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A crônica de uma morte anunciada

Antonio Jorge Gouvêa

Professor

Primavera inexistente

Nasci pequena. Uma semente verdinha, chatinha, com uma pelagem resistente e lisa. Com certo brilho também. Igual a mim, muitas de minhas amigas. Somente a metade de nós consegue germinar. É assim que somos, como a Natureza nos fez.

Era uma lata grande, imensa. Muita terra ao meu redor. Senti-me a tal. Imagina! Eu uma coisinha miúda naquele mundão de terra.

Com o passar dos dias eu ia me sentindo cada vez mais só, crescia rápido, para todos os lados, absorvia água e nutrientes com grande voracidade. Andava sempre faminta. Aliás, eu crescia mais para cima, como se fosse um pescoço de girafa. Não consegui entender muito bem o que acontecia.

Talvez fosse assim mesmo, ou não? Era estranho. Eu ia desenvolvendo uns pelinhos pequeninos, uns outros maiores que se espalhavam pela terra ao meu redor. Muitos mergulhavam nas profundezas, poucos ficavam na superfície. Do pescoção, saíam outras partes. A minha condição de semente já estava muito diferente. Eram alongamentos para cima e para baixo. Se não bastassem, para os lados, de maneira desordenada, aparentemente.

Aí veio o mais engraçado, do pescoção que resolvi chamar de tronco, saíram as outras partes, que resolvi chamar de galhos. Dos galhos umas coisas meio estranhas, um pouco redondas, verdinhas, verdinhas. Quando surgiram comecei a respirar melhor. Puxa, era tão bom. Respirava fundo. Recolhia todo o ar que estava a minha volta, fosse ele bom ou não. Na maioria das vezes era ruim, fedorento, sujo que nem o carvão. Vinha de muitos lugares. Vinha de umas coisas que passavam perto de mim e de minhas amigas que estavam ao meu redor. Eras coloridas. Tinham rodas e brilhavam muito. Bonitas, mas fedorentas e sujando tudo. A dona que cuidava de colocar água em mim, dizia que eram carros! Nome estranho, carros.

Fui crescendo assim mesmo. Eu me sentia por vezes sufocada naquele lugar. Era um pouco escuro, com pouca luz e com muita gente.

Um dia um carro parou na frente da entrada de onde eu estava. Saltou um ser e dirigiu-se à dona que colocava água. Falou alguma coisa com ela, não deu para escutar. De repente, fui pega pelo meu tronco, ainda não muito forte. Aquela mãozada quase me sufoca. Puxa! Quase saio da lata de onde estava. O ser que tinha falado com a dona, pegou na lata e colocou-me dentro do carro. Nossa, como sacolejava.

Fui sentindo um pouco de alívio. Eu estava indo para outro lugar. Ia pensando para onde poderia ser. Seria uma casa? Ou um lugar cheio de coisas iguais a mim. Não conseguia ver nada direito. Dentro do tal carro havia outras pessoas. É, o tal ser a gente pode chamar de pessoa, às vezes de gente e outras coisas que são usadas. Eles falam, andam, fazem um monte de coisas que eu não consigo fazer. Eu só sei ficar parada, quietinha no meu canto.

Depois de algum tempo o carro parou. Todos saltaram, inclusive eu, que fui levada para dentro de uma casa. Lá dentro, no quintal, a pessoa que me pegou, abriu um buracão na terra. Colocou-me com lata e tudo nele. Até que eu gostei, pois já havia me acostumado com aquele ambiente onde existiam outros seres que até me ajudavam. Eram pequeninos e também se mexiam bastante. Abriam buracos e o ar conseguia entrar na terra com mais facilidade. Eu senti, então, que também podia respirar pelas minhas pequenas raízes. É, o que eu tinha chamado de pelinhos, eram raízes. O homem disse que era melhor manter a lata naquele buraco para preservar as minhas raízes. Acho que ele tinha razão, não senti muita diferença no ambiente que eu estava, pelo menos na terra que estava ao redor da lata. Era um pouco diferente, mas parecia ser boa. O homem afofou a terra ao redor e ainda fez uns furos na lata e disse que era para que as minhas raízes saíssem por eles. Bem prático. Afinal de contas, eu estava crescendo e precisava de espaço.

