Hábitos alimentares de alunos de uma escola pública no Município de Volta Redonda
Marcelle Moliari Carelli Campos
Licenciada em Ciências Biológicas (UFRJ/Consórcio Cederj)
Maria Maura Barros Duque
Docente da Seeduc/RJ, especialista em Ensino de Ciências e Biologia (UFRJ) e em Biotecnologia (UEM), mestre em Tecnologia Ambiental (UFF)
Introdução
Os adolescentes, por estarem em fase de mudanças, na alimentação, no crescimento e nos comportamentos, estão mais sujeitos a adquirir e perpetuar hábitos alimentares incorretos, ficando mais suscetíveis e vulneráveis ao desenvolvimento de uma doença crônica não transmissível (DCNT), como a obesidade, diabetes, hipertensão arterial e aterosclerose. O objetivo deste trabalho foi analisar os hábitos e a frequência alimentar de alunos de uma escola pública de Volta Redonda/RJ. Para a coleta dos dados, foi elaborado um questionário semifechado, em que foram registrados sexo, idade, “peso” e altura, hábitos alimentares e sua frequência. Foram analisados 88 adolescentes, 61,4% do sexo feminino e 38,6% do sexo masculino, de idade entre 15 a 18 anos, com média de 16,5 anos. Em relação ao IMC, 70,5% dos adolescentes responderam “peso” e altura; deles, 75,8% se encontram com “peso” em normalidade, 14,5% estão abaixo do “peso”, 6,5% estão com sobrepeso e 3,2% estão com obesidade. Do público total (n=88), 54,5% são considerados inativos; 19% consideram sua alimentação ótima, 42% acham boa, 37% avaliam como média e 2% acham ruim; 39,8% não tomam café da manhã e 85,2% não apresentam DCNT. Sobre a frequência de consumo alimentar, a maioria consome quase todos os dias frutas, verduras e legumes (55,6%), alimentos fritos (46,6%), leite e derivados (46,6%) e guloseimas (37,5%). Apesar de prevalecer o peso normal e baixa frequência de sobrepeso e obesidade entre os adolescentes, nota-se a importância do incentivo, por parte da escola e de políticas públicas, de promover saúde e proporcionar qualidade de vida.
A globalização não só trouxe mudanças nas áreas de tecnologia, educação e trabalho como também ocasionou e vem ocasionando mudanças nos hábitos alimentares e comportamentais dos indivíduos. O ritmo e a prática de atividades físicas vêm diminuindo, e o consumo de alimentos hipercalóricos, aumentando. As epidemias de doenças infecciosas que acometiam grande parte das populações ficaram em segundo plano, passando a assumir maior atenção para a prevalência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), que apresentam dados alarmantes, atingindo adultos, crianças e adolescentes (Lima et al., 2017; Melo et al., 2013).
Segundo Melo, Abreu e Araújo (2013), pesquisas realizadas em nível global estão mostrando diretamente a ligação entre má alimentação, sedentarismo e a inatividade física com a incidência de mortes por DCNT, como obesidade, diabetes, hipertensão, aterosclerose.
O presente trabalho tem como objetivo analisar os hábitos alimentares de adolescentes e identificar alguns fatores que estejam propiciando o consumo de alimentos/nutrientes de forma desregulada. E, com o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), verificar o perfil (por sexo) e associar com a frequência de consumo alimentar.
Desenvolvimento
Para a coleta dos dados, foi aplicado um questionário semifechado (questões objetivas e subjetivas); os resultados foram tabulados, criando um banco de dados por meio de planilhas, os quais foram descritos e explicados em forma de texto.
O estudo ocorreu no município de Volta Redonda/RJ, em uma escola pública que se localiza em um bairro central - Aterrado, na Avenida Lucas Evangelista. O local foi escolhido devido ao fácil acesso, por abranger público vindo dos bairros centrais e periféricos e com diferentes situações financeiras, gostos e costumes, o que garante maior variabilidade e enriquecimento das respostas do questionário e devido à autorização da direção para aplicação do questionário.
Do tipo semifechado, o questionário apresenta 21 questões, sendo 18 com respostas fechadas, dicotômicas e de múltipla escolha e três abertas (Marconi; Lakatos, 2003). As perguntas foram elaboradas com linguagem de fácil entendimento, apontando os alimentos mais e menos consumidos e a frequência qualitativa desses consumos (todos os dias, quase todos os dias, raramente e não consome), buscando dados antropométricos (peso e altura) para cálculo do IMC, dados sociodemográficos (idade e sexo) e se o aluno apresenta alguma doença crônica não transmissível (DCNT).
