoal e estreito entre pesquisador e fenômeno estudado. “Esse procedimento metodológico representa, assim, um excelente recurso para uma inserção mais densa nas práticas e representações vivenciadas, pois permite ao pesquisador uma análise mais delimitada e específica” (Proença, 2007, p. 9).

No decorrer deste trabalho foram desenvolvidas atividades de pesquisa, observação de imagens e debates, como forma de proporcionar a análise de discursos e posterior orientação, seleção dos materiais que foram utilizados nas oficinas, onde os educandos foram orientados pelo professor a entender sua aplicabilidade e finalidade. Cabe destacar também que a orientação na construção de representações arquitetônicas necessita de reflexão acerca do que será utilizado como forma de aproximar-se ao máximo da realidade.
A produção de representações arquitetônicas compõe a oficina pedagógica, um importante instrumento que torna as aulas mais dinâmicas, mobilizando a participação dos alunos e ao mesmo tempo rompendo com o ensino tradicional, baseado apenas na assimilação de conteúdos já prontos. A oficina é a fase em que o aluno pode colocar o conteúdo estudado em prática a partir da reflexão e da atividade prática, o que pode ser observado quando se ressalta que:

a oficina pedagógica atende, basicamente, a duas finalidades: (a) articulação de conceitos, pressupostos e noções com ações concretas, vivenciadas pelo participante ou aprendiz; e (b) vivência e execução de tarefas em equipe, isto é, apropriação ou construção coletiva de saberes (Paviani; Fontana, 2009, p. 79).

É importante destacar, ainda, a elaboração de cartazes com finalidade informativa destacando a relação entre a arquitetura e a arte incorporados ao pensamento grego e em nossa vida. Desse modo, as atividades têm um caráter dinâmico e interativo, mesclando teoria e prática.

Fundamentação teórica

A Arte entre a teoria e a prática

O arte-educador tem papel fundamental na mediação do conteúdo sistematizado ao longo do tempo, vinculando-o à realidade do aluno, buscando a interiorização das temáticas trabalhadas durante a aula. Ou seja, proporcionar a construção do conhecimento em Artes a partir do entendimento de que o educando é sujeito ativo no processo de ensino-aprendizagem. Para tanto, esse mediador da aprendizagem deve suscitar o conhecimento prévio do educando, o qual servirá de base para transformá-los em conceitos científicos (Vygotsky, 2010).

O ensino de Arte por muito tempo esteve baseado na valorização técnica sem objetivo definido, ou seja, uma produção artística sem finalidade determinada, o fazer por fazer. Segundo Canteras (2007), o conflito entre a teoria e a prática em relação ao ensino atravessa os milênios desafiando o pensamento, criando novos significados para as palavras, gerando o movimento de ideias e estudos. Os casos em que a História da Arte e a aproximação do educando frente à obra de um artista, em relação à busca de estímulo e reflexão a partir de um contexto tempo e espaço, por muito tempo foram negligenciados. A disciplina escolar de nome de Educação Artística por muitos anos ocupou o ultimo plano no ensino brasileiro. Assim, Antunes (2010) chama a atenção ressaltando que

aprender arte começa pela informação sobre a diversidade da produção artística e, dependendo da natureza da informação, aprender arte pode ser também uma maneira de se transformar. Se, por exemplo, aprendemos o nome e a obra de um grande pintor, estamos apenas colhendo uma informação que pode ser útil e às vezes necessária, mas essa informação em nada nos transforma. Porém, se fazemos o esboço de um desenho, estabelecendo uma cuidadosa relação entre o que produzimos e esboços dos desenhos de um pintor especial que aprendemos a admirar, preparar essa aprendizagem nos transformou (Antunes, 2010, p. 18).

Nesse sentido, o ensino de Arte era e ainda é trabalhado de forma a ignorar a relação entre a teoria e a prática, contribuindo para uma formação deficiente no campo da reflexão do sujeito como ser criador e criatura que interage e expressa seu pensar individual e com o mundo. Somam-se a isso as deficientes formações de professores, as quais perpetuam tal problema no fazer pedagógico. Neste sentido,

a proposta de toda e qualquer formação para docentes só adquire significado definitivo para os envolvidos quando se expressa através de uma práxis, pois é na teoria vinculada à prática que a intenção se manifesta, adquire significação e valor (Raniro; Raniro, 2015, p. 179).

