O período do Quinhentismo no Brasil e na Região da Baía da Ilha Grande e a linguagem do Barroco, o Caminho do Ouro, a arquitetura e a religiosidade paratiense
Giseli Rosa de Souza
Professora da rede estadual do Rio de Janeiro
Nos dias 29 e 30 de maio e 13 de junho de 2019 aconteceram seminários realizados pelas Turmas 1001 e 1002 do Ciep 495 Alberto da Veiga Guignard, localizado no bairro Parque Mambucaba, em Angra dos Reis/RJ.
Alunos das Turmas 1003, 2001 e 2002 foram convidados pela professora de Sociologia, Jania Tavares Guimarães, a prestigiar os seminários. As apresentações aconteceram no auditório do Ciep 495 e na sala de aula das Turmas 1001 e 1002.
Os alunos, organizados em grupos e em ordem cronológica, apresentaram e explicaram, com riqueza de detalhes e bastante pesquisa, o Quinhentismo no Brasil e na Região da Ilha Grande. Foi uma manhã de bastante interatividade, de troca de conhecimentos e valorização de culturas. Os alunos demonstraram alto grau de conhecimento no assunto que pesquisaram e confiança ao explicar os conteúdos e as curiosidades que não estavam no cronograma.
Alguns grupos fizeram apresentações com cartazes e slides, o que complementou o brilho do conhecimento dos alunos.
Para exemplificar: alunos da Turma 1001, Carlos Eduardo Barnabé Gomes falou com bastante domínio do assunto e segurança; Daniele Louise Martins Dias deu um show de conhecimento e confiança ao falar sobre a Literatura Informativa e apresentar a Carta de Pero Vaz de Caminha; Fernanda Ferreira dos Santos, mesmo envergonhada, também conseguiu apresentar sua pesquisa. Itohã Muniz Ribeiro, aluno indígena da etnia Pataxó e morador da Cachoeira do Iriri, trouxe explicações dos costumes da sua etnia (vestimentas, remédios medicinais, dificuldades que a aldeia apresenta); ele disse que acorda diariamente às 3h da manhã para chegar ao Ciep 495 às 7h, falou algumas palavras nativas, falou na língua nativa seu nome e os de outros alunos indígenas do Ciep 495 e explicou o significado de cada nome.
Foto 1: Daniele Louise perguntando a Itohã sobre a cultura Pataxó (Turma 1001)
Foto 2: Itohã explicando os costumes dos Pataxó (Turma 1001)
Sobre o Tratado da Terra de Santa Cruz, do historiador Pedro de Magalhães Gândavo, Itohã disse que na língua dele não há as letras R nem N. Foi um intercâmbio cultural muito grande! Itohã conseguiu fazer os alunos das turmas 1001 e 2001, um auditório inteiro, ficar paralisados diante de tanta explicação. Algumas alunas fizeram perguntas.
Foto 3: Professora Giseli fazendo referência à cultura e etnia de Itohã
Na Turma 1002, também foi esplendoroso! João Victor Batista falou sobre a expansão marítima a partir do século XV, abordou a Contrarreforma, Martinho Lutero e o medo dos navegadores, explicou o objetivo e os verdadeiros motivos dos países colonizadores, Portugal e Espanha, de chegar à Índia, além de apresentar, de forma bastante pedagógica, o conteúdo sobre o Renascimento. Esse aluno deu um show de conhecimento e fez o auditório ficar admirado, pois explicou com bastante clareza. Além disso, ele é bastante engraçado.
Foto 4: João Victor explicando a Expansão Marítima, ao lado de Maria Brunna (Turma 1002)
Os conteúdos de Literatura, História, Sociologia e Geografia contaram com as explicações dos professores Giseli Rosa de Souza (Literatura), Maria Aparecida Bulhões Souza (História), Jania Tavares Guimarães (Sociologia) e Eris dos Santos Silva (Geografia) nas respectivas aulas durante o segundo bimestre e tiveram grande importância para a apresentação dos seminários. Marcos Vinicius da Silva Castro também mostrou seu conhecimento a respeito da Literatura Informativa no Brasil com segurança. Falou sobre o mapa das Capitanias Hereditárias e, junto com a aluna Raiane Barbosa Moreira, explicou curiosidades dos animais que Gândavo havia encontrado no Brasil. Os alunos Adriano Frazão Soares e Enthony Neves Alves, um pouco mais tímidos, também conseguiram explicar seus conteúdos. Carla Reis Gonçalo, Felipe Lima dos Santos e Luiz Felipe Silva de Paula também demonstraram bastante conhecimento e segurança ao falar sobre a Literatura de Catequese e a Companhia de Jesus.
