Este trabalho foi recuperado de uma versão anterior da revista Educação Pública. Por isso, talvez você encontre nele algum problema de formatação ou links defeituosos. Se for o caso, por favor, escreva para nosso email (educacaopublica@cecierj.edu.br) para providenciarmos o reparo.

O que o professor deve fazer para se prevenir de doenças causadas pelo exercício da profissão?

Mara Lúcia Martins

Giz causa alergia e deve ser trocado

O professor que tem dedicação exclusiva e dá aulas de manhã à noite para sobreviver passa por uma dezena de barreiras para conseguir chegar ao final do dia. Dorme pouco, tem as pernas inchadas por ficar muito tempo em pé, os olhos secos de tanto ler - lógico, já usando óculos -, dor nas costas por escrever no quadro-negro sempre mais alto que ele, voz rouca por pedir para os meninos ficarem quietos e prestarem atenção à aula e por apenas dar as aulas, nariz fungando causado pelo pó do giz. Dorme pouco e no dia seguinte... tudo de novo!

Dar aula é prejudicial à saúde?

O magistério requer que os professores tenham dedicação somente para dar as aulas. O mestre, sempre cansado e com doenças acarretadas pela imensa jornada de trabalho e seus obstáculos, não consegue, muitas vezes, ter vida uma vida social agradável e ir ao cinema curtir a família ou se envolver em outros projetos. O magistério, assim, passa a ser uma profissão "prejudicial à saúde".

Vamos conhecer os principais malefícios que existem contra a profissão no decorrer da série. É para o professor ter conhecimento do que ocorre com seu organismo, se situar mesmo, e encontrar alternativas para evitar os males ou como conviver com eles de modo que possa chegar ao fim do dia feliz por ter trabalhado o dia inteiro com pelo menos algum prazer. Abre a série o giz vilão de calcário reduzido a pó e moldado em forma de bastonete usado nos quadros-negros.

Dar aulas pode causar alergia

O especialista em alergia e imunologia Ronaldo Regis Mobius diz que reações extremas ao pó de giz são comuns em pessoas já alérgicas a ácaros, poeira, ou que sofrem de renite, por exemplo. Para os outros educadores, o que pode acontecer é um gradual processo irritativo no nariz, acompanhado ou não de secura na mão.

Problema recorrente na carreira dos mestres é alergia ao giz. A dificuldade é tão grave que a Secretaria de Estado do Rio de Janeiro, por intermédio do secretário de Educação, Cláudio Mendonça, determinou a substituição gradual, do quadro-negro pelo quadro branco nas escolas estaduais. A mudança começará ser feita imediatamente, mas de maneira gradual, aos poucos, para não causar problemas nas verbas, já pequenas.

Os professores, que já fazem essa reivindicação há muito tempo, agora poderão contar com os quadros brancos (melamínico) que usam canetas do tipo "pilots" que não soltam pó, acabando com os problemas respiratórios e nas cordas vocais. Apesar de serem muito dispendiosas e onerarem as contas dos Estado a mudança será de grande valia para o professor, melhorando suas condições de trabalho.

Outras alternativas foram testadas

Até chegar aqui algumas outras alternativas foram tentadas para amenizar a tortura sofrida pelos mestres no convívio diário com calcário reduzido a pó e moldado em forma de bastonete usado nos quadros-negros. A primeira delas foi a criação de um adaptador para colocar na extremidade oposta do giz chamado gizeira. O produto foi aprovado quanto à alergia, mas contraindicado no quesito economia: em determinada parte do giz, muito antes dele acabar não dava mais para aproveitar a gizeira.

Em 1996, o professor Edgar Zanotto e Walter Aparecido Mariano recebeu menção honrosa no Prêmio Governador do Estado de São Paulo, concedido pelo Serviço Estadual de assistência aos inventores, pelo invento "giz cerâmico, macio, durável e antialérgico". O invento foi desenvolvido por meio do talco de silicato hidratado de magnésio, encontrado na natureza. Apesar da maior durabilidade, mais macio e mais resistente à fratura o produto na verdade era só um paliativo, pois ainda soltava pó que sujava as mãos e deixava o ambiente com poeira, deixando os efeitos alérgicos um pouco menos ameaçados. Portanto, a lógica foi desenvolver um giz de talco - parcialmente sintetizado - pela sua provável maciez e ausência de efeito alérgico.

Como outras alternativas se tornaram inviáveis, o resultado é esperar a mudança dos quadros-negros pelos quadros-brancos. Enquanto não forem feitas não custa pedir aos professores que usem luvas, arejem bem os ambientes e sem umidade, use giz de boa qualidade - evite aqueles que se esfarelam com facilidade e depois de cada aula, lave bem as mãos para retirar o pó de giz.

Agora, mais prevenido: tenha uma boa aula!

Leia também:

Publicado em 09/08/2005

Publicado em 31 de dezembro de 2005

Novidades por e-mail

Para receber nossas atualizações semanais, basta você se inscrever em nosso mailing

Este artigo ainda não recebeu nenhum comentário

Deixe seu comentário

Este artigo e os seus comentários não refletem necessariamente a opinião da revista Educação Pública ou da Fundação Cecierj.