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Nos embalos de sábado à noite: chuva de Leonídeos
Maria Cláudia de Freitas
Mestre em Linguística pela PUC - Rio
Nas noites de novembro de 2001 o céu foi invadido por uma brilhante chuva de estrelas-cadentes. O fenômeno, ou melhor, o espetáculo, é chamado chuva de Leonídeos, e acontece sempre no mês de novembro, quando a Terra passa próximo aos "restos" de gelo e pedra deixados pelo cometa Tempel-Tuttle.
À medida que vai seguindo em sua órbita ao redor do Sol, o cometa Tempel-Tuttle vai deixando um rastro de pequenos fragmentos, os meteoroides, que ficam boiando no espaço. Em um certo momento - que corresponde ao mês de novembro - a Terra passa bem perto da órbita do Tempel-Tuttle. É possível então para nós, habitantes do planeta azul, observarmos o "lixo" cósmico que o cometa deixou: vemos uma linda chuva de estrelas-cadentes.
Mas, se a lógica do espetáculo é esta, devemos ver os Leonídeos todos os anos, certo?
Errado. A verdade é que nem sempre conseguimos ver os Leonídeos, porque chuvas significativas só são possíveis de serem vistas cerca de 2.500 dias antes ou depois do momento em que o cometa está mais próximo do Sol, o que corresponde a aproximadamente 7 anos de visibilidade - 3,5 anos antes e 3,5 anos depois de sua passagem próximo ao Sol.
(Curiosidade: o cometa leva 33 anos para dar a volta em torno do Sol.)
Mas é importante lembrar que, mesmo nestes 7 anos visíveis, nem sempre é possível garantir um espetáculo grandioso. As condições de visibilidade são muito difíceis de prever, pois os fragmentos se espalham no espaço. No entanto, diz-se que este ano o fenômeno será tão belo quanto o de 1966, a maior tempestade de meteoros registrada no século XX.
Algumas dicas:
A constelação de Leão parece um ponto de interrogação ao contrário. Fica próxima à constelação de Gêmeos, que por sua vez está próxima à constelação de Orion, da qual fazem parte as Três Marias. É bom ir observando o céu alguns dias antes, para se acostumar a encontrar a constelação.
Publicado em 14/11/2001
Publicado em 31 de dezembro de 2005
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