Quatro olhares sobre o Projeto Maré Postal

Ailza de Freitas Oliveira

Doutoranda em Educação (PPGE/UFPB)

Fernando A. Abath Luna C. Cananéa

Doutor em Educação (PPGE/UFPB)

Maria Cely de Sousa Silva

Arte-educadora

Soraya de Souza de Oliveira

Mestra em Linguística (ProLing/UFPB)

Motivações iniciais

Este artigo objetiva analisar a elaboração, o desenvolvimento e a avaliação do Projeto Maré Postal junto aos membros da ONG Maré Produções Artísticas e Educacionais, bem como refletir sobre os desdobramentos pedagógicos que tal projeto atingiu nos membros envolvidos de forma direta em cada etapa de execução dos editais.

Existente há seis anos, este é um dos catorze projetos desenvolvidos em forma de autofinanciamento pelos membros da Maré, uma instituição sem fins lucrativos que desenvolve atividades de autoformação contínua entre seus aproximadamente 30 membros, baseadas na filosofia da economia solidária.

Com 16 anos de existência a Maré elabora, desenvolve e avalia desde projetos didáticos pedagógicos entre membros e convidados, tendo como público-alvo os estudantes, até projetos de autoformação profissional com desdobramentos acadêmicos, qualificando crítica e paulatinamente seus membros para seleções científicas, concursos docentes e editais direcionados ao universo educacional.

Maré como fonte de formação social

Os membros da Maré são em sua maioria educadores; por isso, elaboram continuamente ações que auxiliam no aperfeiçoamento de suas práticas pedagógicas. O Projeto Maré Postal é um exemplo desse feito que busca unir qualificação profissional à prática educacional motivadora, tornando a Maré fonte de formação social para seus envolvidos. Assim, corroboramos Weber (2001, p. 407) ao apontar aspectos práticos de personalização em formações sociais.

Novamente, para outros fins cognoscitivos (por exemplo, jurídicos) ou por fins práticos, pode ser conveniente ou até inevitável tratar e abordar com bastante precisão determinadas formações sociais (“Estado”, “cooperativas”, “sociedades de ações”, “fundações”) como se fossem indivíduos (por exemplo, como sujeitos de direitos e de deveres ou de determinadas ações de alcance jurídico).

Para além do alcance profissional e intelectual, na Maré os membros se aperfeiçoam em colaboração como seres psicossociais, de tal modo que laços de afetividade ampliam as práticas de colaboração e cooperação, uma vez que todas as atividades e todo processo de pesquisa e de execução do projeto são desenvolvidos de maneira colaborativa, compartilhando os conhecimentos e coletivamente construindo saberes.

O Projeto Maré Postal

O Projeto surgiu da necessidade oriunda dos membros da Maré em qualificar com conteúdos programáticos técnicos as aulas de Arte nas escolas em que atuam e do desejo de integração dos estudantes atendidos por esses profissionais, envolvendo-os de forma atrativa em uma prática educacional fundamentada teoricamente. Os membros da Maré elaboraram o Projeto Maré Postal em formato de concurso, a ser desenvolvido por arte-educadores/as da Maré junto aos/as estudantes da educação formal, informal, pública e privada.

Pautado na concepção da Proposta Triangular, de Ana Mae Barbosa (2010), e na Partilha de saberes, de Paulo Freire (2011), o projeto tem como objetivo fomentar a produção e divulgação da arte, propondo uma viagem à criatividade e incentivando os/as alunos/as a expressar, por meio da arte postal, o seu olhar sobre as temáticas indicadas em cada edital anual. Vale salientar que, por meio do estudo da arte, provocar o olhar crítico desses/as estudantes é a mola propulsora do fazer pedagógico. Em seu livro, Barbosa revisita sua teoria sobre metodologias do ensino da arte, substituindo o termo metodologia triangular por proposta triangular, compreendendo tal abordagem como a inter-relação entre a leitura de imagem (e a fruição estética), o fazer artístico e a contextualização (a história da arte).

Marques e Brazil, em seus estudos sobre a arte e suas questões, enfatizando ética, política, metodologia e sua função, compreendem que

cada linguagem artística que conhecemos – vivenciamos, fruímos, compreendemos – possibilita-nos outro olhar e formas diferentes de vivenciar o mundo. Uma vez articulada pelo professor, as diferentes linguagens artísticas possibilitam aos estudantes diversas leituras de mundo imbricadas entre si e em movimentos dialógicos constantes entre pessoas, tempos e espaços (Marques; Brazil, 2014, p. 20).