A prática não exclui a teoria, elas se complementam. A disciplina de Artes só veio a se evidenciar como importante para a construção do conhecimento reflexivo do aluno a partir das lutas de profissionais e educadores da área com o intuito de promover o conhecimento efetivo em artes. Isso pode ser observado quando se destaca que

o ensino de Artes não enfatiza sua importância acima de outras disciplinas do currículo, mas tem consciência de que a elas se iguala como um conhecimento que aproxima pessoas por favorecer a percepção de semelhanças e diferenças entre culturas, no tempo e no espaço. Todo aluno precisa ser ajudado por seu professor a perceber que seu fazer artístico é sempre fato humanizador, cultural e histórico capaz de construir e apresentar sentimentos, revelando consciência de tempo, lugar e pessoas (Antunes, 2010, p. 35).

A arte abarca muito mais do que o simples fazer, pois não é um fazer solto, mas um fazer criativo impregnado de lógica. Ela é uma forma de expressão, de comunicação e de relacionar-se de forma concreta com o mundo. Ela se manifesta como meio de induzir formas de pensar e se relacionar. Ela está por toda parte e se constitui como manifestação unânime da espécie humana, como consequência do pensar e se relacionar com a natureza sob o nascimento da cultura. Desse modo, incorpora-se a tudo aquilo que é resultado do trabalho humano em relação ao meio, mas com finalidades as mais variadas. Um exemplo disso são as construções que manifestam logísticas. É o caso da Arquitetura.

A Arte e a Arquitetura

A Arte está presente em toda a historia da humanidade e constitui-se como um meio de comunicação utilizado desde as origens do raciocínio humano. Presente em toda parte, é produto da reflexão humana e resultado da relação homem/natureza. Ela também é chave para conhecer o passado e ferramenta para criticar os problemas sociais do presente. Nesse sentido,

Arte e homem se integram desde o início da historia da humanidade. Desde a Pré-História o homem manipulava cores, formas, gestos, espaços, sonhos, silêncios, superfícies, movimentos e luzes com intuito de comunicar-se com o outro. Dessa forma, percebe-se a arte como uma práxis presente em todas as manifestações culturais (Matias; Souza; Carvalho; Moura, 2016).

A Arquitetura e a Arte possuem relações das mais antigas, e se perpetuam até os dias de hoje. Desse modo, elas são formas de expressividade simbólica de uma sociedade, buscando a partir das suas características induzir os sujeitos que a observam a desenvolver sentimentos, emoções e formas de pensar a partir de uma logística predeterminada.

A Arquitetura é a arte de construir espaços que servem de abrigo e proporcionam conforto e segurança. Para ser chamada de arquitetura, entretanto, a construção de um arranha-céu, um palácio, ou uma simples casa precisa incorporar valores subjetivos, como a beleza e a satisfação dos sentidos físicos e espirituais. Quando um espaço construído alcança essas qualidades, a Arquitetura se aproxima da Arte (Meira, 2015, p. 51).

Diversas civilizações buscaram expressar seus anseios e necessidades por meio das artes incorporadas nas construções arquitetônicas e estas foram desenvolvidas com as mais variadas finalidades, que vão desde a glória das elites à manifestação das crenças de uma ou mais sociedades. Segundo Meira (2015), a Arquitetura se torna Arte quando passa a unir elementos como a beleza e a funcionalidade, constituindo-se como um verdadeiro desafio. Ainda segundo o autor, “a forma é o resultado da combinação de vários fatores: dos materiais utilizados, da técnica construtiva e da finalidade do espaço que se está projetando” (Meira, 2015, p. 51).

A estética ou gosto pelo belo nas características arquitetônicas varia muito de uma sociedade para outra, tendo em vista a grande diversidade étnico-cultural existente. Dessa forma, a beleza incorporada às construções vai relacionar-se ao ideário do belo dominante representado na relação entre tempo e espaço. Ou seja, vai ser o resultado das formas dominantes de pensar o mundo, sejam elas individuais ou sociais, de uma sociedade em sua época. Dentro dessa relação, o arquiteto/artista reage ativamente ao ambiente, o que irá refletir diretamente na sua forma de pensar e proceder na produção de suas obras. Portanto, nenhum artista está à frente do seu tempo e não pode ser entendido fora da sociedade à qual pertence.

Baseando-se em todos os argumentos já citados, é de suma importância favorecer a relação entre a História da Arte (teoria) com o fazer artístico (prática), para que o ensino da Arte como disciplina escolar esteja de fato comprometida com a construção do conhecimento e a desenvolver o senso critico do aluno, o qual é sujeito ativo da relação entre ensino e aprendizagem.

As grandes e belíssimas construções em nossas vidas incorporadas aos lugares e às cidades possuem objetivos dos quais existe um público-alvo, o que as torna passíveis de estudo e necessárias para o entendimento das objetividades incorporadas nelas. Daí a necessidade de trabalhar a Arquitetura como Arte e de associá-la à prática como forma de promover uma maior apreensão do conhecimento sobre o assunto, enriquecendo ainda mais o fazer pedagógico e a construção do conhecimento pelo educando.