O questionário foi aplicado em 23 de junho de 2017, no turno da manhã, em quatro turmas do 1° ano do Ensino Médio, com média de 22 alunos por turma. Participaram desse estudo 88 alunos com idade entre 15 a 18 anos (média de 16,5 anos), sendo 61,4% (n=54) do sexo feminino e 38,6% (n=34) do sexo masculino. Cada aluno recebeu uma folha de questionário, onde assinalava as alternativas objetivas de acordo com os seus hábitos alimentares e respondeu às questões subjetivas, sem interferência de qualquer profissional. Os dados coletados foram tabulados e otimizados, criando um banco de dados por meio de planilhas.
O cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) foi realizado pela razão entre o “peso” em quilos (kg) dividido pela altura em metros elevada ao quadrado (m²), de acordo com o Ministério da Saúde (2016). Com os resultados obtidos, calcularam-se a média e o desvio padrão. O levantamento bibliográfico foi usado para confirmar ou contradizer os resultados encontrados.
Quando perguntados sobre “peso” e altura, 26 deixaram sem resposta e/ou não souberam responder. As outras respostas foram usadas no decorrer da pesquisa. Assim, dos 88 adolescentes, apenas 62 (70,5%) tiveram o IMC calculado. A média do IMC encontrado para os 62 alunos foi de 21,4 (± 1,66); a média de “peso” foi de 58,8 (± 10,6) e de altura foi 1,66 (± 0,1).
Verificou-se que a maioria dos alunos (75,8%, com média de 23,5 (±9,2)) encontravam-se com “peso” em normalidade; 14,5%, com média de 4,5 (±0,7), estavam abaixo do “peso”; 6,5%, com média 2 (±1,4), estavam com sobrepeso; 1,6%, com média 0,5 (±0,7), com obesidade nível 1; e 1,6%, com média 0,5 (±0,7), com obesidade nível 3; não foi registrado caso de obesidade nível 2. Esses dados confirmam o estudo de Sousa Júnior et al. (2013), em que há prevalência de adolescentes com “peso” normal e com baixo “peso”, num total de 92,6%, havendo baixo índice de excesso de “peso” (7,4%). Verificou-se nesse estudo que 6,5% dos alunos estavam com sobrepeso e 3,2% estavam com obesidade. Esses dados contradizem o estudo de Mello et al. (2014) em seus resultados; pode-se verificar que, dos 1.463 escolares avaliados, 27,8% estavam com excesso de “peso”.
Ao comparar o índice de massa corporal (IMC) dos adolescentes do sexo feminino (61,3%, (n=38)) com os do sexo masculino (38,7%, (n=24)), verificou-se que houve prevalência de “peso” normal, considerado ideal entre as meninas 78,95% (n=30); nos meninos, essa frequência foi de 70,83% (n=17). Uma parte dos meninos 20,83% (n=5) estava abaixo do peso, assim como 10,52% (n=4) das meninas.
Encontrou-se baixa frequência de alunos com sobrepeso; desses, 7,9% (n=3) eram meninas e 4,17% (n=1) eram meninos. Encontrou-se também baixa frequência de adolescentes com obesidade, sendo um caso de obesidade nível 1 nas meninas (2,63%) e um caso de obesidade nível 3 nos meninos (4,17%).
Ao perguntar aos 88 alunos se tomavam café da manhã, 60,2% disseram que sim, sendo 32,9% meninas e 27,3% meninos; 39,8% disseram que não. Dos que tiveram o IMC calculado, 38,7% pulavam essa alimentação, sendo 25,8% meninas e 12,9% meninos, havendo prevalência para o sexo feminino. Marchioni et al. (2015), em seu estudo, verificaram que 38% da população estudada não tomavam o café da manhã, ou seja, iam para escola em jejum.
Na avaliação sobre a realização de atividade física com os 88 alunos, pouco mais da metade dos alunos, 54,5% (n=48), disse que não realizava atividade física; 45,5% (n=40) afirmaram que faziam; disseram fazer aula de Educação Física na escola, outros fazem natação, balé, andam de bicicleta, fazem caminhada, academia etc. Esses dados contradizem o estudo de D’Avila e Kirsten (2017), que realizaram um estudo com 784 adolescentes da cidade de Palmeiras das Missões/RS e verificaram que pouco mais da metade (57,4%) é considerada ativa fisicamente, por praticar atividade física.