De acordo com os autores, compreendemos que as diversas leituras de mundo por meio de diversas linguagens artísticas mediadas por professores/as compromissados/as com o ensino da arte sob o olhar dialético possibilitam aos/às estudantes e aos/às próprios/as professores/as ressignificar, impregnar de sentidos a vida e a sociedade, pois cabe aos/às artistas-docentes e/ou professores/as de arte “partilhar claramente com os estudantes seu olhar diferenciador sobre o que entende por arte, cabe aos professores constituir conceitos de arte que se diferenciem do senso comum e, claro, atuar em sala de aula segundo esses conceitos” (Marques; Brazil, 2014, p. 142).

Dessa forma, ao elaborarmos os editais do Projeto Maré Postal, debruçamo-nos em escolas artísticas, temáticas, técnicas e conteúdos que instiguem um olhar crítico sobre a criação das obras e suas representações históricas e culturais de suas respectivas sociedades, possibilitando uma leitura de mundo com base nos pilares “leitura (e a fruição estética), o fazer artístico e a contextualização (a história da arte)” do processo de ensino e aprendizagem em arte (Barbosa, 2010).

Segundo os editais, o Projeto consiste na elaboração de cartões postais individuais com ilustrações pautadas em temas e temáticas apontadas nos editais. Estão aptos a participar estudantes do ensino Fundamental I, II, Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA). De acordo com os editais, os postais devem ser entregues aos/às professores/as coordenadores/as em cada escola participante, acompanhados de uma pesquisa escrita que verse sobre a compreensão da temática abordada e a explicação do processo individual de produção, para que o exercício da escrita seja desenvolvido e a comissão de avaliação possa perceber a compreensão de cada estudante sobre o tema abordado.

O projeto acontece obedecendo a etapas de aplicabilidade:

  1. inicialmente, membros da Maré elaboram o edital selecionando tema, temática e técnica;
  2. depois de lançado o edital, há um prazo para inscrições das escolas e dos/as profissionais interessados/as em participar;
  3. em seguida, os/as professores/as orientadores/as realizam aulas teóricas sobre os temas e conteúdos do projeto em cada escola;
  4. posteriormente, são confeccionados os postais ilustrados individualmente em sintonia com o tema, temática e técnica; depois, cada escola realiza votação para selecionar os dez melhores trabalhos que serão encaminhados para julgamento do trio de jurados/as;
  5. dando sequência, o júri aponta os três melhores trabalhos de cada escola participante e, dentre eles, seleciona os três melhores trabalhos;
  6. finalmente, em cerimônia pública, é feita a premiação dos trabalhos.

Os trabalhos dos/as estudantes são selecionados por jurados/as qualificados/as pedagógica e tecnicamente na área artística, pessoas que voluntariamente contribuem associando seus vastos currículos e suas sensibilidades aos olhares atentos na seleção dos trabalhos dos/as estudantes. Conforme mencionado, inicialmente a comissão tríade seleciona os três primeiros lugares de cada escola; no entanto, é comum as escolas participantes realizarem eventos internos em que, além de expor os trabalhos, também realizam premiações internas aos três estudantes mais bem classificados/as.


Fotos 1a e 1b: Escolha, na ONG Maré, dos três primeiros lugares entre as escolas participantes
Fonte: Acervo da Maré (2018).

Em todas as edições do projeto, os três primeiros estudantes classificados recebem certificação e kit de leitura e desenho/pintura; ao 1º lugar é acrescida uma camiseta com a arte da ilustração vencedora e 500 impressões, em formato de cartão postal, da imagem vitoriosa. A seguir estão imagens de algumas cerimônias de premiação.


Fotos 2a, 2b e 2c: Cerimônias de premiação
Fonte: Acervo da Maré (2013).

A premiação ocorre em um evento público de lançamento dos livros da Maré, com a presença do corpo docente, discente, familiares, autores/as dos livros e demais convidados, que tornam a entrega um momento emocionante geralmente reunindo mais de 300 pessoas em cada cerimônia.