Resultados e discussões

O projeto foi desenvolvido no período de agosto a outubro, no qual foram elaboradas atividades lúdicas com a finalidade de favorecer a construção do conhecimento dos educandos junto ao conhecimento que permeia a Arte e a Arquitetura, tendo em vista a materialidade patrimonial e simbológica em um contexto interdisciplinar. Reiterando, buscou-se proporcionar a dinamicidade e a participação dos discentes com base em um conteúdo novo e lúdico que mobiliza o conhecimento teórico produzido/sistematizado ao longo do tempo com a atividade prática de criação de representações artísticas da realidade.

Em um primeiro momento, buscou-se na História as origens, as necessidades de construir, tendo como foco primeiramente a sobrevivência e em seguida o simbolismo e a exaltação de formas de pensar e se relacionar com o sagrado. Desse modo, os alunos foram convidados à pesquisa e à leitura de fontes as mais variadas, o que favoreceu amplos debates sobre a variabilidade das finalidades dos tipos de construção, desde a mais rústica à mais elaborada, o que proporcionou certa dialogicidade entre alunos e aluno e professor.

As leituras proporcionaram formas de pensar e discernir informações mais e menos importantes, o que resultou em apresentações de estilos de arquitetura, dando maior ênfase à Arquitetura grega (Figuras 1, 2, 3 e 4).

Figura 1: Alunos apresentando o estilo arquitetônico coríntio.
Fonte: Santos (2017).

Figura 2: Alunos apresentando o estilo arquitetônico coríntio.
Fonte: Santos (2017).

Figura 3: Alunos apresentando o estilo arquitetônico dórico.
Fonte: Santos (2017).

Figura 4: Alunos apresentando o estilo arquitetônico dórico.
Fonte: Santos (2017).

Nas imagens, os alunos destacaram as características das construções gregas com a finalidade simbólica do sagrado. Ressaltaram como principal representação estética os estilos de colunas, as quais se distinguem devido à estética diferente. Dessa forma, as pesquisas de fontes e textos relacionados à temática trabalhada pelos próprios alunos foi de fundamental importância como forma de estimular a prática da leitura, que se constitui parte significativa do processo de formação do individuo como sujeito critico e reflexivo, características que devem fazer parte do processo formador do cidadão.

Em um segundo momento, o qual se constitui da etapa prática do projeto, foi realizado um diálogo com os alunos para estabelecer os materiais necessários à representação das características arquitetônicas gregas, tendo como fonte de inspiração os templos gregos da Antiguidade e seus três estilos clássicos: jônico, dórico e coríntio. Os materiais utilizados foram: tintas acrílicas, papel higiênico, cola branca, cola de tecido, copo plástico, colher, palito de dente, pincéis, um pedaço de pano e água.

O primeiro estágio da aula pratica constituiu-se do recorte de formas geométricas diversas, pois juntas formariam toda a estrutura da representação dos templos gregos, um momento em que o conhecimento matemático foi de fundamental importância, pois a Geometria está em toda parte (Figuras 5 e 6).

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Figura 5: Alunos produzindo formas geométricas em isopor.
Fonte: Santos (2017).

Figura 6: Alunos produzindo formas geométricas em isopor.
Fonte: Santos (2017).

É por meio de atividades como essas que os alunos podem refletir sobre problemáticas da realidade, identificando tais formas nos vários ambientes vivenciados. As diversas formas foram encaixadas com a utilização de cola de isopor e palitos de dente e rebocadas por uma massa feita pela mistura de água, papel higiênico picado e cola branca (Figuras 7 e 8).

Figura 7: Alunos revestindo as formas geométricas com papel machê.
Fonte: Santos (2017).

Figura 8: Alunos revestindo as formas geométricas com papel machê.
Fonte: Santos (2017).

As primeiras formas encaixadas e revestidas foram os círculos, pois, iriam compor as colunas que representavam cada estilo. Depois foi iniciada a pintura das colunas com tintas de tecido. Essas tintas proporcionam maior nitidez das cores; contudo, os educandos foram devidamente informados e instruídos a utilizá-las (Figuras 9 a 14).

Figura 9: Produção de representação de colunas do estilo jônico.
Fonte: Santos (2017).

Figura 10: Produção de representação de colunas do estilo jônico.
Fonte: Santos (2017).

Figura 11: Produção de representação de colunas do estilo Dórico.
Fonte: Santos (2017).

Figura 12: Produção de representação de colunas do estilo Dórico
Fonte: Santos (2017).

Figura 13: Produção de representação de colunas do estilo coríntio.
Fonte: Santos (2017).

Figura 14: Produção de representação de colunas do estilo coríntio.
Fonte: Santos (2017).

