Inclusão: afeição, respeito e transformação
Eugênio Cunha
Doutor em Educação, psicopedagogo, jornalista, pesquisador do GRUPPE/UFF/CNPq, autor de livros sobre educação e inclusão
Conheci Fátima Alves em um evento da Wak Editora. Na ocasião, eu fazia a mediação de uma mesa com especialistas em educação inclusiva. Quando Fátima iniciou a sua participação, ficou notório o que já transparecia em seus livros: sua segurança e tranquilidade ao falar do tema. O valor e a importância de Fátima para quem milita na Educação ficaram evidentes. Sua estatura como pesquisadora e autora já fora percebida por mim nas primeiras leituras que fiz de seus livros, que serviram de referência para alguns trabalhos meus.
No livro Para além da inclusão: afeição, respeito e transformação, ela apresenta um pouco mais de sua capacidade de tratar com ternura um assunto tão importante, sem perder a precisão teórica e o diálogo com o leitor. Penso que Fátima, quando escreve, deve se indagar acerca das necessidades de quem lê. O que é preciso escrever? Como escrever? Como levar o conhecimento da academia para o dia a dia da sala de aula, dos consultórios, para as ações de tantos profissionais, da família, sem que a tessitura das palavras se torne distante da realidade de cada um?
Para o sociólogo e filósofo Pierre Bourdieu, todo pesquisador precisa ter a premência de devolver para a sociedade os resultados de sua pesquisa; pesquisa que não é somente dele, mas faz parte de um todo científico, desenvolvido a favor de muitos. Fátima Alves faz isso com maestria. Como seu leitor de longa data, posso afirmar isso com tranquilidade; como autor, companheiro de militância, posso afirmar com alegria.
Sem perder a esperança de quem tem respeito e afeição pelo trabalho que faz e o esmero por quem a lê, a autora constrói um caminho para os que buscam transformações na educação.
Fátima diz que a busca dos sentimentos deve ser o melhor caminho para o entendimento e a aceitação de alguém. Essa busca desempenha importante função na dinâmica humana. De fato, sempre digo que a inclusão começa na alma do educador, onde estão nossas emoções, sentimentos, a imarcescível condição humana de levar nossos sonhos e projetos a perenes transformações, cotidianamente, como ofício de ensinantes e aprendentes que labutam igualmente na inclusão.
O livro trata disto: de alma, de amor, de mudanças para o estabelecimento de uma sociedade mais justa. “São mudanças, escolhas cheias de emoção. É a escolha para o crescimento. É criar caminhos de conhecimentos. É não ter preconceitos e não resistir à busca pela cooperação”.
Muito me honra a oportunidade de escrever sobre um livro de Fátima Alves. Quando fazemos assim, de certa forma fazemos parte da obra, mesmo que seja apenas como um leitor assíduo, certamente privilegiado – privilégio que, como eu, muitos terão. Por agora, digo ao caríssimo leitor que tiver o livro nas mãos: aproveite os textos, enriqueça seu repertório de conhecimentos e tenha uma excelente leitura!
Publicado em 23 de janeiro de 2018
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