Olhares de cada edital

Em sua 1ª edição, o edital de 2013 trouxe a música popular brasileira como fonte de inspiração: Viver Amar Valeu, do cantor e compositor Gonzaguinha (1945-1991), possibilitou que os educandos conhecessem um pouco da obra do artista, ao mesmo tempo que exercitavam sua criatividade. Com base no estudo do movimento artístico Impressionismo, foi utilizada a técnica do “pontilhismo”; como material para produção dos postais, a caneta hidrocor.


Fotos 3a e 3b: Processos de criação
Fonte: Acervo da Maré (2013).


Fotos 4a e 4b: Exposição e julgamento na escola
Fonte: Acervo da Maré (2013).

Islane Cristina, estudante do 2º ano do Ensino Médio da E. E. de Ensino Médio Inovador José Guedes Cavalcanti (hoje Escola Estadual Cidadã Integral José Guedes Cavalcanti), localizada na cidade de Cabedelo, alcançou o 1º lugar com orientação da arte-educadora Cely Sousa.


Foto 5: 1º lugar geral da Edição 2013
Fonte: Acervo da Maré (2013).

Na 2ª edição, o edital de 2014 explorou o movimento artístico do Surrealismo como tema; a técnica de execução foi o desenho com lápis grafite, contraste de claro e escuro.


Fotos 6a, b, c, d, e: Aulas e processo de criação nas escolas
Fonte: Acervo da Maré (2014)

Sete escolas participaram da 2ª edição, nelas, a geógrafa Maria das Neves da Silva, com a E. M. Adolfo Maia, de Cabedelo; a arte-educadora Soraya Souza, com a E. M. Carlos Neves; a arte-educadora Lisianne Saraiva, com a E. M. Duarte da Silveira; as arte-educadoras Ailza Freitas e Nadya Amorim atuaram com a E. M. Seráfico da Nóbrega; e a arte-educadora Ailza Freitas esteve com a E. M. Nazinha Barbosa; as últimas escolas são de João Pessoa.

Novamente, a estudante Islane Cristina, agora cursando o 3º ano do Ensino Médio na mesma escola, alcançou o 1º lugar, com orientação da arte-educadora Cely Sousa.


Foto 7: 1º lugar geral – Edição 2014
Fonte: Acervo da Maré (2014).

Sobre a experiência de ser duplamente premiada, Islane afirmou:

Ter feito parte do Projeto Maré Postal foi uma honra imensa. Ainda mais em um ano em que ele nascia, ganhava traços. E ter contribuído para o seu acontecimento foi uma experiência ímpar. Melhor... Dei cores ao postal que me tornou vencedora em 1º lugar. Na época, com a temática do pontilhismo. Cada ponto significava uma conquista e ver a obra terminada foi um encanto.

Claro que as técnicas ensinadas pela excelente professora Cely Sousa contribuíram bastante para o resultado que dei ao postal e posso dizer com enorme emoção que foi a melhor sensação quando recebi o troféu pelo meu postal.

No momento em que criava o postal parecia algo sem rumo, mas logo percebemos que o resultado é a prova magnífica do nosso esforço. E então temos uma belíssima obra!

No 2º ano do projeto, novamente participei e tive a honra de mais uma vez ser a vencedora. Fiquei radiante, quase sem acreditar! Pela 2ª vez! Mas quando acreditamos que algo dará certo é esse o resultado.

Bom, toda a experiência vivida com o projeto foi de grande importância, uma vez que sua finalidade é transmitir em um postal a nossa imaginação. Aprendi muitas coisas, técnicas de pintura, de desenho, de contorno. Mais que isso... Aprendi a acreditar no meu potencial!

Em 2015 realizou-se a 3ª edição do projeto; naquele edital o tema trabalhado foi o movimento de vanguarda artística Pop Art; a forma de execução selecionada foi a colagem. Nessa edição, a E. M. Carlos Neves da Franca, de João Pessoa, atingiu o 1º lugar com o postal desenvolvido por Lucas Martins, estudante do 7º ano do Ensino Fundamental, orientado pela arte-educadora Soraya de Souza.


Foto 8: 1º lugar geral – Edição 2015
Fonte: Acervo da Maré (2015).