Fui crescendo rápido. Durante meses meu tronco foi engrossando, minhas raízes se aprofundando e a quantidade de ar que eu respirava aumentava cada vez mais.

Era gozado eu respirava ar ruim e deixava sair o ar bom. Eu era uma máquina muito eficiente. Era muito legal!!!

Eu vivia satisfeita. Minhas folhas eram engraçadas. Outro dia mesmo eu fiquei muito surpresa. De onde eu estava vi uns bichos enormes passando na frente da casa. Tinham pernas e faziam barulho enquanto andavam para lá e para cá. De repente, fui perceber que as minhas folhas verdinhas eram parecidas com as patas daqueles bichos. Um homem pequeno passou e disse que eram vacas. Cruz credo, que nome estranho: vacas?!

É, minhas folhas eram iguais, idênticas às patas daqueles bichos grandões. Resolveram me batizar de pata-de-vaca. Não gostei. Achei muito feio, esquisito mesmo.

As chuvas refrescavam meu tronco, meus galhos e minhas raízes faziam a festa na terra do quintal.

Comecei a perceber que durante o tempo que passava, havia uma intensa luz que me inundava de força. Havia o vento amigo que balançava meus galhos e, por vezes muito forte, a mim toda. Eu controlava o vento ali perto, não deixava que ele batesse forte na casa. Controlava a luz para não atingir a casa com força, para não esquentar muito. Eu entendi que a minha missão maior era aquela. Não deixar a casa esquentar para as pessoas não sentirem calor...

Fui crescendo cada vez mais. Forte, meu tronco já alcançava uma altura muito boa. Lá de cima, eu apreciava em destaque a rua onde eu estava. Havia algumas amigas por perto. Poucas, não resta dúvidas, mas assim como eu, dispostas a ficarem cada vez maiores. Algumas conseguiram, outras não. Perdi nove amigas durante esse tempo em que ali estive. Foi muito triste para mim vê-las morrer.

Um dia aconteceu algo estranho. Chegaram uns homens com um monte de coisas na mão. Fizeram buracos aqui e ali. Fiquei apreensiva, mas feliz. Será que outras amigas viriam me fazer companhia? Qual foi minha desilusão. Eles estavam fazendo um telhado na frente da casa. Fiquei triste e desiludida. Não havia crescido o suficiente para dar sombra à casa. Foram obrigados a fazer aquela cobertura.

Fiquei chocada. Fizeram a cobertura em cima de mim. Vi que minha importância era pequena. O importante era a cobertura. Eu não importava.

A vida continuou e eu ali por baixo daquele cimentão de telhado me sentia sufocada. Como eu ia crescer normal? Como eu poderia ficar grandona? Só havia um jeito. Resolvi me inclinar para frente, na direção daquela luz forte e intensa. Assim fiz. Fui indo, indo, indo, até que alguns galhos conseguiram ficar por fora das telhas.

Mas eu não me sentia bem. Andava cansada de tanto tentar sair daquela prisão. Mal podia ver a luz!

Passados muitos meses, fui presenteada. É presenteada. Fui mudada de lugar. Chegou um homem e me tirou daquele sufoco todo. Fui para frente da casa. Puxa que bom! Vocês não imaginam que felicidade, que alegria. Eu agora estava livre. Recebendo luz pra valer. Chuva pra valer. Vento pra valer!

Resolvi retribuir dando o melhor de mim. O melhor do que a Mãe Natureza havia nos ensinado. Iniciei um tratamento intenso de alimentação balanceada. Minhas milhares de raízes começaram a fazer o recolhimento de tudo que era bom para eu crescer rápido e sadia. Embora eu tivesse perdido parte de minhas pequenas raízes no momento em que fui retirada de um lugar para o outro, como era jovem, consegui suportar as dores. Caramba, por que não nos colocam logo em um lugar definitivo? Ficam mudando a gente pra lá e pra cá! É horrível. Eu sinceramente não gostei. Pior, não pude falar nada...