Foto 5: Débora, Tamires, Wallace Vinicius e Ronald (Turma 1001)
Gabriel Leandro Ferreira de Carvalho e seu grupo explicaram quem foi o português Gonçalo Coelho e a história da colonização de Angra dos Reis. Gabriel começou desenhando o mapa do Brasil com o litoral brasileiro, explicou o Caminho de Gonçalo Coelho e curiosidades sobre a antropofagia que Coelho talvez tenha vivenciado. Joseane Ferreira Marques da Silva e Fabiana Ferreira Marques da Silva, um pouco tímidas, também conseguiram apresentar.
Foto 6: Gabriel Leandro desenhando o litoral brasileiro (Turma 1002)
Foto 7: Ana Clara explicando a colonização em Angra dos Reis
Foto 8: O mapa do litoral brasileiro, desenhado por Gabriel Leandro
Ronald dos Santos Silva e seu grupo (da Turma 1001) também trouxeram imagens antigas do Mercado do Peixe no centro da cidade e do bairro Jacuecanga comparando-as a fotos atuais da cidade de Angra dos Reis para abordar o desenvolvimento da cidade ao longo dos séculos. Em relação aos grupos que explicaram as linguagens do Barroco em Paraty também houve muita troca de conhecimento. Para exemplificar, as alunas da Turma 1001 Daniele Cristina Severino e Marcela Gutierres Deocleciano, mais contidas, falaram da influência do Barroco em Paraty visto na arquitetura da cidade (havia imagens da Igreja de Santa Rita, cartão-postal da cidade, e da Casa da Cultura nos cartazes do grupo). Elas também explicaram e trouxeram nos cartazes uma imagem da Estrada do Ouro em Paraty. A aluna Sara Maria Silva de Souza também interagiu com o grupo.
Foto 9: Daniele Cristina, Ana Clara, Sara Maria e Marcela (Turma 1001)
Foto 10: As características do Barroco em Paraty
Na Turma 1002, mais uma vez, havia alunos dispostos a aprender e demonstrar o que estudaram durante o segundo bimestre. Começou com Paulo Victor da Silva Batista, bastante envergonhado no início, mas que conseguiu dar seu recado. A professora Cida Bulhões havia explicado nas turmas uma imagem profana de Michelangelo que foi contextualizada na explicação do grupo a respeito do Barroco e comentada, seriamente, por João Vitor. Wilkerson Farias Vieira analisou a arquitetura do Barroco e suas influências nos casarios de Paraty. Marcos Antônio Cardoso do Vale comentou as pinturas religiosas e as características do Barroco na ornamentação de igrejas católicas no Brasil – presentes inclusive na Igreja de Santa Rita, em Paraty. Salatiel Aires de Morais, um pouco tímido no início, se soltou aos poucos. Os quatro componentes do grupo interagiram muito bem e um complementou a fala do outro. Eles tinham tanto assunto que relacionaram a característica da arquitetura colonial com a Fazenda Grataú, localizada no Frade, em Angra dos Reis, a qual teve bastante importância na época do ciclo do café (período posterior ao Barroco, no século XIX).
Foto 11: Paulo Victor, Marcos Antônio, Salatiel e Wilkerson
Foto 12: Alunos falam das influências do Barroco em Paraty
Foto 13: Gilvânia, Ana Clara e Luiz Felipe (Turma 1002)
Os seminários mostraram explicitamente a valorização da cultura (do patrimônio material e imaterial), assunto que, nesse bimestre, foi abordado em Sociologia. A valorização da Física e da Matemática, ciências importantíssimas na época do Classicismo Renascentista, também foi bastante estudada nas aulas de Física, pois as imagens renascentistas apresentam uma perspectiva de realidade e bastante equilíbrio. A professora de Física, Franceila Glenda de Oliveira Rangel, trabalhou com as turmas o conteúdo de medidas (altura e comprimento), conhecimento essencial para o cotidiano dos alunos.
Os seminários foram preparatórios para a excursão que os alunos realizarão à cidade de Paraty. Tais seminários encheram de orgulho os professores, pois os alunos demonstraram vontade de aprender, perguntar e explicar, demonstrando conhecimento e confiança.
Foto 14: Fazenda Grataú, no Frade, Angra dos Reis/RJ
Foto 15: Vista da Fazenda Grataú
Foto 16: A Fazenda Grataú é uma propriedade particular
Publicado em 17 de dezembro de 2019
Como citar este artigo (ABNT)
SOUZA, Giseli Rosa de. O período do Quinhentismo no Brasil e na Região da Baía da Ilha Grande e a linguagem do Barroco, o Caminho do Ouro, a arquitetura e a religiosidade paratiense. Revista Educação Pública, v. 19, nº 34, 17 de dezembro de 2019. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/19/34/o-periodo-do-quinhentismo-no-brasil-e-na-regiao-da-baia-da-ilha-grande-e-a-linguagem-do-barroco-o-caminho-do-ouro-a-arquitetura-e-a-religiosidade-paratiense
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