Para a professora Soraya de Souza, Lucas Martins era um menino muito carinhoso, porém considerado um aluno “que dava trabalho”, percebido diferentemente do seu irmão gêmeo, um promissor saxofonista. Conquistar o primeiro lugar no concurso elevou sua autoestima, como podemos conferir quando ele afirma:

puxa, foi uma surpresa para mim. Minha mãe nem acreditou. Ninguém acreditou, na minha sala. Mas aí a professora Soraya falou pra todo mundo, e aí acreditaram. Eu me senti importante. Teve até prova e tudo sobre a Pop Art e eu tirei nota boa. Todo mundo começou a me dar moral, entende? Quando eu tava lá em cima do palco recebendo o meu prêmio, o meu trabalho no postal, foi massa, demais!

Quando perguntamos sobre o conceito do Pop Art, ele respondeu:

Assim, a Pop Art criticou o consumo exagerado das pessoas e a ligação das pessoas com a TV, o rádio, essas coisas que a gente gosta que fazem a gente consumir, consumir, consumir... entende? Sem nem precisar, e que muitas vezes faz mal pra pessoas. Tipo: a Coca-Cola, todo mundo diz que faz mal, mas eu gosto, mas a gente se vicia, as propagandas ajudam, entende? Por isso, para o meu trabalho, eu escolhi a Coca-Cola e o Mickey... Encontraram ratos no refrigerante. [...] Bem, aí montei a imagem com colagem e repeti as imagens, mas com cores fortes. Fiz o trabalho porque a professora pediu e eu estava precisando de nota... Quando estava pronto, eu gostei muito, acho que a turma gostou também... Mas não pensei que iria ganhar, entende?

Pudemos observar, a elevação da autoestima e da autoconfiança de Lucas Martins, que contribuiu significativamente para uma alavancada na aprendizagem; constatamos que ele conseguiu apreender o conteúdo, as características do movimento artístico em questão, mas, sobretudo, de forma crítica e dialógica com o seu tempo – um olhar histórico-crítico sobre a Pop Art, por meio da proposta triangular de Ana Mae Barbosa (2010). Esse é o nosso propósito, como mediadores no processo de aprendizagem e construção do saber.

A 4ª edição do projeto aconteceu em 2016 com o tema Art Naif, iniciando uma nova fase em que priorizamos os artistas paraibanos. Realizamos releitura de obras dos artistas visuais Analice Uchôa e Clóvis Júnior. Para execução dos trabalhos, utilizamos a técnica de pintura com caneta hidrográfica. O trio de jurados foi composto pelos educadores Fernando Abath Cananéa, Joelma Ferreira e Soraya de Souza.


Foto 9: Julgamento nas escolas

Foto 10: Julgamento na ONG Maré

Foto 11: Os três primeiros colocados
Fonte: Acervo da Maré (2016).

A Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Imaculada Conceição, de Cabedelo, conquistou o 1º lugar com o trabalho de Guilherme David Andrade, do 7º ano do Ensino Fundamental II, orientado pela arte-educadora Cely Sousa. Em 2º lugar ficou Chen Lin, do Ensino Fundamental I, do IE Colégio e Curso, orientado pela arte-educadora Lisianne Saraiva. O 3º lugar foi dado a Alisson Erick Santos Henrique, estudante da EJA da E. M. Seráfico da Nóbrega, de João Pessoa, orientado pela arte-educadora Ailza Freitas.


Foto 12: 1º lugar geral – Edição 2016
Fonte: Acervo da Maré (2016).

Em 2017, a equipe de elaboração foi provocada pelo golpe jurídico, parlamentar e midiático ocorrido no país em 2016, e a 5ª edição teve como tema “Democracia”. Para a execução do trabalho, utilizamos a técnica da “xilogravura”; focando na sustentabilidade e preservação do meio ambiente, adaptada para bandejas de isopor no lugar da madeira.


Foto 13: Escolha dos trabalhos

Foto 14: Atividade na ONG Maré

Foto 15: Os três primeiros colocados
Fonte: Acervo da Maré (2017).