Bem, deixando de lado esta reclamação, resolvi, como disse antes, crescer o mais rápido possível. Minhas folhas começavam a aumentar em quantidade, meus galhos atingiam pontos mais altos, meu tronco, ficava mais forte e firme.

De tempos em tempos começaram a nascer outras coisas em mim. Eram lindas! Eram flores. Eram rosadas e grandes. Eu estava toda serelepe, afinal, não são todas as árvores que dão flores!

Antes de a primavera chegar, algumas coisas aconteciam comigo que eu não consegui entender no início. Depois de algum tempo percebi que era um ciclo. Em certas épocas do ano, alguns galhos meus caíam. Depois, a maioria das folhas e depois, um pouco depois, ou até mesmo junto com a queda das folhas, as minhas sementes. Olha, eu dei muitas sementes. Outro dia eu estava tentando calcular. Nos dezessete anos de minha vida, eu devo ter dado em torno de vinte mil sementes. Puxa, é muita semente!

Sob o meu tronco ficavam muitos galhos, folhas e flores que caíam de mim. Eu infelizmente nada podia fazer. Olhava aquilo tudo e percebia que muitas vezes vinha um homem ou uma mulher e varriam tudo aquilo. Colocavam dentro de sacos e depois colocavam no lixo. É isso mesmo, no lixo. Eu ficava fula de raiva. Agora vê se pode; colocar parte de mim no lixo como se fosse alguma coisa inútil, algo que não prestasse mais. Caía tudo na calçada, na rua, no quintal dentro da casa, no telhado. Eu já estava adulta e o vento, meu grande amigo, espalhava tudo isso, principalmente minhas filhas para germinarem e crescerem em outros lugares.

Durante anos dei muita sombra, muitas flores que embelezaram a rua. Combati o vento forte e drenei parte do terreno quando a chuva caía. Era feliz, muito feliz...

Anos se foram e o meu modo de viver não mudava. Às vezes um homem chegava e cortava parte dos meus galhos. Doía muito. Meu corpo gemia baixinho. Eu não queria gritar para não assustar ninguém. Não fui feita para ferir, brigar, gritar. Enfim, eu fui feita para dar amor, do meu jeito: com sombra, com flores, com o verde de minhas folhinhas patinhas de vaca...

Tempos se foram. Minha inclinação era normal. Eu havia crescido em baixo de um telhado! Naquela época meu tronco já procurava a luz forte do meu amigo Sol. Claro que eu tinha que ir para frente. Quando fui replantada, na calçada em frente à casa, já assumi aquela postura, embora eu tivesse tentado ficar bem retinha, não consegui. Paciência, pelo menos eu estava bem firme.

Durante um tempo tudo transcorreu sem novidades. Um dia chegou o dono da casa. Pegou um fio forte, muito forte e me amarrou. Não pude nem reclamar. Por que estava me amarrando? Eu não ia cair gente! Eu estava muito firme no chão. As minhas raízes estavam fortes e profundas. É claro que algumas de tão fortonas quebraram um pouco a calçada. Mas, nada de tão terrível assim, né?

Meu tronco foi protegido. O homem que colocou o cabo de aço, esse era o nome do fio, colocou uns pedacinhos de uma amiga minha que já tinha virado madeira para que o fio não entrasse pela minha carne, para não me machucar. Contudo, como eu ainda estava crescendo, o cabo foi esticando, eu fui puxando ele, devagarzinho...

Olha, por mais que eu fizesse não pude evitar de ficar bem juntinha de uns outros fios lá em cima. Meus galhos iam para todo lado. Um dia o homem da casa veio com uma serra elétrica. Eu tremi. Fiquei paralisada. Meus galhos, dois deles, bem fortes foram cortados. Tinha perdido parte de mim. Minhas folhas se foram com muitas filhinhas pequeninas ainda, dentro de minhas vagens. Que dó naquele dia... Por que tanta violência?