Ao perguntar aos 88 adolescentes se eles faziam suas alimentações em frente à TV, a maioria (82,9%) disse que sim; apenas 17,1% responderam que não. Dos que responderam sim, 53,4% são meninas e 29,6% meninos; dos que responderam não, 7,9% são meninas e 9,1%, meninos.
A prevalência de sobrepeso entre as meninas pesquisadas neste estudo pode estar relacionada à inatividade física: das 38 meninas que tiveram o IMC calculado, 35,5% disseram não realizar atividade física –porcentagem baixa, mas que contribui para menor gasto energético; 25,8% não tomam café da manhã, podendo descontar essa falta nas outras refeições, suprindo essa necessidade com alimentos mais calóricos; 54,8% se alimentam em frente à TV.
Dos 24 meninos que tiveram o IMC calculado, 29% afirmaram realizar algum tipo de atividade física, sendo mais ativos que as meninas e, assim, gastando mais energia; 12,9% não tomam café da manhã e 30,6% se alimentam em frente à TV; isso pode explicar a presença de baixo “peso” entre os meninos (20,83%).
Diferentemente dos dados encontrados nesta pesquisa, em que as meninas se encontram com mais sobrepeso que os meninos, Peres et al. (2012), em seu estudo com 269 alunos de uma escola pública de Piracicaba/SP, encontraram o excesso de peso atingindo mais os meninos (35,5%) do que as meninas (26,2%).
Verificou-se que 54,5% dos adolescentes substituem água por sucos ou refrigerantes e 45,5% não. A maioria (52,3%) disse substituir raramente o jantar ou almoço por lanches, como pizza e hambúrguer; 20,5%, somente o jantar; 13,6% quase todos os dias e 13,6% disseram não substituir nenhuma refeição.
Ao serem perguntados se consumiam peixe, carnes de frango, de boi e de porco e de qual forma, a maioria respondeu que come frango frito ou cozido, peixe na forma frita e a carne de boi e porco é cozida e/ou frita. Uma minoria respondeu não consumir peixe e não consumir nenhum tipo de carne.
Ao analisar as respostas em relação à qualidade da alimentação (n=88), verificou-se que a maioria (42%) considera sua alimentação boa (alimentação balanceada e equilibrada); 37% disseram ser média (alimentação intermediária, entre a boa e a ruim); 19% disseram ser ótima (alimentação adequada, balanceada e equilibrada) e somente 2% disseram ser ruim (alimentação inadequada), o que corrobora o estudo de Oliveira, Costa e Laus (2012); em sua pesquisa com 104 adolescentes, 41,3% disseram que sua alimentação é boa e 40,4% disseram ser média.
A predominância de alimentação boa ou média pode explicar a prevalência de adolescentes com o “peso” em normalidade. Pode ser que eles apresentem uma alimentação boa (balanceada e equilibrada), mas a consideram média (alimentação intermediária, entre boa e ruim), por não gostar e ter que comer regularmente. Mas pode ser também que a alimentação média para eles significa que a sua alimentação precisa melhorar.
Ao ser perguntado quem prepara a alimentação dos adolescentes pesquisados, a maioria dos 88 alunos (56,8%) disse ser preparada pelos seus pais; 25%, que é preparada por eles mesmos; 12,5% pelos pais e/ou eles mesmos e 5,7% disseram ser outros. Ao serem perguntados se almoçavam na escola, 53,4% disseram que não e 46,6% que sim.
Ao traçar o perfil dos alunos neste estudo (n=62), constatou-se peso normal; isso pode ser reflexo da alimentação realizada pelos alunos tanto em casa quanto na escola.
A alimentação ofertada pela escola possui cardápio alimentar orientado e estabelecido por nutricionistas. Em relação ao consumo de alimentos não fornecidos pela escola na hora do recreio, a maioria (60,2%) disse não consumir; dos que consomem (39,8%), a maioria prefere o biscoito recheado, seguido pelos salgadinhos feitos à base de milho, depois balas e chicletes; o menos consumido foi o refrigerante.