Nessa edição, os professores voluntários Fernando Abath Cananéa, Lisianne Saraiva e Soraya de Souza, que compuseram o júri, decidiram que o 1º lugar seria do estudante Eronildes Alves Sales Sobrinho, do 2º ano do Ensino Médio da E. E. C. I. José Guedes Cavalcanti, de Cabedelo, orientado por Cely Sousa, arte-educadora da escola. Em 2º lugar foi classificada Letícia Maria Sinésio dos Santos, do Ensino Fundamental I, da E. M. José Eugênio, de João Pessoa, orientada pela pedagoga Karla Mendonça. Em 3º lugar ficou a estudante Jucélia Vieira da Silva, da Educação de Jovens e Adultos da E. M. Seráfico da Nóbrega, de João Pessoa, orientada pela arte-educadora Ailza Freitas.


Foto 16: 1º lugar geral – Edição 2017
Fonte: Acervo da Maré (2017)

Em 2018, na 6ª edição do projeto, o tema abordado foi inspirado em uma das vertentes do abstracionismo, “a pintura concreta”. Na realização dos trabalhos utilizamos técnica mista: pintura com giz de cera, caneta hidrocor e lápis para colorir de madeira. O júri foi composto por Ana Flávia Dias, Karla Mendonça e Pedro Amorim, profissionais voluntários que integram a Maré e contribuíram no processo de seleção dos trabalhos.


Foto 17: Julgamento dos trabalhos

Foto 18: Seleção na ONG Maré

Foto 19: Os três primeiros colocados
Fonte: Acervo da Maré (2018).

O júri apontou como vencedores os estudantes Dayse Garcia, do 9º ano do Ensino Fundamental II da E. M. Seráfico da Nóbrega, orientada pela arte-educadora Ailza Freitas, em 1º lugar; Livia Dayanne, estudante do 2º ano do Ensino Médio na E. E. C. I. José Guedes Cavalcanti, de Cabedelo, orientada pela arte-educadora Cely Sousa, em 2º lugar; e Gleyse Kelly, do 5º ano do Ensino Fundamental I na E. M. Ana Nery, de João Pessoa, orientada pela arte-educadora Maria José Cosmo Dantas (Maria Mô), em 3º lugar.


Foto 20: 1º lugar geral – Edição 2018
Fonte: Acervo da Maré (2018).

Considerações finais

Neste momento, em que vivenciamos um retrocesso na educação em todas as esferas e níveis, com cortes de verba para pesquisa, extensão universitária, ciência, cultura e artes, os profissionais da educação, principalmente nós, professores/as, devemos nos posicionar com estratégias pedagógicas que provoquem no estudante uma leitura crítica da sociedade da qual ele faz parte e impregnar em suas atitudes ações colaborativas equitativas.

A arte na escola traz em sua essência, intrínseca aos conteúdos e técnicas, a sensibilidade de compreensão, conhecimento, de pertencimento do saber e/ou dos saberes. Assim, nós, membros da ONG Maré e arte-educadores/as, ao idealizar, elaborar e executar o Projeto Maré Postal, nos debruçamos na condição de aprendizes, pesquisando, construindo e refletindo sobre nossa construção com nossos/as estudantes. A cada ação ressignificamos nossas práticas, nossas técnicas, nossas metodologias, nossos saberes; permitimo-nos reinventar-nos, protagonizando parte da escrita desse período histórico da Educação brasileira.

Após refletir sobre o processo da ação, percebemos um significativo impacto do Projeto Maré Postal nas instituições participantes e, principalmente, no aprendizado em arte com o acesso dos/as estudantes às atividades artísticas e culturais, uma vez que, ao vivenciar esse estudo juntamente com professores/as, foram oferecidos a sensibilidade, o conhecimento, o diálogo entre as obras de arte dentro do seu contexto de criação e do contexto contemporâneo dos protagonistas que as estudaram.

Referências

BARBOSA, Ana M.; CUNHA, F. P. A abordagem triangular no ensino das artes e culturas visuais. São Paulo: Cortez, 2010.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 50ª ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013.

MARÉ. Edital 2018 do Projeto Maré Postal. Disponível em: mareproducoes.blogspot.com.br. Acesso em: 30 ago. 2018.

MARQUES, Isabel A.; BRASIL, Fabio. Arte em questões. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2014.

WEBER, Max. Metodologias das Ciências Sociais. Parte II. 4ª ed. São Paulo: Cortez; Campinas: Editora Unicamp, 2001.

Publicado em 06 de novembro de 2018

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