Nesse dia de dor e sofrimento para mim, eu entendi o homem. Eu estava machucando o fio da casa dele. Mas como eu estava incomodando tanto? Eu lancei o meu galho por cima do fio, para não atrapalhar nem um pouquinho! Não adiantou.

Lembro ainda nesse momento de maior dor que ele me pedia desculpas por estar cortando os meus galhos. Ele subiu e desceu da escada que havia colocado, várias vezes e dizia: "Olha, você me desculpe, mas eu vou ter que cortar pedaços de você. Tenho receio que você arrebente os fios da casa. Eu bem sei que você não vai fazer isso, mas tem gente que acha que sim. Tem muitos 'biólogos(as)' aqui na rua, que entendem muito de árvores e às vezes a gente, para não se aborrecer mais ainda, desconta em quem não tem nada a ver com isso. Você me perdoa minha amiga, mas não estou tendo outra alternativa".

Puxa, mesmo sofrendo daquele jeito eu dei muitas flores naquele final de ano.

Um dia me lembro que o mesmo homem que havia cortado parte de meus galhos, ia chegando e, como sempre fazia, ficava me olhando. Eu ficava toda prosa e quando o vento batia, dançava com meus galhos, folhas e flores para lá e para cá. Ele dizia que eu estava muito linda. Que orgulho eu sentia, eu uma simples árvore...

Sol, ventos, chuvas fortes e fracas, dias nublados e dias de forte luz. Eu dava sombra, protegia do vento parte do caminho, retirava do ar as impurezas que o homem colocava. Quietinha no meu lugar, na primavera, em setembro, no dia 21, por volta das 13h40 (parte da tarde, né?) eu já iniciava um ciclo de cores e odores. De cores vivas que sobressaíam do intenso verde de minhas folhas. Ela, a estação da alegria, das tardes amenas, do vento cálido e suave. Como era bom...

Mas a grande tristeza se abateu. Antes do início desta primavera, eu me preparava com o vigor de sempre para renovar-me. Novos galhos, folhas e flores iriam "explodir" de mim, enfeitar a rua, tão cheia de cimento e tão pobre de vegetação. Eu ia doar-me toda nessa primavera, mesmo porque o ar anda tão seco, o Sol aparece escondido atrás de nuvens que não são de chuvas. Minha amiga água não chega como antes. O meu amigo vento anda angustiado, para lá e para cá. Por vezes, sopra frio, por vezes, quente. Sua pressão sobe e desce. Ele está com a saúde abalada...

Um homem chegou. Carregava um pequeno fardo. Aproximou-se de mim e retirou aqueles cabos que o dono da casa havia colocado, com medo de eu cair. No fundo ele sabia que eu não cairia, mas como ele falou, os "biólogos(as)" da rua achavam que sim e, para evitar um mal maior, resolveu me sustentar. De nada adiantou. O homem que chegou, olhou para mim e após subir em uma escada começou a serrar meus galhos. De início eu pensei que fosse acontecer a mesma coisa de antes, com o dono da casa. Mas esse estava decidido a fazer muito além do que eu poderia imaginar.

Senti fortes dores. Meus galhos ainda sem folhas, sucumbiram diante da sua frieza e insensibilidade. Um a um, caíram pela rua. De nada adiantava eu gritar, como já disse não fui feita para gritar. É verdade que quando vamos ficando velhas, ainda podemos ser aproveitadas como madeira para lenha, para o homem cozinhar e aquecer-se com suas lareiras em locais frios.

Em dados momentos eu pensei que o homem pararia de cortar meus pobres e frágeis galhos. Não parou. Continuou a golpear-me sem dó, nem piedade. Fui diminuindo, ficando pequenina e imaginei que poderia ser assim mesmo. Puxa, eu vou ser diminuída para ficar menorzinha e ser levada para outro lugar para de novo renascer forte e quem sabe, maior ainda do que sou!

