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Química e biologia do envelhecimento

Texto do Laboratório de Pesquisa em Ensino de Química Faculdade de Educação da USP (L@PEC/FEUSP)
In: http://quimica.fe.usp.br/global/ca8/radica.htm

São denominados radicais livres quaisquer espécies químicas que apresentam pelo menos um elétron, não-compartilhado, na camada de valência.

Ilustração
Radical metila Molécula
Oxigênio singlete Molécula
Oxigênio triplete Molécula
  1. Os radicais são eletronicamente instáveis e, por isso, altamente reativos, tendo a capacidade de reagir com um grande número de compostos que estejam próximos, e podendo exercer duas funções:
  2. Receptores de elétrons: funcionando como agentes oxidantes;
  3. Doadores de elétrons: funcionando como agentes redutores.

Em nosso organismo, ocorre a formação de radicais livres derivados do oxigênio em vários processos metabólicos, excercendo um papel importante no funcionamento do corpo humano. Eles são responsáveis pelo transporte de elétrons na cadeia respiratória e, em alguns tipos de células, têm a capacidade de eliminar bactérias invasoras.

Os radicais livres passam a ter um efeito prejudicial ao nosso organismo quando ocorre um aumento excessivo na sua produção ou diminuição de agentes oxidantes. Em qualquer uma dessas situações começa a predominar um excesso de radicais livres no organismo, o que é denominado estresse oxidativo.

Essa situação pode derivar tanto de fatores internos como de fatores externos. Os principais fatores internos são: envelhecimento, câncer, alguns tipos de anemia, infarto do miocárdio, arteriosclerose e doença de Parkinson. A principal fonte externa de radicais livres é a fumaça do cigarro. Cada vez que uma pessoa ingere uma tragada de fumaça de cigarro, ela está introduzindo no organismo uma quantidade muito grande de radicais livres. Além disso, o estresse oxidativo também é bastante aumentado pelo excesso de bebidas alcoólicas, de exposição a poluentes atmosféricos, raios solares e raios-x, assim como pela ingestão excessiva de gorduras, frituras e carnes vermelhas.

No organismo, os radicais livres de oxigênio podem combinar com o DNA das células, alterando seu código genético e produzindo uma multiplicação celular desordenada. A reação dos radicais livres com os ácidos graxos, constituintes de óleos e gorduras, pode favorecer o depósito de placas nas paredes arteriais, diminuindo sua elasticidade e propiciando o aparecimento de hipertensão arterial.

Os estudos sobre a ação dos radicais livres foram motivados e impulsionados pela descoberta da sua ação sobre o envelhecimento celular. Os radicais livres agem sobre as células, alterando suas membranas e dando-lhes um aspecto de células velhas que, normalmente, seriam eliminadas pelo sistema imunológico do organismo. No entanto, quando a quantidade de células alteradas é aumentada pelo excesso de radicais livres e quando, devido ao envelhecimento cronológico do organismo, há diminuição do sistema imunológico, o organismo não consegue eliminar as células alteradas. Assim, algumas dessas células sobrevivem e começam a funcionar de maneira inadequada, alterando a fisiologia do tecido, do órgão e de todo o organismo. Como essas células podem ter seu código genético alterado, multiplicam-se desordenadamente, propiciando o aparecimento de tumores, doenças pulmonares, cataratas, entre outras.

Os radicais livres se formam durante toda nossa vida, mas são mais sentidos da idade adulta em diante. Várias substâncias contribuem para o combate aos radicais livres, entre elas o pantotenato de cálcio, as vitaminas A, E e B6, que agem contra os peróxidos lipídicos, e a vitamina C, que protege as vitaminas A e E dos processos oxidativos, varrendo os radicais hidroxila, que são os radicais livres responsáveis pelas agressões às células e consequente envelhecimento de nosso organismo.

Para saber mais sobre estresse oxidativo, acesse:

Texto complementar

Publicado em 31 de dezembro de 2005

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