Terminadas as colunas, os alunos trataram de delimitar em folhas de isopor, com o auxilio da régua (sistema de medidas), o distanciamento dos espaços que as colunas iriam ocupar. Logo depois de fixadas, eles passaram a se ocupar da estrutura superior da representação da construção e consecutivamente pintando-as (Figuras 15 e 16).

Figura 15: Finalização das representações. Fonte: Santos (2017).

Figura 16: Finalização das representações (maquetes).
Fonte: Santos (2017).

Assim como destacado por Paviani & Fontana (2009), esse momento proporcionou significativo trabalho em equipe entre os alunos e possibilitou a mobilização do conhecimento teórico estudado na disciplina. A finalização do projeto foi realizada em uma exposição do material produzido à comunidade escolar; na mostra, recebemos os olhares curiosos de alunos de outras turmas e demais professores, os quais parabenizaram os alunos da turma 7ºB pela dedicação e pela bela representação (Figuras 17 e 18).

Figura 17: Exposição das representações a comunidade escolar.
Fonte: Santos (2017).

Figura 18: Exposição das representações a comunidade escolar.
Fonte: Santos (2017).

Considerações finais

A arquitetura constitui-se como materialidade da ação do homem sobre a natureza resultando em um produto com uma diversidade de significados simbólicos. É, assim, um objeto de propagação de ideias e sentimentos ao mesmo tempo em que resguarda um contexto e uma história.

O estudo das características arquitetônicas gregas e a produção de representações das construções permitiram aos alunos observar a cidade e o lugar em que vivem com um novo olhar, levando-os ao pensamento critico e construtivo. Além de mobilizar os conhecimentos incorporados nas disciplinas de Arte (tendo em vista as características estética e paisagística), essas atividades proporcionam relações interdisciplinares com a Matemática (tendo em vista que toda e qualquer construção necessita de planejamento tendo como base cálculos matemáticos próprios das plantas técnicas), conhecimento da História (construções antigas e novas que compõem a dinâmica entre o passado e o presente), contribuições da Geografia (tendo em vista as origens das matérias-primas necessárias à construção).

Nesse sentido, chegou-se à conclusão de que a pesquisa proporcionou maior participação dos alunos e melhorou as relações interpessoais, assim como auxiliou a apreensão dos conhecimentos incorporados à teoria e à prática, de criar representações com base no conteúdo, construindo conhecimento significativo em artes.

Referências

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CANTERAS, G. T.; Ensino da Arte na educação infantil e possíveis conflitos entre teoria e prática. 78 f. Dissertação (Mestrado). Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista. São Paulo, 2009. Disponível em: http://200.145.6.238/bitstream/handle/11449/86991/canteras_gt_me_ia.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 10 dez. 2017.

MATIAS, M. F. L.; SOUZA, F. W. B.; CARVALHO, Y. P. C.; MOURA, C. C. A importância do ensino da arte como elemento cultural na formação dos cidadãos. III Conedu. Ed. Realize, 2016. Disponível em: https://editorarealize.com.br/revistas/conedu/trabalhos/TRABALHO_EV056_MD1_SA20_ID11078_19082016175737.pdf. Acesso em: 30 dez. 2017.

MEIRA, B. Projeto mosaico: arte: Ensino Fundamental. São Paulo: Scipione, 2015.

PAVIANI, N. M. S.; FONTANA, N. M. Oficinas pedagógicas: relato de uma experiência, Conjecturas, Caxias do Sul, v. 14, n. 2, p. 77-88, maio/ago. 2009. Disponível em: www.ucs.br/etc/revistas/index.php/conjectura/article/download/16/15. Acesso em: 31 dez. 2017.

PROENÇA, W. L. O método da observação participante: contribuições e aplicabilidade para pesquisas no campo religioso brasileiro. Revista Aulas, Dossiê Religião, n. 4, abr./jul. 2007. Disponível em: http://www.unicamp.br/~aulas/Conjunto%20III/4_23.pdf. Acesso em: 31dez. 2017.

RANIRO, C.; RANIRO, R. Trabalhando com teoria e prática: artes visuais e artes cênicas na formação continuada de professores. Revista Educação e Linguagens, Campo Mourão, v. 4, n. 6, jan./jun. 2015. Disponível em: http://www.fecilcam.br/revista/index.php/educacaoelinguagens/article/viewFile/811/425. Acesso em: 15 dez. 2017.

SANTOS, Adriano Pequeno. Jogos no ensino de Geografia: múltiplas inteligências em foco. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Geografia). Centro de Humanidades, Universidade Federal de Campina Grande. Campina Grande, 2014.

VIGOTSKY, L. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

Publicado em 11 de setembro de 2018

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