De repente uma visão aterradora. Um machado. Tremi desesperadamente. Era o princípio de um sofrimento sem tréguas. Quisera naqueles momentos que se passaram que meu tronco fosse mais frágil, que eu não fosse tão resistente. Mas, não, eu estava só, suportando a violência com que o machado vinha ao meu encontro. Uma vez, duas, três, dezenas de vezes...

Sentia-me moribunda. Tentava de todas as formas me manter ainda de pé. Não mais poderia sentir o vento em meus galhos e folhas, não mais poderia receber meus queridos amigos para polinizarem as minhas flores, não mais poderia sentir o beija-flor que me acariciava agradecido do néctar que sorvia de minhas pétalas e sépalas. Não mais sentiria o frescor da manhã, a intensidade do Sol com seus raios dourados a atingir toda a minha copa. Não mais sentiria o cálido perfume que eu exalava. Não mais sentiria a suavidade da tarde e o encanto do orvalho da noite. Não mais daria a sombra protetora dos dias ensolarados.

Meu tronco explodia. Pedaços de mim saltavam para todos os lados. Eu procurava resistir, contraindo-me, deixando que minha seiva percorresse o interior de mim, livrando-se da lâmina implacável do machado.

Lutei desesperadamente para a dignidade de minha estrutura se manter ainda viva. A dignidade que era a contradição da insensatez do homem que ao derrubar-me, diminuía a teia da vida, essa teia tão cheia de complexidade e tão tênue para todos nós, independentemente de sermos o que somos: vegetais, animais ou minerais...

A minha base de sustentação ia sendo destruída, a cada movimento do homem. Os vasos do meu xilema, que conduzem a seiva bruta até às folhas pelo alburno, e os elementos condutores do floema, transportam a seiva elaborada até as raízes. Tudo destruído. Por momentos imaginei que ele assim o fazia, para manter o compromisso com quem o havia contratado de seguir até o fim. Caso, quem o tivesse contratado chegasse e me visse ainda de pé, não o teria pago. Seu trabalho não estaria terminado. Ele deveria ter mulher e filhos para cuidar, o dinheiro era importante para ele. Não poderia deixar de perdoá-lo...

Resisti até o quanto pude e em um dado momento sentia-me fraca e só. Com surpresa para mim mesma, soltei um grito de dor e tombei pelo asfalto.

Estava consumado. Jazia pelo duro chão...

Nos momentos que ainda me restavam imaginei-me florindo, dando a sombra tão disputada para quem se aproximava de mim. Era uma das poucas árvores da rua, que ainda resistia. Olhei para a casa e a vi sem a minha proteção. O homem juntou pedaços de mim e arrastando-me, colocou o que ainda era tronco partido em um terreno ali perto.

Enquanto era arrastada, olhei pela última vez onde eu tinha morado. Ainda restava um pequeno tronco que exalava um cheiro que só nós vegetais sentimos. Um leve odor que enchia o ar de queixumes. A minha seiva, ainda tentava subir para suprir o que não poderia mais atingir. Estava terminado...

De longe, um pedaço de tronco, que um dia deu tudo de si para todos que se aproximavam de mim. Nunca exigi nada de ninguém, nunca pedi nada a quem quer que fosse. Vivi e servi. Vim para servir e amar. Fui toda amor e dedicação.

Por fim, eu peço perdão a todos aqueles que não pude ajudar. Sentia muito em não poder dar frutos. Isso foi deixado para outras amigas minhas. Minha função principal era dar flores, para enfeitar a rua que eu morava...

Eu sou o símbolo da vida que se renova... Eu te perdoo pelo que foi feito e, ainda, te peço perdão pelo que não fiz. Te peço perdão pela rua que "sujei" com as minhas folhas. Assim o fiz, para que depois eu ficasse verde por toda a Primavera e você me amasse... Adeus.

Publicado em 31 de dezembro de 2005

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