Dentre os 88 alunos pesquisados, 75 (85,2%) disseram não ter nenhum tipo de doença crônica; 12 (13,6%) disseram ter. Desses, 5 (5,7%) disseram ter obesidade, sobrepeso; três (3,4%), colesterol alto; 3 (3,4%), hipertensão e 1 (2,3%), diabetes. Dos 62 alunos que tiveram o IMC calculado, 7 (11,3%) afirmaram ter alguma doença crônica.
Na avaliação sobre a frequência alimentar dos alunos, constatou-se que há, pela maioria (55,6%), consumo de frutas, verduras e legumes; alimentos fritos (46,6%); leite e derivados (46,6%); e guloseimas (37,5%) “quase todos os dias”. Fast food (69,3%), alimentos ultraprocessados (64,8%) e embutidos (54,5%) são consumidos “raramente”. Nesse sentido, o baixo consumo de alimentos do tipo fast food, como cachorro quente, hambúrgueres; de alimentos ultraprocessados, como lasanha, pratos prontos; e embutidos, como salsicha e mortadela pode estar associado, positivamente, com a baixa incidência de doenças crônicas como diabetes (2,3%), hipertensão (3,4%), aterosclerose (3,4%), sobrepeso e obesidade (5,7%). Mas há consumo significativo de guloseimas como balas e chicletes, os quais são ricos em açúcar, e de alimentos fritos, que para seu preparo requerem geralmente muita gordura. Dessa forma, se consumidos por período prolongado, poderão acarretar doenças crônicas não transmissíveis.
Percebeu-se, então, que o baixo consumo (raramente) de fast food, de alimentos ultraprocessados e embutidos, os quais apresentam altos teores de açúcares, sódio e gorduras, carboidratos, proteínas, e o consumo quase diário de frutas, verduras e legumes, ricos em fibras, vitaminas, podem estar associados positivamente, com a incidência de peso normal, ideal entre os adolescentes pesquisados.
Conclusão
A maioria dos adolescentes pesquisados é do sexo feminino. Apesar de presenciarmos no mundo atual uma transição nutricional, com o cálculo do IMC foram obtidos resultados satisfatórios para ambos os sexos; a maioria apresentou “peso” considerado normal, havendo frequência baixa de alunos abaixo do “peso”; essa frequência foi maior entre os meninos e a frequência (muito baixa) de obesidade e sobrepeso foi maior entre as meninas.
Mais da metade é inativa fisicamente, sedentária, havendo prevalência maior entra as meninas do que nos meninos. Grande parte dos adolescentes – a maioria também entre meninas – disse fazer sua alimentação em frente à TV.
Mais da metade desses adolescentes disse substituir a água por bebidas açucaradas; a substituição das refeições importantes é realizada raramente pela maioria.
A maioria considera sua alimentação boa ou média; os pais preparam a comida deles. A maioria também disse não consumir na hora do recreio alimentos que não sejam fornecidos pela escola.
Uma minoria disse apresentar algum tipo de doença crônica.
Dos que foram pesquisados, menos da metade não toma café da manhã, sendo mais meninas; a maioria dos pesquisados consome carnes e peixes, tanto cozidos quanto fritos.
De acordo com os objetivos do estudo, o questionário semifechado conseguiu mostrar os hábitos alimentares dos adolescentes; a maioria apresenta alto consumo de frituras, leite e derivados e guloseimas; foi constatado baixo consumo de fast food, embutidos e alimentos ultraprocessados e alto consumo de frutas, verduras e legumes – o que pode ter contribuído satisfatoriamente para o “peso” em normalidade.
A população estudada é passível a influências externas, o que requer mais pesquisas que investiguem o delineamento alimentar, avaliem o perfil lipídico, o percentual de gordura, façam a aferição da pressão arterial, associado ao consumo alimentar.
Apesar de prevalecer o peso normal e uma baixa frequência de sobrepeso e obesidade entre os adolescentes, nota-se a importância do incentivo, por parte da escola e por meio de políticas públicas, para promover saúde e proporcionar qualidade de vida.
Referências
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MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
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SOUSA JÚNIOR, I. de et al. Relação entre hábitos alimentares e índice de massa corporal em estudantes de instituições públicas do nordeste brasileiro. Pensar a Prática, Goiânia, v. 16, n. 2, p. 320-618, abr./jun. 2013.
Publicado em 06 de março de 2018
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